domingo, 12 de agosto de 2018

À Beira Mar

Brad Pitt interpreta um escritor americano em crise que chega numa região bucólica da França com sua esposa (Angelina Jolie) para recuperar a inspiração literária que perdeu. O problema é que a falta de criatividade continua, tudo agravado por seu próprio casamento, que vai de mal a pior. Esse filme acabou sendo um preview do que iria acontecer no próprio casamento de Pitt e Jolie. No caso a vida imita a arte. Se no filme eles interpretam um casal que mal se suporta, que já foi tragado pelo tédio e pelo cotidiano, na vida real a situação não era melhor, tanto que o casal se separou pouco depois do fim das filmagens. Agora Jolie está processando o ex-marido por não pagar a pensão dos inúmeros filhos (grande parte deles adotado).

Produzido e dirigido por Jolie esse filme tenta imitar - sem muito sucesso - o estilo do cinema europeu dos anos 60. Isso significa um ritmo bem lento, quase parando, com valorização de cenas mais intimistas onde os personagens procuram passar seus sentimentos não por longos diálogos, mas apenas com olhares, pensamentos, atitudes, etc. Tirando uma certa repercussão em alguns festivais de cinema, turbinados pela celebridade do casal principal, o filme passou em brancas nuvens. Nem sequer chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros. Apesar de seu estilo europeu realmente não é um filme que venha a empolgar alguém, nem mesmo os que gostam mais do cinema arte, mais cult. Para muita gente vai soar longo e chato. Penso que foi um filme sobre o fim de um casamento que acabou sendo engolido por causa de suas próprias pretensões.

À Beira Mar (By the Sea, Estados Unidos, França, Malta 2015) Direção: Angelina Jolie / Roteiro: Angelina Jolie / Elenco: Brad Pitt, Angelina Jolie, Mélanie Laurent, Melvil Poupaud, Niels Arestrup / Sinopse: Casal americano em crise viaja para a costa da França. O marido quer escrever seu novo livro e a esposa tenta superar o abismo conjugal em que vive. Eles se hospedam em um hotel e descobrem que o casal do quarto ao lado está curtindo sua lua de mel, em plena felicidade e romantismo. A situação (que leva a comparação entre a infelicidade própria e a felicidade alheia) começa a incomodar ao veterano casal, agravando ainda mais sua crise de relacionamento.

Pablo Aluísio.

Hitman - Agente 47

Mais uma adaptação do mundo dos games para o cinema. Aqui temos o Hitman, o assassino profissional perfeito, fruto de uma experiência no passado onde se criou um matador sem consciência, frio e altamente eficiente. Esse personagem já havia dado origem a um filme antes, porém esse aqui é muito mais bem produzido, afinal foi realizado por um grande estúdio de cinema (Twentieth Century Fox) que resolveu apostar alguns milhões de dólares para levar o Hitman para as telas de cinema. Dirigido por Aleksander Bach o filme tem inegavelmente excelentes cenas de ação, mas faltou mesmo uma atenção maior por parte do roteiro.

As cenas com muita ação vai se sucedendo, cada uma mais bem realizada e produzida do que a anterior. Nesse ponto não precisa se preocupar, pois tudo é de primeira linha. A questão é que segurando tudo está um enredo bem fraquinho, que tenta unir as pontas, servindo apenas como um mero pretexto para a ação ininterrupta acontecer. O Hitman também funciona apenas em parte no cinema. Como é praticamente um psicopata (um matador sem emoções) fica complicado para o espectador criar algum vínculo emocional com ele. Claro que os fãs do game vão curtir, mas o resto do público, principalmente o que é mais ligado ao mundo do cinema, vai achar tudo meio vazio e sem propósito.

Hitman - Agente 47 (Hitman: Agent 47, Estados Unidos, Alemanha, 2015) Direção: Aleksander Bach / Roteiro: Skip Woods, Michael Finch / Elenco: Rupert Friend, Hannah Ware, Zachary Quinto/ Sinopse: No passado o governo americano desenvolveu um projeto genético ambicioso que procurava criar o assassino perfeito, sem emoção, sem remorso e sem culpa, apenas eficiência completa na execução de ordens. Com o cancelamento do programa o seu criador, o cientista Litvenko, simplesmente desapareceu, sem deixar vestígios. Agora dois grupos inimigos lutam para descobrir onde ele está se escondendo. A chave para achá-lo é sua filha, Katia (Hannah Ware), que pode saber onde ele vive.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de agosto de 2018

Megatubarão

O filme "Tubarão" de Steven Spielberg foi lançado há mais de 40 anos, mas continua a gerar filhotes bastardos. Fazer mais um filme sobre tubarões seria óbvio demais, então os roteiristas decidiram ir além. Ao invés de mostrar ataques de tubarões brancos eles foram ao passado atrás do maior de todos os tubarões que já existiram, o Megalodonte. Esse tubarão existiu na pré-história e seu tamanho era tão descomunal que os grandes tubarões da atualidade mais pareciam sardinhas perto dele. Então no filme temos uma equipe de pesquisa que sonda as profundezas da fossa das Marianas - o lugar onde o oceano tem a maior profundidade. Nessa expedição eles descobrem uma região inexplorada e lá acabam se deparando com um fóssil vivo, isso mesmo, o tubarão Megalodonte que ressurge de sua suposta extinção.

A partir desse ponto o filme segue o básico. Seres humanos nadando são comida fácil para esse monstro dos mares. Não se trata de um filme com produção barata, longe disso, custou 120 milhões de dólares para produzi-lo, mas a despeito disso também esqueceram de escrever um roteiro melhor, mais bem caprichado. A maior curiosidade em termos de elenco vem da presença do ator Jason Statham. Eu definitivamente não esperava ver ele saindo no braço com tubarões debaixo da água. Ele interpreta um especialista em resgate em profundezas que acaba falhando numa missão anterior onde alguns membros de sua equipe morreram. Agora, novamente contratado, ele tem uma nova chance de mostrar seu valor. Tudo mais do mesmo. De bom realmente há apenas os efeitos especiais, embora eu pessoalmente tenha percebido que o tal tubarão pré-histórico poderia ter sido melhor aproveitado.

Megatubarão (The Meg, Estados Unidos, 2018) Direção: Jon Turteltaub / Roteiro: Dean Georgaris, Jon Hoeber / Elenco: Jason Statham, Bingbing Li, Rainn Wilson / Sinopse: Jonas Taylor (Jason Statham) é um mergulhador especializado em resgate de águas profundas que é contratado para salvar uma equipe que desceu nas fossas das Marianas e lá foi atacada por uma enorme criatura. O que Taylor nem desconfia é que um Megalodonte, um tubarão gigantesco que supunha-se estava extinto, voltou das profundezas do oceano para espalhar terror e medo por onde nadar.

Pablo Aluísio.

Grande Problema

O filme na época apresentava a seguinte sinopse promocional: "As vidas de vários habitantes de Miami, de agentes publicitários a traficantes de armas, bandidos de rua, policiais a crianças em idade escolar, se cruzam com resultados humorísticos e perigosos.". O roteiro, como se pode deduzir desse pequeno texto, é ao estilo mosaico. A cidade de Miami novamente é retratada como os americanos sempre a viram, bem colorida, com vias longas (e infinitas pelo que se percebe), muito sol, calor e praias. 

O ator e comediante Tim Allen é talentoso e divertido. No Brasil pouca gente o conhece porque sua carreira foi basicamente construída no mercado das sitcons na TV americana (aqielas séries de 30 minutos de duração, comédias com palmas e risos gravados e automáticos), O filme assim é na média, nada excepcional, nada fora do comum. Como mero entretenimento porém já está de bom tamanho. 

Grande Problema (Big Trouble, Estados Unidos, 2002) Direção: Barry Sonnenfeld / Roteiro: Robert Ramsey, baseado na novela escrita por Dave Barry / Elenco: Tim Allen, Rene Russo, Stanley Tucci / Sinopse: Um grupo amplo e diversificado de moradores e habitantes de Miami passa pelas mais diversas situações, ora inusitadas, ora dramaticamente cômicas e engraçadas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Crimes Ocultos

Esse filme é baseado na história real do psicopata e serial killer russo Andrei Chikatilo. Bem no auge do regime comunista soviético ele começou a matar crianças que encontrava em estações de trem por todo o país. Como era uma espécie de caixeiro viajante (na verdade um pequeno burocrata do Estado) ele vivia viajando de cidadezinha em cidadezinha. Quando encontrava crianças sozinhas pelos lugares por onde passava as levava para o meio da floresta e ali, entre as árvores, as matava de forma brutal. Como eram lugares isolados não havia quem escutasse os gritos dos pequeninos indefesos.

O foco do filme assim se baseia no departamento de polícia que passa a investigar os crimes. Tudo era piorado por causa da propaganda comunista. Nada podia ser divulgado ao grande público porque isso seria encarado como uma falha do próprio sistema. Sem condição de alertar a população os crimes continuavam. O roteiro desse filme é bem acima da média, mostrando não apenas a brutalidade dos crimes como também a dificuldade dos policiais em desvendar a identidade do assassino em série. Com ótima reconstituição de época, esse é um dos melhores filmes sobre psicopatas assassinos da vida real que já assisti. Roteiro inteligente, aproveita também para mostrar a própria ineficiência do Estado soviético. Enquanto tentava vender a ideia para o Ocidente que era uma instituição perfeita, tudo começava a apodrecer por dentro de suas fronteiras.

Crimes Ocultos (Child 44, Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, República Tcheca, Romênia, 2015) Direção: Daniel Espinosa / Roteiro: Richard Price, baseado no livro de Tom Rob Smith / Elenco: Tom Hardy, Gary Oldman, Joel Kinnaman, Noomi Rapace / Sinopse: União Soviética. 1953. Leo Demidov (Tom Hardy) e o General Mikhail Nesterov (Gary Oldman) são dois investigadores que precisam desvendar uma série de mortes de crianças, perto de estações de trem por todo o país. Suas tentativas de solucionar os crimes esbarram no próprio Estado que não quer admitir que existam psicopatas dentro uma sociedade comunista supostamente perfeita como aquela.

 Pablo Aluísio.

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata

Bom filme original da Netflix. A história é baseada em fatos reais. A jovem escritora Juliet Ashton (Lily James) recebe certo dia uma carta enviada por um de seus leitores. Ele é um fazendeiro na ilha de Guernsey, bem no meio do Canal da Mancha. Lugar isolado, com uma pequena vila e poucas pessoas. Ele conta na carta que fundou um clube de leitura entre os moradores. Eles se reúnem todas as semanas para falar sobre livros e romances que estavam lendo. O clube teria sido fundado justamente durante a ocupação nazista na ilha, durante a II Guerra Mundial. Fascinada com essa história Juliet então decide fazer uma visita na ilha, sem saber que isso mudaria sua vida para sempre.

O filme mescla romance, drama e amor à literatura. Na ilha a protagonista acaba se encantando pelas histórias do lugar e apesar de estar noiva de um militar em Londres acaba também se apaixonando por um jovem morador local. Assim ela decide fazer das suas experiências por lá o tema de seu novo livro. O foco passa a ser a história de uma jovem moradora de Guernsey que acabou se apaixonando por um soldado alemão durante a ocupação da ilha. Ela teve uma filha do militar e acabou caindo em desgraça depois, sendo levada para um campo de concentração na Polônia. Juliet conhece sua pequena filha e fica comovida com sua história. O filme assim vai se desenvolvendo, de forma mais lenta do que o habitual, para contar essa mescla de coisas fascinantes que vai envolvendo a vida da protagonista. A atriz inglesa Lily James é uma das queridinhas do cinema britânico e por isso o filme acabou sendo bastante comentado na Inglaterra. É um bom filme, ideal para os que gostam de literatura e histórias envolvendo escritoras durante a guerra.

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata (The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society, Inglaterra, 2018) Direção: Mike Newell / Roteiro: Don Roos, Kevin Hood / Elenco: Lily James, Jessica Brown Findlay, Michiel Huisman, Nicolo Pasetti, Bronagh Gallagher, Katherine Parkinson / Sinopse: Logo após o fim da segunda guerra mundial a escritora Juliet Ashton (Lily James) recebe uma carta de um de seus leitores. Ele conta a ela que fundou um clube de leitura na ilha de Guernsey durante a ocupação nazista no lugar. A história acaba fascinando Juliet que decide ir até lá para conhecer os membros do clube.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Pronta Para Amar

O filme foi vendido na época de seu lançamento de forma equivocado. Parecia um romance ou até mesmo uma comédia romântica, porém se trata de um roteiro que conta uma história triste e dramática. A protagonista é uma jovem profissional chamada Marley Corbett (Kate Hudson), As coisas vão bem em sua vida, ela tem um bom emprego e está apaixonada pelo homem que ela acredita ser o amor de sua vida, só que tudo acaba ruindo de repente quando ela é diagnosticada com um câncer agressivo de intestino.

A diretora Nicole Kassell até tentou tratar esse tema tão pesado de forma mais leve, trazendo uma suavidade na própria personagem de Kate Hudson, só que vamos convir que não há como ter um enredo desses em um filme e ser tudo flores e risos. Por falar na Kate Hudson ela está muito bem no papel. Chegou até mesmo a engordar para trazer mais veracidade ao seu desempenho. A intenção era reproduzir o natural inchaço do corpo quando se é submetido à quimioterapia. O resto do elenco traz duas outras excelentes atrizes, Kathy Bates e Whoopi Goldberg. Por fim não custa elogiar o cenário de New Orleans, uma das cidades mais ricas do ponto de vista cultural dos Estados Unidos. Então é isso, um filme que se propunha a ser leve e alto astral, mas que não conseguiu esse objetivo justamente por causa do tema pesado que trata.

Pronta Para Amar (A Little Bit of Heaven, EUA, 2011) Direção: Nicole Kassell / Roteiro: Gren Wells / Elenco: Kate Hudson, Kathy Bates, Whoopi Goldberg, Peter Dinklage, Gael García Bernal / Sinopse: Marley Corbett (Kate Hudson) é uma jovem profissional que no momento mais feliz de sua vida descobre que tem uma doença incurável, um câncer no intestino que lhe dará poucos meses de vida  A partir daí ela começa a repensar sua vida e seus relacionamentos.

Pablo Aluísio.

Operação Resgate

Nesse filme Bruce Willis interpreta um agente da CIA que no passado sofreu uma grande perda. Sua esposa foi morta por criminosos, justamente como um plano de se vingar dele pessoalmente. Seu filho sobrevive e cria um trauma pessoal por não ter salvo a vida da mãe. Os anos passam. O rapaz cresce e decide seguir os passos do pai, também entrando na CIA. Sua chance de mostrar finalmente coragem e bravura surge quando o pai é sequestrado por uma quadrilha do crime organizado. Teria ele capacidade agora de salvar seu pai, superando todos os traumas psicológicos do passado?

Apesar de ter Bruce Willis no elenco esse é um filme bem fraco que deixa a desejar. Na verdade o velho e bom Bruce (mais conhecido como "Bruno" pelos amigos mais próximos) apenas é um chamariz de bilheteria com seu nome e rosto estampados no cartaz. Sua participação é bem pequena e pontual. Assim sobra para o jovem casal Kellan Lutz e Gina Carano segurar o filme quando Bruce Willis não está em cena. A má notícia é que eles não conseguem isso. O filme assim vai se arrastando numa sucessão de cenas de ação sem muita novidade ou originalidade. Fraco em seu resultado final esse "Operação Resgate" falha como boa diversão para os fãs de filmes de ação.

Operação Resgate (Extraction, Canadá, 2015) Direção: Steven C. Miller / Roteiro: Max Adams, Umair Aleem / Elenco: Bruce Willis, Kellan Lutz, Gina Carano / Sinopse: Harry Turner (Lutz) é um agente da CIA novato que deseja provar ao pai, um veterano da agência de inteligência, que ele tem coragem e garra para enfrentar situações perigosas. Quando seu pai Harry (Willis) cai nas mãos de terroristas internacionais que querem uma moderna arma tecnológica para dominar os meios de comunicação do globo, ele vê a grande chance de provar seu valor.

Pablo Aluísio.