sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Elvis e sua Roupa Dourada

Após terminar seu filme "Loving You" (a mulher que eu amo, 1957), Elvis fez uma apresentação no International Amphitheater em Chicago no dia 24 de março de 1957. Na ocasião o cantor usou a famosa "Gold Leaf" pela primeira vez. A roupa toda dourada foi uma criação do estilista Nudie Cohen. Seu nome, folha dourada ou folha de ouro, aliás era bem adequada para o momento de Elvis em sua carreira pois ele estava mesmo colecionando discos de ouro, um atrás do outro! Cinco dias depois o cantor voltava ao palco no Kiel Auditorium em St. Louis, no repertório seus maiores hits no momento, "All Shook Up", "Don't be Cruel" entre outras. E novamente lá estava ele, todo dourado, diante de suas fãs histéricas.

Esta famosa roupa, a "Gold Leaf", apareceu na capa do disco "Elvis Golden Records vol 2". Este é um disco que reúne os principais singles de sucesso de Elvis Presley no período em que ele estava servindo o exército na Alemanha. Na minha modesta opinião é o melhor trabalho musical roqueiro de toda a carreira do cantor. As canções aqui presentes são simplesmente o melhor exemplo do Rock'n'Roll de Elvis nos anos 50. Foi lançado em dezembro de 1959 marcando a despedida do rei aos melhores anos de sua trajetória artística. E pra (não) variar foi também premiado com disco de ouro poucos dias depois de chegar nas lojas. 

Imortalizada na capa do disco, a roupa não iria muito longe nos concertos ao vivo. O figurino iria ser usado poucas vezes por Elvis. Ele ainda a usaria nos shows no Canadá em 1957, mas nessas ocasiões Elvis reclamaria que tinha literalmente torrado dentro dela. Era uma roupa de show muito bonita, mas muito quente. E quando Elvis surgia embaixo de fortes holofotes, a temperatura se tornava insuportável para ele. Depois disso Elvis meio que a abandonaria para sempre, a levando para Graceland, onde foi devidamente guardada por anos e anos, só reaparecendo para os fãs em momentos de exposições, etc. Afinal apesar de Elvis ter usado a vestimenta por pouco tempo, ela ficaria para sempre guardada na memória dos fãs, ainda mais por aparecer na capa de um de seus mais populares e famosos álbuns de rock dos anos 50. Hoje a peça se encontra permanentemente em exposição em Graceland, para deleite dos fãs de roupas icônicas da história do rock.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

The Bear

Os Exageros em Relação a The Bear
Terminei de assistir às duas primeiras temporadas de The Bear. Gostei do que vi, são bons episódios, bons roteiros e um bom elenco. Até aí tudo bem. O que não consigo entender é o deslumbramento da crítica norte-americana em relação a essa série. Os elogios são exagerados demais. Outro dia cheguei a ler uma paragrafo inacreditável de um jornalista de Boston afirmando que era a melhor série jamais feita! O que se passa na mente de um sujeito como esse?

Talvez o segredo de seu sucesso de crítica tenha sido o formato. A série não é uma sitcom, mas tem episódios com a duração desse tipo de programa com pouco mais de 30 minutos. Isso faz com que o espectador nunca fique cansado ou entediado. Por aí se vê que se a série tivesse a média maior de duração, como nas séries dramáticas em geral, não haveria tantos elogios descabelados pela frente...

E a história contada também é bem simples. Um jovem chef de cozinha, que estava indo muito bem na carreira, trabalhando em grandes restaurantes de Nova Iorque, acaba tendo que voltar para sua cidade natal Chicago após a morte do irmão. Ele provavelmente se envolveu com as pessoas erradas pois era viciado em drogas. 

Então o chef decide levantar o pequeno restaurante do irmão morto. O problema é que ele estava trabalhando em lugares finos de Nova Iorque e aquele pequeno restaurante do brother não passa de uma espelunca que serve sanduíches e hot-dogs para os moradores da região. E aí está o centro da dramaticidade da série. Nada mais, nada menos do que isso. Uma história interessante sim, mas nenhuma oitava maravilha do mundo!

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A Morte de Donald Sutherland

A Morte de Donald Sutherland
Morreu o ator Donald Sutherland. Mais um talento que se vai. Eu sempre gostei do trabalho dele, sempre achei muito digno, mesmo quando fazia filmes ruins e de baixo orçamento, algo que não estava à altura de seu status. Mas é a tal coisa, as pessoas esquecem que ser ator é como uma profissão qualquer. Algumas vezes há bom material para se trabalhar, outras vezes não! São coisas da vida. E a única certeza da vida é a morte, infelizmente. 

Pois bem, no começo eu sempre o associei à sua imagem um tanto esquisitona. Era um tipo alto, magro, com um rosto fora dos padrões. Tinha até mesmo cara de gaiato. Talvez por isso o Diretor Robert Altman o tenha escalado para atuar em MASH. Depois do sucesso de crítica desse filme bem alternativo a carreira dele aconteceu em Hollywood. 

Mas engana-se quem pensa que aconteceu com ele virando um astro. Talvez por causa de sua aparência fora mesmo dos padrões de beleza de Hollywood, nessa indústria que preza sempre justamente nisso em um profissional, ele nunca se tornou um grande astro. Pelo contrário, virou um coadjuvante de luxo, algumas vezes estrelando um filme B aqui e acolá. E assim fez sua vida, com toda dignidade, não raro roubando os filmes em que aparecia no segundo plano.

Depois da idade madura ele passou a interpretar vilões mais velhos, sim, velhos, mas com ar de respeitabilidade, embora ele nunca perdesse aquele jeitão de esquisito dele. Personagens como o velho malucão perverso era com ele mesmo. O Donald Sutherland foi bem isso. Quem o via em qualquer fime, fosse bons ou ruim, jamais o esquecia. E durante muitos anos ele foi aquele tipo de ator em que as pessoas perguntavam: como era o nome dele mesmo? Não faz diferença, ele sempre será lembrado por seu talento, que é o que conta no final de tudo. 

Pablo Aluísio. 

House of Cards

Kevin Spacey em House of Cards
Com muito atraso comecei a assistir essa série "House of Cards". Não sei porque não comecei a ver muitos anos atrás. A questão é que sempre escapa algo importante pra ver, ainda mais em tempos de streaming insano. São tantos os lançamentos para ver em filmes e séries que não tem jeito, muita coisa vai mesmo escapar do seu radar. 

E House of Cards era uma grandes lacunas da minha agenda de séries. E o mais interessante de tudo é que estou vendo pela primeira vez os episódios da primeira temporada, logo agora, depois que o Kevin Spacey foi cancelado, acusado de uma série de assédios sexuais envolvendo jovens atores, inclusive dessa própria série. Ele tinha uns descontroles, partia para cima dos caras, tentando pegar em suas partes íntimas, um vexame! 

Por falar em vexame a vida do Spacey virou uma grande baixaria! O irmão mais velho dele contou que o pai abusava dele quando criança. Provavelmente o Spacey também foi abusado e isso marcou sua vida para sempre. Pessoas abusadas acabam se tornando abusadores de alguma forma, ainda mais quando se encontram em posição de poder que era justamente o caso do Kevin Spacey. 

Dito isso, sabendo de toda a sujeira, não tenho como não elogiar o trabalho do Kevin Spacey nessa série. Sim, o cara na vida pessoal é complicado, meio insano, provavelmente um apalpador de órgãos masculinos alheios, tudo isso provavelmente é verdade. Entretanto não há como dizer que ele não é um bom ator! Pelo contrário, sempre foi um dos melhores de sua geração. E essa série comprova tudo isso. Ele é gênio na arte de atuar. No final de tudo, eu como cinéfilo, devo colocar isso em primeiro plano. 

Pablo Aluísio.