quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Dominados pelo Terror

Esse é um western diferente, pois não se resume em contar a história de uma família de rancheiros, usando apenas daquela velha fórmula que conhecemos tão bem, valorizando a coragem desses pioneiros que foram para o oeste. Ao contrário disso investe em dramas familiares, mostrando as complexas relações entre os irmãos que no fundo não se suportam. Robert Mitchum é o irmão do meio. Ele tem uma personalidade forte, dominante. Também tem uma visão cínica do mundo. Ele sempre tem uma frase sórdida e ácida para dizer aos seus familiares. Quando o gado começa a aparecer morto, ele sai a cavalo ao lado de seu irmão mais velho para caçar a pantera negra que estaria matando os bovinos de seu rancho.

O lugar é inóspito, localizado no alto das montanhas de Montana, onde há muito neve e perigos em todos os lugares. Há um velho nativo que mora com a família. Ele tem visões sobrenaturais com a pantera, como se essa fosse uma manifestação do mundo espiritual. No fundo o animal funciona dentro do roteiro quase como uma metáfora da própria morte. O resultado é no mínimo estranho. Há um clima sombrio e de trevas que atravessa todo o filme, algo muito surreal e pouco comum em filmes de faroeste. Os mais velhos não são sábios, mas sim pessoas desprovidas de esperança, de boas virtudes. O velho pai do personagem de Mitchum vive atrás de sua garrafa de whisky que esconde em todas as partes do casarão, a mãe é uma mulher dura, com ares de fanatismo religioso. Um clima nada bom, em um filme com um tom tão escuro que em determinados momentos causa até mesmo agonia no espectador.

Dominados pelo Terror (Track of the Cat, Estados Unidos, 1954)  Direção: William A. Wellman / Roteiro: A.I. Bezzerides, baseado na novela escrita por Walter Van Tilburg Clark / Elenco: Robert Mitchum, Teresa Wright, Diana Lynn, Tab Hunter / Sinopse: Dois irmãos de uma família de rancheiros sobem às montanhas para caçar uma pantera negra que estaria matando todo o gado de seu rancho. No caminho encontram não apenas um animal comum, mas também uma manifestação sobrenatural da própria morte.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Dívida de Sangue

Título no Brasil: Dívida de Sangue
Título Original: Cat Ballou
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Elliot Silverstein
Roteiro: Walter Newman, Frank Pierson
Elenco: Jane Fonda, Lee Marvin, Michael Callan, Nat 'King' Cole
  
Sinopse:
A jovem e educada Catherine Ballou (Jane Fonda) retorna para sua cidade natal, Wolf City, após longos anos estudando fora. Seu pai, um pequeno fazendeiro da região, anda ameaçado por bandidos e pistoleiros. Após sua morte ela decide reunir um grupo para se vingar de seu assassinato. Contrata o famoso pistoleiro Kid Shelleen (Lee Marvin), mas logo descobre que ele não faz jus ao seu nome e nem à sua fama, pois passa os seus dias completamente embriagado, mal se sustentando na sela de seu cavalo. Desesperada, Catherine resolve então  assumir a identidade de Cat Ballou, a musa e rainha dos Foras-da-Lei. Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Lee Marvin). Também indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Música e Melhor Canção Original ("The Ballad of Cat Ballou" de autoria de Jerry Livingston e Mack David). 

Comentários:
Passa longe de ser um western convencional. Se trata na realidade de uma comédia musical muito divertida que procura brincar com todo o bom humor com os clichês dos filmes de faroeste. O enredo pode ser descrito até mesmo como cartunesco ou uma peça de teatro bufa. Há inclusive elementos bem teatrais em seu desenvolvimento, como os dois cantores (ou seriam menestréis?) que vão contando a divertida história da pistoleira e fora da lei Cat Ballou. É claro que o espectador não deve levar nada, mas absolutamente nada mesmo, à sério, pois tudo se desenvolve nesse divertido tom de farsa meio maluca. Em termos de elenco temos dois destaques absolutos. O primeiro, como não poderia deixar de ser, vem da preciosa presença da maravilhosa e linda Jane Fonda. Ainda bem jovem, ela demonstra ter um timing incrível para o humor. Sua personagem começa como uma jovem inocente, recém saída de uma escola para moças de fino trato. De volta à fazenda do pai, um sujeito tosco e rude, ela precisa mudar sua forma de ser, principalmente depois que entende que ele anda ameaçado por pessoas inescrupulosas que desejam tomar suas terras. Depois da morte de seu querido pai, não há outra maneira a não ser cair no mundo do crime, assaltando um trem com um belo carregamento de ouro para o pagamento de trabalhadores da estrada de ferro. Jane, na flor da idade, era belíssima. Seu pai, o grande Henry Fonda, provavelmente teve orgulho dessa sua atuação. 

O outro grande ponto de destaque desse elenco vem com o fantástico Lee Marvin. O ator, que se notabilizou pelos personagens maus e vilões em filmes de western, deixou a vaidade pessoal de lado a abraçou a comédia escrachada com um brilhantismo digno de aplausos. Ele interpreta dois pistoleiros. Um é o vilão, um sujeito mal encarado e sempre disposto a matar, desde que lhe paguem bem. Todo vestido com um figurino negro, lembra os antigos personagens de Marvin nos filmes de Randolph Scott. O outro é uma lenda das publicações baratas, Shelleen Kid. Se nos pequenos panfletos (que eram bem populares na época) ele surgia como um herói sem máculas, na vida real não passava de um  alcoólatra, caindo pelos cantos, implorando por mais uma dose de whisky barato. Lee Marvin transformou seu papel em um pateta e está muito divertido em sua caracterização, a ponto inclusive de ter sido premiado com o Oscar por sua atuação, em um reconhecimento mais do que merecido. Por fim e não menos importante é bom ressaltar a presença da lenda da música americana Nat 'King' Cole, intercalando o divertido enredo com seu talento maravilhoso, cantando as músicas do filme. Em suma, uma comédia divertida, bem humorada, para se assistir com extrema leveza. Se você gosta de faroestes e não se importa que transformem alguns clichês do gênero em uma piada engraçada, certamente vai gostar do resultado. O importante é relaxar e se divertir o máximo possível.

Pablo Aluísio.

A Lei da Coragem

Título no Brasil: A Lei da Coragem
Título Original: Two-Fisted Law
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: D. Ross Lederman
Roteiro: William Colt MacDonald, Kurt Kempler
Elenco: Tim McCoy, John Wayne, Alice Day, Wheeler Oakman, Tully Marshall, Wallace MacDonald

Sinopse:
Tim Clark (Tim McCoy), um pacato e honesto rancheiro do Texas, vê sua paz e tranquilidade acabar quando alguns mineradores encontram prata nas montanhas que circulam sua propriedade rural. Agora todos cobiçam seu rancho e querem liquidá-lo para colocar as mãos no rancho que lhe pertence.

Comentários:
John Wayne se saiu tão bem na fita anterior que foi produzida pela Columbia Pictures que logo foi escalado também para outro bang-bang de Tim McCoy. Esse segundo filme, também rodado e lançado em 1932 se chamava "A Lei da Coragem" (Two-Fisted Law). O roteiro era bem simples, mas movimentado e divertido. No centro da trama tínhamos um pacato rancheiro que acaba se vendo no meio de uma disputa por prata nas montanhas próximas de sua propriedade rural. Curiosamente nesse filme John Wayne usou o nome de Duke, que nomeava seu personagem e que também era o seu apelido pessoal, bem conhecido de todos que frequentavam sua recém comprada casa em Hollywood. O Duke do roteiro foi levado pelo próprio Duke, ou seja, ele mesmo, John Wayne. Algo que soava bem familiar para todos os seus amigos próximos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Família e Honra

Título no Brasil: Família e Honra
Título Original: The Timber
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: MediaPro Studios
Direção: Anthony O'Brien
Roteiro: Steve Allrich, Anthony O'Brien
Elenco: James Ransone, Elisa Lasowski, Mark Caven
  
Sinopse:
Dois jovens, que vivem no rancho deixado pelo pai que há muito desapareceu, são informados que a hipoteca de sua propriedade em breve será executada e eles perderão tudo. Só há um meio de evitar isso: pagando o que devem para o banco. Desesperados, sem ter o dinheiro necessário para pagar as dívidas, eles decidem sair em caçada do próprio pai, um homem que é foragido da lei cuja recompensa foi estimada em mais de vinte mil dólares, um valor que serviria para que eles pagassem ao banco, mantendo seu rancho na família. Refugiado há muitos anos no alto de uma montanha distante e isolada a busca por ele será uma verdadeira jornada de vida ou morte.

Comentários:
Infelizmente não se fazem mais bons filmes de faroeste como antigamente. Veja o caso dessa produção. Lançada diretamente no mercado de venda direta ao consumidor nos Estados Unidos a fita apresenta vários problemas. O enredo é dos mais simples, o que me fez até mesmo lembrar de alguns westerns do passado. O problema central é que o diretor Anthony O'Brien não parece ter tido a habilidade necessária para contar sua história, o que é de se admirar pois não há muito o que contar. Basicamente é a busca de dois jovens ao pai, um sujeito foragido e com a cabeça a prêmio, com vinte mil dólares de recompensa. Passada a apresentação da história eles partem em busca dele em uma montanha nevada. Sinceramente não haveria maiores problemas em se contar algo tão básico. A direção porém consegue complicar até mesmo um enredo simples como esse. Em determinado momento a edição fica confusa, truncada demais. A sensação que temos é que houve um corte brutal nos acontecimentos (provavelmente houve mesmo por causa da pouca duração dessa versão, com pouco mais de oitenta minutos de duração). 

Assim os fatos do enredo vão surgindo de forma atropelada, muitas vezes sem maiores explicações. Só para se ter uma ideia do que estou escrevendo em determinado momento eles entram numa caverna para se alojar do clima hostil e lá encontram uma espécie de "homem-urso" que surge do nada e desaparece sem maiores explicações! Depois quando chegam a um acampamento de mineradores no alto da montanha são aprisionados e torturados por um homem que cita passagens bíblicas enquanto os tortura! Por quê? O roteiro não explica! Curiosamente as personagens femininas (as duas mulheres que ficam no rancho) parecem ser mais interessantes do que os dois irmãos em sua caçada, mas o diretor erra novamente ao não desenvolver nenhuma delas de forma minimamente satisfatória. Como o filme em si é mal desenvolvido o espectador começa rapidamente a perder o interesse. O bocejo assim se torna inevitável. Em suma, um filme fraco que se salva apenas pelas bonitas paisagens onde foi filmado, uma região de neve espessa e eterna no arredores de Bucareste, na Romênia. Fora isso "The Timber" deixa muito a desejar em termos de roteiro e edição, sendo essa simplesmente desastrosa.

Pablo Aluísio.

O Soldo do Diabo

Título no Brasil: O Soldo do Diabo
Título Original: Man in the Shadow
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jack Arnold
Roteiro: Gene L. Coon
Elenco: Jeff Chandler, Orson Welles, Colleen Miller, Ben Alexander
  
Sinopse:
Ben Sadler (Jeff Chandler) é o xerife de uma pequena cidade do oeste americano. Por lá não costumam ocorrer muitos crimes, na maioria das vezes são apenas bebedeiras e pequenos incidentes que acontecem no saloon da rua principal. Não há nada mesmo de muito  grave para se fazer na vida de um homem da lei. As coisas mudam quando um trabalhador mexicano vai até a delegacia de Ben e lhe denuncia um assassinato ocorrido justamente no maior rancho da região, o Império Dourado. Um jovem capataz teria sido brutalmente espancado e morto após ficar muito próximo da filha do patrão, o poderoso rancheiro Virgil Renchler (Orson Welles). Agora Ben precisará investigar o suposto crime ao mesmo tempo em que sofrerá todo tipo de pressão para não seguir em frente com seu trabalho.

Comentários:
"Man in the Shadow" se passa no moderno oeste americano. Em certos momentos me lembrou muito do clássico "Matar ou Morrer", memorável filme de western dirigido por Fred Zinnemann e estrelado por Gary Cooper. As semelhanças existem porque ambos os enredos mostram um honesto xerife precisando lidar praticamente sozinho com a aplicação da lei e da ordem numa cidadezinha perdida no oeste. Para o protagonista interpretado por Jeff Chandler a situação é ainda mais delicada porque o alvo de suas investigações é justamente o homem mais rico e poderoso da região, Virgil Renchler (Orson Welles). Arrogante e se considerando acima da lei, ele não aceita que suas imensas terras se tornem o palco das investigações do xerife. Para piorar o homem da lei não consegue encontrar maiores pistas a não ser o testemunho de uma velho empregado do rancho que teria visto tudo. Depois que ele também é encontrado morto não existem mais dúvidas que um grande plano de acobertamento está mesmo sendo feito, tudo para que os verdadeiros assassinos não sejam punidos. 

Gostei bastante de "O Soldo do Diabo " pois é um filme de curta duração (com pouco mais de 70 minutos) que consegue contar muito bem sua história. O elenco tem dois grandes destaques. O primeiro é o galã de cabelos grisalhos Jeff Chandler. O xerife que interpreta é um homem honesto e íntegro que precisa lidar até mesmo com a hipocrisia da sociedade na cidade onde trabalha. Mesmo todos sabendo que algo muito errado aconteceu no rancho eles não querem que nada seja investigado, uma vez que a maioria deles dependem economicamente de seu proprietário. O outro grande destaque vem com a presença do grande Orson Welles. Consagrado como cineasta de grande talento sempre achei seu trabalho como ator muito subestimado. Seu personagem nesse filme é um achado. Ele é um sujeito que acredita que sua riqueza e poder o deixam completamente imune a qualquer tipo de lei. Violento com as pessoas se mostra particularmente vulnerável quando se trata de sua única filha. Esse excesso de proteção em relação a ela acaba sendo seu grande erro pois seus capangas acabam cometendo um erro fatal. Em suma, bom faroeste que vai fundo sobre a culpa coletiva que muitas vezes surge dentro de uma sociedade assolada pelo crime e pela morte.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Marcha de Heróis

Título no Brasil: Marcha de Heróis
Título Original: The Horse Soldiers
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Ford
Roteiro: John Lee Mahin, Martin Rackin
Elenco: John Wayne, William Holden, Constance Towers
  
Sinopse:
Durante a guerra civil americana o Coronel John Marlowe (John Wayne) da União recebe uma missão ousada e perigosa. Ele precisará adentrar o território inimigo, indo em direção ao coração do sul rebelde e confederado, para destruir uma importante estação ferroviária chamada Newton, que está sendo usada como uma vital via de reposição de tropas e recursos para os exércitos sulistas. A empreitada, praticamente suicida, acaba colocando frente a frente dois oficiais que não se dão muito bem, o próprio Marlowe e o Major Henry Kendall (William Holden), médico cirurgião do exército. A marcha acaba se revelando uma jornada de superação e heroísmo. Filme indicado ao Directors Guild of America na categoria de Melhor Direção (John Ford).

Comentários:
O mestre John Ford (1894 - 1973) elevou o gênero Western a um novo patamar. Ele recriou a mitologia do velho oeste e consagrou um dos mais importantes fenômenos cinematográficos da história. Os faroestes dirigidos por Ford não se contentavam apenas em contar boas histórias, em excelentes produções, mas também criar toda uma nova mitologia americana, louvando a bravura do homem do oeste. Aqui o foco se dirige em direção à guerra civil, o conflito armado que mais ceifou vidas americanas durante toda a história daquela nação. Wayne interpreta esse velho Coronel, um sujeito durão, formado pelas adversidades da vida. No passado ele viu seu filho morrer por causa de uma imperícia médica e por essa razão acabou criando uma aversão natural por médicos em geral. Ao ter que lidar com o cirurgião Henry Kendall (Holden) durante uma perigosa missão rumo ao sul as coisas realmente começam a sair do controle. O roteiro, muito bem estruturado e dividido em pequenas tramas independentes que vão sendo exploradas ao longo do filme, se revela muito acima da média, investindo bastante nas relações humanas de todos os personagens. 

Isso não se limita ao tenso convívio entre o durão Coronel e o médico cirurgião de sua tropa, mas também em relação a uma dama sulista, Miss Hannah Hunter (Constance Towers), que eles precisam levar a tiracolo depois que ela descobre importantes planos da União. Não demora muito e o Coronel acaba desenvolvendo sentimentos em relação à mocinha, uma velha presença constante na obra de Ford, sempre procurando também trazer um pouco de  romance mesmo em suas tramas essencialmente masculinas e feitas para os homens dos anos 50. Ford também se dá ao luxo de colocar o Coronel interpretado por John Wayne em crise existencial ao perceber que ele no final das contas está destruindo aquilo que construía antes da guerra (já que o velho Coronel Marlowe foi engenheiro ferroviário antes da guerra civil). Em um bar, ouvindo as dinamites explodirem as linhas de trem, o velho oficial finalmente desaba e tem um ataque de nervos, algo incomum para um típico herói de faroestes daquela época. O bom humor também não é deixado de fora pelo roteiro. Os sulistas que surgem geralmente são caipirões indigestos e o conflito iminente entre a cavalaria da União e uma guarnição sulista composta apenas por garotos da escola militar acabam gerando os momentos mais divertidos de todo o filme. O clímax também é ótimo, na travessia da ponte que significa a salvação e a liberdade para aqueles bravos soldados da União. Assim não existe outra qualificação para "The Horse Soldiers", pois é uma obra cinematográfica realmente grandiosa que faz jus a toda genialidade de seu diretor. Um faroeste que jamais poderá faltar em sua coleção. Realmente imprescindível!

Pablo Aluísio.

Texas Rising

Título no Brasil: Texas Rising
Título Original: Texas Rising
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: A+E Studios, ITV Studios America
Direção: Roland Joffé
Roteiro: Darrell Fetty, Leslie Greif
Elenco: Bill Paxton, Stephen Monroe Taylor, Trevor Donovan
  
Sinopse:
Série de western que se propõe a contar eventos históricos marcantes da colonização do velho oeste americano, entre eles a guerra que definiu os rumos do estado do Texas, quando um exército americano liderado por Sam Houston (Bill Paxton) se empenhou bravamente em expulsar as tropas mexicanas sob comando do general Antonio Lopez de Santa Anna (Olivier Martinez) de seu território, logo após o massacre do forte Álamo.

Comentários:
Embora tenha assistido ainda apenas alguns episódios dessa nova série "Texas Rising" já me sinto plenamente confortável em recomendá-la. A produção é excelente e o roteiro consegue mesclar o lado histórico do surgimento do Texas como estado livre e independente a cenas extremamente bem realizadas no campo de batalha. Um dos personagens centrais, como não poderia deixar de ser, é o comandante Sam Houston (Bill Paxton). No primeiro episódio ele se encontra com suas tropas estacionadas em uma colina e envia homens para descobrir os desdobramentos da chegada do exército do general mexicano Santa Anna no forte Álamo. As notícias porém são as piores possíveis. Mesmo lutando bravamente por vários dias o forte finalmente caiu, após todos os seus combatentes serem mortos sem piedade pelo exército inimigo. A série começa justamente aqui, no dia seguinte ao colapso do Álamo, que ao longo dos anos viraria um importante símbolo para o povo texano, uma verdadeira bandeira de sua luta contra as forças vindas de um México ditatorial, tirano e sanguinário. Naquele momento histórico o que o povo do Texas mais almejava era a liberdade proporcionada pela federação norte-americana que estava se formando. A República do Texas estava nascendo exatamente naquele conflito. Assim "Texas Rising" satisfaz até mesmo o mais exigente dos espectadores. Tem ótima reconstituição de época, bom roteiro, direção precisa e elenco afinado. Tudo isso somado ao fato de termos agora uma nova série de western para acompanhar na TV, o que convenhamos é uma ótima notícia.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Pistoleiros em Duelo

Título no Brasil: Pistoleiros em Duelo
Título Original: Gunfight in Abilene
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: William Hale
Roteiro: Berne Giler, John D.F. Black
Elenco: Bobby Darin, Emily Banks, Leslie Nielsen, Donnelly Rhodes
  
Sinopse:
Durante a Guerra Civil Americana o Major Cal Wayne (Bobby Darin) mata acidentalmente um companheiro de armas. Quando a guerra chega ao fim ele decide retornar para sua cidade natal, Abilene, onde havia sido xerife antes de se alistar no exército confederado. Curiosamente todos pensavam que ele estava morto, inclusive seu grande amor, Amy Martin (Emily Banks), que agora está comprometida, prestes a se casar, com o rico homem de negócios Grant Evers (Leslie Nielsen), justamente o irmão do homem que Cal matou de forma acidental no front.

Comentários:
Faroeste B da Universal que tentou lançar o cantor Bobby Darin como astro em Hollywood. Não deu muito certo. Darin tinha uma bela voz e chegou a gravar excelentes discos, a maioria deles seguindo o estilo de seu grande ídolo Frank Sinatra. Como ator porém ele era muito limitado, mesmo para filmes que não exigissem muito no quesito atuação. Aqui ele interpreta um veterano confederado que ficou traumatizado após matar seu próprio amigo durante a confusão de uma batalha sangrenta. De volta para a vida civil ele tenciona se casar com a namoradinha que havia deixado em Abilene, mas boatos de que teria morrido em campo fizeram com que ela se comprometesse com outro homem, bem mais velho porém extremamente bem sucedido no ramo de pecuária. Esse curioso personagem que usa um braço de madeira por ter perdido em um acidente muitos anos antes é interpretado por Leslie Nielsen. Bom, se você gosta de cinema certamente se lembrará do senhor grisalho que estrelou diversas comédias escrachadas ao estilo "Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu!". Essa foi uma fase tardia de sua carreira e a que ele mais teve sucesso comercial. Na década de 1960 o ator ainda interpretava sujeitos durões em filmes como esse. No geral "Gunfight in Abilene" é um bom western. Tem um roteiro redondinho, bem escrito e por ser um filme curtinho jamais aborrece o espectador. O grande fraco em termos de elenco vem mesmo da atuação modesta de Darin que como ator não convencia. Pena que ele não cante em cena, embora desfile uma boa performance na canção "Amy" que abre e fecha o filme. Enfim, vale pelo menos pela diversão ligeira.

Pablo Aluísio.