domingo, 20 de fevereiro de 2005

Elvis Presley - Can´t Help Falling in Love / Rock a Hula Baby

Single lançado pela RCA em novembro de 1961. Esse lançamento rompeu com uma certa independência que os singles de Elvis vinham mantendo em relação aos álbuns, pois foi meramente extraído da trilha sonora de "Blue Hawaii" (Feitiço Havaiano, no Brasil). Já que o disco havia vendido milhões de cópias muitos executivos da RCA achavam desnecessário o lançamento desse single pois não havia novidades, apenas reprises do que já havia sido lançado na trilha. Venceu porém o argumento daqueles que queriam pegar carona no grande sucesso comercial de "Blue Hawaii". Até porque "Can't Help Falling in Love" estava muito badalada, tocando bastante nas rádios. Não poderia se ignorar aquele público consumidor que só queria adquirir a música, sem necessidade de comprar toda a trilha com aquele monte de canções havaianas. Afinal de contas ela era de fato a principal canção do filme. Bem executada, com bela melodia e letra interessante, foi um dos grandes hits da carreira de Elvis. Conseguiu até chegar ao topo da Billboard na categoria Easy Listening, recebendo disco de platina por ter vendido mais de um milhão de cópias.

Por essa época a grande novidade musical do momento era o Twist. Uma dança que se tornou muito popular nos Estados Unidos invadindo as paradas com o sucesso comercial da canção de Chubby Checker. Até o presidente JFK se dizia fã da nova moda! Nos salões de dança, nos bailes, todo mundo estava dançando o tal Twist. Como Elvis era o principal produto comercial da RCA a empresa logo providenciou um twist para Elvis também e ele foi justamente o lado B desse single, "Rock A Hula Baby". Agora imaginem a loucura de se misturar música havaiana com twist! Assim o trio de compositores Wise, Weisman e Fuller teve que se virar para criar algo tão fora do comum como isso. O resultado se mostra abaixo do esperado. Na verdade a canção que se propunha a ser havaiana e twist ao mesmo tempo conseguiu não ser nem uma coisa, nem outra. Desde a primeira vez que a ouvi achei seu ritmo bem estranho e fora de sincronia, algo que se confirma cada vez que a escuto. De qualquer forma o single foi salvo do esquecimento e da irrelevância justamente por causa da maravilhosa "Can't Help Falling in Love", essa sim uma canção inesquecível.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de fevereiro de 2005

Elvis Presley - I Feel So Bad / Wild in the Country

Para acalmar um pouco os ânimos dos críticos que afirmavam que depois que voltou do exército Elvis só gravava baladonas, a RCA Victor resolveu lançar no mercado um novo single de Elvis Presley. Detalhe importante: a canção principal não era uma balada romântica mas sim um blues conceituado. Era uma releitura acelerada de Elvis para "I Feel So Bad" canção originalmente gravada em 1953 por seu autor, Chuck Willis. Esse foi um nome importante do som de Atlanta. Cantor e compositor, Willis foi um artista de peso e importância no surgimento e popularização do R&B para o público branco na década anterior. Infelizmente morreu muito jovem, com apenas 30 anos, em 1958. Elvis sempre foi um admirador do estilo dançante e contagiante de Willis, tanto que quando entrou em estúdio para gravar seu novo single ele lembrou desse antigo hit sulista. Os arranjos foram os mais próximos possíveis ao do cantor original. Agindo assim Elvis mostrava um respeito intencional com a canção e seu autor. Anos depois, quando retornou aos palcos, Elvis novamente ressuscitaria um velho sucesso de Chuck, a famosa e muito conhecida "C.C. Rider" ou "See See Rider", que usaria geralmente no começo de suas apresentações.

Para o lado B a RCA encaixou a música tema do novo filme de Elvis que chegava nas salas de cinema naquele momento, "Wild In The Country", tema composto sob encomenda pelos estúdios Fox. Como Elvis vinha de uma sucessão de hits número 1, criou-se novamente uma grande ansiedade no mercado. Os números iniciais porém mostraram uma recepção bastante morna ao single. As rádios até se empenharam em divulgar a nova música de Elvis mas apesar de sua grande qualidade a canção não conseguiu virar um hit comercial. Com muito esforço da RCA a música só conseguiu alcançar um suado quinto lugar na semana de seu lançamento, caindo várias posições nas semanas seguintes. Na Inglaterra se saiu bem melhor, chegando entre as quatro mais vendidas mas mesmo por lá o resultado ficou abaixo do que era esperado, afinal todos aguardavam por mais um grande sucesso na voz do cantor mais popular do mundo. De qualquer maneira se não foi o sucesso de vendas tão esperado pelo menos ganhou boas resenhas nos principais jornais americanos. Aquele era o espírito que tinha transformado Elvis no fenômeno musical que todos conheciam. Era uma gravação com pique, energia, garra e sentimento, mostrando que a velha chama roqueira ainda brilhava na alma de Elvis Presley.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Surrender / Lonely Man

O primeiro single de Elvis Presley em 1961 surgiu nas lojas com as músicas "Surrender" (uma versão do clássico italiano "Torna A Surriento") e "Lonely Man". Era simples de entender que na verdade "Surrender" era uma tentativa de reviver o sucesso de "It´s Now or Never" que havia vendido milhões de cópias ao redor do mundo no ano anterior. Essa era uma regra não escrita dentro da carreira de Elvis. Se algo deu certo, a mesma fórmula seria repetida em futuros lançamentos. Algumas vezes dava certo (como aqui), mas em outras levavam à saturação (como aconteceu com suas trilhas sonoras de filmes nos anos 60).

De qualquer forma o single vendeu bem e vendeu bastante. Não repetiu o sucesso comercial de "It´s Now or Never", mas foi sem dúvida um compacto simples de sucesso. Os imigrantes (e filhos de imigrantes) italianos nos Estados Unidos bateram palmas para a versão de Elvis. Todos gostaram e a música começou a tocar nas cantinas italianas por todo o país, ao lado dos discos de Dean Martin e Mario Lanza. No lado B a RCA Victor encaixou uma bela balada, "Lonely Man", uma canção romântica vinda de Hollywood que sempre achei bastante subestimada. Bonita, acima de tudo.

Elvis Presley - Surrender
(Estados Unidos, 1961, 7", 45 RPM, Single)
Lado A:  
Surrender (Doc Pomus, De Curtis, Mort Shuman)
Lado B:
Lonely Man (Bennie Benjamin, Sol Marcus)

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

Elvis Presley - Wild In The Country

Assim como aconteceu com "Flaming Star" a trilha sonora de "Wild In The Country" (Coração Rebelde, no Brasil) foi completamente negligenciada pela RCA Victor. As canções foram usadas na maioria das vezes como tapa buracos de outros discos e singles. Oficialmente Elvis deixou cinco canções gravadas para o filme. A RCA as jogou ao acaso dentro de sua discografia. 

A canção título, "Wild In The Country" virou Lado B do single "I Feel So Bad". "Lonely Man", a boa baladinha com toques country, não teve melhor sorte indo parar também no Lado B de outro single, "Surrender". "I Slipped I Stumbled I Feel" foi encaixada como faixa bônus do álbum "Something For Everybody". Por fim, sem ter onde lançar no mercado a gravadora resolveu arquivar as canções "In My Way" e "Forget Me Never". Elas ficariam pegando poeira por longos três anos nos arquivos da RCA Victor até serem finalmente lançadas no mercado no álbum "Elvis For Everyone", um título que escondia a verdadeira intenção da RCA: tentar ganhar algo com músicas que tinham ficado no limbo, arquivadas, sem destino comercial certo. Uma colcha de retalhos musical.

Mas afinal o que explicava esse pouco interesse pela gravadora de Elvis por essas faixas de trilhas sonoras? Para a RCA as canções tinham pouco apelo comercial. Eram em sua maioria baladinhas desplugadas sem grande força para se destacar no concorrido mercado musical americano. Nem o fato de Elvis ser o vocalista mudou essa opinião. Os fãs de Elvis reclamaram, afinal por essa época já havia vários colecionadores da música de Presley, pessoas que queriam ter tudo o que fosse relacionado ao cantor. A RCA entendeu o recado e a partir desse ponto adotou a estratégia de lançar pequenos compactos duplos com as trilhas sonoras desses filmes menores da carreira de Elvis. "Follow That Dream" e "Kid Galahad" seriam beneficiados por essa decisão. 

Até mesmo "Tickle Me" que não tinha faixas próprias recebeu o devido cuidado por parte da RCA com o lançamento de um compacto duplo com todas as canções do filme. Só a partir de 1968 é que a RCA voltaria a desistir de seguir por esse caminho, fato que deixou os últimos filmes de Elvis sem lançamento de suas trilhas no mercado americano, nem mesmo em EP. Os péssimos resultados comerciais de trilhas como "Easy Come, Easy Go" cancelariam futuros lançamentos. Era um reflexo no mundo do disco da derrocada da carreira de Elvis Presley no cinema.

Elvis Presley - Wild In The Country (1961)
Wild In The Country
Lonely Man
I Slipped I Stumbled I Feel
In My Way
Forget Me Never

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Flaming Star (1960)

Muita gente se decepcionou com a trilha sonora desse filme. Os fãs queriam uma trilha sonora completa, aos moldes de "Saudades de um Pracinha", um álbum completo, com dez ou doze faixas para colecionar. Só que ao invés disso a RCA apresentou um minguado compacto duplo com poucas canções. Foi decepcionante. Esse tipo de coisa iria levantar a atenção do Coronel Tom Parker que a partir daí iria sempre pressionar a RCA Victor a lançar discos inteiros de trilhas de seus filmes. Acontece que a trilha sonora de "Estrela de Fogo" só contava com apenas 5 músicas, sendo que uma delas nada mais era uma versão diferente, com outra letra, pouco modificada da música tema. Assim, se formos pensar bem, só havia mesmo 4 canções gravadas em estúdio para esse filme. Não havia material nem mesmo para completar um dos lados do LP, caso ele fosse programado realmente.

Depois de "G.I. Blues" Elvis colocou na cabeça que queria ser um grande ator de cinema, ao estilo Marlon Brando e James Dean, seus grandes ídolos. E músicas não faziam parte desse menu. Elvis só esqueceu que seu grande talento pessoal era para a música e não para a arte de atuar, algo que exigia dele outros talentos, completamente diferentes de ter uma bela voz e saber cantar bem. Como o tempo iria provar ele estava errado nesse tipo de pensamento. "Estrela de Fogo" certamente foi um dos bons filmes de sua carreira, mas não fez muito sucesso. Nada comparado com o hit de "Saudades de um Pracinha", esse sim um projeto que valorizava seu lado superstar, de cantor de sucesso. De qualquer maneira uma coisa era certa, essa trilha sonora de "Flaming Star" era apenas uma trilha sonora incidental, praticamente. O que foi uma tremenda decepção para quem queria comprar os discos de Elvis naquela época.

Uma enorme bagunça. Assim poderia definir tudo o que fizeram com a trilha sonora do filme “Flaming Star”. Para inicio de conversa mais da metade das canções do filme não foi lançada na época. Apenas “Flaming Star” e “Summer Kisses, Winter Tears” saíram regularmente em um compacto duplo chamado “Elvis by Request”, o resto das músicas foram esquecidas, arquivadas e ficaram inéditas por anos a fio. E afinal qual teria sido a melhor decisão? Ora, não é preciso ir muito longe para perceber que a RCA deveria ter lançado um EP (compacto duplo) com as cinco canções – algo que faria depois em trilhas sonoras com “Kid Galahad” e “Follow That Dream”. Isso seria em um mundo perfeito mas nada disso aconteceu. Elvis gravou as canções do filme (ele não queria pois em seu entender precisava apenas atuar bem no filme) e a RCA praticamente nada fez com elas no mercado. Provavelmente “Flaming Star” tenha sido a trilha sonora de Elvis Presley mais negligenciada de sua carreira. As músicas que chegaram ao mercado não fizeram sucesso e as que foram arquivadas ficaram no limbo por anos, esquecidas completamente.
   
Fazendo uma rápida retrospectiva: “Britches” só chegou ao mercado fonográfico muitos anos depois no álbum “A Legendary Performer, Volume 3”. “A Cane and a High Starched Collar”não teve melhor sorte. Apesar de aparecer no filme e ter um bom embalo também nunca foi lançada na época, só sendo colocada timidamente no disco “A Legendary Performer, Volume 2”. Por fim a estranha e desnecessária "Black Star" arranjou um espaço no LP “Collectors Gold”. Pra falar a verdade a trilha sonora só foi reunida de fato pela RCA na série Double Features, que nos anos 90 conseguiu trazer alguma organização para a extremamente bagunçada discografia de Elvis nos anos 60. Nessa edição além da trilha completa de “Flaming Star”, o fã de Elvis ainda teria acesso às trilhas de “Wild In The Country” e “Follow That Dream”. Gosto muito dos CDs Double Features, pois além do bom gosto (com excelentes encartes e direção de arte bonita), o fã ainda tinha acesso a todas as informações como datas de gravação, autores, etc. Já para quem esteja a fim de realmente radicalizar em termos de “Flaming Star” eu recomendo o bootleg “Master and session - Flaming Star” que traz as canções oficiais e muito mais como takes e versões alternativas. Demorou décadas mas “Flaming Star” finalmente chegou ao fã de Elvis como era esperado.

As sessões de gravação da trilha sonora do filme "Estrela de Fogo" (Flaming Star, em seu título original) se deram nos estúdios Radio Recorders, em Hollywood, na Califórnia. A sessão foi coordenada e produzida pelo produtor Urban Thielmann, acompanhado do engenheiro de som Thorne Nogar. Tudo foi praticamente gravado em poucas horas em agosto de 1960. Elvis já entrava no estúdio com as músicas decoradas, uma vez que a RCA enviava para ele fitas demos com as canções gravadas por cantores da própria gravadora. Curiosamente a primeira música gravada foi "Black Star". Aliás o filme de faroeste iria ter esse título, mas depois os executivos e produtores da 20th Century Fox pensaram melhor e entenderam que o uso do termo "Black" poderia causar alguma polêmica. Não podemos nos esquecer que a questão racial estava na ordem no dia naqueles tempos. A luta pelos direitos civis da população negra dos Estados Unidos ocupavam todas as manchetes de jornais. E para potencializar ainda mais algum tipo de problema nessa questão o personagem de Elvis no filme era um mestiço. Então para não criar problemas a Fox resolveu mudar o nome do filme para "Flaming Star".

E com essa decisão Elvis precisou voltar ao estúdio para gravar outra faixa título "Flaming Star" que tinha praticamente o mesmo arranjo, a mesma letra, só mudando os termos. Saiu o "Black" e entrou o "Flaming". A versão "Black Star" ficou anos arquivada pela RCA e todo o trabalho que Elvis teve para gravá-la (foram providenciadas até três versões dela) ficaram perdidos. Outra música que foi gravada para fazer parte dos trabalhos desse filme foi "Summer Kisses, Winter Tears". A grande maioria dos fãs de Elvis, principalmente aqui no Brasil, só veio a conhecer essa gravação quando ela foi lançada no álbum "Elvis for Everyone" de 1965. Sou da opinião de que a RCA Victor deveria ter produzido um álbum desse filme. Uma trilha sonora em LP. Bastava gravar mais cinco músicas para o lado B, o que não seria nada complicado para Elvis na época e pronto, havia um disco de verdade para acomodar todas as faixas desse filme. Infelizmente não foi isso que decidiram e a maioria das músicas de "Flaming Star" simplesmente se perderam e foram desperdiçadas dentro de sua discografia.

Apesar dos esforços de Elvis, que não queria aparecer cantando de jeito nenhum nesse filme "Estrela de Fogo", o estúdio Fox conseguiu convencer ele a cantar pelo menos uma canção. A escolhida foi a baladinha country "A Cane and a High Starched Collar". Eu gosto dessa música, apesar de ser das mais simples. Basicamente apenas um arranjo acústico, para que soasse verdadeira na cena do filme, pois era um faroeste, onde o personagem contava apenas com um violão. "Britches" era igualmente simples. Também foi cogitada para ser usada no filme, em outra cena, mas Elvis se recusou com firmeza. Ele queria que esse filme fosse apenas de atuação, não de cantoria. O resultado foi outra faixa gravada e completamente desperdiçada. Ficou anos e anos arquivada, se tornando muito rara. Se nos Estados Unidos passou em brancas nuvens, imagine no Brasil. Os fãs brasileiros nem sabiam que essa canção existia.

"Flaming Star" contou com um grupo musical bem diferente do que Elvis estava acostumado a trabalhar em estúdio. Nada de Scotty Moore e seus músicos da banda usual e tradicional que Elvis usava regularmente em seus discos e singles. Como era um western da Fox, o próprio estúdio cinematográfico escolheu a banda que iria tocar com Elvis na trilha sonora. Só músico contratado da própria companhia. E a banda era formada pelos seguintes músicos: Howard Roberts no violão, Hilmer J. "Tiny" Timbrell na guitarra (esse iria trabalhar em outras ocasiões com Elvis), Michael "Meyer" Rubin no baixo, Bernie Mattinson na bateria e no acordeão James Haskell pois eram músicas de faroeste. Da turma de Elvis mesmo só compareceu na sessão o pianista Dudley Brooks e o grupo vocal The Jordanaires, contando com os vocalistas Gordon Stoker, Hoyt Hawkins, Neal Matthews e Ray Walker. A formação clássica dos Jordanaires, como se pode perceber.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Discografia Americana - 1960

Elvis Presley - Discografia Americana - 1960

Segue a relação completa de todos os álbuns (LPs) e Singles (compactos) lançados pela RCA Victor no ano de 1960. No total Elvis lançou três álbuns e três singles. Os álbuns dariam origem a outros singles, descritos na relação, mas lançados em anos posteriores. Elvis recebeu três discos de ouro por seus LPs e três discos de ouro e platina pelas vendas de seus singles. Segue abaixo a relação completa desse ano do retorno de Elvis em sua carreira artística.

Elvis Is Back! (1960)
MAKE ME KNOW IT / FEVER / THE GIRL OF MY BEST FRIEND / I WILL BE HOME AGAIN / DIRTY, DIRTY FEELING / TRHILL OF YOUR LOVE / SOLDIER BOY / SUCH A NIGHT / THE GIRL NEXT DOOR WALKING / LIKE A BABY / RECONSIDER BABY

Singles extraídos deste disco:
Such A Night / Never Ending (1964)
Easy Question / It Feels So Right (1965)

G.I.Blues (1960)
TONIGHT IS SO RIGHT FOR LOVE / WHAT'S SHE REALLY LIKE / FRANKFORT SPECIAL / WOODEN HEART / G.I.BLUES / POCKETFUL OF RAINBOWS / SHOPPIN' AROUND / BIG BOOTS / DIDJA' EVER / BLUE SUEDE SHOES / DOIN' THE BEST I CAN

Singles extraídos deste disco:
Blue Christmas / Wooden Heart (1964)
Puppet on the String / Wooden Heart (1965)

His Hand in Mine (1960)
HIS HAND IN MINE / I'M GONNA WALK DEM GOLDEN STAIRS / IN MY FATHER'S HOUSE (ARE MANY MANSIONS) / MILKY WHITE WAY / KNOWN ONLY TO HIM / I BELIEVE IN THE MAN IN THE SKY / JOSHUA FIT THE BATTLE / HE KNOWS JUST WHAT I NEED(JESUS KNOWS WHAT I NEED) / SWING DOWN, SWEET CHARIOT / MANSION OVER THE HILLTOP / IF WE NEVER MEET AGAIN / WORKING ON THE BUILDING

Singles extraídos deste disco:
Crying In The Chapel / I Believe in The Man In the Sky (1965)
Joshua Fit The Battle / Known Only To Him (1966)
Milky White Way / Swing Down Sweet Chariot (1966)
His Hand In Mine / How Great Thou Art (1969)

Relação de Singles 1960:
Stuck on You / Fame and Fortune
It's Now or Never / A Mess of Blues
Are You Lonesome Tonight? / I Gotta Know

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

Elvis Presley - Are You Lonesome Tonight? / I Gotta Know

Esse foi o terceiro e ultimo single de Elvis Presley a ser lançado em 1960. É bem curioso o fato da canção escolhida ter sido justamente “Are You Lonesome Tonight?”, uma versão de uma música muito antiga que trazia inclusive uma parte declamada, como era bem comum no início do século XX. Elvis que já vinha sendo criticado em certos jornais e revistas por ter deixado o bravo rock ´n´ roll de lado em suas gravações não teve qualquer receio de lançar um single que aprofundava ainda mais essa distância. Elvis e o Coronel Parker pareciam cada vez mais inclinados a assumirem o fato de que Elvis era agora um cantor romântico, de repertório suave, com canções e baladas sentimentais ganhando cada vez maior destaque em seus lançamentos. A aproximação com Hollywood acentuava ainda mais esses novos rumos uma vez que Elvis estava se parecendo cada vez mais com os galãs românticos da era de ouro da capital do cinema.
   
Como o último single de Elvis, “It´s Now Or Never”, tinha sido um sucesso espetacular de vendas o mercado esperou ansiosamente pela chegada do novo compacto nas lojas. E ele de fato não decepcionou, correspondeu bem às expectativas vendendo algo em torno de 10 milhões de cópias, um número robusto, forte, que posicionava Elvis Presley ainda mais no trono de rei da música naquele momento. Certamente não era mais o roqueiro desafiador dos anos 50 mas mantinha seu status inalterado. E para o Coronel Parker todo esse sucesso de vendas só significava que os novos rumos que Elvis trilhava em sua nova musicalidade era de fato o caminho certo a seguir. Por fim uma curiosidade: “Ate You Lonesome Tonight?” foi certamente um sucesso no mundo todo mas alguns anos depois voltou às paradas numa versão divertida gravada por Elvis Presley em 1969 onde ele não conseguia conter sua risada, rindo bastante durante toda a execução da música. Na Inglaterra a “versão dos risos” de Elvis voltou a ser um novo sucesso nas rádios locais.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - FTD G.I. Blues

Lançamento do selo Follow That Dream, em CD duplo, trazendo o álbum original da trilha sonora de G.I. Blues acrescentado de muitas versões e takes alternativos, com ênfase especial na sessão de abril. Como se sabe a trilha sonora do filme foi gravada em basicamente duas rodadas de sessões. A primeira se deu em abril nos estúdios da RCA em Los Angeles. A segunda ocorreu em maio, dessa vez no Radio Recorders em West Hollywood, o estúdio preferido de Elvis na costa oeste. A segunda sessão foi interessante pois Elvis melhorou algumas faixas e tentou novos arranjos, geralmente mudando o tempo das canções. Como havia muitas melodias lembrando marchas militares nessa trilha ela acabou se tornando das mais complicadas de se gravar. Não apenas Elvis estava desacostumado com esse tipo de material como também seu grupo, por isso a RCA preferiu lapidar melhor algumas versões. E basta ouvir alguns desses registros para compreender bem isso. Ora Elvis parece descompassado, ora seu grupo vai perdendo a linha.

As faixas oficiais porém são realmente impecáveis. Isso porém não tira o prazer do ouvinte de ir percebendo bem como as coisas foram se desenvolvendo dentro dos estúdios. Um dos fatos curiosos é que Elvis preferiu gravar a maioria das canções de pé, em frente ao microfone. Mais tarde ele explicaria que assim conseguia marcar melhor o ritmo das canções, pois com as pernas livres poderia fazer sua própria marcação rítmica. Gostaria de destacar a excelente versão mais rápida de “Big Boots” que apesar de ser perfeita ficou fora do álbum oficial. Os produtores preferiram a versão em ritmo de canção de ninar o que sempre achei um equivoco, pois a “Big Boots” rápida tinha até mesmo potencial de virar um single se a RCA assim quisesse. Em termos de direção de arte não gostei da capa que foi remodelada, com um terrível coração brega ao lado de Elvis. Fiquei particularmente chateado pois a capa original de “G.I. Blues” sempre foi considerada das mais bonitas de Elvis em sua fase Hollywood. Apesar de tudo esse é certamente o CD indicado para os que gostam dessa trilha sonora. Para os amantes do vinil outra boa notícia: o título também foi lançado nesse formato. Quer algo melhor? Então é isso. Ouvir Elvis no estúdio tentando chegar no take certo é sempre um prazer renovado.

CD-1: Original album and outtakes: Tonight's Is So Right For Love / What's She Really Like / Frankfort Special / Wooden Heart / G. I. Blues / Pocketful Of Rainbows / Shoppin' Around / Big Boots / Didja' Ever / Blue Suede Shoes / Doin' The Best I Can / Tonight's All Right For Love  / Shoppin' Around  (11)  / Frankfort Special  (13)  / Big Boots (7)  / Pocketful Of Rainbows (12) / Big Boots (2)  / Tonight Is So Right For Love (4) / Tonight Is So Right For Love (1, 2)  / What's She Really Like (1, 2, 3, 4, 5) / Frankfort Special (1, 2)  / Wooden Heart (1)  / G. I. Blues (1)  / Pocketful Of Rainbows (1, 2)  / Shoppin' Around (1)  / Big Boots (1, 2) / Big Boots  (1) / Didja' Ever (1)  / Tonight's All Right For Love (1) / Doin' The Best I Can (1, 2, 3) /

CD-2: Outtakes - April Sessions: Pocketful Of Rainbows (3) / Shoppin' Around (4) / Shoppin' Around  (2, 3, 4) / Shoppin' Around (5) /  Doin' The Best I Can (4, 5, 6, 7) / Doin' The Best I Can (8, 9) /  G. I. Blues (2, 3, 4) / G. I. Blues (5) / Tonight Is So Right For Love (3) / Tonight Is So Right For Love (4) / Tonight Is So Right For Love (5, 6, 7) / Frankfort Special (3, 4, 5, 6, 7) / Frankfort Special (8) / Big Boots (3) / Big Boots (4) / Big Boots (2, 3) / What's She Really Like (6, 7) / What's She Really Like (8, 9, 10, 11) / What's She Really Like (12, 13) / Pocketful Of Rainbows (4, 5, 6, 7) / Pocketful Of Rainbows (8) / Pocketful Of Rainbows  (9) / Pocketful Of Rainbows (10) / Wooden Heart (2, 3, 4)

Pablo Aluísio.