sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Tango & Cash

Raymond Tango (Sylvester Stallone) e Gabriel Cash (Kurt Russell) são dois policiais que trabalham numa investigação que tem como alvo o crime organizado. Incrimados por envolvimento nessa rede criminosa eles terão que lutar para limpar seus nomes novamente. Revi hoje Tango & Cash. Seguramente fazia uns bons dez anos que tinha visto pela última vez. Na minha opinião continua divertido. É um filme que de certa forma auto ironiza o próprio gênero a que pertence - a dos filmes de ação dos anos 80. Está tudo lá, os tiroteios, as cenas inverossímeis, os vilãos caricaturais e as famosas piadinhas no meio da troca de tiros (algumas piadinhas aqui, devo confessar, são muito boas). A sensação que tive ao rever Tango & Cash foi que a intenção de seus realizadores era mesmo de inaugurar uma nova franquia na carreira de Stallone. Obviamente que o filme bebe diretamente da fonte de "Máquina Mortifera", pois aqui também temos a dupla de tiras formada por pessoas bem opostas (Stallone interpreta Tango, bem vestido, metido a intelectual e Russell faz Cash, policial porra louca ao estilo do personagem de Mel Gibson onde até os cabelos são iguais). 

Mas ao contrário de "Máquina Mortífera" "Tango & Cash" jamais se leva à sério e não tem preocupações em desenvolver os personagens principais. Na realidade tudo é mero pretexto para a ação pura e simples. De certa forma esse talvez seja o principal problema do filme. Ao vermos Stallone e Russell trocando farpas e ironias entre si percebemos que se a amizade deles fosse melhor desenvolvida certamente teríamos um filme melhor. Outro que é desperdiçado em cena é o grande Jack Palance. Seu personagem, o vilão, é sem conteúdo. É só um cara mau fazendo maldades e nada mais. Deveriam ter aproveitado um pouco melhor sua presença em cena. Enfim, "Tango & Cash" é um filme de ação escapista, feito para divertir e nada mais. Como não foi muito bem nas bilheterias não houve mais continuações com a dupla, uma pena, pois provavelmente esses personagens poderiam ser melhor desenvolvidos em continuações.  

Tango & Cash (Tango e Cash, Estados Unidos, 1989) Direção: Andrey Konchalovskiy / Roteiro: Randy Feldman / Elenco: Sylvester Stallone, Kurt Russell, Jack Palance, Teri Hatcher / Sinopse: Raymond Tango (Sylvester Stallone) e Gabriel Cash (Kurt Russell) são dois policiais que trabalham numa investigação que como alvo o crime organizado. Incrimados por envolvimento nessa rede criminosa eles terão que lutar para limpar seus nomes novamente.  

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Dupla Implacável

A carreira de John Travolta já morreu e renasceu tantas vezes que fica até complicado de acompanhar. Esse "Dupla Implacável" é mais um tentativa do ator em voltar ao topo. Com visual esquisito, careca e cavanhaque o ex astro de musicais agora quer convencer como um tipo durão, próprio para filmes de ação. Ao seu lado está Jonathan Rhys Meyers que apesar do sucesso na TV com a boa série The Tudors nunca conseguiu emplacar no cinema. E não foi dessa vez que conseguiu. A produção não é toda ruim, tem coisas interessantes mas não conseguiu colocar nem Travolta e nem Meyers no rumo do sucesso nas telas. Na verdade fui assistir esse filme com as expectativas mais baixas possíveis. Pensei que seria apenas um filmeco de ação passado em Paris. Bom, até que me surpreendi pois o filme é um thriller eficiente sobre atentados terroristas. Claro que o roteiro é simples (para não dizer simplório) mas mesmo assim diverte. John Travolta faz mais uma variação do tipo que vem apresentando nos últimos filmes. Aliás ele está totalmente fora de forma o que compromete a veracidade nas cenas que exigem mais vigor físico (como a que ele persegue uma terrorista em um telhado parisiense). 

Por falar em Paris, a decisão de fazer o filme por lá foi bem acertada, pois a cidade ainda continua linda (embora tenha sido pouca aproveitada em cena). Jonathan Rhys Meyers está apenas correto e no fundo serve de escada para Travolta. Para quem procura um sucesso para fazer a transição para o mundo do cinema o filme foi uma bola fora, já que não fez sucesso e deu prejuízo financeiro. Muitos culparam o diretor Pierre Morel pelo fracasso comercial mas o que esperavam de um sujeito que foi o roteirista de "Carga Explosiva"? Enfim, o filme não cumpriu sua missão de transformar John Travolta em herói de filmes de ação. Fica para a próxima tentativa então.  

Dupla Implacável (From Paris With Love, Estados Unidos, 2010) Direção: Pierre Morel / Roteiro: Adi Hassal baseado em estória original de Luc Besson / Elenco: John Travolta, Jonathan Rhys Meyers, Kassia Smutniak / Sinopse: Dois americanos em Paris se envolvem com um grupo de terroristas franceses. 

Pablo Aluísio.

Caso 39

Emily Jenkins (Renée Zellweger) trabalha como assistente social e em seu trabalho conhece a triste história de garota de apenas dez anos que sofreu abuso em sua família. O que ela não contava era que na realidade a pequena Lillith Sullivan (Jodelle Ferland) tem muitos segredos a esconder. Hollywood quando não faz remakes assumidos consegue reciclar velhas ideias e produzir remakes "disfarçados". Esse é um caso desses. O filme tem nuances de vários e vários filmes de terror do passado, só para se ter uma ideia da situação imediatamente me lembrei de "A Profecia", por exemplo, pois o argumento é idêntico em (quase) tudo. Dos mais recentes impossível não lembrar de "O Orfanato" e até mesmo de "Deixe Ela Entrar" (embora esse último seja posterior a esse filme).

O filme tem alguns bons sustos mas são poucos. A trama demora um pouco a engrenar, a morte do psicólogo me lembrou muito um filme antigo, clássico, de terror dos anos 70 chamado Dr. Phibes. É tão parecida a cena que se quisessem os produtores daquele filme poderiam até pensar em processar o estúdio desse Caso 39. O negócio cheirou a plágio. De bom tem a Zellwegger de camisola molhada correndo pelas ruas (pena que fugindo do capeta também, o que estraga qualquer clima de sensualidade possível :P) No final o filme prova que Hollywood está com uma falta de criatividade dos diabos! (desculpe, não pude dispensar o trocadilho infame). ;)

Caso 39 (Case 39, Estados Unidos, 2009) Direção: Christian Alvart / Roteiro: Ray Wright / Elenco: Renée Zellweger, Jodelle Ferland, Ian McShane, Kerry O'Malley, Callum Keith Rennie, Bradley Cooper / Sinopse: Emily Jenkins (Renée Zellweger) trabalha como assistente social e em seu trabalho conhece a triste história de garota de apenas dez anos que sofreu abuso em sua família. O que ela não contava era que na realidade a pequena Lillith Sullivan (Jodelle Ferland) tem muitos segredos a esconder.

Pablo Aluísio.

Hangar 18

Título no Brasil: Hangar 18
Título Original: Hangar 18
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Sunn Classic Pictures
Direção: James L. Conway
Roteiro: Ken Pettus, Thomas C. Chapman
Elenco: Darren McGavin, Robert Vaughn, Gary Collins, Philip Abbott, Joseph Campanella, Pamela Bellwood

Sinopse:
Depois que um OVNI cai no Arizona, devido a uma colisão espacial com o lançamento de um satélite da NASA, o governo dos EUA tenta encobrir o incidente por razões políticas. História supostamente baseada em fatos reais.

Comentários:
A questão envolvendo ETs e OVNIs foi muito popular nos anos 80. Havia revistas, documentários e filmes sobre o tema. Então não era de se admirar que um filme como esse fosse produzido. "Hangar 18" foi até muito conhecido na época, porem o fato é que se trata de um filme B, sem maiores atrações para um cinéfilo que esteja em busca apenas de bom cinema. Talvez, e digo apenas talvez, se Steven Spielberg tivesse se interessado por esse roteiro... quem sabe não seria um clássico Sci-fi da safra oitentista? Porém revisto hoje em dia, sem o toque do eterno Peter Pan do cinema, tudo o que é sobra são sobras de teorias da conspiração dos 80s. Tem quem goste, não há como negar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Vício Frenético

Não é novidade para ninguém que a filmografia de Nicolas Cage nos últimos tempos já saiu da fase de ser apenas ruim para virar anedota entre cinéfilos de tão ruins que são as produções. De fato Cage já virou piada nas rodinhas de pessoas que gostam do dito bom cinema. No meio de tantos filmes obtusos e constrangedores eis que finalmente surgiu uma pérola no meio do lamaçal. Sim, "Vício Frenético" é essa jóia. O filme se comparado com outros recentes do Cage é bem superior. Não é um grande filme, tem problemas de ritmo, roteiro e interpretação mas mesmo com tudo isso é salvo no final pelo fino humor negro que permeia toda a estória. Aqui Cage interpreta um oficial da policia de uma New Orleans devastada. Longe de ser um exemplo o tira é corrupto, viciado em drogas, em jogos e prostituição e tudo o mais de pior que se pode pensar para um policial. Um sujeito totalmente fora de controle e completamente fora da linha. O irônico é que mesmo assim, com todos esses desvios de conduta, sempre acaba sendo promovido (uma crítica óbvia à força policial das grandes cidades americanas). Não gostei muito da interpretação do Cage. De olhos esbugalhados, olhar vidrado, todo torto e muitas caretas o ator apresenta um esilo caricato de representar. No começo chega a ser até estranho ver Cage tão afetado mas depois que se acostuma com o tipo, fica até divertido. Ainda bem que ele foi salvo pelo bom argumento. 

O roteiro até consegue sobreviver no meio de um amontoado de eventos que vão se sucedendo no transcorrer da produção. Talvez isso se deva ao fato do filme ser na realidade um remake de um antigo policial dirigido por Abel Ferrara. Como se sabe esse diretor sempre foi bem pouco convencional. A estrutura de seus filmes sempre foi inovadora e nada parecida com o que vemos no cinemão comercial americano. No saldo final o que realmente salva mesmo "Vício Frenético" é a ironia, o cinismo e o humor negro que utiliza para satirizar o sistema. Nesse ponto o filme realmente acerta. Em suma, aqui temos um filme policial que a despeito dos exageros do Cage em cena pode realmente agradar no final das contas. 

Vício Frenético (The Bad Lieutenant: Port of Call - New Orleans, Estados Unidos, 2009) Direção: Werner Herzog / Roteiro: William M. Finkelstein, Victor Argo, Paul Calderon, Abel Ferrara, Zoë Lund / Elenco: Nicolas Cage, Eva Mendes, Val Kilmer, Fairuza Balk / Sinopse: Aqui Nicolas Cage interpreta o Terence McDonagh, um oficial da policia de uma New Orleans devastada. Longe de ser um exemplo o tira é corrupto, viciado em drogas, em jogos e prostituição e tudo o mais de pior se pode pensar para um policial. Um sujeito totalmente fora de controle e completamente fora da linha.  

Pablo Aluísio.

Stallone Cobra

Já que o assunto filmes de ação e pancadaria da década de 80 vieram á tona me lembrei de uma das produções mais famosas daqueles anos: "Stallone Cobra". Na época em que o filme chegou nos cinemas pela primeira vez houve uma avalanche de reações extremas em relação ao seu lançamento. Os fãs de Stallone obviamente adoraram ver o ator distribuindo sua cota de sopapos nos vilões em cenas cada vez mais violentas. Já os que acusavam esses filmes de incidar a violência na sociedade foram à luta e aqui no Brasil o filme saiu em diversas versões, várias delas censuradas: uma para menores de 18 anos (com cenas cortadas), outra para maiores de 18 anos (com todas as cenas de sangue) e por fim uma versão para menores de 16 anos com cortes amenizados. Uma coisa de louco! O resultado foi que a bilheteria do filme praticamente triplicou porque o público acabou indo ao cinema várias vezes para conferir todas as versões - o que no fundo era uma bobagem pois os cortes somados não chegam nem a dois minutos. O sucesso continuou depois quando a fita chegou nas locadoras, liderando por semanas o ranking das mais alugadas. Não há como negar que se viveu uma verdadeira febre de popularidade de "Stallone Cobra" no país. Os críticos obviamente ficaram loucos e arrancaram os cabelos pois não se cansavam de criticar tudo na produção. 

O público por sua vez adorou e quebrou cada novo recorde de bilheteria da semana anterior que já havia sido quebrada pelo próprio filme! "Cobra" foi sem dúvida um filme de extremos, quem odiava não perdoava nada e quem adorava Stallone simplesmente idolatrou a fita e ignorou todo o resto! E no meio desse cabo de batalha quem afinal tinha razão? Nenhuma posição extrema ou radical consegue ter razão no final das contas. Os críticos que pareciam ter uma rixa pessoal com o ator americano exageraram nas críticas ferozes e o público tampouco conseguiu ver os defeitos do filme meio que hipnotizados pela incrível popularidade que Sylvester Stallone tinha na ocasião. Na verdade "Stallone Cobra" é uma boa fita de ação policial com um personagem muito carismático, principalmente para a população que muitas vezes sente falta de um "justiceiro" como ele. A mesma coisa aconteceu recentemente com o Capitão Nascimento de "Tropa de Elite". São tiras que querem resolver o problema da criminalidade se tornando eles mesmos a cura para a situação. Cobra não se importa em pendurar um bandido em um gancho, assim como o Capitão Nascimento também não se importa em dar uns "corretivos" na malandragem do morro! O povo obviamente adora esse tipo de personagem! São duas facetas da mesma moeda. De certa forma são todos filhos de Dirty Harry, o policial politicamente incorreto feito por Clint Eastwood na década de 70 que provocava os bandidos dizendo "Faça o meu dia, punk!". Em outras palavras "reaja para que eu possa mandar você para o buraco logo!". Claro que qualquer pessoa pode ser contra esse tipo de atitude. Agora, o que não vale a pena é censurar personagens de ficção como Cobra ou Capitão Nascimento como forma de dar alguma lição de moral para a sociedade, aí sinceramente já foge do que seria razoável. Censura no Brasil nunca mais!  

Stallone Cobra (Cobra, Estados Unidos, 1986) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Sylvester Stallone baseado na novela de Paula Gosling / Elenco: Sylvester Stallone, Brigitte Nielsen, Reni Santoni / Sinopse: Marion 'Cobra' Cobretti (Sylvester Stallone) é um tira de métodos poucos usuais que não perdoa bandidos e meliantes em geral.  

Pablo Aluísio.

Premonição 5

Eu particularmente nunca fui muito fã dessa franquia Premonição. Na realidade curto mais quando há um assassino serial em cena ao estilo Jogos Mortais ou Sexta Feira 13. Em Premonição o "ceivador" é a própria morte que obviamente nunca aparece mas que vem buscar a vida de quem foi salvo dela por alguém que teve alguma premonição antes da tragédia ocorrer. A fórmula é essa e não muda nesse novo flme da série. Assistindo ao filme fiquei pensando como o ser humano é masoquista e abutre. Só isso explica o sucesso desses filmes até porque o roteiro não passa de uma sucessão de mortes horrendas, uma atrás da outra. Os personagens não tem profundidade nenhuma e só estão lá esperando a hora de ir para o buraco. 

Então se o filme não tem roteiro, nem interpretação e nem direção a única razão de existir é aquele sentimento carniceiro de quem vê os outros se dando mal e fica lá curtindo a cena! rs. O filme tem um elenco de gente desconhecida e nenhum chama atenção. As mortes variam desde as cômicas (do cara na massagem japonesa) até as que dão agonia (como da garota no oftalmologista). Só não consegui entender como um filme tem uma cena inicial de alto impacto numa ponte indo ao fundo do mar ao mesmo tempo em que mostra um clímax mixuruca numa cozinha de restaurante! Isso é o que eu chamo de inversão de valores do roteiro. Em suma, "Premonição 5" é mais do mesmo. Uma morte sucede outra que sucede outra e nada mais do que isso. Se faz o seu estilo faça bom proveito.  

Premonição 5 (Final Destination 5, Estados Unidos, 2011) Direção: Steven Quale / Roteiro: Eric Heisserer, Jeffrey Reddick / Elenco: Nicholas D'Agosto, Emma Bell, Arlen Escarpeta / Sinopse: Sobreviventes de um colapsto de uma ponte acabam encontrando a morte de diversas formas tempos depois. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O Livro de Eli

Esse filme bebe diretamente de duas fontes bem claras: filmes de western e roteiros de caos pós apocalíptico, ao estilo Mad Max. Dos faroestes podemos notar bem a figura do "andarilho solitário" que chega numa cidadezinha para abalar as estruturas do lugar. Dos filmes do tipo Max, podemos ver as gangues pós apocalipse brigando pelo bem mais valioso da terra: a água. Assim também como acontece em Mad Max pouco ou quase nada é explicado sobre os eventos que levaram o mundo a essa situação.

Eu gostei em termos do filme, ele tem bons momentos mas também tem passagens bobas. O enredo e o mistério sobre o Livro são bem curiosos e bem amarrados mas não chegam a surpreender totalmente. A interpretação de Denzel não chega a causar admiração mas ele segura bem as pontas. Para pessoas religiosas o argumento vai soar melhor, já os mais céticos certamente torcerão o nariz. Oldman faz o feijão com arroz, até porque o roteiro não abre muito espaço para grandes atuações. O filme em si pode ser encarado como bom divertimento e traz uma mensagem como bônus. Quem gosta do estilo certamente não vai reclamar.

O Livro de Eli (The Book Of Eli, Estados Unidos, 2010) Direção: Albert Hughes, Allen Hughes / Roteiro: Gary Whitta / Elenco: Denzel Washington, Gary Oldman, Jennifer Beals, Mila Kunis, Ray Stevenson, Lora Martinez, Luis Bordonada, Tom Waits, Frances de la Tour / Sinopse: Em um futuro pós apocalypse, Eli (Denzel Washington) é um guerreiro que atravessa o que restou dos EUA de posse de um livro que promete reerguer a humanidade de sua destruição.

Pablo Aluísio.