terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 14

Vamos em frente. O filme intitulado "O Rei do Rio Pecos" foi lançado em 1936, com direção do cineasta Joseph Kane. Nesse filme John Wayne interpreta um personagem chamado  John Clayborn. No passado seus pais foram mortos por um barão do gado, um sujeito muito rico, mas totalmente inescrupuloso. O tempo passa e Clayborn se forma em direito, se tornando advogado. A partir desse ponto ele tentará trazer justiça para a região, levando ao tribunal o homem que matou seus pais. Só que naquela terra sem lei isso vai ser mais do que complicado de se realizar. Só sobrará mesmo o caminho da justiça pelas próprias mãos.

O filme seguinte de John Wayne ganhou um título nacional que hoje em dia soa mais do que divertido. A produção por aqui, no Brasil, recebeu o título nacional de "Limpando a Zona" (do original " The Lonely Trail"). Só rindo não é mesmo? Mas qual éra a história dessa antiga película do Duke? John Wayne interpreta um sujeito, um cowboy, que é contratado para livrar uma região de bandoleiros e encrenqueiros em geral. Gente perversa, bandidos de modo geral. O serviço vai ser trabalhoso, mas ele acaba dando conta do recado.

Depois de limpar a zona, John Wayne não parou e foi trabalhar no filme seguinte. Ele trabalhava sem parar nessa época. Jovem e disposto, saía de um filme e entrava no próximo, sem pausa para descansar. Seu filme seguinte ganhou um título forte no Brasil, se chamando simplesmente "Tenacidade" (Winds of the Wasteland). Ele aqui interpreta um astuto empresário no velho oeste que tenta ficar rico com a chegada do telégrafo. Um filme interessante, um pouco fora do comum do que ela fazia nessa fase de sua carreira.

"Sentinelas do Mar" (Sea Spoilers) também mudava os ares, os cenários dos filmes de Wayne. Aqui ele deixava de ser um cowboy para se tornar um valente marinheiro dos sete mares. Ele acaba se envolvendo em um crime quando chega em um navio e encontra um homem morto dentro dele. Quem teria matado aquele homem desconhecido? Para complicar ainda mais o mistério, tudo levaria a crer que sua própria garota estaria envolvida naquele crime. Um filme bem diferente de John Wayne.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Três Dias do Condor

Nesse clássico filme de espionagem, o ator Robert Redford interpreta um escritor que vai trabalhar como pesquisador na CIA, a agência de inteligência do governo dos Estados Unidos. Sua principal função é ler livros, jornais e revistas para descobrir se existe algum vazamento sobre operações da agência. Depois de captar algo nessas publicações, ele precisa enviar suas conclusões em relatórios para seus superiores. Só que algo dá muito errado. Toda a equipe que trabalha acaba sendo assassinada por agentes da própria CIA. O único que sobrevive é justamente ele, com o codinome de Condor. Depois dessa série de mortes, ele precisa sobreviver de alguma forma enquanto tenta entender o que está acontecendo, porque nem mesmo ele sabe o motivo de tantas mortes. A CIA parece disposta a ir em frente executando todos os envolvidos. Para isso, ela contrata até mesmo assassinos profissionais como o personagem interpretado pelo ótimo ator Max Von Sydow. 

Filme muito bom, escrito, dirigido e produzido na década de 1970, tempo de grandes obras cinematográficas. Por essa época, a CIA foi perdendo sua áurea de grande órgão governamental por causa das inúmeros missões ilegais em que se envolvia. Não raro aconteciam supostos assassinatos e mortes misteriosas envolvendo a agência. E nada era muito bem esclarecido para o povo americano. Jogo sujo. O filme tem uma excelente trama baseada em um romance popular da época. A única crítica maior que eu teria a essa boa produção  vem do romance que surge entre os personagens de Robert Redford e Faye Dunaway. Essa tentativa de ganhar simpatia do público feminino, aproveitando a fama de galã do ator Robert Redford, me soou completamente fora do padrão do resto da história. É forçado o romance e pouco verossímil. Tirando isso, não teria mais nada de mal de falar do filme. É realmente uma excepcional história sobre o mundo subterrâneo da espionagem e seus bastidores sujos. Um filme para se ter na coleção.

Três Dias do Condor (Three Days of the Condor, Estados Unidos, 1975) Direção: Sydney Pollack / Roteiro: David Rayfiel, James Grady / Elenco: Robert Redford, Faye Dunaway, Max Von Sydow, Cliff Robertson / Sinopse: Pesquisador da agência de inteligência dos Estados Unidos, passa a ser caçado por agentes do governo sem saber exatamente a razão disso acontecer. O pior de tudo é que todos os membros da equipe em que trabalhava foram mortos de forma misteriosa.

Pablo Aluísio.

Hitchcock - O Homem Por Trás do Ídolo

Documentário que procura desvendar aspectos pessoais da vida do diretor Alfred Hitchcock. E como esses elementos de sua vida privada influenciavam em seus filmes. Interessante notar que a principal protagonista desse documentário é a esposa de Hitchcock, Alma Reville. Ele a conheceu em Londres quando ela trabalhava como atriz de cinema. Isso ocorreu na fase inglesa do diretor, antes dele ir para os Estados Unidos e se consagrar com uma série incrível de grandes clássicos da história do cinema. Um relacionamento que durou décadas e não foi privado de vários sofrimentos emocionais por parte dela. Hitchcock tinha mania de se apaixonar pelas atrizes loiras de seus filmes. Na maioria das vezes, esses romances não passavam de sua cabeça. Eram amores platônicos. Mesmo assim, causavam muito sofrimento em sua mulher que tinha que engolir tudo e aceitar as coisas da vida dele. 

Alma Reville também foi importante na elaboração dos roteiros dos principais filmes de Alfred Hitchcock. Colaborou intensamente na busca de boas histórias, na leitura dos romances e livros que poderiam virar filmes e, finalmente, na confecção final de cada um dos roteiros. "Hitchcock - O Homem Por Trás do Ídolo" não deixa de ser um belo trabalho documental que resgata essa figura importante na história do mestre do suspense. Há muitas cenas de seus filmes e também cenas raras como aquelas que ele gravou para um programa de TV que era exibido nos Estados Unidos. No final de tudo, o documentário consagra aquela ideia expressa no conhecido ditado. Atrás de cada grande homem, existe sempre uma grande mulher.

Hitchcock - O Homem Por Trás do Ídolo (Dans l'ombre d'Hitchcock, Alma et Hitch, França, 2020) Direção: Laurent Herbiet / Roteiro: Laurent Herbiet / Elenco: Alfred Hitchcock, Alma Reville Hitchcock, Ingrid Bergman, Tippi Hedren, Grace Kelly, Janet Leigh, Patricia Hitchcock / Sinopse: Documentário sobre a vida e obra do diretor de cinema Alfred Hitchcock.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de dezembro de 2022

Sonic 2

Essa franquia Sonic tem se revelado na medida certa para seu público alvo. É claro que eu não faço mais parte desse público, pois esse é um filme feito para as crianças. E segue sendo, nesse segundo filme, um produto muito bem realizado. O Jim Carrey voltou. Ele interpreta o mesmo vilão que fez no primeiro filme, um sujeito bem caricato, bem de acordo com o mundo dos videogames. O ator só pode ser considerado um grande cara de pau, porque ele disse no primeiro filme que não faria mais nenhum filme na sua carreira. Seria seu último. Mas é a tal coisa. Começam a voar dólares e ofertas milionárias... então ele muda de ideia rapidamente. Não o condeno de maneira nenhuma. O mar não está para peixe. Toda oportunidade que surge, deve ser uma oportunidade que se pega, nos dias de hoje. E Carrey não perdeu a piada dizendo que Sonic 2 sim seria seu último filme. É um fanfarrão!

O que mudou nesse segundo filme? Praticamente nada, já que a fórmula se revelou lucrativa. As mudanças até que foram poucas, mas foram pontuais e certeiras. Colocou-se uma espécie de criaturinha vermelha, parecidíssima com o Sonic, só que lutando pelo lado dos vilões. E também colocaram alguns elementos que foram retirados de filmes de sucesso do passado, como a série de Indiana Jones. Referências cinematográficas para os mais velhos também estão pontuadas no filme. Uma delas é uma divertida referência ao primeiro filme de Tom Cruise, chamado "Negócio Arriscado". Quem diria que iríamos ver algo assim no novo filme do Sonic? Pois é, o saldo final é positivo. As crianças vão adorar novamente. 

Sonic 2 (Estados Unidos, 2022) Direção: Jeff Fowler / Roteiro: Pat Casey / Elenco: Jim Carrey, Ben Schwartz, James Marsden / Sinopse: Segundo filme adaptado do mundo dos videogames Sonic, trazendo o famoso personagem do ouriço super rápido e que corre com a velocidade do som.

Pablo Aluísio.

Willy's Wonderland - Parque Maldito

Muita gente ficou surpresa em ver o ator Nicolas Cage em um filme tão ruim como esse. E coloca ruim nisso. É praticamente um trash. Eu não fiquei nada surpreso. Há muitos anos que Cage vem descendo ladeira abaixo. Ele não apresenta mais nenhum tipo de cuidado na escolha dos filmes que faz. Uma coleção de bombas inacreditável. Um filme ruim atrás do outro. Não é de surpreender que ele iria parar em um filme trash mais cedo ou mais tarde. E esse filme é muito ruim, ruim de doer. Tem aspectos bizarros em seu personagem. Um deles é que ele não abre a boca para falar nenhuma palavra durante todo o filme. O sujeito é mudo? Penso que foi uma forma de se criar uma atmosfera cool em torno dele. Não deu muito certo. Seu personagem é apenas tosco no final das contas. 

A história é péssima. Ele é um sujeito que está viajando na estrada, em um interior qualquer dos Estados Unidos. O carro fura os pneus. Ele precisa parar e levar para uma oficina, mas é um lugar tão distante que não tem nenhum local para ele usar seu cartão de crédito. Então, é dada uma opção para ele trabalhar no velho parque de diversões abandonado. Se ele passar a noite limpando o lugar, ele vai receber o carro de volta com tudo pago pela manhã. É uma cilada. No lugar existem forças sobrenaturais atuando. Bonecos ridículos que ganham vida durante a noite. O filme é todo mal feito, cheio de defeitos especiais. Um lixo total! Esqueça...

Willy's Wonderland - Parque Maldito (Willy's Wonderland, Estados Unidos, 2021) Direção: Kevin Lewis / Roteiro: G.O. Parsons / Elenco: Nicolas Cage, Emily Tosta, Beth Grant / Sinopse: O ator Nicolas Cage paga mico nesse terror sobre um parque de diversões falido e abandonado, assombrado por bonecos horrorosos.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de dezembro de 2022

Súplicas Atendidas: Os Arquivos de Capote

Documentário sobre a vida e a obra do escritor e jornalista Truman Capote. O interessante é que esse filme foi rodado a partir de uma série de fitas gravadas pela assistente pessoal do biografado. Ela gravou essas fitas ao lado dele em seu apartamento, trazendo episódios de sua biografia. Então o espectador que assistir a esse documentário, vai ouvir, na maioria das vezes, a opinião do próprio escritor. E surgem aspectos e curiosidades muito interessantes nesse resgate de seu passado. Nessas gravações, por exemplo, descobrimos que o livro "Bonequinha de luxo", que se tornou um dos maiores clássicos da história do cinema, era nada mais, nada menos, do que uma versão romanceada da própria vida da mãe de Capote. Assim como a personagem do livro, ela também foi para Nova Iorque, ainda muito jovem, e precisou se virar para sobreviver na cidade grande. Como ela ganhava dinheiro? Ora, basta conhecer o livro para entender. Ela teve um destino trágico, se matando anos depois, e segundo o escritor, morreu em seus braços. Um trauma para o resto de sua vïda.

"A Sangue Frio" se tornou um livro que levantou muitas questões interessantes. Esse livro foi escrito fugindo do que normalmente Capote escrevia. Era uma crônica policial sobre um horroroso crime que ocorreu no estado interiorano do Kansas. Capote se interessou tanto por essa história que resolveu viajar até lá. Conheceu os moradores locais e os próprios criminosos. Segundo o documentário, ele ficou apaixonado por um dos assassinos. Pois é, Capote foi homossexual em uma época em que isso causava grande estigma social dentro da sociedade. E seus livros que lhe trouxeram fama e fortuna, também foram sua ruína. Ele escreveu um livro chamado "Súplicas Atendidas", que devastava a vida pessoal e íntima de muitas de suas amigas da alta elite de Nova Iorque. Isso o expulsou desse círculo social. Ele caiu nas baladas gays e se viciou em drogas, especialmente em cocaína. Sua fase de loucuras no Stúdio 54 também é retratado no documentário. Enfim, um bom retrato desse escritor mais do que talentoso e polêmico, que até hoje é celebrado nos Estados Unidos.

Súplicas Atendidas: Os Arquivos de Capote (The Capote Tapes, Estados Unidos, 2021) Direção: Ebs Burnough / Roteiro: Ebs Burnough / Elenco: Truman Capote, George Plimpton, Kate Harrington / Sinopse: Documentário sobre a vida e a obra do escritor e jornalista Truman Capote. 

Pablo Aluísio.

Porta dos Fundos: Contrato Vitalício

Levar o humor do Porta dos Fundos para o cinema não era algo fácil. O estilo de comédia que eles fazem, mais baseado em enquetes, é muito mais eficaz no Youtube. Em um filme com uma história longa, as coisas não iriam sair tão bem. Foi justamente o erro que cometeram aqui neste longa-metragem. O roteiro se perde em uma história que não faz muito sentido e nem tem muito pé e nem cabeça. Um diretor de cinema que desaparece por longos anos, depois reaparece do nada. Ele alega que foi abduzido e levado por seres alienígenas. E viveu grandes aventuras em um mundo surreal. Até aí tudo bem, o sujeito estaria apenas delirando. Só que ele mantém um contrato vitalício com um ator em ascensão. E exige que ele participe deste novo filme, baseado justamente nessas experiências alucinadas. É claro que algo assim só iria dar em filme trash!

A partir daí se desenvolve o filme. Eles vão tentar fazer essa produção com um roteiro podre desses. Tudo absurdo. Não acredito que algo assim funcionaria muito bem. Uma piada fraca dessas, levada ao limite, testa também o limite da paciência do espectador. Os dois protagonistas são interpretados por Fábio Porchat e Gregório Duvivier, que são profissionais talentosos do humor brasileiro. Só que o que condena esse filme é o seu próprio formato. O que era rápido e ágil no Porta dos Fundos da internet, se torna longo e enfadonho nesse filme. Apesar de alguns bons momentos, meu veredito é um só. É um filme bem fraco e em muitos momentos bem sem graça. Erro fatal para quem queria fazer humor e diversão.

Porta dos Fundos: Contrato Vitalício (Brasil, 2016) Direção: Ian Sbf / Roteiro: Gabriel Esteves, Fábio Porchat, Ian Sbf / Elenco: Fábio Porchat, Gregório Duvivier, Naldo Benny, Rafael Portugal
/ Sinopse: Um diretor alucinado e um jovem ator que não quer participar de seu novo filme, entra nas filmagens dessa produção que não faz o menor sentido.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

O Rebanho

Filme muito interessante, que mostra como se desenvolve uma mentalidade de seita. Aliás, o foco do filme é justamente essa estranha seita formada por um guru "iluminado" seguido por várias mulheres. Apenas mulheres o seguem. É bom deixar claro isso. Ele chama as mulheres mais novas de filhas e as mais velhas de esposas. Só que isso não o impede de praticar abuso sexual, não apenas contra as maduras, como também contra as jovens. E o roteiro deixa a entender que essas garotas jovens são suas filhas. Então imagine o estrago da situação. Sim, incesto!  Em seitas as coisas funcionam assim mesmo. É tudo verdade absoluta o que o líder diz e faz, é tudo obedecido e absorvido por seus seguidores. Não existe espaço para contestação nenhuma. O seguidor fanático segue tudo o que o guru diz, ou então está fora da seita, caindo em desgraça perante as demais pessoas fanatizadas que fazem parte dessa comunidade. 

Toda seita é a mesma coisa. Um lugar ideal para abusos físicos, emocionais e sexuais de todas as formas. Vemos muito disso acontecer ao longo da história e vemos isso acontecer inclusive agora no Brasil, em termos políticos. Criou-se um suposto líder nesses últimos anos. Veja bem como se se comporta as pessoas desse filme e faça a comparação com o que se vê nas frentes dos quartéis da vida aqui no Brasil hoje em dia. A mesma loucura, a mesma lavagem cerebral, a mesma insanidade. As pessoas que entram em uma lavagem cerebral de seita só saem com muito, muito tratamento psicológico. E os resultados do fanatismo são sempre horríveis, como se deixa claro no roteiro desse filme. Aliás, esse filme é recomendado especialmente para quem está delirando por aí. Tem tudo a ver com o que vemos atualmente pelas ruas no Brasil. Não seja do rebanho, não seja gado de seitas.

O Rebanho (The Other Lamb, Estados Unidos, Irlanda, Bélgica, 2020) Direção: Malgorzata Szumowska / Roteiro: Catherine Smyth-McMullen / Elenco: Raffey Cassidy, Michiel Huisman, Denise Gough / Sinopse: Líder de uma seita explora sexualmente e psicologicamente de suas seguidoras fanatizadas. História baseada em fatos reais.

Pablo Aluísio.