sábado, 17 de fevereiro de 2018

Maldade

Título no Brasil: Maldade
Título Original: The Thundering Herd
Ano de Produção: 1933
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Jack Cunningham
Elenco: Randolph Scott, Judith Allen, Buster Crabbe, Noah Beery, Raymond Hatton, Blanche Friderici

Sinopse:
Dois caçadores rivais se reencontram em um lugar selvagem e hostil, com índios determinados a exterminarem todos os caçadores brancos de búfalos que se encontram em seus territórios. E a rivalidade não se limita ao comércio de pele, mas também aos assuntos do coração, pois ambos são apaixonados pela mesma mulher.

Comentários:
Randolph Scott voltou a trabalhar com o diretor Henry Hathaway no western "Maldade" (The Thundering Herd, Estados Unidos, 1933). O roteiro era novamente escrito por Zane Grey, que era tão popular entre os fãs de filmes de faroeste que seu nome conseguia até mesmo um grande destaque nos posters dos filmes que chegavam nos cinemas. O enredo não poderia ser mais referente às mitologias do velho oeste norte-americano. Scott interpretava um caçador de búfalos chamado Tom Doan. Ele, ao lado de seus homens, caçavam búfalos para lucrar com a venda de suas peles, que na época valiam pequenas fortunas. O trabalho porém era uma verdadeira luta de sobrevivência em terras hostis. Além dos ladrões de peles, sempre dispostos a matar os caçadores, havia ainda a presença perigosa de guerreiros das tribos locais. No elenco o filme ainda trazia a bela Judith Allen e Buster Crabbe, veterano em filmes de faroeste da época.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

O Correio do Inferno

A história do filme explora os serviços de correspondência que existiam no velho oeste. Já naqueles tempos havia um sistema de entrega de cartas bem organizado, ligando a costa oeste e a costa leste do país. Essas encomendas, cargas e cartas eram levadas em diligências pelos territórios mais hostis. Além de bandidos havia ainda a sempre ameaça de algum ataque indígena. Pois bem no filme temos como protagonista um personagem chamado Tom Owens (Tyrone Power). Ele trabalha em um posto avançado dos correios, bem no meio do deserto. Esses postos eram usados como paradas para as diligências, onde os cavalos eram trocados e os passageiros poderiam fazer alguma refeição. Acontece que uma quadrilha está atuando na região, um bando de ladrões e assassinos comandados por Rafe Zimmerman (Hugh Marlowe).

Vinnie Holt (Susan Hayward) é uma passageira de uma dessas diligências que faz uma parada no posto onde Tom trabalha. Quando a notícia que uma quadrilha está à solta chega até eles, Vinnie é obrigada a ficar na estação. Ela viaja com uma criança, sua sobrinha, e a companhia não admite que crianças viajem nesse tipo de situação. O problema é que a própria estação é tomada pelos bandoleiros, fazendo com que ela e Tom fiquem como reféns. O filme se desenvolve praticamente todo dentro dessa estação, bem no meio do deserto. Os criminosos estão à espera de uma diligência que chegará por lá no dia seguinte, trazendo ouro da Califórnia. O objetivo é claro é pegar a pequena fortuna e depois partir em fuga novamente.

Esse é um bom faroeste, valorizado pelo roteiro bem escrito, excelente direção do mestre Henry Hathaway e um elenco acima da média. Tyrone Power está menos heroico do que de costume. Ele que se destacou em tantos épicos assinados por King Victor, aqui não faz muito mais do que o habitual. De certa forma ele é superado pela atriz Susan Hayward. Além de ter cenas realmente boas, sua personagem passa longe de ser uma mocinha tolinha de filmes de western, como era muito retratado na época. Cheia de força de vontade e fibra, ela é uma das melhores razões para assistir a esse filme. Além disso, vamos ser sinceros, como ela estava bonita quando fez esse filme! Dizem que tinha um caso com o milionário excêntrico Howard Hughes quando o filme foi realizado. Sorte a dele! No mais é um faroeste que vale a pena conhecer. Hoje em dia não é tão citado, nem pelos fãs do gênero! De qualquer forma nunca é tarde para conferir. Não deixe passar em branco.

O Correio do Inferno (Rawhide, Estados Unidos, 1951) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Dudley Nichols / Elenco: Tyrone Power, Susan Hayward, Hugh Marlowe, Dean Jagger / Sinopse: Durante uma viagem de diligência no velho oeste, a passageira Vinnie Holt (Susan Hayward) e sua sobrinha, uma garotinha de dois anos, é obrigada a ficar numa estação avançada no deserto, até que o xerife capture o bando liderado por Rafe Zimmerman (Hugh Marlowe). O problema é que a quadrilha acaba chegando na estação, fazendo todos de reféns, inclusive o empregado da companhia, Tom Owens (Tyrone Power).

Pablo Aluísio.

Cavaleiro do Texas

Título no Brasil: Cavaleiro do Texas
Título Original: Texas Cyclone
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: D. Ross Lederman
Roteiro: Randall Faye, William Colt MacDonald
Elenco: Tim McCoy, John Wayne, Shirley Grey, Wheeler Oakman, Wallace MacDonald, Jim Farley

Sinopse:
Pecos Grant se desloca para uma cidade estranha apenas para descobrir que todos o reconhecem, não como Pecos Grant, mas como um homem supostamente chamado Rawlins. Mesmo a esposa de Rawlins acha que seu marido voltou. Pecos então se propõe a resolver o mistério. O que afinal estaria acontecendo naquela cidade perdida no meio do deserto?

Comentários:
Em 1932 John Wayne atuou no filme "Cavaleiro do Texas" (Texas Cyclone). A direção dessa fita foi do cineasta  D. Ross Lederman. Wayne era até então apenas o quarto nome do elenco, bem atrás do verdadeiro astro do faroeste, o cowboy Tim McCoy. Era um filme de matinê, uma fita rápida de apenas 60 minutos de duração. A  Columbia Pictures estava investindo bastante nesse tipo de produção, exibida para o público jovem, com preços promocionais. Filmes de orçamentos pequenos que traziam lucro certo a cada exibição. Dentro da carreira de John Wayne não trouxe muito em termos de qualidade, mas serviu para deixá-lo na ativa, trabalhando e se tornando mais familiar para o público espectador. Quanto mais conhecido ele ia ficando, melhor!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Homem sem Rumo

Título no Brasil: Homem sem Rumo
Título Original: Man Without a Star
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio:  Universal Pictures
Direção: King Vidor
Roteiro: Borden Chase, D.D. Beauchamp
Elenco: Kirk Douglas, Jeanne Crain, Claire Trevor, William Campbell, Richard Boone, Jay C. Flippen

Sinopse:
Dempsey Rae (Kirk Douglas) é um cowboy errante que chega numa pequena cidade do velho oeste. Ele chega até lá pegando carona em um trem de carga. A região é dominada por grandes rebanhos de gado, o que coloca os vários fazendeiros em choque uns contra os outros.

Comentários:
Faroeste B da Universal que tem um aspecto curioso em seu roteiro. Como se sabe a figura do cowboy foi desaparecendo do velho oeste por causa de um pequeno fio de metal (o arame farpado) que foi usado para cercar as propriedades rurais. Com isso as grandes jornadas com cinco, dez mil cabeças de gado, foram se tornando cada vez mais raras. Sem as viagens com o rebanho o cowboy lendário, típico do século XIX nos Estados Unidos, foi lentamente desaparecendo. O personagem de Kirk Douglas é um desses cowboys do passado. Ele viaja e vai arranjando emprego por onde chega. Na nova cidade Kirk acaba trabalhando para uma rancheira, Reed Bowman (Jeanne Crain). Ela é uma mulher do leste que está apenas na região para embarcar um grande rebanho de 15 mil cabeças de gado, só que os fazendeiros do lugar acreditam que esses animais vão destruir o pasto das fazendas da região. Assim começam a cercar seus campos com arama farpado, o que vai criar muitos atritos entre todos. Kirk se alia com a rancheira e começa a entrar em confronto com os bandos pagos pelos demais fazendeiros. Tiro para todo lado. No geral é um filme modesto, sem grande produção ou orçamento, mas a presença de Kirk Douglas compensa esse aspecto. Com cabelos loiros, numa caracterização jovial e atlética, ele é realmente a alma do filme. Esbanja carisma em cada cena. Além disso dá uma rara canja em sua filmografia, chegando a cantar (bem!) e tocar banjo! Quem diria, logo o durão Kirk Douglas...

Pablo Aluísio.

Serras Sangrentas

Título no Brasil: Serras Sangrentas
Título Original: Sierra
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Alfred E. Green
Roteiro: Edna Anhalt
Elenco: Wanda Hendrix, Audie Murphy, Burl Ives, Dean Jagger, Richard Rober, Tony Curtis

Sinopse:
Pai e filho vivem em um lugar isolado nas montanhas. Eles estão naquele lugar porque o pai Jeff é procurado por ter matado um homem. A questão é que ele não foi o autor do crime. As coisas mudam quando surge uma jovem perdida, Riley Martin. Ela descobre que o filho nunca se envolveu com uma mulher antes, criando uma certa tensão sexual entre ela e o filho do pai fugitivo.

Comentários:
Nesse mesmo ano Audie Murphy surgiria nas telas com mais um western intitulado no Brasil de "Serras Sangrentas". Originalmente o filme se chamava "Sierra" e era dirigido por Alfred E. Green. Baseado na novela escrita por Stuart Hardy, a estória mostrava a luta de pai e filho tentando sobreviver nas montanhas em uma época em que a lei e a ordem eram apenas esperanças vãs de surgir naquelas regiões perdidas do velho oeste. Curiosamente esse faroeste era estrelado por uma atriz, a bela Wanda Hendrix. Audie Murphy era apenas o segundo nome do elenco, mostrando que ele estava disposto a ceder espaço em prol de atuar em bons filmes, com roteiros mais bem escritos. Por fim um detalhe interessante que passa despercebida por muita gente, a presença do ator Tony Curtis no comecinho da carreira na época em que ele era um completo desconhecido, apenas um ator treinado pelo setor de novos atores da Universal. Em poucos anos ele iria se tornar um dos grandes astros do estúdio, ao lado de Rock Hudson, que também teve uma origem bem parecida com Curtis. A dupla iria se tornar muito mais famosa que o próprio Audie Murphy.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Atire a Primeira Pedra

Título no Brasil: Atire a Primeira Pedra
Título Original: Destry Rides Again
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Marshall
Roteiro: Felix Jackson, Gertrude Purcell
Elenco: Marlene Dietrich, James Stewart, Mischa Auer, Charles Winninger, Brian Donlevy, Allen Jenkins

Sinopse:
Após a morte do xerife, o prefeito de uma pequena cidadezinha do Texas resolve nomear Tom Destry Jr (James Stewart) como o novo xerife. Inicialmente desacreditado por todos, aos poucos ele vai ganhando a confiança dos habitatantes do lugar, iniciando também um breve romance com a bela cantora do saloon, Frenchy (Marlene Dietrich).

Comentários:
Depois de "A Mulher Faz o Homem", assinado pelo grande diretor Frank Capra, foi que James Stewart atuou em seu primeiro western. O filme se chamava "Atire a Primeira Pedra". Lançado em 1939, com direção do especialista em filmes de faroeste George Marshall (um dos maiores nomes do gênero em todos os tempos), o filme contava ainda com a estrela Marlene Dietrich. Na época de seu lançamento houve algumas críticas pelo fato do filme não ser um western tão tradicional como todos esperavam. Na verdade a presença de Marlene Dietrich exigia algumas concessões no roteiro como a inclusão de músicas e um espaço maior para o romance entre os principais personagens. O público que lotava os cinemas para assistir filmes de western naquela época queria ver pistoleiros durões, duelos em ruas empoeiradas e muita ação, com tiroteios e batalhas entre soldados e nativos. Nada disso havia no filme. O sucesso acabou sendo apenas mediano. Hoje em dia o filme vale a pena principalmente por seu valor histórico. Afinal reuniu em seu elenco dois mitos do cinema internacional, Stewart e Marlene Dietrich.

Pablo Aluísio.

Gloriosa Vingança

Título no Brasil: Gloriosa Vingança
Título Original: Texas
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: George Marshall
Roteiro: Horace McCoy, Lewis Meltzer
Elenco: William Holden, Glenn Ford, Claire Trevor, George Bancroft, Edgar Buchanan, Don Beddoe

Sinopse:
Dois homens do leste, Dan Thomas (William Holden) e Tod Ramsey (Glenn Ford), resolvem ir até o velho oeste, no norte do Texas, para tentar a sorte. Eles querem ganhar a vida jogando cartas e ocasionalmente trabalhando como cowboys. Ao chegarem numa pequena cidade percebem que nem tudo será como eles haviam inicialmente planejado.

Comentários:
Em 1941 o diretor George Marshall, cumprindo seu contrato com a Columbia Pictures, resolveu rodar um faroeste mais diferenciado. Com toques de bom humor e contando com uma dupla que nunca havia trabalhado antes, ele conseguiu um bom resultado nesse western de contrastes chamado "Texas". A ideia do roteiro era realmente explorar o choque cultural entre dois cavaleiros que saíam do leste industrializado e desenvolvido para os rincões do solo texano, com seus cowboys durões, bons de briga e muitos tiroteios. Nesse aspecto quem funcionou melhor no filme foi o ator William Holden que era mesmo um tipo bem cosmopolita, da cidade grande. Já Glenn Ford já era muito mais associado ao gênero western, não ficando estranho com roupas de cowboy, atravessando as planícies texanos em cima de seu cavalo. No geral é um bom faroeste, valorizado não apenas pela boa direção de Marshall, um craque nesse tipo de filme, mas também pelo bom roteiro e a presença sempre marcante de Ford e Holden, dois astros populares da época.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Oscar 2018 - Melhor Ator

Um ano apenas razoável. Não vi nenhuma atuação de impressionar. Apenas bons trabalhos, alguns ajudados pelo departamento de maquiagem dos estúdios, que estão mais sofisticados a cada ano. Entre os meus preferidos está obviamente Gary Oldman por "O Destino de uma Nação" (Darkest Hour). Embaixo de pesada maquiagem ele interpreta um Winston Churchill recém alçado ao poder, precisando lidar com uma oposição ferrenha dentro do parlamento, ao mesmo tempo em que precisa enfrentar a ameaça nazista. Apesar de tudo considerei uma boa atuação. Oldman incorporou os trejeitos do velho primeiro ministro. Em alguns momentos derrapa um pouco, indo para o lado mais da caricatura, mas nunca chega a comprometer seu trabalho. Pelo tamanho da figura do personagem histórico que interpreta um Oscar nesse ano seria bem-vindo.

Meu segundo na escala de preferência é Daniel Day-Lewis,  por "Trama Fantasma" (Phantom Thread). Há informações que essa seja sua despedida do cinema, mas eu não acredito que isso vai acontecer. Nesse filme muito fino e sofisticado o talentoso Lewis interpreta um estilista londrino que, obcecado pelo trabalho, acaba encontrando o amor na figura de uma garçonete desajeitada que ele conhece em uma lanchonete do interior. O fino da interpretação de Lewis vem do fato de seu personagem ser bem complexo do ponto de vista psicológico. Obcecado pela mãe ele tinha crises que o impedia de trabalhar e criar. Assim acabou encontrando o suporte na companhia da fiel Alma, sua paixão de vida.

Denzel Washington, por sua vez, interpreta um tipo bem diferente em "Roman J. Israel, Esq". Aqui a maquiagem é tão pesada, aliada a figurino e cabelo, que muitos nem vão reconhecer o ator. A boa nota é que Denzel tem figurado constantemente na lista dos melhores atores do ano, mostrando que ele é realmente um talento nato. Vai ganhar? Dificilmente. Quando a maquiagem é pesada demais os membros da academia acabam desvalorizando um pouco o trabalho do ator, afirmando que a maquiagem já fez grande parte do trabalho.

Por fim dois nomes fracos. O pior deles é a presença de Daniel Kaluuya, por "Corra!" (Get Out). Que filme porcaria! Não sei aonde está o brilhantismo de sua atuação nesse terror B sem atrativos. Fazer cara de bobão, de namorado de garota branca sendo um negro é pressuposto de talento dramático? Se for isso, então temos uma novidade na escolha dos melhores atores do ano. Outro bem fraco é Timothée Chalamet, por "Me Chame Pelo Seu Nome" (Call Me by Your Name). É um azarão na lista e como acontece nesse caso já sabemos: ele deve agradecer pela lembrança e nada mais. A indicação já é um prêmio em si mesmo. Não pense em levantar a estatueta.

Pablo Aluísio.