sábado, 5 de dezembro de 2020

A Época da Inocência

Título no Brasil: A Época da Inocência
Título Original: The Age of Innocence
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Jay Cocks
Elenco: Daniel Day-Lewis, Michelle Pfeiffer, Winona Ryder, Richard E. Grant, Alec McCowen, Geraldine Chaplin

Sinopse:

Baseado no romance histórico escrito por Edith Wharton, o filme "A Época da Inocência" conta a história de um aristocrata americano vivendo em Nova Iorque no século XIX. Mesmo casado, ele não se furta em ter vários romances com jovens da sociedade, criando um grande escândalo entre a elite da cidade.

Comentários:
Excelente drama de época, vencedor do Oscar na categoria de melhor figurino (Gabriella Pescucci). Concorreu ainda ao Oscar nas categorias de melhor atriz (Winona Ryder) e melhor atriz coadjuvante (Winona Ryder). Também concorreu ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme, no gênero drama. Poderia ter vencido em todas essas categorias que todas as premiações seriam justas. O roteiro se baseia em um triângulo amoroso que se forma na alta sociedade de Nova Iorque durante o século XIX. Ali está o aristocrata que posa perante aos seus pares ricos como um homem impecável, moralista, conservador e todo o pacote que bem conhecemos. Por trás das cortinas é um sujeito infiel, sem muitos sentimentos de culpa pelas mulheres que seduz. O ator Daniel Day-Lewis deveria ter sido premiado com o Oscar porque seu trabalho de atuação é perfeito. Martin Scorsese também deveria ter levado a estatueta naquele ano. Ele fez seu filme mais bonito. Toda cena parece um quadro clássico pintado. Tudo extremamente caprichado. É o ápice do romantismo cinematográfico em sua brilhante carreira.
 
Pablo Aluísio.

No Cair da Noite

Título no Brasil: No Cair da Noite
Título Original: It Comes at Night
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Revolution Studios
Direção: Jonathan Liebesman
Roteiro: Joe Harris, John Fasano
Elenco: Chaney Kley, Emma Caulfield Ford, Antony Burrows, Grant Piro, Sullivan Stapleton, Steve Mouzakis

Sinopse:
Um espírito vingativo assume a forma da Fada do Dente para se vingar da cidade que a linchou 150 anos antes. Sua única oposição é a presença de uma criança, agora crescida, que sobreviveu a ele  no passado. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films.

Comentários:
Achei bem produzido esse filme de terror da Columbia Pictures. A história se passa toda em uma cidade do litoral leste dos Estados Unidos. Cidade antiga, cheia de velhas casas de pedra, onde no passado aconteceram eventos horríveis. Há um farol na costa e uma sensação de algo muito ruim está prestes a acontecer. Com boa trilha sonora (a música tema é ideal para esse tipo de filme) e um bom roteiro, esse "No Cair da Noite" não deixa de ser uma boa opção para quem gosta de filmes de suspense e terror. Apenas ignore essa tolice de fada do dente e encare os bons sustos que a fita tem a disponibilizar ao espectador. É bom salientar também uma questão importante: não vá confundir esse terror de 2003 com outro filme que ganhou o mesmo título, lançado em 2017, dirigido pelo cineasta Trey Edward Shults. São dois filmes completamente diferentes. Não há nenhuma ligação entre as duas produções. Enfim, no geral esse filme de terror e suspense tem seus bons momentos, nada de muito maravilhoso, mas que no final das contas até que vale uma sessão de cinema.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

360

Título no Brasil: 360
Título Original: 360
Ano de Produção: 2011
País: Inglaterra, França, Brasil
Estúdio: BBC Films
Direção: Fernando Meirelles
Roteiro: Peter Morgan
Elenco: Jude Law, Anthony Hopkins, Ben Foster, Maria Flor, Rachel Weisz, Vladimir Vdovichenkov

Sinopse:
Vários histórias, envolvendo pessoas diversas, das mais distantes partes do mundo, se entrelaçam, mostrando que cada uma delas está ligada às demais, mesmo que isso não seja tão aparente como muitos poderiam pensar. Filme indicado no London Film Festival na categoria de melhor direção (Fernando Meirelles).

Comentários:
Esse filme do diretor brasileiro Fernando Meirelles me fez lembrar até mesmo dos filmes antigos de Robert Altman. A estrutura do roteiro segue a mesma linha. É no estilo mosaico, com vários personagens vivendo suas próprias vidas sem se darem conta que todos estão ligados entre si, de uma forma ou outra. Assim temos uma verdadeira galeria de personagens diferentes. Jude Law interpreta o executivo que mesmo casado com uma bela mulher, procura por encontros com prostitutas que encontrou na internet. Anthony Hopkins dá vida ao pai que embarca numa viagem da Inglaterra aos Estados Unidos em busca de sua filha desaparecida. A polícia de Phoenix encontrou um corpo carbonizado, não identificado de uma mulher inglesa que pode ser sua filha. Ele então parte para reconhecer o corpo. Ben Foster é o maníaco sexual que acabou de sair da cadeia, está voltando para casa e precisa de todas as formas conter seus impulsos criminosos. Além disso há um capanga da máfia russa que pensa em cair fora de seu "ramo de trabalho". Há ainda uma jovem brasileira, cansada das traições de seu namorado francês. Enfim, várias histórias circulando, todas interessantes. Um bom filme para quem aprecia esse tipo de roteiro mais fragmentado.

Pablo Aluísio.

Sem Medo de Viver

Título no Brasil: Sem Medo de Viver
Título Original: Fearless
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Spring Creek Productions
Direção: Peter Weir
Roteiro: Rafael Yglesias
Elenco: Jeff Bridges, Isabella Rossellini, Rosie Perez, Tom Hulce, Benicio Del Toro, Deirdre O'Connell

Sinopse:

Baseado na novela escrita por Rafael Yglesias, o filme "Sem Medo de Viver" conta a história de Max Klein (Jeff Bridges), um homem cuja personalidade muda drasticamente depois de sobreviver a um grande acidente aéreo. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz (Rosie Perez).

Comentários:
Esse é um daqueles filmes que se propõem a discutir qual é o real significado da vida, da existência humana. O protagonista muda sua forma de encarar a vida depois de sobreviver milagrosamente a um grande acidente de avião. Ele sobrevive, mas a grande questão que passa a ser discutida é qual seria seu novo sentido de existir, de viver? Então ele passa a viver sem medo, sem receios, aproveitando cada nova experiência que surge em sua frente. É um bom roteiro, que coloca até mesmo questões filosóficas sobre a mesa, mas sem soar chato ou petulante. No final o que se sobressair é a excelente interpretação de Jeff Bridges, que inclusive deveria ter sido ao menos indicado ao Oscar naquele ano por seu trabalho de atuação. Melhor se saiu sua parceira de cena, Rosie Perez. Com trilha sonora do grupo de rock U2, esse filme cumpre o que promete. Faz refletir, tem boa mensagem e um belo elenco para manter o interesse do ciinéfilo por toda a duração do filme. Eu particularmente gostei bastante da proposta desse roteiro.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Inferno no Faroeste

Título no Brasil: Inferno no Faroeste
Título Original: Dead in Tombstone
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal
Direção: Roel Reiné
Roteiro: Brendan Cowles, Shane Kuhn
Elenco: Danny Trejo, Mickey Rourke, Anthony Michael Hall, Dina Meyer, Richard Dillane, Colin Mace

Sinopse:
Após libertar seu meio irmão da forca, o bandoleiro Guerrero (Danny Trejo) e seu grupo de bandidos, resolvem ir até uma cidadezinha no Colorado para roubar um banco que está abarrotado de ouro das minas da região. Para sua surpresa, ele é traído justamente por seu irmão que acabou de salvar da morte certa. Executado a tiros de forma covarde por seus antigos capangas, ele é enviado para o inferno por causa de seus inúmeros crimes cometidos ao longo de sua vida. Torturado a ferro e fogo nas profundezas infernais, resolve fazer um pacto com o próprio Lúcifer (Mickey Rourke) para voltar ao mundo dos vivos por apenas 24 horas para matar um a um todos os seus comparsas traidores em troca de sua alma eterna.

Comentários:
Faroeste com toques sobrenaturais que certamente agradará a alguns, embora também desagradará aos mais tradicionalistas. O enfoque é de realismo fantástico, onde um bandido assassinado volta à vida para acertar contas com quem lhe matou. O roteiro está recheado de clichês, mas duas coisas salvam o filme da mediocridade completa. A primeira é a presença de Mickey Rourke como Lúcifer em pessoa. A dublagem da versão nacional estragou parte de sua interpretação, atrapalhando o bom trabalho do ator (por isso prefira a versão original, legendada). O outro ponto positivo é a tentativa de transformar Danny Trejo em astro de seus próprios filmes. Quem o conhece de "Machete" e "Sons of Anarchy" vai gostar de vê-lo aqui no velho oeste dando tiros, recriando de certo modo os antigos personagens que um dia foram interpretados por Charles Bronson (o estilo de ambos é bem parecido). Por fim, os roteiristas também tentaram pegar carona com antigos clássicos contando a suposta história do surgimento do nome da cidade de Tombstone, mas sem grande inspiração. No geral o que temos aqui é um western de produção modesta, pois o filme nem sequer chegou a ser lançado nos cinemas na maioria dos países, com roteiro derivativo, mas compensado em parte por apresentar um elenco de bons atores. Foi lançado diretamente em DVD no Brasil e vale a pena ser ao menos conhecido, nem que seja por mera curiosidade.

Pablo Aluísio. 

À Procura da Vingança

Título no Brasil: À Procura da Vingança
Título Original: Seraphim Falls
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Icon Productions
Direção: David Von Ancken
Roteiro:  David Von Ancken, Abby Everett Jaques
Elenco: Liam Neeson, Pierce Brosnan, Michael Wincott, Xander Berkeley

Sinopse:
Durante o fim de um dos conflitos mais sangrentos da história dos Estados Unidos, a Guerra Civil entre estados do sul e do norte, no século XIX, um militar, o coronel Carver (Liam Neeson) parte em busca de vingança contra Gideon (Pierce Brosnan). Apenas os fortes sobreviverão.

Comentários:
"O filme A Procura da Vingança é uma verdadeira jóia cinematográfica onde tudo funciona. A começar pelas ótimas atuações de Neeson e Brosnan, o longa vai se desenrolando num duelo pessoal entre os dois astros, já no final da Guerra Civil Americana. O "tour de force" de Liam Neeson e Pierce Brosnan, além de um ótimo roteiro, tem como pano de fundo paisagens deslumbrantes que se inicia numa floresta nevada, e passa por desertos de calor escaldante e bandidos de ocasião. O diretor ainda joga com imagens oníricas de um suposto dono de um poço (Wes Studie) e uma vendedora de elixir (Angélica Huston) que aparece do nada e no meio do deserto. O final é surpreendente e a direção é espetacular de um diretor que eu não conhecia. Aplausos de pé. Nota 9"

Telmo Vilela Jr.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Minha Adorável Lavanderia

Título no Brasil: Minha Adorável Lavanderia
Título Original: My Beautiful Laundrette
Ano de Produção: 1985
País: Inglaterra
Estúdio: Working Title Films
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Hanif Kureishi
Elenco: Daniel Day-Lewis, Gordon Warnecke, Derrick Branche, Saeed Jaffrey, Rita Wolf, Shirley Anne Field

Sinopse:
Omar, um jovem imigrante paquistanês, recebe de seu tio a responsabilidade de tomar conta de uma lavanderia em Londres. O lugar está em péssimo estado. Para reformar tudo e colocar as coisas em ordem, ele contrata Johnny (Lewis), um arruaceiro que ele conhece desde os tempos da escola.  Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado (Hanif Kureishi).

Comentários:
Esse foi o primeiro filme relevante da carreira de Stephen Frears. Foi a primeira vez que ele chamou realmente a atenção da crítica em geral. Com esse filme pequeno conseguiu até mesmo uma honrosa indicação ao Oscar naquele ano, na categoria de melhor roteiro adaptado. O material original era uma peça do circuito alternativo teatral de Londres. O que temos aqui é uma história até bem simples. Dois jovens, um imigrante e um inglês, unem forças para tocar um pequeno comércio no subúrbio da capital inglesa. Eles são cheios de energia e boas ideias e mais do que isso, também acabam tendo um relacionamento amoroso homossexual, o que na época em que o filme foi lançado causou uma certa controvérsia. O brigão Johnny foi interpretado por um ainda jovem e inexperiente Daniel Day-Lewis. Nos anos 80 certamente ninguém poderia prever que ele iria se tornar um dos maiores atores de sua geração. De qualquer maneira vale a pena a sessão. Só de ver Lewis no comecinho de sua carreira, já é uma boa desculpa para rever esse cult-movie da década de 1980.

Pablo Aluísio.

Acontece nas Melhores Famílias

Título no Brasil: Acontece nas Melhores Famílias
Título Original: It Runs in the Family
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Buena Vista International
Direção: Fred Schepisi
Roteiro: Jesse Wigutow
Elenco: Kirk Douglas, Michael Douglas, Cameron Douglas, Bernadette Peters, Diana Douglas, Michelle Monaghan

Sinopse:
Famílias geralmente são problemáticas. A história desse filme gira em torno de uma família tradicional, mas que por baixo das boas aparências, tem muitos problemas a superar. Basicamente essa é a história de uma família disfuncional de Nova York e suas tentativas de reconciliação.

Comentários:
A razão da existência desse filme é fácil de entender. Em determinado momento Michael Douglas decidiu que queria fazer um filme com seu pai, um grande nome da era do cinema clássico americano. Nada mais do que Kirk Douglas, já caminhando para o final de sua vida. Também escalou o neto de Kirk, seu filho Cameron, para um dos personagens principais. Foi um encontro emocional, uma tentativa de manter em fotograma o trabalho de três gerações do clã Kirk. Recentemente assisti a uma entrevista de Michael Douglas em que ele confessa duas coisas sobre esse filme. Ele gostou muito de reunir seus familiares, mas ao mesmo tempo não consegue mais assistir ao filme, por questões emocionais. O pai Kirk Douglas morreu. Já Cameron Douglas teve problemas com drogas e acabou sendo preso. Isso sem falar que o próprio Michael Douglas luta contra um câncer agressivo. Enfim, nada é para sempre. Aqui pelo menos eles estão todos juntos e ao que parece bem felizes. E se o filme não é grande coisa, pelo menos serviu para imortalizar essa reunião de todos eles no cinema.

Pablo Aluísio.