quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Os Vingadores

É o sonho realizado de todo fã das histórias em quadrinhos da Marvel. Unir todos os seus principais personagens em apenas um filme. Até porque se deu certo no próprio universo dos gibis não seria diferente em sua adaptação para as telas. De fato o filme é muito bem realizado, divertido, com roteiro esperto que não tenta ser o que não é, além de manter bem nítido e vivo o espírito da obra original. Não é pretensioso, não é metido a ser intelectual e nem tenta reinventar a roda. “Os Vingadores” é assim um bom comic filmado. Quando o projeto foi anunciado a primeira coisa que pensei foi que seria muito complicado dar conta de tantos personagens em um só filme de forma que não ficasse cada um deles vazio e disperso. O filme tenta contornar isso mantendo um ritmo ágil, tentando mostrar um pouquinho de cada um deles, criando cenas em que suas personalidades apareçam no filme. Alguns com mais destaque e outros com menos. Para enfrentar tantos super-heróis de uma vez só o argumento obviamente pedia um super-vilão, ou uma reunião de todos eles. O caminho encontrado foi destacar o velho e bom Loki (Tom Hiddleston) do universo de Thor (Chris Hemsworth) que se une a uma raça alienígena para dominar o planeta Terra. Embora essa coisa de “dominar o mundo” seja meio démodé até que funciona bem aqui. O importante ao espectador é aproveitar a pipoca enquanto vai se divertindo com os acontecimentos na tela, tudo sem muita pretensão pois se formos pensar muito a diversão acaba sendo estragada.

Na luta para ganhar espaço entre tantos personagens queria destacar apenas um detalhe que achei importante. O roteiro abriu espaço demais para dois personagens que em si são secundários demais dentro desse universo da Marvel. Em minha opinião foi dado tempo demais para a Viúva Negra (Scarlett Johansson) e o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner). Como esses dois atores tem maior status em Hollywood do que alguns dos que interpretaram os demais heróis o roteiro se preocupou demais em criar uma base para ambos. Suas cenas são chatas e demasiadamente longas. Certamente o mais prejudicado de todos eles foi o Capitão América (Chris Evans), que surge sem maior importância no meio de tudo o que vemos na tela. Talvez se o Chris Evans tivesse um agente melhor do que a Scarlett as coisas teriam sido melhores para o filme em geral. Enfim é isso. “Os Vingadores” é um produto puramente pop, feito para fãs dos gibis que já ganharam há muito tempo seu próprio espaço na cultura ocidental. É uma produção que só pode ser encarada como diversão descompromissada mesmo. Aliás esse aspecto despretensioso é a melhor coisa do filme. Seu sucesso de bilheteria estrondoso já garante futuras aventuras com o grupo – isso inclusive está bem claro no final aberto da produção. Agora só nos resta esperar por mais aventuras desses personagens tão carismáticos e tão caros para a nossa cultura pop.

Os Vingadores (The Avengers, Estados Unidos, 2012) Direção: Joss Whedon / Roteiro: Joss Whedon / Elenco: Robert Downey Jr, Chris Evans, Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson, Jeremy Renner, Stellan Skarsgård, Cobie Smulders, Gwyneth Paltrow, Tom Hiddleston / Sinopse: Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johanson) e Nick Fury (Samuel L. Jackson) se unem para salvar a Terra de uma invasão de um poderoso exército alienígena comandado pelo vilão Loki  (Tom Hiddleston).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

As Bruxas de Eastwick

Título no Brasil: As Bruxas de Eastwick
Título Original: The Witches of Eastwick
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: George Miller
Roteiro: Michael Cristofer
Elenco: Jack Nicholson, Cher, Susan Sarandon, Michelle Pfeiffer
  
Sinopse:
Três lindas mulheres, Alexandra (Cher), Jana (Susan Sarandon) e Sukie (Michelle Pfeiffer) moram numa pequena cidade da Nova Inglaterra chamada Eastwick. Suas vidas estão dominadas por uma rotina tediosa e maçante e suas vidas amorosas se encontram em frangalhos. Entediadas acabam clamando pelo aparecimento de um homem ideal que venha suprir o vazio de suas vidas. E eis que após uns dias ele surge mesmo na cidade. Daryl Van Horne (Jack Nicholson) é um rico e excêntrico forasteiro que chega no local para virar a vida dos moradores de ponta cabeça. Mas afinal quem ele é realmente? Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Som (Wayne Artman, Tom Beckert) e Melhor Música (John Williams).

Comentários:
Filme que mescla humor, romance e pitadas de terror que fez muito sucesso nos anos 80. "As Bruxas de Eastwick" continua muito charmoso mesmo após tantos anos. Seu roteiro é envolvente e nunca deixa o filme cair no marasmo. A direção é segura, provando que George Miller realmente era realmente um cineasta talentoso que conseguia transitar bem em praticamente todos os gêneros cinematográficos. Muitos não acreditavam que o mesmo diretor que havia dirigido "Mad Max" se sairia bem filmando esse roteiro que tinha um toque mais sutil e sofisticado. Estavam todos errados. Com o apoio de um ótimo elenco o diretor acabou rodando um pequeno clássico dos anos 80. Não precisa ser muito inteligente para entender que Eastwick é um filme cuja força vem da interpretação inspirada de Jack Nicholson. Interpretando o magnata Daryl Van Horne o ator nunca deixa o filme cair. Usa e abusa de sua caracterização, passando a sensação ao espectador de que acima de tudo ele está se divertindo como nunca nesse papel. As três atrizes (Cher, Pfeiffer e Sarandon) também estão muito bem, cada uma procurando explorar bem sua própria personalidade nas telas. Do elenco feminino porém achei a cantora e atriz Cher um pouco apagada, principalmente se formos lembrar de outras atuações fortes dela - as comparações deixam isso bem claro. Afinal ela teve que dividir espaço com Nicholson e suas duas companheiras em cena. Tecnicamente falando "As Bruxas de Eastwick" também não envelheceu em demasia. Como é uma obra baseada em interpretações (e não apenas em efeitos especiais) esses só ganham maior importância no final do filme, mas mesmo assim são discretos e pontuais o que ajudou bastante ao filme vencer o teste do tempo. A produção inclusive foi premiada com o BAFTA de melhores efeitos especiais daquele ano. Enfim, "As Bruxas de Eastwick" sobreviveu bem ao tempo e hoje é uma boa amostra do cinema de fantasia da década de 1980. Vale a pena ver e rever sempre que possível.

Pablo Aluísio.

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II

Se o anterior deixa muito a desejar esse aqui, o filme final dessa franquia de extremo sucesso, fecha com chave de ouro as adaptações dos livros do famoso bruxinho bretão. O enredo tem uma fluência bem mais desenvolvida e o interesse pela estória que chega ao final de forma definitiva mantém o interesse do espectador. Ao contrário do anterior que parece não caminhar para lugar nenhum esse episódio final vem para amarrar todas as pontas soltas dando uma conclusão acima da média para a saga. Eu realmente havia detestado o filme anterior (o único de toda a franquia que achei muito fraco e tedioso) mas desse capítulo final gostei e saí plenamente satisfeito da sala de exibição. Depois da pasmaceira anterior finalmente Harry Potter voltou a ser divertido, com boa ação e ótimos efeitos especiais. O roteiro é enxuto, sem excessos e sem "barrigas" (que foi a marca registrada do primeiro Relíquias).

Os atores continuam com carisma e os vilões (em especial o Lord das trevas) está finalmente presente em grande parte do filme. Apreciei especialmente a reviravolta envolvendo Severus Snape, Dumbledore e o passado não contado da família de Harry Potter. O final também me agradou embora pensei que a escritora fosse levar tudo às últimas consequências (o que de fato não ocorreu, o que entendo pois a autora não queria traumatizar toda uma geração). Por fim a cena final com os três atores 19 anos depois foi bem divertida e bem feita (menos Hermione que não envelheceu nada!). Valeu, foi uma boa despedida da franquia que fiz questão de ver no cinema para se despedir com grande estilo. Vai deixar saudades pois já havia se tornado uma espécie de tradição esperar pelos filmes e acompanhar toda a reação que eles causavam, principalmente nos fãs, tão ardorosos e dedicados. Infelizmente nada é para sempre e a estória chegou ao fim. Resta o consolo de saber que em geral todos os filmes foram muito bons (exceto o anterior a esse), fizeram sucesso e caíram no gosto do público, fã ou não. Espero que em breve tenhamos outra franquia tão boa quanto essa.

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II (Harry Potter and The Deathly Hallows: Part II, Estados Unidos, 2011) Direção: David Yates / Roteiro: Steve Kloves baseaod na obra de J.K. Rowling / Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Bonnie Wright, Tom Felton, Maggie Smith, Jim Broadbent. / Sinopse; Último filme da franquia Harry Potter onde ele finalmente encontrará seu destino.

Pablo Aluísio.

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I

Harry Potter (Daniel Radcliffe), Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) deixam a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts para trás e saem em busca das Horcruxes,  objetos mágicos que armazenam fragmentos da alma. Eles foram criados pela vião Voldemort. A saga Harry Potter começa a chegar ao seu final. Esse aqui é a primeira parte da conclusão da franquia que foi desde o seu lançamento um grande sucesso de publico e crítica. Infelizmente o que se nota nesse primeiro episódio é que temos trama de menos para metragem demais. O filme muitas vezes cai no vazio completo simplesmente por não ter nada a contar. O correto certamente seria a realização de um só filme em cima do livro "Harry Potter e as Relíquias da Motte" mas a ganância do estúdio resolveu partir o texto ao meio, deixando os eventos mais importantes para o segundo filme, o que levou esse aqui para um limbo terrível onde nada é concluído, deixando apenas um monte de pontas soltas para o final. É basicamente a velha fórmula dos antigos seriados ao estilo Flash Gordon que deixava o espectador em um momento crucial de perigo para retornar na semana seguinte e conferir a conclusão. 

Diante de um roteiro pela metade não há como fugir do inevitável. O filme se torna muito arrastado, beirando a chatice completa. A fotografia é muito escura, o que não é nada bom para um filme que se apresenta enfadonho. A produção tem pouca ação e os atores falham em tentar transmitir algum tipo de sentimento interior profundo. O diretor foi muito pretensioso e deixou a aventura, marca registrada da franquia, um tanto quanto de lado. Harry Potter é um personagem infanto-juvenil que vive um mundo mágico de fantasia e bruxas e não há muito o que inventar sobre isso. Querer transformar esse tipo de literatura em Hamlet é uma bobagem completa. Infelizmente David Yates imprimiu uma mão pesada em um filme que em essência deveria ser leve, divertido. Sua pretensão de fazer algo mais soturno e sério logo vai por água abaixo, sobrando o simples tédio. Bocejos são inevitáveis. Em conclusão esse é certamente o mais chato e tedioso filme da franquia, que é muito boa e agradável. Pelo menos a segunda parte fechou com chave de ouro as aventuras do bruxinho. Comentaremos sobre a conclusão daqui a pouco. Esse aqui porém não tem jeito, é chato e ruim mesmo. 

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I (Harry Potter and The Deathly Hallow: Part I, Estados Unidos, 2010) Direção: David Yates / Roteiro: Steve Kloves / Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Bonnie Wright, Tom Felton./ Sinopse: Primeira parte da conclusão da saga do personagem Harry Potter.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Tubarão

Quando Steven Spielberg dirigiu Tubarão em 1975 ele era apenas um jovem diretor com muitas idéias na cabeça e pouca confiança do estúdio em lhe dar um orçamento generoso. Para falar a verdade os executivos da Universal não levavam muita fé na produção. Seu roteiro lembrava em muito as produções de monstros da década de 50 e ninguém poderia realmente prever o sucesso que o filme alcançaria. O interessante é que o Tubarão era uma engenhoca grande e sem jeito que sempre pifava nas filmagens. Sem poder contar com aquele ferro velho Spielberg resolveu ser criativo e usou e abusou da chamada câmara subjetiva. Já que o público não veria o monstro então que tivessem a sensação de estar vendo o que a criatura via. Com isso o filme ganhou muito em suspense e tensão. Além disso a música tema escrita pelo sempre talentoso John Williams virou ícone, sendo sempre muito lembrada até nos dias de hoje. O elenco era liderado por dois atores considerados de segundo escalão, Roy Scheider e Richard Dreyfuss. Houve uma certa tensão entre elenco e diretor por causa das péssimas condições de trabalho durante as filmagens. Um dos barcos em que estavam afundou e vários membros correram risco.

Além disso a idéia de filmar em alto mar se revelou péssima pois a tonalidade do mar sempre mudava comprometendo a continuidade do filme, além de expor tudo aos humores do clima, ora chovendo, ora fazendo sol forte. Apenas a diplomacia e a camaradagem de Spielberg conseguiram evitar uma rebelião entre os envolvidos. Mesmo sendo caótica a produção do filme, o longa "Tubarão" logo caiu nas graças do público, virando rapidamente um fenômeno de bilheteria. A empolgação levou a crítica junto e "Jaws" conseguiu um feito e tanto conquistado três prêmios Oscar nas categorias Edição, Trilha Sonora e Som (todos merecidos). E por uma surpresa geral também foi indicado ao Oscar de melhor filme, feito raro para um filme com essa temática. Visto hoje em dia "Tubarão" se revela bem datado. A consciência ecológica desmontou seu argumento pois todos sabem atualmente que as verdadeiras vítimas são os tubarões e não os seres humanos, esses os verdadeiros predadores. O filme de Spielberg também ostenta uma curiosidade interessante pois foi o primeiro filme a ganhar o título de Blockbuster dado pela imprensa americana. No final das contas vale pelo menos uma revisão. E por favor esqueça suas continuações, todas ruins e mercenárias. O original é o único que merece ainda ser redescoberto.

Tubarão (Jaws, Estados Unidos, 1975) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Peter Benchley, Carl Gottlieb baseados na novela de Peter Benchley / Elenco: Roy Scheider, Robert Shaw, Richard Dreyfuss, Lorraine Gary, Murray Hamilton. / Sinopse: Tubarão assassino faz várias vítimas em uma pequena cidade litorânea da costa dos Estados Unidos. 

Pablo Aluísio.

Juno

Poucas coisas são mais terríveis na vida de uma jovem do que uma gravidez na adolescência. O primeiro reflexo negativo vem em sua vida escolar, depois em sua própria vida pessoal. Muitas são abandonadas pelo pai da criança e elas se vêem sozinhas para enfrentar a criação de um bebê, algo sempre complicado e difícil. Esse filme Juno pretendeu mostrar a vida de uma típica adolescente americana que fica grávida sem ter a mínima condução psicológica ou financeira de assumir tantas responsabilidades. Sem condições pessoais ela resolve colocar seu filho para adoção de um casal com dificuldades de gerar sua própria criança. O interessante em Juno é que esse tema, que poderia virar rapidamente um dramalhão daqueles, acaba sendo mostrado de forma leve, despretensiosa, com muita música indie e um clima de leve esperança juvenil. Um de seus melhores aspectos é o elenco. Certamente Ellen Page é uma das melhores atrizes surgidas recentemente no cinema americano. Com cara de menina mesmo ela vem despontando em produções cada vez mais ousadas e interessantes. De fato ela acabou virando uma espécie de espelho dessa geração que está aí. Jovens que já nasceram com toda a liberdade do mundo mas que não sabem direito o que fazer com ela.

O roteiro é de Diablo Cody. Ela virou queridinha da crítica depois que Juno caiu nas graças do público. Ex stripper, ela levou para seu texto muitas coisas de sua própria vida pessoal e isso acabou gerando um contraste entre sua personagem adolescente e as coisas que diz, que são tipicamente de pessoas mais adultas, mais vividas. Isso acabou gerando muito debate no lançamento do filme, dando munição para os que não gostaram muito do roteiro em si. De fato Juno parece não ter uma mentalidade muito condizente com uma garota de sua idade. Ela é esperta, descolada e tem uma cultura pop que não seria muito adequada nem com sua idade e nem com sua personalidade, mas acredito que essa seja uma observação um pouco preciosista demais. No final das contas o que realmente vale a pena em Juno é seu clima alto astral, leve, divertido e até mesmo lírico – a cena final é de um  lirismo ímpar. Se ela é ou não um personagem verossímil já é uma questão para um outro debate maior. Por enquanto assista Juno pelo que essencialmente ele é, um filme soft que retrata um momento hard na vida dessa adorável jovem.

Juno (Juno, Estados Unidos, 2007) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Diablo Cody / Elenco: Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Bateman, Olivia Thirlby, J.K. Simmons, Allison Janney, Rainn Wilson, Lucas MacFadden. / Sinopse: Juno MacGuff (Ellen Page) é uma adolescente que fica grávida de seu colega de escola, o nerd e deslocado Bleeker (Michael Cera). Sem ter como criar um filho sendo tão jovem ela resolve levar á criança para doação. O casal escolhido, Vanessa (Jennifer Garner) e Mark (Jason Bateman), tenta criar um laço de amizade e afeição com a jovem garota.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de setembro de 2012

Carros 2

Acabei de assistir a esse "Carros 2". Sinceramente acho essa franquia a mais fraca da Pixar. É um tipo de produto ligeiro, feito mesmo para passar em Shopping Center e vender brinquedos na loja que fica ao lado do multiplex. Nada de muito inspirado é encontrado aqui. Tem uma pequena sub-trama de espionagem (com várias citações aos filmes de James Bond) e a repetida estorinha de amizade entre Lightning McQueen e Mater (o estropiado carro guincho). As corridas que esperava ser o melhorzinho da animação não empolgam e são deixadas de lado. Aliás o roteiro é todo dirigido para Mater - McQueen virá apenas um personagem secundário, coadjuvante mesmo.

A dublagem brasileira é muito bem feita e conta com a participação especial do comentarista da ESPN Trajano. Fora isso não achei muito adequado a inclusão de sotaque caipira do interior de Minas ao personagem Mater. Claro que sua caracterização original também é de um caipira - só que do interior dos EUA - e ficaria complicado adequar isso para o espectador médio brasileiro, mas precisava mesmo usar gírias caipiras brasileiras tanto assim? Enfim, isso no final talvez nem importe. De qualquer forma "Carros 2" passa longe de ser uma das melhores animações da Pixar - é apenas mediano em seu saldo final.

Carros 2 (Cars 2, Estados Unidos, 2011) Direção: John Lasseter, Brad Lewis / Roteiro: Ben Queen, John Lasseter, Brad Lewis, Dan Fogelman / Elenco (Vozes):  Larry the Cable Guy,  Owen Wilson,  Michael Caine,  Emily Mortimer / Sinopse: Sequência de Carros, sucesso dos estúdios Pixar.

Pablo Aluísio.

Filha do Mal

"Filha do Mal" segue os passos de outro filme bem recente chamado "O Último Exorcismo". Ambos são falsos documentários (Mockumentaries) que enfocam pessoas possuídas por demônios que precisam passar por exorcismos. Aqui acompanhamos a trajetória de Isabella (Fernanda Andrade) que tenta descobrir o que realmente teria acontecido com sua mãe pois há alguns anos ela teria assassinado três membros do clero que tentavam lhe exorcizar. Internada em um hospício em Roma e isolada do mundo, a filha Isabella leva um amigo com uma câmera para tentar desvendar se sua mãe é apenas insana ou se há realmente algum fenômeno paranormal por trás de todos aqueles acontecimentos trágicos. Pela sinopse já deu para perceber bem do que se trata. Utilizando de imagens amadoras da Praça de São Pedro no Vaticano (provavelmente sem autorização da Igreja), as cenas tentam a todo momento convencer ao espectador que está assistindo a algo real que foi documentado por um cinegrafista amador.

Após assistir ao filme cheguei na conclusão de que o que falta mesmo em "Filha do Mal" é sutileza. Aqui tudo soa muito exagerado pois não há apenas um demônio em cena mas vários deles. Também não há apenas uma possessão mas uma série delas, quando menos se espera outra pessoa é possuída e depois outra e nesse processo de possessões em fila a produção vai perdendo o interesse. O final também vai decepcionar muita gente pois é inconclusivo e exagerado. O curioso é que apesar de suas várias falhas "Filha do Mal" fez um grande sucesso nas bilheterias americanas chegando ao ponto de ficar em primeiro lugar na semana de sua estréia. Os americanos se mostram sempre muito interessados no tema como comprovam as boas bilheterias de filmes recentes sobre exorcismo. Disso podemos tirar algumas conclusões óbvias: novos Mockumentaries virão por aí e os estúdios não deixarão o tema exorcismo em paz nos próximos anos. Os produtores certamente não largarão o crucifico e a água benta tão cedo! Quem viver verá!

Filha do Mal (The Devil Inside, Estados Unidos, 2012) Direção: William Brent Bell / Roteiro: William Brent Bell, Matthew Peterman / Elenco: Fernanda Andrade, Simon Quarterman, Evan Helmuth, Ionut Grama, Suzan Crowley, Bonnie Morgan, Brian Johnson, Preston James Hillier, D. T. Carney / Sinopse: Aqui acompanhamos a trajetória de Isabella (Fernanda Andrade) que tenta descobrir o que realmente teria acontecido com sua mãe pois há alguns anos ela teria assassinado três membros do clero que tentavam lhe exorcizar. Internada em um hospício em Roma e isolada do mundo, a filha Isabella leva um amigo com uma câmera para tentar desvendar se sua mãe é apenas insana ou se há realmente algum fenômeno paranormal por trás de todos aqueles acontecimentos trágicos.

Pablo Aluísio.