quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O Espetacular Homem-Aranha

Cultura pop por excelência o personagem Homem-Aranha ressurge nas telas em uma nova franquia com tudo renovado. Para quem não sabe toda a equipe técnica que realizou (muito bem por sinal) os filmes da trilogia anterior foi substituída. Sam Raimi, Tobey Maguire, todos foram embora. Um novo roteiro foi escrito - igualmente mostrando as origens dos personagens - e a Sony resolveu recomeçar praticamente do zero. Ao custo milionário de 230 milhões de dólares o novo Spiderman finalmente ganhou as telas do mundo todo. Muita gente torceu o nariz pois a trilogia original ainda era muito recente. Como vivemos em um mundo em alta velocidade, onde a força do capital fala mais alto, os executivos do estúdio nem pensaram duas vezes antes de aprovar essa que promete ser a nova franquia do cabeça de teia. A boa notícia é que O Espetacular Homem-Aranha é realmente muito bom, muito divertido e vai agradar aos espectadores (talvez apenas os mais xiitas e ranzinzas não curtirão). Como se trata de um filme de "origens" tudo recomeça. Pater Parker (Andrew Garfield, com cara de adolescente mesmo) é um jovem estudante que durante uma visita a um centro de pesquisas de um grupo industrial acaba sendo picado por uma aranha modificada geneticamente. A fusão de seu DNA com a do inseto acaba criando diversas modificações na vida do rapaz: ele fica bem mais forte, ágil, e consegue até mesmo subir paredes e prédios altos. Uma verdadeira simbiose entre um homem e uma aranha!

O sucesso do Spiderman não é complicado de entender. Stan Lee, que nunca foi bobo nem nada, criou um personagem que iria criar uma forte identificação com seu público alvo. Peter Parker era um estudante comum de High School, sem grana, passando por dificuldades na escola, sendo alvo de bullying e apaixonado pela garota mais bonita e popular do colégio. Ela obviamente não lhe dá a mínima bola. Agora responda rápido: existe algum jovem no mundo que não iria se identificar com uma estória dessas? Não me admira em nada que a mitologia do Aranha nunca  tenha perdido sua força, sempre conseguindo se comunicar com as novas gerações, mesmo após tantos anos de sua criação. Essa nova releitura nos cinemas tem tudo para agradar aos fãs. A estória continua irresistível, o casal central de atores é bem carismático e o elenco de apoio é da melhor qualidade. O vilão também é outro ponto positivo. O Dr. Curt Connors (Rhys Ifans) é a própria personificação do cientista que não consegue mais separar sua vida pessoal de suas pesquisas. O Lagarto feito digitalmente é convincente e bem elaborado. Em suma, O Espetacular Homem-Aranha certamente vai agradar aos garotos e aos marmanjos que adoravam as aventuras dos personagens dos gibis quando eram guris. Não deixe de assistir.

O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man,  Estados Unidos, 2012) Direção: Marc Webb / Roteiro: Alvin Sargent, James Vanderbilt, Steve Kloves / Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Rhys Ifans, Martin Sheen, Sally Field, C. Thomas Howell, Embeth Davidtz, Chris Zylka, Denis Leary, Campbell Scott, Irrfan Khan, Kelsey Chow, Stan Lee / Sinopse: Peter Parker (Andrew Garfield) é um jovem estudante que é picado por uma aranha e se torna um super-herói com poderes especiais. Agora terá que enfrentar um monstro que aterroriza a cidade.

Pablo Aluísio.

Demônio

Título no Brasil: Demônio
Título Original: Devil
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Erick Dowdle
Roteiro: Brian Nelson, M. Night Shyamalan
Elenco: Chris Messina, Geoffrey Arend, Bojana Novakovic, Logan Marshall-Green
  
Sinopse:
Um grupo de pessoas, sem qualquer aparente ligação entre si, fica preso em um elevador de um grande prédio de uma metrópole americana. Diante dessa situação verdadeiramente claustrofóbica começam a ocorrer eventos inexplicáveis, de natureza sobrenatural. Atos de violência são cometidos dentro do elevador e todos procuram sobreviver àquele caos e desespero. 

Comentários:
M. Night Shyamalan acabou virando um diretor do tipo “ame ou odeie”. Embora tenha começado muito bem sua carreira com filmes intrigantes como "O Sexto Sentido" o fato inegável é que o cineasta anda meio perdido atualmente. Como se não bastassem os fracassos de público e crítica ele agora tenta inovar em um gênero que o diretor mostra não ter muito domínio. Aqui ele tentou segundo suas próprias palavras "criar um terror no ambiente urbano das grandes cidades". Embora o filme "Demônio" seja assinado pelo inexpressivo John Erick Dowdle a verdade é que essa produção tem a marca inconfundível do indiano. Além de produzir "Demônio" o texto é de sua autoria. Então nem adianta colocar um verdadeiro “laranja” como diretor pois todos sabemos que se trata na realidade de um filme de Shyamalan. A premissa é até promissora, tudo passado em apenas um ambiente. Tudo bem em tentar extrair de uma única situação todos os acontecimentos para realizar um filme, o problema é quando a monotonia e o tédio atingem o espectador. Certamente Shyamalan tenta de todas as formas evitar que isso aconteça, mas em vão. Em vários momentos a trama cai no lugar comum, isso quando não se torna puramente absurda e forçada. O argumento inclusive me lembrou de outro filme chamado "Enterrado Vivo" que acabou sendo mais bem sucedido nesse tipo de produção que explora um evento único. Shyamalan também não consegue escapar de cair na pura bobagem. O filme mais parece um episódio do antigo seriado "The Twillight Zone", "Amazing Stories" ou até mesmo "Contos da Cripta". O problema é que se naqueles seriados os episódios duravam pouco mais de meia hora, aqui o filme se estende por quase uma hora e meia... então é inevitável que haja muita enrolação (e tédio). Eu olhei bastante para o relógio durante a exibição do filme e isso definitivamente nunca é um bom sinal. O tempo passou devagar... devagar... Talvez fosse mais produtivo que o filme fosse dividido em duas pequenas estórias de terror já que não cansaria tanto o espectador. Além do mais no final se poderia ao menos gostar de um ou outro episódio do filme. Pena que não pensaram assim. Para falar a verdade Devil é um tanto previsível e chato (e quando sua identidade foi finalmente revelada eu literalmente bocejei pois já tinha perdido o interesse pelo roteiro lá pelos 45 minutos de exibição). Definitivamente não fiquei satisfeito com o desfecho... Enfim, não recomendo muito o filme. Ainda prefiro meus seriados de contos de terror de antigamente. Eram mais honestos em sua proposta. Não foi dessa vez que o indiano acertou novamente.

Pablo Aluísio.

Esquadrão Classe A

Quem é um pouco mais velho certamente se lembra da série original que era exibida pelo canal SBT no Brasil. Esquadrão Classe A era um produto diferente, com muito humor mas focado principalmente na ação desenfreada – até porque se vivia no cinema uma verdadeira febre de filmes de ação estrelados por atores como Stallone, Schwarzenegger e Chuck Norris. O tempo passou, a série sofre queda de audiência e após poucas temporadas foi definitivamente cancelada. Como em Hollywood hoje se vive uma escassez enorme de novas ideias os produtores voltaram na década de 80 em busca de algo para reciclar. A bola da vez foi justamente o Esquadrão Classe A. O que dizer de um filme como esse? Sinceramente acho que os produtores pensam que os jovens de hoje devem ter algum problema de déficit de atenção e por isso colocam uma nova explosão a cada cinco minutos de duração. Será que eles têm receio de que os jovens fiquem distraídos sobre o que se passa na tela e por isso promovem uma explosão atrás da outra para acordar todo mundo? E por que não escrevem um roteiro com o mínimo de inteligência? São questões complicadas de responder. O fato é que o remake de Esquadrão Classe A se resume a isso: uma explosão atrás da outra, uma cena inverossímil seguida de outra e quando já estamos fartos de tanta pirotecnia o filme simplesmente acaba. Nada é desenvolvido a contento, nada é minimamente explorado e a sensação de vazio impera quando o filme finalmente chega ao seu final.

Não que a série original fosse muito melhor do que isso mas a questão é que estamos falando de algo produzido há quase 30 anos, então o mínimo que se poderia esperar agora era que realizassem algo melhor, mais bem feito, mais caprichado. O pior desse filme é seu argumento bobo demais. Tudo gira em torno da busca por placas matrizes usadas para a fabricação de dinheiro que foram roubadas do governo americano. Até aí tudo bem. O que me deixou perplexo é entender porque tanto alvoroço por isso? Será que os roteiristas não sabiam que essas placas são numeradas e basta o Banco Central cancelar seus números de série para tudo se resolver? Acho que não pois no filme o governo dos EUA faz de tudo para recuperar elas. E tome explosão. No cinema então o filme se torna um tormento tremendo, tamanha a barulheira sem fim. Como o roteiro é previsível temos também uma pequena reviravolta envolvendo os vilões do enredo mas nada de muito surpreendente. E é só. Fui com as expectativas bem baixas, esperando um filme assim e realmente ele conseguiu ser pior do que eu esperava. Melhor rever o Mr T fazendo cara de mau no seriado antigo. Era mais divertido.

Esquadrão Classe A (The A-Team, Estados Unidos, 2010) Direção: Joe Carnahan / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas, Skip Woods / Elenco: Liam Neeson, Bradley Cooper, Quinton "Rampage" Jackson, Jessica Biel, Sharlto Copley, David Richmond-Peck. / Sinopse: O filme narra as aventuras do chamado Esquadrão Classe A. Quando matrizes do governo americano são roubadas o grupo entra em ação para recupera-las.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A Fera do Rock

Jerry Lee Lewis tinha vocação para piromaníaco. Ele gostava mesmo era de tocar fogo nas coisas. Quando não estava no palco colocando fogo em seu piano, estava fora dele jogando gasolina nas chamas de sua carreira. Foi o mais incendiário artista da primeira geração do Rock ´n´ Roll. Lewis surgiu na Sun Records, a mesma pequenina gravadora de Memphis que revelou Elvis Presley. Tinha talento, ótima perfomance de palco e uma postura que reunia rebeldia, arrogância e ousadia. Seu sonho era um dia se tornar maior que o próprio Elvis! Após emplacar vários sucessos partiu para uma viagem à Inglaterra naquela que seria sua turnê de consagração. O futuro parecia promissor e brilhante. Infelizmente a imprensa britânica acabou com seus sonhos. Um jornalista descobriu meio que ao acaso que ele havia se casado com sua prima de apenas 14 anos. Isso bastou para que tudo viesse abaixo em pouco tempo. Lewis foi banido das rádios, seus shows foram cancelados e em pouco tempo ele viu tudo o que restava de sua outrora carreira virar literalmente cinzas. A vida do chamado “The Killer” é certamente das mais interessantes e curiosas da música americana e por isso em 1989 virou filme sob direção de Jim McBride, com Dennis Quaid no papel principal. Embora historicamente incorreto em alguns aspectos “A Fera do Rock”  é até hoje lembrado com carinho pelos fãs de musicais em geral.

A estética que foi escolhida foi bem technicolor, exagerada, vibrante, com linguagem das comédias românticas dos anos 50. A trilha sonora é uma delícia e reúne todos os grandes sucessos de Lewis no auge de sua carreira como Great Balls Of Fire, Whole Lotta Shakin’ Goin’ On, Crazy Arms e High School Confidential. É certo que Dennis Quaid está muito afetado na pele de Jerry Lee Lewis mas isso não tira o charme da produção. Uma jovem e talentosa Winona Ryder dá brilho ao elenco ao interpretar Myra Gale Brown, a prima adolescente de Lewis que acabaria sendo sua ruína. O elenco aliás está muito bem, com todos à vontade em seus respectivos personagens. O próprio Jerry Lee Lewis resolveu participar do clipe promocional do filme, cantando e tocando piano ao lado de Dennis Quaid. Tirando esse lado mais colorido da película a verdade pura e simples é que a vida de Lewis estaria mais para um drama pesado do que para uma comédia musical como essa. Eu entendo que os produtores não quiseram fazer nada baixo astral e ao invés disso optaram por celebrar o artista. Nada há de errado nisso. Só que se deve registrar que o que fizeram a Lewis durante muitos anos foi de uma crueldade imensa. Arrasaram com um artista talentoso apenas por uma questão de falso moralismo extremo. Ainda bem que Jerry Lee Lewis é acima de tudo um grande sobrevivente. Enfrentou todas as barras e conseguiu em vida ver sua estrela renascer novamente. Palmas para ele. O que fica é a certeza que Jerry Lee Lewis foi certamente um grande nome do Rock americano que merece todo o respeito e reverência. Um verdadeiro The Killer que marcou para sempre a música do nosso tempo.


A Fera do Rock (Great Balls of Fire!, Estados Unidos, 1989) Direção: Jim McBride / Roteiro: Jack Baran, Jim McBride baseados no livro de Myra Lewis e Murray Silver Jr./ Elenco: Dennis Quaid, Winona Ryder, Stephen Tobolowsky, Trey Wilson, Alec Baldwin / Sinopse: Cinebiografia do cantor de rock dos anos 50 Jerry Lee Lewis. Revelado pela Sun Records de Sam Phillips acaba tendo sua carreira destruída por ter se casado com sua prima menor de idade.

Pablo Aluísio

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Bolt - O Supercão

Na guerra pelas bilheterias das animações os estúdios Disney nunca brincam em serviço, lançando todos os anos fortes candidatos no mercado. Esse Bolt certamente tem pedigree, com custo milionário (130 milhões de dólares) o filme deixa a animação tradicional de lado para apostar de uma vez por todas nas técnicas mais modernas, com produção digital de última geração. Para tanto a Disney teve a coragem (e ousadia) de escalar dois novatos para a direção! Convenhamos que bater de frente com a Pixar com dois marinheiros de primeira viagem, mesmo tendo um orçamento milionário nas mãos, pode não ser uma boa idéia. Embora a dupla Byron Howard e Chris Williams tenha se esforçado em entregar um produto à altura do absurdo padrão de qualidade da Disney o fato é que o resultado deixou a desejar. A animação inclusive parece não ter agradado muito o público, tanto que sua bilheteria foi considerada bem decepcionante. Mas afinal o que deu errado em Bolt?

De certa forma a falta de um gancho melhor no enredo pesou contra a animação. A trama é bem simples: Bolt é um simpático cãozinho usado em programas de TV que acredita ter realmente super poderes. Quando sem querer vai parar nas ruas acaba descobrindo a realidade: que é apenas um cão ator e não um super-herói todo poderoso. Ao seu lado aparecem dois novos amigos, um Hamster que vive dentro de uma bolha de plástico (um dos mais divertidos personagens) e uma gata com muita personalidade. Já a garotinha Penny tem a voz na versão americana da estrela teen Miley Cyrus. O enredo vai fazer você se lembrar imediatamente de outros filmes famosos como "Ed Tv" e "O Show de Truman". Será que esse enredo se mostrou complexo demais para as a garotada? Ainda mais para seu público alvo que são as crianças até no máximo 10 anos? Pode ser. Mesmo assim, sendo considerado um dos filmes menores da Disney a animação deve ser assistida. Não é nenhum clássico do eterno estúdio mas vista sob um ponto de vista de mero passatempo pode até mesmo divertir.

Bolt - O Supercão (Bolt, Estados Unidos, 2008) Direção: Byron Howard, Chris Williams / Roteiro: Chris Sanders / Elenco (vozes): John Travolta, Milley Cyrus, Susie Emans, Malcolm McDowell / Sinopse: Caõzinho ator que vive dentro de um programa de TV pensa ter super poderes como um verdadeiro super- herói. Quando vai para as ruas descobre a verdade sobre sua vida.

Pablo Aluísio.

O Campeão de Hitler

Max Schmeling (1905 - 2005) foi um campeão de boxe alemão que conseguiu conquistar o título de pesos pesados vencendo a lenda americana Joe Louis em plena Nova Iorque nas vésperas da II Guerra Mundial. Como não poderia deixar de ser o Estado Nazista Alemão procurou de todas as formas se apropriar da vitória do lutador para propagar suas idéias racistas de superioridade branca. Joe Louis, o lutador americano, era negro e Schmeling era o que Hitler gostava de chamar de ariano puro. Para os nazistas a vitória de Max representava a concretização de suas teses que afirmavam serem os negros inferiores aos arianos brancos. O curioso é que Max não era um nazista, apenas um esportista que não conseguia desvencilhar seu talento esportivo da propaganda política do Terceiro Reich. A história como se vê é das mais interessantes mas esse "O Campeão de Hitler" não consegue alcançar maiores vôos se limitando a apenas contar os fatos da forma mais didática (e burocrática) possível. A produção não é vergonhosa ou algo do tipo, dentro de suas possibilidades tudo é ambientado de forma razoável, o problema realmente é que o filme não consegue mostrar muito da personalidade do personagem principal, não explora melhor o conflito que viveu e fica praticamente ali no básico, sem qualquer tipo de inovação ou ousadia artística.

Mesmo sendo muito limitado esse filme serve para duas coisas pelo menos: A primeira é conhecer melhor a história de  Max Schmeling, seu auge, sua fama e depois sua queda e declínio e depois servir de trampolim para que o espectador possa pesquisar melhor sobre esse esportista. Entre as curiosidades mais interessantes basta citar que após a Guerra, pobre e desempregado, o boxeador para ganhar o pão de cada dia ia até as bases militares americanas apostar lutas com os soldados em busca de alguns trocados. Mesmo assim engana-se quem pensa que Max morreu pobre e jogado em alguma sarjeta. Por um desses caprichos do destino ele conseguiu dar a volta por cima e através de seus amigos na América conseguiu os direitos de comercialização de um produto americano que permanecia inédito na Alemanha até aquele dia. O nome do produto? Coca-Cola!!! Nem é preciso explicar que morreu milionário. Maior ironia do destino que essa poucas vezes vi em minha vida. Em suma, "O Campeão de Hitler" passa longe de ser um filme brilhante, pelo contrário, é burocrático e quadrado ao extremo, mas servirá pelo menos como curiosidade histórica.

O Campeão de Hitler (Max Schmeling, Alemanha, 2011) Direção: Uwe Boll / Roteiro: Timo Berndt / Elenco: Henry Maske, Susanne Wuest, Heino Ferch / Sinopse: Cinebiografia do boxeador Max Schmeling, que durante o auge do nazismo na Alemanha conseguiu vencer a lenda americana, o campeão Joe Louis, em plena Nova Iorque. Usado como propaganda por Hitler viu sua fama e sucesso acabar com a explosão da II Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

Homem de Ferro

Primeira aventura do Homem de Ferro nos cinemas. Esse personagem da Marvel sempre foi muito querido pelos fãs dos quadrinhos mas nunca havia tido um tratamento tão vip como agora. Embora tenha seus fãs mais leais o fato é que o Homem de Ferro vinha em crise de popularidade, tendo inclusive seus títulos próprios cancelados no Brasil. O filme porém mudou tudo, agora ele é sempre um dos mais lembrados heróis do universo Marvel, virando inclusive uma força no mercado de licenciamentos com muitos brinquedos, jogos, camisas e demais bugigangas à venda. De fato o personagem é bem interessante, não apenas por ser uma nova versão dos antigos robôs dos filmes de ficção da década de 50 mas por ter também um alter ego muito singular, o bilionário Tony Stark (Robert Downey Jr.). Um fato curioso que poucos parecem se dar conta é que Stark é na realidade uma versão no mundo da ficção de Howard Hughes, um excêntrico magnata que viveu nos EUA (e que foi retratado pelo cinema no filme "O Aviador" com Leonardo Di Caprio fazendo o papel). Hughes assim como Stark era louco por tecnologia e aplicava muito tempo e dinheiro com invenções - algumas bem malucas - e aventuras. Morreu completamente louco e isolado em um quarto de hotel em Las Vegas, cercado de lixo e fezes por todos os lados. Apesar de seu final inglório Hughes está em Stark em praticamente todos os aspectos, seu visual (com o famoso bigodinho), seus maneirismos, seus projetos mirabolantes, etc. 

Esse Homem de Ferro, o filme, faz parte de um longo processo que vem há tempos se perpetuando no mundo do cinema americano. Descobriu-se, desde Batman de Tim Burton, que havia uma enorme legião de fãs de quadrinhos ávidos por consumir filmes de seus super-heróis preferidos. Vendo a mina de ouro os estúdios correram atrãs dos direitos autorais o que não foi fácil pois a Marvel sempre foi muito mal gerenciada, vendendo os seus direitos sem muito critério. A batalha pelos direitos do Homem Aranha, por exemplo, durou anos! Como o Homem de Ferro sempre foi considerado um personagem de segundo escalão a compra dos direitos de uso foi bem mais fácil. O filme é muito eficiente, bem realizado e competente. Nada de muito brilhante surge em cena mas em nenhum momento a produção decepciona. Robert Downey Jr, depois de anos de abuso de drogas e vexames públicos conseguiu finalmente que um grande estúdio apostasse as fichas nele, o escalando para o personagem principal. Direção de arte, efeitos digitais, tudo parece se enquadrar muito bem no final das contas. O velho Hughes certamente ficaria orgulhoso. 

Homem de Ferro (Iron Man, Estados Unidos, 2008) Direção: Jon Favreau / Roteiro:: Arthur Marcum, Matt Holloway, Mark Fergus, Hawk Ostby baseados no famoso personagem da Marvel criado por Stan Lee  / Elenci: Robert Downey Jr., Terrence Howard, Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges, Samuel L. Jackson, Leslie Bibb, Stan Lee, Shaun Toub, Bill Smitrovich, Faran Tahir. / Sinopse: Tony Stark (Robert Downey Jr) é  um excêntrico bilionário e industrial que resolve criar uma inédita arma de guerra, uma armadura letal que também lhe serve como salva vidas uma vez que ele depende do equipamento para sobreviver.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de outubro de 2012

Facção Vermelha

O planeta vermelho continua sendo alvo das piores bombas que são lançadas. Parece que todo filme vagabundo usa Marte como cenário ultimamente. Esse Facção Vermelha é dos piores. Baseado em game a produção não consegue acertar em quase nada. O roteiro é clichê, da primeira à última cena. Um mistura vulgar de elementos que fizeram parte de Guerra Nas Estrelas e O Vingador do Futuro. Personagens ridículos interpretados por atores ineptos, tudo embalado por alguns dos diálogos mais estúpidos já escritos. Como se não bastasse tanta ruindade ainda temos que perder tempo com o enredo patético: No futuro, 25 anos após Marte de tornar independente da Terra, grupos rivais lutam pelo controle do planeta. Há os rebeldes conhecidos como Saqueadores que lutam contra a chamada “Facção Vermelha” (esquerdistas de araque) e por fim o governo estabelecido que combate todos eles. A direção de arte é horrível, fora de moda, brega, ultrapassada.

No meio da lama de tanta incompetência só um ator é mais conhecido: Robert Patrick. Para quem já fez Arquivo X e Exterminador do Futuro 2 certamente é uma vergonha participar de um projeto vagabundo como esse. O personagem principal é interpretado pelo ator Brian J. Smith, que é simplesmente 100% inexpressivo e sem talento. O resto do elenco não merece sequer menção. O vilão é um estúpido capitão com tapa olho! Um horror! Por fim cabe falar sobre os efeitos digitais. São todos fracos e mal feitos. Enfim o filme é tão ruim que não merece nem mais ser detonado, apenas ignorado. Fuja desse “Facção Vermelha” que é seguramente um dos piores filmes de ficção feitos ultimamente. Sem graça e chato só merece o ostracismo eterno, seja aqui ou seja em Marte!

Facção Vermelha (Red Faction: Origins, Estados Unidos, 2011) Direção: Michael Nankin / Danny Bilson, Paul De Meo / Elenco: Brian J. Smith, Danielle Nicolet, Kate Vernon, Robert Patrick / Sinopse: três grupos lutam pelo controle do planeta Marte após esse se tornar independente da Terra.

Pablo Aluísio.