sexta-feira, 12 de junho de 2015

O Grande Assalto

Após cumprir sua pena tudo o que Karen McCoy (Kim Basinger) desejar é voltar para sua família para recomeçar sua vida. Sua fama de ser uma das melhores assaltantes de bancos dos Estados Unidos porém não a deixará em paz. Um grupo de criminosos sequestra sua filha e em troca de sua vida exige que ela participe de um ousado roubo envolvendo milhões de uma agência bancária. O roteiro foi baseado no romance policial escrito por Desmond Lowden, o que acabou resultando em uma outra boa fita de ação e suspense dos anos 1990, dessa vez estrelada pela atriz Kim Basinger. Os produtores acharam que seria uma boa dobradinha colocar ela ao lado de outro símbolo sexual da época, o astro Val Kilmer. Em termos de sensualidade porém o filme naufragou. Não há qualquer química entre eles.

O que acabou salvando tudo do lugar comum foi mesmo a habilidade do cineasta Russell Mulcahy em rodar excelentes sequências de ação e suspense. O assalto do título assim acabou se tornando o grande chamariz do filme - o que convenhamos era o que se esperava mesmo de um filme como esse. Basinger porém mostrou com as mornas bilheterias que ainda não conseguia segurar um filme sozinha. Ela não tinha ainda o status de grande estrela de cinema e no final não conseguiu entrar no exclusivo rol da 10 atrizes mais lucrativas de Hollywood. Depois disso acabou mesmo se tornando apenas uma coadjuvante de luxo ou então se contentou em estrelar filmes mais modestos, produções B sem muito destaque ou importância comercial.

O Grande Assalto (The Real McCoy, Estados Unidos, 1993) Direção: Russell Mulcahy / Roteiro: Desmond Lowden, William Davies / Elenco: Kim Basinger, Val Kilmer, Terence Stamp / Sinopse: Quadrilha de assaltantes de bancos decide fazer um roubo para entrar na história do mundo do crime.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Júnior

Se "A Teoria do Amor" é ruim, esse aqui é abaixo de qualquer crítica. Simplesmente pavoroso! Eu até hoje não sei o que deu na cabeça de Arnold Schwarzenegger ao aceitar interpretar um homem que repentinamente fica... grávido!!! Que roteiro horrível. É aquele tipo de comédia de uma piada só. Basicamente o argumento quer levar as mulheres ao riso ao verem um homem sofrendo as dores e os dramas que somente as próprias mulheres sentem quando estão esperando por seus filhos. Poderia até funcionar em termos se tivéssemos um comediante talentoso e inspirado em cena.

O problema é que... convenhamos... Schwarzenegger não se enquadra nessa situação. Um ator que subiu na carreira interpretando brucutus violentos não poderia mesmo dar certo em comédias desse tipo. Ele, assim como Stallone, até que tentou, mas definitivamente não deu certo! Ele está completamente perdido, sem graça, fazendo caretas que dão vergonha alheia. O roteiro é chato, não vai para lugar nenhum e aborrece até dizer chega! Os fãs do astro certamente ficaram completamente decepcionados com essa coisa... Melhor esquecer completamente essa bola fora! Que papelão...

Júnior (Junior, Estados Unidos, 1994) Direção: Ivan Reitman / Roteiro: Kevin Wade, Chris Conrad / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Danny DeVito, Emma Thompson / Sinopse: Comédia estrelada pelo ator e fisculturista Arnold Schwarzenegger onde ele interpreta um homem que rica grávido!

Pablo Aluísio.

A Teoria do Amor

O maior físico de todos os tempos, Albert Einstein (Walter Matthau), resolve agir como um verdadeiro cupido de um jovem casal. É essa basicamente a sinopse dessa comédia muito fraquinha chamada "A Teoria do Amor". Os problemas são muitos. O roteiro é tão bobinho, mas tão bobinho, que nos deixam completamente constrangidos. A direção de arte é ruim e a caracterização de Einstein que tentaram fazer com o grande Matthau só nos deixa a impressão de que ele está mesmo usando uma fantasia de carnaval do gênio, de tão ruim que ficou.

Em sua fase "namoradinha da América" a atriz Meg Ryan nada mais faz além do que uma sucessão de carinhas fofinhas - ao estilo olhinhos cerrados, sorrisinhos infantis! Complicado de suportar. Apenas Tim Robbins tem algum interesse ao interpretar seu personagem Ed Walters, mas como um andorinha só não faz verão, ele não consegue melhorar em muito a situação. Só lamento pela presença de Walter Matthau, um nome importante na história de Hollywood que terminou sua carreira realizando filmes que não estavam à sua altura. Em suma, comediazinha romântica bem descartável, tentando tirar uma média com um grande personagem histórico. Dessa vez definitivamente não colou!

A Teoria do Amor (I.Q, Estados Unidos, 1994) Direção: Fred Schepisi / Roteiro: Andy Breckman / Elenco: Tim Robbins, Meg Ryan, Walter Matthau / Sinopse: O físico e gênio Albert Einstein acaba se tornando cupido de um casal de pombinhos. Comédia romântica com pesonagens históricos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

O Garoto da Casa ao Lado

Título no Brasil: O Garoto da Casa ao Lado
Título Original: The Boy Next Door
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Rob Cohen
Roteiro: Barbara Curry
Elenco: Jennifer Lopez, Ryan Guzman, Kristin Chenoweth
  
Sinopse:
Claire Peterson (Jennifer Lopez) é um professora de ensino médio que precisa lidar com o fim de seu casamento. Após a traição do marido ela deseja se divorciar dele. Com um filho adolescente e vários problemas pessoais ela comete o erro fatal de se envolver com o jovem que acaba de se mudar para a casa ao lado. Noah Sandborn (Ryan Guzman) se mudou recentemente para a casa vizinha para ajudar seu tio-avô que está passando por problemas de saúde. O que começa como um flerte casual acaba saindo do controle ao Claire perceber que o jovem tem sérios problemas psicológicos, o que dá origem a uma obsessão perigosa por parte dele.

Comentários:
Filme bem fraco estrelado pela atriz e celebridade Jennifer Lopez. Pelo visto sua carreira entrou em uma curva descendente, acumulando fracassos comerciais e filmes sem repercussão ou importância. Esse aqui tem um roteiro rasteiro, cheio de clichês batidos. Basicamente se trata de uma professora mais velha que acaba se envolvendo com um garotão que não demora a demonstrar ter sérios problemas mentais, se tornando obsessivo e um homicida em potencial depois que ela o rejeita após uma noite de sexo casual. O viés moralista é mal conduzido e leva a uma série de cenas sem originalidade alguma. Para tentar salvar a fita do desastre completo o roteiro procura explorar de forma apelativa a imagem de símbolo sexual da atriz Jennifer Lopez a colocando em uma cena que supostamente deveria elevar o clima de sensualidade do filme. Não consegue. A cena é convencional, rápida e não passa erotismo algum. Depois que o jovem começa a agir feito um louco após ela o dispensar discretamente a fita desanda de vez. Ele a chantageia, dizendo que vai revelar seu caso amoroso no colégio onde ela ensina (e onde ele também é aluno), além de começar a ir em sua casa para visitas completamente constrangedoras. Em pouco tempo o comportamento inconveniente se transforma em ameaças veladas. Se tornando amigo de seu filho o sujeito também começa a usar o adolescente para jogá-lo contra sua própria mãe. Quando a situação fica completamente insuportável começam os atos de violência que acabam dando origem a uma cena particularmente trash quando ela enfia o dedo em seu olho, o mesmo onde momento antes afundou uma seringa imensa! Enfim, chega! É muita besteira para um thriller que se propunha a ser mais interessante. Do jeito que ficou, tudo o que conseguiu mesmo foi se tornar uma grande perda de tempo!

Pablo Aluísio.

Fora de Alcance

Título Original: Beyond the Reach
Título no Brasil: Fora de Alcance
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Furthur Films
Direção: Jean-Baptiste Léonetti
Roteiro: Robb White, Stephen Susco
Elenco: Michael Douglas, Jeremy Irvine, Martin Palmer
  
Sinopse:
Madec (Michael Douglas) é um milionário empresário apaixonado por caças. Ele agora pretende ir até o Novo México para caçar um veado selvagem muito raro de se encontrar livre na natureza. Tudo com o objetivo de ter mais um belo prêmio pendurado em sua lareira. Para tanto contrata os serviços de Ben (Jeremy Irvine) que conhece como ninguém a região. Durante a caçada porém Madec comete um erro fatal, atingindo um morador do lugar, pensando se tratar de seu alvo. A fatalidade o coloca numa situação delicada pois como homem de negócios ele não pode se dar ao luxo de ser acusado de um homicídio. Ele precisa esconder o acontecimento, mesmo que para isso necessite eliminar o jovem Ben que pretende denunciar o ocorrido para o xerife local. Não demora muito e começa uma verdadeira caçada humana para encobrir tudo o que aconteceu.

Comentários:
Já houve um tempo em que Michael Douglas era sinônimo de sucesso de bilheteria. Seus filmes geralmente chegavam facilmente no top 10 da indústria cinematográfica americana. Os tempos agora são outros. Veja o caso desse "Beyond the Reach". O filme teve lançamento discreto nos Estados Unidos e na Europa e sequer encontrou uma empresa distribuidora interessada em lançá-lo no Brasil. Assim continua inédito em nosso mercado. Deixando esses aspectos comerciais de lado o fato é que realmente se trata de um thriller sem maiores novidades. A premissa até que é interessante ao colocar um ser humano no lugar de um animal sendo caçado. Muito provavelmente o criador da história (o escritor Robb White) tenha desejado mostrar o absurdo das caçadas de animais selvagens, a maioria delas proibidas em diversas partes do mundo. Que melhor jeito de mostrar seu ponto de vista do que usar um homem no lugar de um animal em fuga? O caçador interpretado por Michael Douglas é um capitalista selvagem que está pouco se importando com a questão ética de seu hobbie preferido. Enquanto tenta alvejar seu alvo ele segue negociando milhões com empresários chineses do outro lado do mundo. Assim fica fácil de entender as duas principais críticas subliminares de seu texto, numa mensagem nitidamente social e ecológica. Na questão puramente cinematográfica "Beyond the Reach" também não empolga muito. O roteiro explora apenas uma situação - a própria caçada humana - e não sai muito disso. A coisa só não fica pior porque o diretor Jean-Baptiste Léonetti teve o bom senso de rodar um filme curto, justamente por entender que não tinha muita história para contar. Ponto para ele que acabou realizando um filme que, se não consegue ser marcante em nenhum momento, pelo menos se mostra eficiente.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Cinderela

Contos de fadas sempre são fascinantes, mesmo depois que nos tornamos adultos e deixamos as coisas de criança para trás. O império Disney foi construído em cima justamente dessa base. Sabendo disso os executivos do estúdio descobriram uma nova fórmula de faturar grandes bilheterias no cinema com a produção de filmes convencionais que nada mais são do que remakes de suas animações mais famosas do passado. Assim temos agora essa nova versão de "Cinderela". A historinha é por demais conhecida, mostrando a sofrida vida de Ella (Lily James), uma jovem de bom coração, muito doce e cheia de bons sentimentos, que acaba ficando numa situação muito complicada após a morte dos pais, tendo que morar ao lado da sua madrasta (Cate Blanchett), uma verdadeira megera e suas duas filhas fúteis e frívolas.

Humilhada e transformada praticamente numa serva, com muitas obrigações e quase nenhum direito dentro de sua própria casa, ela vê sua cinzenta vida tomar um rumo bem mais feliz e colorido ao conhecer o jovem Kit (Richard Madden) numa floresta. Na verdade ele, que se passa como um simples aprendiz, é na verdade o príncipe herdeiro de seu reino. Para não assustar a jovem e bela camponesa o nobre rapaz assim acaba escondendo sua verdadeira identidade. Quando o Rei decide que chegara o momento de seu filho se casar ele decreta que todas as jovens do reino devem comparecer no grande baile do ano. Cinderela assim vê uma bela oportunidade para rever seu apaixonado, enquanto as filhas de sua madrasta estão mais interessadas em casar com o príncipe para colocarem suas mãos em sua fortuna. A partir daí o roteiro segue os passos do desenho clássico, com as passagens que tanto conhecemos, os sapatinhos de cristal, a fada madrinha, a carruagem de abóbora, os ratinhos que se transformam em lindos cavalos brancos, o bater dos sinos da meia-noite e a desesperada busca do príncipe por sua amada, usando para isso um de seus sapatinhos de cristal que ficou para trás. Tudo mais ou menos igual (com pequenas modificações) ao conto de fadas original.

A direção foi entregue para Kenneth Branagh, uma decisão acertada pois o ator e diretor irlandês tem grande experiência com adaptações de obras literárias do passado. Basta lembrar de suas famosas transições para a tela da obra de William Shakespeare em filmes como "Henrique V", "Muito Barulho por Nada" e "Hamlet". Assim não seria grande desafio trazer a história de "Cinderela" para os cinemas dessa vez. Algumas de suas características mais marcantes estão presentes, como a bela direção de arte que acaba recriando com um belo visual, reinos encantados de um tempo distante indefinido. Outra decisão interessante foi colocar atores e atrizes provenientes de séries americanas em papéis coadjuvantes. Uma das filhas da madrasta, Anastasia, é interpretada pela linda Holliday Grainger que se destacou muito na série "Os Bórgias" no papel de Lucrécia Bórgia. Nonso Anozie, que foi o fiel escudeiro de Drácula na série de mesmo nome, também está presente no elenco como um capitão da guarda fiel ao príncipe. Sophie McShera, a Daisy de "Downton Abbey", também atua como a outra filha da madrasta de Cinderela.

Já no elenco principal quem se destaca mesmo (e isso já era bem previsível) é a atriz Cate Blanchett. Usando um figurino exótico ela dá vida para a personagem da madrasta, uma mulher com uma personalidade desprezível mesmo. Seus olhares já dizem tudo sobre ela. A atriz Lily James que surge como Cinderella não chega a impressionar, mas pelo menos também não estraga o filme. Nada surpreendente, leva sua atuação em um termo médio. Ela é bonitinha, mas sinceramente poderia ser mais, pois esse é um papel que exige uma beleza extrema, tal como no desenho. O roteiro segue até bem fiel com o conto de fadas que todos conhecemos, mas os roteiristas resolveram acrescentar alguns pequenos detalhes que não descaracterizam em nenhum momento o conto clássico. No final fica a sensação de se ter visto um belo filme, com uma mensagem bonita e pertinente (o verdadeiro amor não tem preço). Tudo realizado com muito bom gosto, classe e beleza.

Cinderela (Cinderella, Estados Unidos, 2015) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Chris Weitz / Elenco: Lily James, Cate Blanchett, Richard Madden, Helena Bonham Carter, Stellan Skarsgård, Holliday Grainger, Sophie McShera, Nonso Anozie, Derek Jacobi, Ben Chaplin. / Sinopse: Remake com atores de carne e osso da famosa animação da Disney, "Cinderela". A historinha narra a vida da gata borralheira, uma jovem de boa índole que cai nas garras de uma madrasta cruel e desalmada que a explora, junto de suas duas odiosas filhas, enquanto ela procura reencontrar o grande amor de sua vida, um jovem que se diz ser um mero aprendiz que conhecera em um bosque próximo de sua casa.

Pablo Aluísio.

Whiplash: Em Busca da Perfeição

Tudo o que o jovem Andrew (Miles Teller) sonhou na vida foi se tornar um grande baterista. Em busca desse objetivo ele acabou sendo admitido numa das mais prestigiadas escolas de música dos Estados Unidos. Lá acaba tendo que lidar com o professor Fletcher (J.K. Simmons), um mestre rígido, extremamente disciplinador e irascível. Tentando conciliar seus estudos musicais com uma vida privada quase inexistente, Andrew acaba se interessando por uma garota que trabalha no cinema onde costuma frequentar. Assim tentará vencer tanto no mundo da música como em seu complicado relacionamento com a nova namorada. "Whiplash" foi bastante elogiado pela crítica americana em seu lançamento, ao ponto inclusive de ter faturado uma improvável indicação ao Oscar de Melhor Filme desse ano. Sinceramente achei um pouco superestimado. 

Não há dúvida que é um bom filme, muito bem conduzido pelo (ainda inexperiente) diretor Damien Chazelle. O resultado agrada, mas não chegaria ao ponto de o qualificar como um dos dez melhores filmes do ano. Talvez um dos problemas seja a incômoda sensação de que o ainda praticamente novato cineasta não conseguiu resistir a certos clichês. A luta pelo protagonista em se tornar um grande músico, ao ponto de se mirar em seu ídolos do passado transformando tudo numa verdadeira obsessão, muitas vezes assume um tom exageradamente épico, principalmente quando ele surta em seu instrumento, tendo ataques, com as mãos ensanguentadas, finalizando tudo com socos e chutes em sua própria bateria! O que ele estaria pensando? Que seria um Rocky, um Lutador, das baquetas? Tudo aquilo tem apenas a finalidade de impressionar o espectador, ou em outras palavras, são cacoetes narrativos... clichês! Há uma cena que resume bem isso quando Andrew passa por uma verdadeira odisséia para chegar a tempo em uma apresentação. Além de seu ônibus furar o pneu e ele ter que alugar um carro, no caminho ainda sofre um sério acidente ao colidir com uma carreta! Cheio de sangue escorrendo pela face, bastante ferido, ele (pasmem!) acaba chegando a tempo para o concerto! Um pouco exagerado demais não é mesmo?

Bom, mesmo com tanto exagero narrativo duas coisas salvaram "Whiplash" do lugar comum. A primeira fica clara desde as cenas iniciais: a música! Não é nada mal ouvir um belo e sofisticado jazz tradicional desde os caracteres de abertura. O filme, como não poderia deixar de ser, tem uma trilha sonora sofisticada e de alto nível, diria até maravilhosa. Embora em parte a beleza sonora seja muitas vezes ofuscada pelo duelo de egos que se trava entre Andrew e seu mestre, a verdade é que ela acaba se sobressaindo, uma forma ou outra. O outro ponto forte vem da atuação brilhante do veterano J.K. Simmons. Relegado por anos a papéis secundários em filmes meramente medianos, ele aqui encontrou o personagem de sua vida. O professor e maestro que interpreta é um sujeito arrogante ao extremo, petulante, ofensivo e rude e o mais supreendente de tudo é que ao final do filme você acabará gostando dele, de suas ideias e de seu mau-caratismo! 

A cena final inclusive, quando Andrew sem saber acaba caindo em uma ardilosa armadilha para que seja destruído no meio musical, é extremamente bem bolada! Apesar das lágrimas de crocodilo derramadas em estúdio a verdadeira face de Fletcher se revela justamente ali! Isso foi particularmente interessante porque o roteiro não se rendeu a uma solução fácil, previsível, fugindo (finalmente) dos clichês que vinham pontuando o enredo. Nem é necessário dizer que mesmo em um papel meramente coadjuvante o ator J.K. Simmons domina o filme da primeira à última cena. Seu trabalho foi devidamente reconhecido e ele levou para casa todos os mais importantes prêmios do cinema na categoria. Tudo devidamente merecido é bom frisar. Assim, no saldo final, temos um belo filme, muito bom em seus resultados, com ótimas atuações, mas que tampouco pode ser considerada uma obra prima cinematográfica perfeita como alguns quiseram fazer crer. Por fim recomendo ativamente sua trilha sonora que aliás não sai do meu player já há um bom tempo. Assista o filme, mas não esqueça de também curtir a trilha, pois sem dúvida ela é um complemento essencial para compreender "Whiplash" inteiramente.

Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash, Estados Unidos, 2014) Direção: Damien Chazelle / Roteiro: Damien Chazelle / Elenco: Miles Teller, J.K. Simmons, Melissa Benoist. / Sinopse: Um professor absurdamente rígido de música encara o desafio de testar todos os limites psicológicos e musicais de um jovem aluno na prestigiada escola de música onde leciona. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (J.K. Simmons), Melhor Edição (Tom Cross) e Melhor Mixagem de Som. Também indicado nas categorias de Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado (Damien Chazelle). Vencedor do Globo de Ouro, BAFTA Awards e Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Melhor Ator Coadjuvante (J.K. Simmons).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros

Título no Brasil: Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros
Título Original: Jurassic World
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Amblin Entertainment, Legendary Pictures
Direção: Colin Trevorrow
Roteiro: Rick Jaffa, Amanda Silver
Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Ty Simpkins
  
Sinopse:
Duas décadas depois dos trágicos acontecimentos vistos em "Jurassic Park" há um novo parque temático em funcionamento na Costa Rica, chamado Jurassic World. Sucesso de público, a empresa que administra o parque temático investe em novos dinossauros, não se contentando em apenas recriar espécies do passado, mas também criando novas criaturas em laboratório. Afinal de contas uma nova atração certamente traria mais lucros para a empresa. Fruto de engenharia genética, o Indominus rex é a grande aposta para atrair um novo público. Criado a partir de combinações de animais diferentes o novo dinossauro mostra ter uma inteligência acima da média, além de uma ferocidade jamais vista antes.

Comentários:
Quarto filme da franquia "Jurassic Park". Os roteiristas resolveram ignorar os acontecimentos das partes 2 e 3 e criaram um ponte direta com o primeiro filme. Embora Steven Spielberg não tenha dirigido "Jurassic World", preferindo só atuar como produtor executivo, o que temos aqui é uma obra com a marca registrada do cineasta. Talvez por isso também não seja um filme muito inovador, procurando mesmo repetir as velhas fórmulas do passado. Os personagens humanos, vamos colocar desse modo, não são muito interessantes. Há duas irmãs, sendo uma delas a executiva que cuida do parque. Ela tem que conviver por alguns dias com seus sobrinhos, mas não encontra muito tempo para isso. Na verdade nem está muito preocupada com esse tipo de coisa, pois é uma mulher moderna que não está definitivamente muito preocupada em ter filhos ou se casar, preferindo investir em sua carreira, ao contrário da irmã que virou uma dona de casa típica (e pra lá de chata). Os garotos são protagonistas típicos dos filmes de Spielberg, jovens de famílias suburbanas que estão enfrentando alguns problemas como o iminente divórcio do pais (velha obsessão de Steven, presente em praticamente todos os seus filmes com personagens jovens, talvez impulsionado pelo fato de que os próprios pais do diretor se divorciaram quando ele era garoto, criando um certo trauma em sua mente!).

Por fim há um ex-militar, Owen (Chris Pratt de "Guardiões da Galáxia"), que está promovendo um treinamento básico para velociraptors. Uma das boas cenas do filme surge justamente quando um funcionário do parque cai acidentalmente na jaula dos animais e Owen precisa colocar em prática suas técnicas de treinamento. Bom, a verdade porém é que ninguém vai ver algum filme de "Jurassic Park" em busca de personagens profundos ou psicologicamente interessantes, mas sim para ver os dinossauros. O primeiro a surgir em cena leva cerca de vinte minutos de filme para aparecer, o que deixará a garotada meio frustrada. Depois disso as grandes novidades são mesmo o novo dino geneticamente modificado Indominus rex e um grupo de velociraptors que parecem responder a um treinamento de adestramento (por mais absurdo que isso possa parecer!). Essa foi a forma encontrada pelos roteiristas para reaproveitar mais uma vez esses predadores pré-históricos que tanto sucesso fizeram nos filmes anteriores. Uma maneira de colocá-los ao lado dos mocinhos na história. Outros monstros jurássicos que se destacam são os pterodáctilos que promovem um verdadeiro massacre quando são libertados de seu aviário (esses dinossauros alados já tinham se destacado na parte 3 da franquia). Cheio de erros e equívocos científicos por todos os lados (não vá levar nada do que vê em cena muito à sério), "Jurassic World" se mostra acima de tudo como uma boa diversão, para assistir no cinema comendo pipoca sem stress. O resultado final é bom, mas nada excepcional. De todos os filmes da série "Jurassic Park" ele se apresenta superior apenas a "Jurassic Park 3", sendo superado por boa margem por todos os demais. O enredo simples ao extremo demonstra que os produtores não estavam em busca de nada marcante, mas apenas a produção de mais um blockbuster do circuito comercial, com tudo o que de ruim e quadrado que isso possa significar.

Pablo Aluísio.