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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Manhunter - Caçador de Assassinos

Manhunter - Caçador de Assassinos 
Muita gente pensa que a primeira vez que o personagem Hannibal Lecter foi adaptado para o cinema foi no sucesso "O Silêncio dos Inocentes". Ledo engano. A estreia do canibal mais famoso da sétima arte se deu nesse filme dos anos 80. Quem o interpretou aqui foi o ator Brian Cox. Gosto muito de seu trabalho, mas tenho que reconhecer que sua interpretação desse psicopata não chegou nem aos pés do Anthony Hopkins. Aliás vamos ser sinceros. Quem engrandeceu o Hannibal como personagem ícone do cinema foi mesmo Hopkins. Cox nem teve uma boa oportunidade para isso, uma vez que ele tem apenas duas cenas no filme inteiro! Pois é, meus caros, nesse primeiro filme o Hannibal foi colocado mesmo numa posição bem secundária. 

Só que não se engane sobre essa questão. Esse filme é bom! Ele na realidade foi adaptado do livro "Dragão Vermelho" que acabou sendo o segundo com Hopkins no papel de Hannibal. Claro que essa adaptação não chega a ser perfeita. O histórico de vida e os traumas do psicopata Fada dos Dentes nem chega perto de ser bem desenvolvido, mas a despeito dessa falha o filme consegue funcionar. Para uma produção dos anos 80 inclusive o filme pode ser considerado até acima da média no final das contas. 

Manhunter - Caçador de Assassinos (Manhunter, Estados Unidos, 1986) Direção: Michael Mann / Roteiro: Thomas Harris, Michael Mann / Elenco: William Petersen, Brian Cox, Tom Noonan, Stephen Lang / Sinopse: Após a morte violenta de toda uma família, um especialista do FBI em crimes envolvendo assassino em série entra no caso. E o assassino à solta parece se inspirar nos crimes cometidos por Hannibal Lecter no passado. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Caravana de Bravos

Caravana de Bravos
Dois cowboys, que vivem de comprar e vender cavalos selvagens, são contratados como guias de uma caravana de Mórmons que precisam cruzar o deserto para chegar na região onde eles querem construir uma nova comunidade religiosa. A jornada não vai ser das mais simples. Além do clima hostil, que exigirá muito de todos os membros da caravana, ainda existem perigos por causa da presença de bandoleiros e criminosos, além dos nativos selvagens que estão por todas as partes e rejeitam a presença do homem branco em suas terras ancestrais. 

Esse é um filme menor e pouco conhecido da filmografia do grande John Ford. No elenco não há nenhum grande astro da era de ouro do western. E o filme foi feito com produção apertada, resultando em uma película de pouca metragem, com pouco menos de 80 minutos de duração. Isso não significa em nenhum momento que seja um faroeste ruim, nada disso. Todos os elementos que se esperam encontrar em um bom faroeste estão aqui. Porém é fato que esse é um dos filmes mais modestos e menos pretensiosos desse diretor que iria se notabilizar pelas grandes obras cinematográficas que iria dirigir em seus anos seguintes. 

Caravana de Bravos (Wagon Master, Estados Unidos, 1950) Direção: John Ford / Roteiro: Frank S. Nugent, Patrick Ford, John Ford / Elenco: Ben Johnson, Joanne Dru, Harry Carey Jr. / Sinopse: Esse western, também conhecido como "Caravana Perdida", conta a história de um grupo de pioneiros que viajam rumo ao deserto do oeste dos Estados Unidos em busca de um novo recomeço. E no caminho enfrentam todos os tipos de adversidades. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

O Segredo das Joias

O Segredo das Joias
Mais um clássico, muito bem dirigido, pelo mestre John Huston. Na história uma quadrilha de criminosos é recrutada para um plano ousado, um roubo de joias em um banco. O cofre é bem guardado, mas o plano do roubo é muito bem arquitetado por um homem que acabou de sair da prisão. Ele é conhecido no meio criminal como "O Doutor". De certo modo é um gênio do crime. Só que para realizar seu plano ele precisa de um financiador. Um advogado ouve sobre o roubo e decide bancar a empreitada criminosa. Só que ele esconde o fato de que na realidade está falido e não tem como comprar as joias depois que elas forem roubadas. 

É um autêntico filme de crime, produzido no começo dos anos 50. Curiosamente dentro do bom elenco quem iria se tornar mesmo uma estrela era a ainda jovem Marilyn Monroe. Ela interpreta a jovem amante do advogado que está envolvido no roubo das joias. Chamada de Angela, a personagem de Marilyn não passa de uma Sugar Baby bem ingênua que em um primeiro momento mente para salvar seu amante mais velho das garras da polícia. E isso poderia inclusive lhe trazer muitos problemas. Marilyn Monroe já estava nesse filme com o visual que a consagraria no cinema, com cabelos platinados. Ainda bem magra e jovem ela estava linda em cena! Só não tinham ainda lhe dado a chance para brilhar, o que iria acontecer em breve na sua carreira. 

O Segredo das Joias (The Asphalt Jungle, Estados Unidos, 1950) Direção: John Huston / Roteiro: Ben Maddow, John Huston, W.R. Burnett / Elenco: Sterling Hayden, Louis Calhern, Jean Hagen, Sam Jaffe, Marilyn Monroe / Sinopse: Quadrilha é formada para realizar um bem planejado roubo de joias. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor direção, melhor roteiro, melhor ator coadjuvante (Sam Jaffe) e melhor direção de fotografia (Harold Rosson). 

Pablo Aluísio. 

domingo, 27 de outubro de 2024

Imperador Romano Commodus

Imperador Romano Commodus
Cômodo (do latim Commodus) era o filho do bom imperador Marco Aurélio. Dessa maneira ele sempre teve do bom e do melhor desde criança. Cresceu no luxo e na riqueza. Era o herdeiro ao maior império do mundo. Talvez por essa razão também criou todos os vícios que se possa imaginar desde muito jovem. Não gostava de estudar, de trabalhar e nem se interessava pelo Império como um todo. Queria apenas desfrutar de sua riqueza e da influência e poder do pai imperador. 

Quando Marco Aurélio morreu todos em Roma ficaram receosos. Commodus não era o homem certo para assumir o maior império do mundo. Ele era considerado um tolo, um frívolo e em muitos aspectos um imbecil. Também tinha uma personalidade muito tóxica e vil. Não tinha nenhum grande valor pessoal. Era egoísta, mesquinho e não via nenhum problema em matar as pessoas que ficavam em seu caminho. E os erros começaram logo cedo em seu governo. Logo de começo decidiu retirar as tropas romanas das fronteiras da Germânia. Ele não queria morrer naquela fronteira como havia acontecido com seu pai. 

Foi um grande erro pois com a saída das legiões romanas o Império ficou sem defesa em suas fronteiras. Não demorou muito e multidões de povos bárbaros começaram a invadir vilas romanas por todo o império. O caos havia se instalado e dessa vez esses povos indefesos não contavam mais com a proteção militar de Roma. Muitos massacres foram promovidos, milhares morreram nas mãos dos Germânicos, Vândalos e Visigodos, entre outros grupos de menor expressão. 

Enquanto seu povo era massacrado pelos bárbaros, Commodus passava o dia treinando com gladiadores pois ele era louco pelos violentos jogos de arena em Roma. Negligenciou a administração imperial e jogou tudo nas mãos de pessoas que se diziam suas amigas. O problema é que eles eram parasitas, corruptos e ex-escravos que não tinham nenhuma afeição ou elo de ligação com a nação romana. Eles apenas queriam a riqueza dos cofres públicos e nada mais. 

Com tantos roubos, o povo romano começou a passar fome, mas o imperador ignorou tudo. Mandou executar seus inimigos e acabou sendo alvo de uma grande conspiração que planejava sua morte. Inicialmente envenenaram sua comida, mas Commodus sobreviveu. Depois compraram um lutador conhecido como Narciso de que o imperador gostava muito e que gozava de sua intimidade, a ponto de frequentar seus aposentos privados. Durante o banho do imperador esse lutador o imobilizou e terminou por estrangulá-lo. Era o ano de 192 e o imperador foi assassinado com apenas 31 anos de idade. Sua morte significou o fim de sua dinastia, conhecida como Nerva-Antonina. No cinema esse imperador acabaria imortalizado no grande sucesso "Gladiador". 

Pablo Aluísio. 

sábado, 26 de outubro de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 5

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 5
Bom, finalizando essa série de textos sobre esse disco do Elvis, vamos tecer mais alguns comentários sobre as músicas que faltam. Eu gosto de "Make the World Go Away", mas temos que considerar que esse é quase um hino emocional. O Elvis gostava desse tipo de música, bem evocativa, diria quase exagerada. Ele também jamais escondeu que adorava esses grandes arranjos vocais, afinal seu sonho, desde a juventude, sempre foi a de fazer parte de um quarteto vocal gospel, pois ele adorava esse tipo de sonoridade. Era algo que sempre o levava a lembrar dos primeiros anos, quando colecionava discos desse estilo musical. Então certamente aqui se sentiu plenamente gratificado com esse tipo de gravação. 

"I Washed My Hands in Muddy Water" era uma canção tipicamente sulista, falando de coisas do sul. Certamente não era o tipo de música que Elvis gravava para fazer sucesso em grandes centros urbanos como Nova Iorque ou Chicago. Nada disso. Essa era uma música de interior, das pequenas comunidades que viviam no Sul dos Estados Unidos. Uma boa faixa do álbum, com jeito de jam session, o que no fundo era mesmo. Essa era mais uma jam que ficou tão boa que entrou no disco oficial, embora parte dela tenha sido cortada. 

O LP Elvis Country vendeu muito bem em seu lançamento original. Foi o disco mais bem sucedido de Elvis naquele ano. Era realmente um produto comercial voltado para o sucesso pois Elvis sempre teve forte ligação com a country music que nunca deixou de ser o gênero musical mais popular do Sul. E a capa, com Elvis garotinho, no mais puro estilo sulista, também tem um charme todo especial. Não é de se admirar que o disco tenha vendido tantas cópias. 

No Brasil ocorreu um absurdo. O LP não foi lançado em nosso país na época. Só ganhou uma edição em nosso país muito tempo depois, nos anos 90, quando finalmente o disco ganhou sua versão nacional, já no final da era do vinil. Era um disco simples, sem luxos, mas que serviu para marcar espaço nas lojas de discos pelo Brasil afora. E naquela ocasião tive a oportunidade de adquirir uma cópia, que tenho até os dias atuais. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Segredos de um Escândalo

Título no Brasil: Segredos de um Escândalo 
Título Original: May December
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Gloria Sanchez Productions
Direção: Todd Haynes
Roteiro: Samy Burch, Alex Mechanik
Elenco: Natalie Portman, Julianne Moore, Charles Melton

Sinopse:
Uma famosa atriz de cinema (interpretada pela Natalie Portman) vai até uma pequena cidade na Georgia para conhecer a mulher cujo história vai interpretar em seu próximo filme. Essa senhora, em seu passado, se relacionou com um jovem menor de idade, o que destruiu seu casamento e causou um grande escândalo na sociedade. E essa aproximação vai acabar causando ainda maiores problemas emocionais para todos os envolvidos. 

Comentários:
Um bom filme, mas que sinceramente falando, não teve a coragem suficiente para ir a fundo na questão central de sua história. A personagem interpretada por Julianne Moore teve um caso extraconjugal no passado com um garoto de 14 anos de idade. Quando foi descoberta, ela acabou sendo presa, passando anos na prisão. Depois de cumprir sua pena, retornou para o mesmo rapaz, agora um homem formado. E sua história trágica acaba virando um projeto de filme. E Natalie Portman faz a atriz que vai interpretar essa mesma história nas telas. Só que ela começa a se envolver demais com a mulher que no fundo é seu objeto de estudo. E as coisas vão escalando para um novo problema. O mais interessante nesse roteiro é que o homem que foi pivô de tudo isso é no fundo um sujeito vazio, que não tem nada a passar para ninguém. Na primeira oportunidade ele trai a sua esposa que foi para a prisão justamente por causa dele! A mulher acabou com sua vida a troco de nada! Pois é, mulheres, não acabem com suas vidas por gente que não presta! Enfim, temos aqui uma crônica sobre relacionamentos que é mais comum na vida real do que muita gente pensa. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Alien: Romulus

Título no Brasil: Alien: Romulus
Título Original: Alien: Romulus
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Fede Alvarez
Roteiro: Dan O'Bannon, Ronald Shusett
Elenco: Cailee Spaeny, David Jonsson, Archie Renaux

Sinopse:
Um grupo de jovens que trabalham como mineradores em um planeta distante querem ir embora, mas não conseguem a dispensa da companhia mineradora espacial. Então decidem fazer uma loucura. Roubar uma nave da companhia para ir embora rumo a um planeta mais parecido com a Terra. O problema é que eles precisam de um equipamento de hibernação para isso e decidem entrar numa velha estação espacial abandonada chamada Romulus. Eles querem tirar o que precisam de lá. Para seu azar essa velha estação está repleta de Aliens sedentos de sangue humano! 

Comentários:
A franquia Aliens está perto de completar 50 anos! E ainda é um produto cinematográfico lucrativo. Basta ver que os filmes continuam sendo produzidos. Esse novo Aliens investe em um elenco todo jovem. Uma maneira de se conectar com o público médio que frequenta cinema hoje em dia. No quadro geral é até um bom filme, mas não consegue se destacar se formos comparar com todos os outros que já foram lançados. Esse elenco jovem, para dizer a verdade, não seria páreo para um monstro como esse, que nos filmes do passado já destruiu batalhões de soldados do tipo casca grossa. Basta lembrar de "Aliens - O Resgate". Mas tudo bem, vamos levando na esportiva. Faz de conta que esses adolescentes iriam durar duas cenas se o roteiro fosse mais de acordo com o que já apareceu na franquia. O filme se salva porque apresenta algumas boas cenas, principalmente aquelas que se aproveitam dos anéis daquele planeta inóspito de onde eles querem ir embora. Ficou bacana, não tem como discordar. O Alien mais humano do filnal também achei interessante, embora o design não tenha ficado perfeito. Enfim, esse filme poderia se chamar "Aliens encontra Teens". O monstro mais terrível do espaço contra os jovens que são astronautas de tênis. É o Aliens juvenil da família. Não leve muito à sério e procure se divertir. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

1 Dia 2 Pais

Título no Brasil: 1 Dia 2 Pais
Título Original: Fathers' Day
Ano de Lançamento: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ivan Reitman
Roteiro: Francis Veber, Lowell Ganz
Elenco: Robin Williams, Billy Crystal, Julia Louis-Dreyfus

Sinopse:
Um jovem desaparece. Desesperada, a mãe liga para dois ex-namorados. Um deles certamente é o pai do rapaz. Então eles partem em busca do seu paradeiro, mesmo sabendo que conviver juntos não vai ser nada fácil pois são dois caras completamente diferentes entre si. 

Comentários:
Mais uma comédia do Robin Williams rodada nos anos 90. A ideia inicial parecia muito boa, unir seu talento com outro comediante famoso da época, o Billy Crystal, que inclusive era o mestre de cerimônias do Oscar. Na direção um craque do humor, o sempre interessante Ivan Reitman. Apesar de todos os nomes envolvidos, gente talentosa sem dúvida, o filme não deu muito certo. O roteiro era inegavelmente fraco e o Robin Williams estava muito noiado durante as filmagens. Ele tinha esse velho problema com cocaína que acompanhava ele desde os primeiros anos e durante esse período de sua vida, quando o filme foi produzido, ele estava mais loucão do que nunca. Esquecia as falas e ficava incontrolável no set de filmagens. A crítica também não gostou do que viu e o filme teve uma bilheteria abaixo do esperado, mal se pagando os custos de produção. Terminado tudo, o Robin Williams se internou numa clínica de reabilitação para ter uma segunda chance e o Billy Crystal seguiu apresentando a grande noite do cinema. Hoje em dia essa fita está praticamente esquecida. 

Pablo Aluísio.

Flubber

Título no Brasil: Flubber: Uma Invenção Desmiolada
Título Original: Flubber
Ano de Lançamento: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Les Mayfield
Roteiro: Samuel W. Taylor, John Hughes
Elenco: Robin Williams, Marcia Gay Harden, Christopher McDonald

Sinopse:
Um professor de ciências e inventor maluco nas horas vagas, acaba descobrindo, por mero acaso, uma nova substância, muito diferente do que qualquer outra já criada. Ele dá o nome a ela de Flubber, sem imaginar as confusões em que vai se envolver por causa dela. 

Comentários:
Eu sempre gostei muito do Robin Williams e acompanhei praticamente toda a sua carreira, seja no cinema, seja com seus filmes lançados em VHS. Também sempre fui fã de carteirinha do John Hughes. Ele foi o mais inspirado e criativo diretor de filmes sobre adolescentes nos anos 80 e eu era um jovem que curtia seus filmes na época. Aqui ele surge como um dos roteiristas. Apesar desses dois nomes de peso nunca consegui gostar desse filme em especial. Sempre achei um mero pretexto para explorar a recém criada tecnologia digital no cinema, afinal a tal da Flubber era uma meleca verde toda feita por computação gráfica. Também tem o fator etário. Acho que quando vi o filme já não tinha a idade correta para apreciar esse filme da Disney. Enfim, fatores que não me fizeram apreciar essa comédia juvenil dos anos 90. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

O Vale Sombrio

Título no Brasil: O Vale Sombrio
Título Original: Das finstere Tal
Ano de Lançamento: 2014
País: Alemanha, Áustria
Estúdio: Allegro Film
Direção: Andreas Prochaska
Roteiro: Martin Ambrosch, Andreas Prochaska
Elenco: Sam Riley, Tobias Moretti, Paula Beer

Sinopse:
Um forasteiro desconhecido chega numa comunidade isolada no alto da montanha nevada. Ele se diz fotógrafo e começa a ganha alguns trocados fotografando pessoas que moram ali. Só que na verdade esse é apenas um disfarce. Ele está de volta ao mesmo lugar onde seus pais foram assassinados quando ele era apenas uma criança. E sua sede de vingança precisa ser saciada. 

Comentários:
Não é todo dia que você vai assistir a um filme de western falado em alemão e produzido na gelada Áustria. Pois é exatamente isso que encontramos aqui. O cinema europeu atual não tem vergonha em beber nos diversos gêneros cinematográficos tipicamente norte-americanos. E não é nada na base do antigo western spaghetti italiano onde os filmes eram rodados em série, muitas vezes com produções fracas e mal feitas. Agora tudo é caprichado, com boa produção e bem elaborada direção de fotografia. E por falar nesse aspecto técnico o filme se revela com muita beleza natural pois as montanhas geladas daquelas regiões da Europa são bem bonitas. O filme segue um estilo mais cru e até mesmo sombrio, o que deixa o título nacional bem adequado. Os personagens são seres rudes que vivem no alto das montanhas, nada simpáticos com forasteiros. E não poderia dar em outra, a não ser numa explosão de violência no melhor estilo Bang-Bang. Então deixo a dica. Um bom western rodado muito longe das pradarias dos Estados Unidos. 

Pablo Aluísio.

Traição Cruel

Título no Brasil: Traição Cruel
Título Original: Ride Clear of Diablo
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jesse Hibbs
Roteiro: George Zuckerman, D.D. Beauchamp
Elenco: Audie Murphy, Susan Cabot, Dan Duryea

Sinopse:
Clay O'Mara (Murphy) é um homem honesto, que vive de seu trabalho demarcando terras, mas decide que chegou o momento de vingar a morte de seu pai e seu irmão, que foram covardemente assassinados. Assim ele se junta a um bandoleiro, Duryea, e parte em busca de sua vingança pessoal. A sua caminhada porém não será nada simples pois Duryea tem muitos inimigos, inclusive uma perigosa e sanguinária quadrilha de ladrões de gado.

Comentários:
Mais um faroeste B com Audie Murphy na Universal. Existem muitos críticos que torcem o nariz para esse tipo de produção mais modesta. Eu as acho fascinantes, pois são de um tempo em que westerns eram produzidos em massa, principalmente por estúdios como a Universal, que tinha inclusive um rancho próprio apenas para rodar esse tipo de filme. Como se sabe Audie Murphy ainda hoje é muito querido no Brasil. Vários de seus faroestes eram exibidos nos anos 60 e 70 nas TVs brasileiras (em especial na antiga TV Record) e assim ele acabou ficando muito famoso por aqui. De certa maneira comparo sua filmografia com a de Randolph Scott. Embora esse último tenha estrelado filmes de maior envergadura, ambos se especializaram em rodar muitos westerns de orçamentos mais enxutos, que apostavam em eficientes roteiros para divertir seu público alvo. O que posso adiantar é que os fãs de longa data de Audie Murphy certamente não ficarão decepcionados com esse "Ride Clear of Diablo" pois todos os elementos que fizeram o sucesso em sua carreira estão presentes. Uma ótima diversão com aquele doce sabor de nostalgia.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Simbad e o Olho do Tigre

Para muitos "Simbad e o Olho do Tigre" é a obra prima da carreira do mestre Ray Harryhausen. Aqui ele não se contentou apenas em criar seus famosos e charmosos efeitos especiais, mas também produziu a fita e escreveu o roteiro. O enredo traz de volta às telas o simpático personagem Simbad, o marujo das Mil e Uma Noites. Nessa aventura ele tentará reverter o feitiço de um bruxa de magia negra que transformou um príncipe prestes a se tornar califa em um macaco babuíno. E é justamente esse o primeiro personagem criado por  Ray Harryhausen a impressionar em cena. Extremamente bem feito o animal tem atos e gestos humanos, chegando inclusive ao ponto de jogar xadrez a bordo do navio de Simbad. O melhor é que ele é apenas um numa extensa galeria de criaturas criadas por Ray Harryhausen a surgirem em cena. Logo nos primeiros minutos de filme três demônios aparecem em uma fogueira para lutar contra Simbad. A cena lembra muito outro momento memorável da carreira de Harryhausen em "Jasão e o Velo de Ouro" quando esqueletos lutam contra guerreiros numa Grécia devastada. Em "Simbad e o Olho do Tigre" ainda há espaço para o ataque da Morsa Gigante em uma excelente cena passada em terras gélidas e o surgimento do Troglodita, um ancestral do homem que ajuda os heróis a entrarem em um antigo templo.

Mas não é só, ainda temos a presença do Minotan, um Minotauro em Ouro que ajuda a feiticeira a perseguir Simbad e seu grupo. E como esquecer a ótima luta final entre o Troglodita e o Tigre Dentes de Sabre, o guardião dos raios do Deus Apolo? Como se pode perceber é uma aventura das Mil e Uma Noites com tudo o que se tem direito: aventura, magia, criaturas mágicas e muita diversão. O filme marcou muito o público brasileiro porque foi campeão de reprises na Sessão da Tarde na década de 80. Aliás todos os filmes de Simbad eram adorados pela garotada da época. Nesse nicho de monstros em aventuras juvenis realmente ninguém conseguiu brilhar mais do que Ray Harryhausen. Suas técnicas e seus efeitos até hoje são marcantes. Seu talento para desenhar o design das criaturas também era simplesmente genial. Depois dessa aventura de Simbad ele se consagraria definitivamente com Fúria de Titãs, um marco do cinema na época. Mas essa história contaremos depois, em outra oportunidade! Por enquanto fica a dica, "Simbad e o Olho do Tigre", um clássico dos filmes de aventuras que até hoje diverte e empolga. Uma obra prima de Ray Harryhausen!

Simbad e o Olho do Tigre (Sinbad and the Eye of the Tiger, EUA, 1977) Direção: Sam Wanamaker / Roteiro: Ray Harryhausen, Beverley Cross / Elenco: Patrick Wayne, Taryn Power, Margaret Whiting, Jane Seymour / Sinopse: O marinheiro Simbad (Patrick Wayne) parte em uma nova aventura para buscar a cura do feitiço que foi colocado em seu amigo, o jovem príncipe Kassin que agora transformado em um macaco babuíno não consegue mais se tornar o califa de sua região. No caminho Simbad enfrentará muitos desafios como monstros e criaturas mágicas que tentarão de tudo para impedir que ele consiga alcançar seus objetivos.

Pablo Aluísio.

As Sete Caras do Dr. Lao

No velho oeste um misterioso oriental conhecido como Dr. Lao chega numa cidadezinha perdida com seu circo itinerante. Sua presença no local irá mudar para sempre a vida dos moradores. Clássico da Sessão da Tarde o filme "As Sete Caras do Dr Lao" (também conhecido como "As Sete Faces do Dr. Lao) sempre foi muito querido pelos brasileiros. É uma fábula muito cativante sobre um oriental misterioso que chega em uma pequena cidade e aos poucos vai mudando o destino do lugar. Em um tempo onde não existiam efeitos digitais ou nada muito sofisticado em termos de efeitos especiais o filme compensa tudo com uma grande imaginação e criatividade. O filme inclusive levou um Oscar de maquiagem - merecido aliás. O diretor George Pal já era um veterano quando dirigiu Lao (que foi seu último filme). Desde a década de 30 ele já vinha dirigindo vários filmes nesse estilo, misturando geralmente fantasia e aventura, para o público mais juvenil. Aqui certamente ele se despediu em grande estilo.

O elenco também chama a atenção, com destaque para Barbara Eden (A Jennie do seriado "Jeannie é um gênio", clássico da TV dos anos 60) e o veterano Arthur O Connel (que faria alguns filmes ao lado de Elvis Presley também). Porém em termos de elenco o filme pertence mesmo a Tony Randall. Ele era mais um ator coadjuvante, de muito talento é verdade, mas que nunca alcançou o estrelato. Ele geralmente fazia parte do elenco de apoio de grandes astros. Dele me recordo em especial dos 3 filmes que fez ao lado de Rock Hudson e Doris Day (sempre no papel de amigo de Rock ou um rival pelo amor de Doris). Creio que em termos de brilho próprio sua grande chance tenha sido justamente nesse Dr Lao, o que faz com muita competência. Pena que depois não lhe deram mais espaço para brilhar sozinho. De qualquer forma vale a pena principalmente para os que sentem saudades do tempo em que a Sessão da Tarde passava filmes bons e de qualidade.

As Sete Faces do Dr. Lao (7 Faces of Dr. Lao, EUA, 1964) Direção: George Pal / Roteiro: Charles Beaumont baseado no livro "The Circus of Dr. Lao" de Charles G. Finney / Elenco: Tony Randall, Barbara Eden, Arthur O'Connell / Sinopse: No velho oeste um misterioso oriental conhecido como Dr. Lao chega numa cidadezinha perdida com seu circo itinerante. Sua presença no local irá mudar para sempre a vida dos moradores. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Jim Danforth). Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Maquiagem (William Tuttle). .

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de outubro de 2024

Meu Malvado Favorito 4

Título no Brasil: Meu Malvado Favorito 4
Título Original: Despicable Me 4
Ano de Lançamento: 2024
País: França, Estados Unidos
Estúdio: Illumination Entertainment
Direção: Chris Renaud, Patrick Delage
Roteiro: Mike White, Ken Daurio
Elenco: Steve Carell, Kristen Wiig, Pierre Coffin, Joey King, Will Ferrell, Sofía Vergara, Chris Renaud

Sinopse:
Gru tem novos problemas. Além de ter que cuidar das confusões que envolvem sua família, ele ainda vai ter que enfrentar um novo vilão que na realidade é uma pessoa que fez parte de seu passado, mas que agora deseja vingança. Para vencer essa nova ameaça Gru vai contar novamente com a ajuda dos Minions. 

Comentários:
Para desespero da esnobe classe artística francesa, essa franquia de animação é hoje em dia o maior produto de exportação da cultura da França para o mundo! Os números falam por si. Esse quarto filme rendeu nas bilheterias mundiais a incrível quantia de 960 milhões de dólares (quase 1 bilhão!). Nada se compara. E ainda tem uma franquia Spin-off dos Minions que são muito populares entre as crianças. Eles inclusive garantem o sucesso de qualquer novo filme lançado nos cinemas, além de se tornarem um dos brinquedos mais vendidos no mundo inteiro. Então, para os criadores dessa franquia, tudo se tornou mesmo uma mina de ouro. Em termos puramente artísticos essa quarta animação mantém a qualidade dos filmes anteriores. Os personagens em si são bem bolados e a agilidade das histórias continuam encantando a criançada mundo afora. Seguindo a velha fórmula de sempre, eles acertaram de novo. Não tinha mesmo como errar nesse quarto filme. 

Pablo Aluísio.

Space Jam: O Jogo do Século

Título no Brasil: Space Jam: O Jogo do Século
Título Original: Space Jam
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Joe Pytka
Roteiro: Leo Benvenuti, Steve Rudnick
Elenco: Michael Jordan, Bill Murray, Larry Bird

Sinopse:
A turma do Pernalonga (Looney Tunes) se une ao jogador de basquete Michael Jordan para enfrentar os vilões em um jogo decisivo para o futuro de toda a humanidade. Filme premiado pelo Grammy na categoria de melhor música original para trilha sonora (For the song "I Believe I Can Fly". de R. Kelly). 

Comentários:
Seguindo os passos de "Uma Cilada para Rober Rabbit" esse filme também usava da mesma tecnologia que unia desenho animado com atores reais. A tecnologia digital avançava bastante nos anos 90, deixando tudo mais prático e rápido de produzir. O diferencial desse "Space Jam" é que os produtores conseguiram trazer para o filme o maior jogador de basquete da época, Michael Jordan. Ele garantiu a boa bilheteria nos Estados Unidos. Curiosamente no Brasil esse sucesso todo não se repetiu na mesma escala. O filme passou timidamente nos cinemas e só teve maior sucesso no mercado de vídeo. Os brasileiros não eram muito ligados na NBA para tornar o filme um grande sucesso de bilheteria por aqui. O povão nem sabia quem era Michael Jordan e se foram locar a animação depois na locadoras o foram mais atraídos pela turma do Pernalonga do que qualquer outra coisa. Em 2021 a Warner lançou uma sequência tardia chamada "Space Jam: Um Novo Legado" dessa vez com o jogador LeBron James.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de outubro de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 4

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 4
Sempre considerei "Faded Love" muito bem gravada. O curioso é que ela apresentava também uma vibe de Jam Session. Não podemos nos esquecer que essas sessões em Nashville foram extremamente produtivas. Elvis gravou uma grande quantidade de canções. Não foi à toa que essas sessões ganharam anos depois o apelido de "Maratona de Nashville". De fato Elvis protagonizou aqui sua mais produtiva sessão de gravação de sua carreira. Esse lote de faixas seria usada em vários álbuns nos anos que viriam, tamanho era o número de músicas que Elvis gravou nessa ocasião. 

E por essa mesma razão algumas faixas tinham mesmo esse jeitão de Jam Session, o que no fundo era mesmo o que acontecia. Elvis chegava no estúdio em Nashville, recebia uma lista de músicas do produtor Felton Jarvis e começava os ensaios. Alguns desses davam tão certo que acabavam virando a versão oficial. Muitas vezes Elvis testava alguma música, via que não estava dando certo e deixava de lado, partindo para outra. 

Elvis sempre queria ter um certo ambiente dentro do estúdio. Não admitia pressão por parte dos produtores e queria uma certa descontração entre ele e os membros da banda. Caso entendesse que as coisas não estavam fluindo ele simplesmente se levantava e ia embora. Não tinha acontecido nada demais, apenas não queria gravar mais. Luxo que apenas um nome de sua altura era capaz de ter sem esperar por algum tipo de punição da gravadora. 

Tampouco esse disco foi pensado como um álbum temático, conceitual ou qualquer coisa parecida. A country music foi surgindo naturalmente durante as sessões. A ideia de juntar todas as faixas desse gênero para lançar em um disco chamado "Elvis Country" partiu exclusivamente da RCA Victor. Elvis não tinha participação nesse tipo de decisão. Ele apenas gravava as músicas e o departamento de marketing da gravadora e o produtor escolhiam a seleção de repertório de cada LP, dando nome ao álbum, criando a capa e toda a direção de arte. 

Pablo Aluísio. 

The Beatles - Help! / I'm Down

The Beatles - Help! / I'm Down
O single extraído do álbum Help! vinha com a música tema do filme e um Lado B que não tinha sido incluído no álbum e que era uma faixa inédita na discografia dos Beatles até então. Tradicionalmente os compactos dos Beatles geralmente vinham com duas músicas compostas por John Lennon e Paul McCartney. E quase sempre eles também dividiam os vocais, sendo uma das músicas cantadas por John e a outra por Paul. Foi exatamente o que aconteceu aqui. John cantava Help!, que no fundo era uma composição apenas dele e no Lado B Paul cantava sua nova composição "I'm Down". 

O curioso é que Paul McCartney sempre gostou de Little Richard e ao longo dos anos os Beatles tocaram muito o repertório do inimitável cantor americano. Então Paul decidiu compor uma música que tivesse o estilo de Little Richard. Nasceu assim essa faixa. Em uma entrevista o próprio Paul resumiu a questão afirmando: "Eu costumava cantar as coisas dele, mas chegou a um ponto que eu queria a minha própria canção, então eu escrevi '"I'm Down'". 

A canção também seria incorporada aos shows do grupo, virando um ponto alto do concerto. Paul inclusive adorava a versão que eles tocaram no Shea Stadium, com John Lennon literalmente "massacrando" as teclas do teclado no palco! Quem assistiu ao documentário com o concerto pôde perceber que eles se divertiram como nunca a tocando para os fãs em Nova Iorque. 

Pois bem, o single inglês vendeu muito, chegou ao primeiro lugar nas paradas, mas a Capitol queria mais. Os executivos da gravadora não entendiam como não havia um single com a música "Yesterday" que no fundo era o maior sucesso do disco "Help!". Assim eles decidiram criar um single voltado para o público nos Estados Unidos. Esse novo single Made in USA vinha com "Yesterday" no lado A e "Act Naturally" no Lado B. E o sucesso foi tão grande que o single americano começou a ser lançado em outros países, afinal ele trazia a grande canção desse disco. Nem preciso dizer que vendeu milhões de cópias mundo afora. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lambranças

Título no Brasil: Brilho Eterno de uma Mente Sem Lambranças
Título Original: Eternal Sunshine of the Spotless Mind
Ano de Lançamento: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus Features
Direção: Michel Gondry
Roteiro: Charlie Kaufman, Michel Gondry
Elenco: Jim Carrey, Kate Winslet, Tom Wilkinson, Elijah Wood, Mark Ruffalo, Kirsten Dunst

Sinopse:
Depois de um relacionamento cheio de altos e baixos, Joel Barish (Carrey) decide apagar suas memórias envolvendo a ex-namorada, a louquinha de cabelo pintado Clementine (Winslet), O problema é que durante o procedimento, feito por pessoas que se comportam de um jeito nada profissional, as coisas começam a dar errado. E Joel tenta se agarrar de todas as formas nas lembranças felizes que viveu ao lado de sua namorada, no passado. Filme vencedor do Oscar na categoria Melhor Roteiro Original. 

Comentários:
Eu gostei bastante desse filme! Eu tinha lido alguns comentários afirmando que o filme era complicado de entender. Nada disso. Achei a linha narrativa até simples de acompanhar. O que acontece é que o espectador tem que entender que a narração parte do ponto de vista da mente que está sendo apagada do protagonista. Por isso as coisas vão se atropelando, muitas vezes de forma caótica. O roteiro parte da visão interna, psicológica, do personagem de Jim Carrey. Enquanto ele tenta se agarrar em suas lembranças, a equipe da empresa vai tentando apagar tudo. É uma corrida contra o tempo onde o protagonista tenta se agarrar nas boas lembranças de sua mente. O elenco está todo bem, até Jim Carrey em mais um bom papel não engraçado de sua carreira. Agora, quem rouba o filme mesmo é a atriz Kate Winslet. Sua personagem é a de uma mulher adulta que age de forma impulsiva. Sua mentalidade é praticamente a de uma adolescente. E ela sumiu dentro de sua personagem. Incrível trabalho de atuação. Apenas os grandes profissionais conseguem esse tipo de proeza. Merece todos os nossos aplausos! 

Pablo Aluísio.

Donzela

Título no Brasil: Donzela
Título Original: Damsel
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Juan Carlos Fresnadillo
Roteiro: Dan Mazeau
Elenco: Millie Bobby Brown, Robin Wright, Angela Bassett, Nick Robinson, Nicole Joseph, Milo Twomey

Sinopse:
A mão de uma jovem é dada em casamento para um príncipe de um reino que parece ter saído de um belo contos de fadas. Ela vai visitar seu palácio e após se conhecerem é realizada uma grande cerimônia de casamento. O que a noiva não desconfia é que tudo não passa de uma cilada mortal! Filme rodado em locações de Portugal. 

Comentários:
Pode não parecer, mas esse filme surpreende em uma série de aspectos. Á primeira vista, na primeira parte do filme, fiquei bem desanimado. Parecia mais um daqueles contos infantis meio chatinhos. Só que persisti, esperando melhorar. E realmente melhora. A partir de determinado momento da história a coisa toda dá uma reviravolta. E se era antes um conto de fadas bem sem graça, vira um jogo de sobrevivência, bem sombrio. Claro que não vou estragar as surpresas do enredo, mas fiquei particularmente interessado. Até mesmo em detalhes que algumas pessoas vão se incomodar, como por exemplo, ter um dragão que fala! Não tenho problemas com esse tipo de coisa, afinal esse é um filme de fantasia e isso faz parte do jogo nesse tipo de filme. Penso que tudo está bem encaixado e tem seu lugar no roteiro. Por falar nele, esse coloca mesmo alguns pilares desse tipo de história no chão, mas não chega a destruir todo o monumento. Algumas coisas se preservam. Ainda assim o filme vale pela ousadia e pelas boas ideias. Ainda há espaços para inovações nos filmes de fantasia, quem diria...

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Belzebu

Título no Brasil: Belzebu
Título Original: Belzebuth
Ano de Lançamento: 2017
País: Estados Unidos, México
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Emilio Portes
Roteiro: Luis Carlos Fuentes, Emilio Portes
Elenco: Tobin BellJ, Joaquín Cosio, Tate Ellington

Sinopse:
Dois massacres horríveis envolvendo crianças chocam a sociedade em geral. Um policial é designado para o caso. Ele está se recuperando da morte do próprio filho e aquela nova investigação obviamente vai mexer com seu psicológico e seus nervos. E a coisa só piora quando ele descobre que parece haver a participação de uma seita satânica em todos os crimes. 

Comentários:
Esse filme passeia bem entre dois gêneros cinematográficos bem conhecidos do público, os filmes de terror e os policiais investigativos. A história se desenvolve bem e o roteiro preserva algumas cenas bem impactantes. As duas primeiras ocorrem respectivamente em uma maternidade e uma escola infantil. Tem que ter nervos para ver pois essas cenas são fortes! Quem conseguir passar desse ponto vai se deparar com uma ótima cena envolvendo uma manifestação demoníaca em um grande crucifixo de igreja, com o boneco de madeira de Jesus falando e tentando se desvencilhar de sua cruz. Olha, essa cena é mesmo um primor, a melhor de todo o filme. E aqui cabe também valorizar o trabalho do ator Tobin Bell. Todos os espectadores de terror conhecem ele da franquia "Jogos Mortais". Nesse filme ele interpreta um personagem que vai marcar quem acompanha sua carreira. O Bell está ótimo em sua caracterização. Um excelente ator, muitas vezes bem subestimado! Então é isso. Assista, se for capaz! 

Pablo Aluísio.

Morte nos Sonhos

Título no Brasil: Morte nos Sonhos
Título Original: Dreamscape
Ano de Lançamento: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Joseph Ruben
Roteiro: David Loughery, Chuck Russell
Elenco: Dennis Quaid, Max von Sydow, Christopher Plummer, Kate Capshaw, Eddie Albert

Sinopse:
Jovem com poderes sensoriais é recrutado à força para participar de um projeto do governo dos Estados Unidos que sonda os sonhos. Ele teria o poder de entrar nos sonhos de outras pessoas. O problema é que isso pode virar uma arma de intriga internacional, colocando em risco a vida do próprio Presidente americano. 

Comentários:
O mais curioso em relação a esse filme é que ele me escapou. Não cheguei a ver nos anos 80 e só recentemente consegui assistir. Achei interessante em muitos aspectos. O roteiro, apesar de ter ótimas ideias, não consegue desenvolver todas elas, mas compensa com um ritmo mais ágil. As cenas dos sonhos obviamente ficaram datadas por causa do tempo, mas é inegável que aquele monstro, meio homem, meio serpente, todo feito com Stop Motion, tem um charme nostálgico incrível. Me lembrou dos velhos filmes de Simbad na Sessão da Tarde. O elenco é todo bom, com destaque para Max von Sydow como o cientista com boas intenções e Christopher Plummer como o agente da CIA sem nenhuma ética. A única coisa que temi vendo o filme é que ele fosse virar um daqueles filmes chatos de espiões e teorias da conspiração. Felizmente isso não aconteceu. O filme tem um roteiro redondinho que segura bem as pontas até o seu final! 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

A Mansão Marsten

Título no Brasil: A Mansão Marsten
Título Original: Salem's Lot
Ano de Lançamento: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: TNT 
Direção: Mikael Salomon
Roteiro: Peter Filardi
Elenco: Rob Lowe, Donald Sutherland, Rutger Hauer, James Cromwell, Andre Braugher, Samantha Mathis

Sinopse:
Escritor retorna para a cidade onde passou a infância e viveu um grande trauma quando encontrou três pessoas mortas na velha mansão Marsten, no alto da colina. Só que o lugar agora tem novos inquilinos, dois desconhecidos que abriram uma loja de antiguidades na cidade, pessoas misteriosas que procuram esconder seu passado sinistro. 

Comentários:
Recentemente lançaram o filme "A Hora do Vampiro" que foi acusado de ser muito simplista em relação ao livro original. Pois bem, decidi ver então esse filme feito alguns anos atrás em que se tentou trazer a maior parte dos personagens do livro. Isso acabou resultando em um filme com 3 horas de duração! E ainda assim com lacunas. Embora haja um claro capricho em adaptar bem o material original do Stephen King nesse telefilme aqui, feito para o canal TNT, temos que reconhecer que ele também tem seus problemas. O pior deles é a caracterização do vampiro Barlow. Rutger Hauer era um bom ator, mas colocar ele para fazer essa criatura da noite, quase sem maquiagem, apenas contando com dentes postiços e lentes de contato, é um grave erro de produção. Ele deveria ter a imagem do Nosferatu! Mas não, aqui simplificaram e estragaram um dos personagens centrais. Assim não dá mesmo para dar uma nota melhor. O filme errou em um ponto onde não poderia haver erros, infelizmente. 

Pablo Aluísio.

Seduzida pelo Horror

Título no Brasil: Seduzida pelo Horror
Título Original: Meridian
Ano de Lançamento: 1990
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Full Moon
Direção: Charles Band
Roteiro: Charles Band
Elenco: Sherilyn Fenn, Malcolm Jamieson, Charlie Spradling

Sinopse:
Também conhecido como "O Beijo da Besta", esse filme conta a história de uma jovem americana que vai morar na Itália pois teria herdado um castelo. Chegando lá acaba tendo contato com um estranho e bizarro grupo de artistas mambembes, que sem ela saber, possuem um passado em comum de maldições com sua família. 

Comentários:
Charles Band, o Rei dos filmes B, rodou esse filme nos anos 90, uma versão muito pessoal de "A Bela e a Fera". O filme, com seu modesto orçamento, pode ser considerado bem ruim por muitos, mas eu, que sempre tive um pezinho no trash, acabei achando interessante. E meu maior interesse, que não vou negar, foi assistir um filme com uma ainda jovem e bela (coloca bela nisso) Sherilyn Fenn. Como ela era linda! E o Band, que não era bobo nem nada, aproveitou sua beleza para algumas cenas até ousadas de nudez no filme. Pena que o filme não tenha, em nenhum momento, um roteiro convincente e nem uma produção decente para oferecer ao espectador. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Na Trilha do Sol

Título no Brasil: Na Trilha do Sol
Título Original: The Sunchaser
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Appledown Films
Direção: Michael Cimino
Roteiro: Charles Leavitt
Elenco: Woody Harrelson, Jon Seda, Anne Bancroft

Sinopse:
Um presidiário que está no corredor da morte, esperando a execução de sua pena de morte entra em desespero. Ele quer saborear a liberdade pelo menos uma vez antes de morrer. Então, completamente desesperado, toma sua médico na prisão como refém. E exige ser liberdado. 

Comentários:
O ator Woody Harrelson já fez muitos bons filmes ao longo da carreira. Infelizmente muitos deles foram esquecidos nesses anos todos. Um que sempre se destacou, pelo menos em meu gosto pessoal e em meu ponto de vista, foi justamente esse thriller, ora bem psicológico, ora mais visceral e violento. Ele interpreta esse homem no corredor da morte. Como se já não bastasse ele ter sido condenado a morrer na cadeira elétrica, ainda é diagnosticado com um câncer agressivo. Assim ele logo se torna um homem sem mais nada a perder nessa vida e como sabemos pessoas nesse tipo de limite são capazes de qualquer coisa, de qualquer loucura. E como ele é no final das contas um criminoso, basta apenas dar um passo à frente em direção novamente ao crime. Enfim, um bom filme dos anos 90, a década dos thrillers. 

Pablo Aluísio.

Capitão América

Título no Brasil: Capitão América
Título Original: Captain America
Ano de Lançamento: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: 21st Century Film Corporation
Direção: Albert Pyun
Roteiro: Joe Simon, Jack Kirby
Elenco: Matt Salinger, Ronny Cox, Ned Beatty

Sinopse:
Um super soldado, criado por um programa ultra secreto do exército e do governo dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial passa décadas congelado. Resgatado, ele retorna à vida nos anos 90, pronto para combater as forças inimigas da América, em especial um estranho vilão nazista.

Comentários:
Antes dos heróis da Marvel se tornarem esse grande sucesso no cinema, houve um tempo, nos anos 90, em que esses personagens eram considerados coisas ultrapassadas, tralha nerd dos anos 60. Então a Marvel meio que vendia seus direitos autorais para qualquer um, qualquer produtor que quisesse fazer um filme com eles. Foi o caso dessa fitinha B que sequer conseguiu espaço nas telas de cinema de tão fraca que era a produção. Chegou a ser lançada no Brasil, em VHS, nos anos 90, mas sinceramente falando, tudo era bem mal feito mesmo. Hoje em dia o filme ganhou um certo status cult entre a cultura nerd pois foi a primeira versão cinematográfica solo desse querido personagem da Marvel. Se tiver curiosidade, veja, mas saiba que não vai encontrar nada parecido com os filmes do Capitão América dos dias atuais. Isso aqui é cinema B de verdade! 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Monstros da Cidade Submarina

Título no Brasil: Monstros da Cidade Submarina
Título Original: War-Gods of the Deep
Ano de Lançamento: 1965
País: Reino Unido
Estúdio: Bruton Films
Direção: Jacques Tourneur, Ishirô Honda
Roteiro: Charles Bennett, Louis M. Heyward
Elenco: Vincent Price, Tab Hunter, David Tomlinson, Susan Hart

Sinopse:
Um jovem aventureiro e um velho artista embarcam em uma grande aventura quando tentam descobrir onde foi parar uma jovem desaparecida misteriosamente durante a madrugada. Ela teria sido levada por uma estranha criatura aquática. Eles acabam indo parar numa cidade antiga nas profundezas do Oceano, onde vive um capitão megalomaníaco e psicótico. 

Comentários:
Nessa semana assinei a Darkflix, uma plataforma de filmes de terror. No catálogo encontrei algumas preciosidades antigas, do terror clássico. Esse filme aqui estrelado pelo Vincent Price foi uma das perolas que assisti. Com roteiro (muito levemente) inspirado em poemas de Edgar Allan Poe, essa produção surpreende pelos bem feitos cenários do mundo submarino. Tudo começa de forma bem elegante, como um velho conto vitoriano. A história vai prendendo a atenção do espectador e esse clima de vintage retrô futurista é muito bem-vindo. O filme só perde mesmo quando começam as cenas de caçadas submarinas. Eles não tinham tecnologia para isso na época e tudo foi filmado com mergulhadores profissionais. O problema é que as cenas são lentas, chatas e tediosas. Não possuem o menor senso de ação que o roteiro exigia. Ainda assim curti ver esse filme. Ele tem um charme antigo que supera até mesmo suas falhas nessa terça parte final da história. 

Pablo Aluísio.

O Farol do Fim do Mundo

Título no Brasil: O Farol do Fim do Mundo
Título Original: The Light at the Edge of the World
Ano de Lançamento: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Jet Films
Direção: Kevin Billington
Roteiro: Tom Rowe
Elenco: Kirk Douglas, Yul Brynner, Samantha Eggar

Sinopse:
Um pirata implacável captura o guardião de um farol, na cidade mais ao sul da Argentina. Seu objetivo é óbvio e horrível. Ele planeja controlar os sinais dos faróis de forma que os navios que passarem sejam esmagados nas rochas.

Comentários:
Um fracasso comercial na fase de decadência da carreira de Kirk Douglas. Uma pena pois o filme até que tinha tudo para dar certo, afinal Douglas voltava para o universo de Julio Verne, ou quase isso, uma vez que muitas pessoas acusaram o marketing do filme de ser enganoso. De uma maneira ou outra o filme acabou fracassando nas bilheterias. Kirk Douglas já não era mais o grande astro do cinema mundial como nas décadas anteriores e com a idade não convencia muito nesse tipo de personagem mais heroico. Parecia que o grande ator do passado não sabia fazer nada diferente do que havia feito antes, em seu passado glorioso. Sem iniciativa de mudanças acabou afundando junto com o filme. 

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de outubro de 2024

Deadpool & Wolverine

Título no Brasil: Deadpool & Wolverine
Título Original: Deadpool & Wolverine
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Shawn Levy
Roteiro: Ryan Reynolds, Shawn Levy
Elenco: Ryan Reynolds, Hugh Jackman, Chris Evans, Wesley Snipes, Jennifer Garner, Channing Tatum, Henry Cavill

Sinopse:
Deadpool está com problemas! E para tentar resolver eles, precisa da ajuda do Wolverine. Só tem um problema: ele está morto! Então a saída é cruzar os vários multiversos em busca de outro Wolverine, para que esse venha lutar ao seu lado contra as forças do mal que ameaçam todo o seu próprio universo. 

Comentários:
A Marvel vinha em uma fase muito ruim. Vários filmes fracassaram e a crítica obviamente arrasou com eles. De maneira justa pois eram mesmo filmes bem ruins. Então a tábua de salvação do estúdio acabou sendo justamente esse Deadpool & Wolverine. Já rendeu nas bilheterias mais de 1 bilhão e 300 milhões de dólares! Um sucesso realmente fenomenal! E tudo isso para uma produção que eu qualificaria tranquilamente como um grande e caro fast food cinematográfico. Um produto para ser exibido em cinemas de shopping, para um público que só está em busca mesmo de uma diversão ligeira. E nesse ponto de vista o filme certamente cumpre o que promete. É divertido, tem humor, algumas boas cenas de ação e muita cultura nerd. Ajuda também o fato de que os dois atores principais são carismáticos, segurando as pontas de um roteiro que tem suas falhas. De qualquer forma um produtor da Marvel qualificaria o filme como um "produto perfeito". Não tira a razão dele em nada. É um produto mesmo, para venda destinada às massas e nada mais do que isso. 

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de outubro de 2024

Os Fantasmas Ainda se Divertem

Título no Brasil: Os Fantasmas Ainda se Divertem
Título Original: Beetlejuice Beetlejuice
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar
Elenco: Michael Keaton, Winona Ryder, Jenna Ortega, Catherine O'Hara, Monica Bellucci, Willem Dafoe

Sinopse:
Quase 40 anos depois da história do primeiro filme, Lydia Deetz (Winona Ryder) continua a ter problemas. atualmente apresentando um programa de terror fajuto, desses que passam em canais a cabo, ela começa a sentir novamente a presença de Beetlejuice (Michael Keaton) e isso definitivamente é um grande problema. Pior, seu marido falece, ela tem um novo noivo canastrão e uma filha adolescente que acaba se envolvendo com o rapaz errado! 

Comentários:
Esse era um filme que eu jamais pensei que teria uma continuação. Até porque já faz quase 40 anos de seu lançamento original! Então, na falta de novas ideias na Hollywood dos dias atuais, eis que surge essa sequência mais do que tardia. Não é exagero dizer que há uma verdadeira onda de nostalgia do cinema dos anos 80, principalmente depois do sucesso de Top Gun 2. Tentando obter o mesmo sucesso comercial os produtores decidiram resgatar da tumba esse velho projeto de um segundo filme de "Os Fantasmas se Divertem". A boa notícia é que esse segundo filme ficou até muito bom. Trouxeram parte do elenco original e Tim Burton reassumiu a direção, algo que achei que não iria acontecer por causa das brigas que teve ao longo dos anos com a Warner. Para revitalizar a nova franquia e atrair o público jovem resolveram escalar a atriz Jenna Ortega. Uma ótima escolha. No geral esse segundo filme segue de perto as ideias do primeiro, inclusive se evitou ao máximo os efeitos digitais modernos, justamente para ter aquele mesmo clima do primeiro filme. O saldo final é muito interessante e positivo. Puro suco dos anos 80. E obviamente sendo assim eu gostei muito do que assisti. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

A Última Sessão De Freud

Título no Brasil: A Última Sessão De Freud
Título Original: Freud's Last Session
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: Matt Brown
Roteiro: Mark St. Germain, Matt Brown
Elenco: Anthony Hopkins, Matthew Goode, Liv Lisa Fries, Jodi Balfour, Jeremy Northam, Orla Brady

Sinopse:
Morrendo de um agressivo câncer, o famoso psicanalista Sigmund Freud (Anthony Hopkins) recebe em sua casa o professor e escritor C. S. Lewis (Matthew Goode). Entre pequenos problemas surgidos no dia a dia, eles conversam sobre grandes temas, entre eles a possibilidade da existência ou não de Deus. 

Comentários:
Excelente filme, mas que merece alguns esclarecimentos. Embora haja especulações se houve ou não esse encontro entre esses dois famosos e celebrados personagens históricos, não existe certeza se de fato aconteceu. E tampouco se sabe o que eles conversaram nesse último encontro. Para preencher essa lacuna o inteligente roteiro acabou utilizando dos próprios escritos dos envolvidos. A maioria dos ótimos diálogos que temos em cena vieram justamente desses textos. E é muito interessante ver um duelo de ideias envolvendo um cético como Freud e um cristão como C. S. Lewis. Freud havia sofrido muito durante sua vida. Não podemos nos esquecer que ele era um judeu vivendo no meio da loucura nazista. Fiquei pensando como um homem tão inteligente via aquela insanidade tomando conta do povo alemão e austríaco. Deve ter sido horrível realmente. Na história do filme vemos Freud em seus últimos momentos de vida, relembrando alguns fatos do passado, inclusive a morte de uma pessoa muito querida, sua filha. Não era de se admirar que ele realmente não acreditasse em Deus. Viveu em épocas mais do que violentas e turbulentas, onde não parecia haver mesmo nenhuma prova da existência de um ser superior. E parece não haver no final das contas. Enfim, deixo a recomendação. Um filme inteligente feito para pessoas igualmente inteligentes. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Hellboy e o Homem Torto

Título no Brasil: Hellboy e o Homem Torto
Título Original: Hellboy: The Crooked Man
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Dark Horse
Direção: Brian Taylor
Roteiro: Christopher Golden, Mike Mignola
Elenco: Jack Kesy, Jefferson White, Adeline Rudolph, Leah McNamara, Suzanne Bertish, Joseph Marcell

Sinopse:
Após uma tumultuada viagem de trem, onde é atacado por uma estranha criatura, Hellboy e uma jovem agente de combate ao sobrenatural vão parar em uma sombria floresta habitada por bruxas e entidades do além poderosas, como uma estranha figura, o Homem Torto, que coleciona almas perdidas. 

Comentários:
Esse é o quarto filme do Hellboy. Até que foi longe demais. Outros personagens dos quadrinhos não tiveram tanta sorte! Pois bem, agora com diretor novo e atores renovados, investiram em um filme bem menos pop e muito mais chegado ao terror. É um dos filmes mais diferentes do Hellboy. Sim, nesse novo filme se tenta investir completamente no horror. A história aliás é um longo conto de terror à moda antiga. Sai o lado mais Sci-fi do personagem para entrar o susto, o medo. E os elementos clássicos do estilo estão todos aqui. Não falta nem mesmo a entidade sobrenatural amaldiçoada e a cabana isolada na floresta. Dito isso, afirmo que o filme ficou interessante, justamente por causa da linha adotada, mas ao mesmo tempo não cbega, em nenhum momento, a ser um grande filme de terror. Fica ali no meio termo, no mediano. Se tivessem investido um pouco mais no sombrio, no suspense ao velho estilo, teria sido um dos melhores filmes do personagem no cinema. Mas claro, isso seria esperar demais desses novos cineastas. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Shampoo

Título no Brasil: Shampoo
Título Original: Shampoo
Ano de Lançamento: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Hal Ashby
Roteiro: Robert Towne, Warren Beatty
Elenco: Warren Beatty, Julie Christie, Goldie Hawn, Lee Grant, Jack Warden, Tony Bill

Sinopse:
George (Warren Beatty) trabalha em um Salão de Beleza de Beverly Hills. Mulherengo, começa a sair com várias clientes do estabelecimento, inclusive com as casadas. Os maridos nem desconfiam de nada, pois acreditam que ele é gay! Só que esse será o menor dos seus problemas, pois uma namorada ciumenta também poderá lhe causar muitos problemas! Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Lee Grant). 

Comentários:
Durante muitos anos o ator Warren Beatty cultivou a imagem de Playboy, do solteiro mulherengo número 1 de Hollywood. Nesse filme ele interpretou um personagem que era a síntese dessa sua imagem pública. O filme é bem divertido pois o cabeleireiro que interpreta é um daqueles caras que não perdoam nenhuma mulher que ouse lhe dar bola! Numa das cenas mais divertidas e engraçadas do filme ele leva a mulher de um figurão do mercado financeiro para transar em sua própria casa, dentro da sauna. O problema é que o maridão chega antes da hora e pega os dois no flagra. Então George (Beatty) inventa que o casalzinho está ali por causa do vapor da sauna, pois seria bom para os cabelos de sua esposa. E o sujeito acredita na lorota contada! No elenco, como não poderia deixar de ser, várias beldades de Hollywood, sendo que algumas delas foram namoradas do próprio Warren Beatty. O destaque vai para uma jovem Goldie Hawn. Ela interpreta a namorada que tenta dar um jeito no namorado cafajeste! Estava linda demais quando fez esse filme. Sozinha, vale pelo filme inteiro. Então é isso. Um filme sobre picardias e puladas de cerca, tudo ao som de uma ótima trilha sonora que incluiu até mesmo músicas dos Beatles! 

Pablo Aluísio.

O Tesouro da Sierra Madre

Título no Brasil: O Tesouro da Sierra Madre
Título Original: The Treasure of the Sierra Madre
Ano de Lançamento: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Huston
Roteiro: John Huston, B. Traven
Elenco: Humphrey Bogart, Walter Huston, Tim Holt, Bruce Bennett,  Barton MacLane, Alfonso Bedoya

Sinopse:
Três aventureiros americanos decidem cruzar a fronteira em direção a uma montanha no deserto do México. Velhas lendas e tradições orais dão conta que ali se encontra uma grande reserva de ouro pronta para ser descoberta e explorada. Só que a expedição não vai ser mais das fáceis, pois a natureza hostil da região vai se impor aos homens que lutam pela descoberta do Ouro. Filme premiado pelo Oscar nas categorias de melhor direção, roteiro (ambos para John Huston) e melhor ator coadjuvante (Walter Huston).

Comentários:
Na história do cinema poucos cineastas mereceram o título de gênio. John Huston foi um deles. Esse diretor era realmente genial e isso não é um uso de palavras vazias. Esse filme pode ser considerado sua maior obra-prima. Era inclusive o filme preferido do próprio diretor onde ele conseguiu ter a liberdade que desejava. Também escolheu o elenco sem a interferência do estúdio, escalando seu próprio pai para interpretar um dos personagens centrais. E o resultado ficou excelente em todos os aspectos! Apesar do tema que poderia ser considerado até mesmo pesado, mostrando a ganância humana em toda a sua crueza, não podemos deixar de considerar, ao mesmo tempo, um dos filmes de maior leveza da carreira do diretor. Ele conseguiu mesclar esse tema sórdido com uma leveza que impressiona. O filme tem um fluidez narrativa prazerosa, pois o espectador nem percebe o tempo passando. É um roteiro tão bem escrito, tão bem elaborado, que assistir ao filme se torna acima de tudo um grande prazer para o cinéfilo. Enfim, uma obra-prima absoluta da história do cinema. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Cemitério Sem Cruzes

Título no Brasil: Cemitério Sem Cruzes
Título Original: Une Corde, Un Colt...
Ano de Produção: 1969
País: Itália, Espanha, França
Estúdio: Fono Roma, Les Films Copernic
Direção: Robert Hossein 
Roteiro: Dario Argento, Claude Desailly
Elenco: Michèle Mercier, Robert Hossein, Guido Lollobrigida

Sinopse:
Manuel (Robert Hossein) é um bandoleiro que vaga pelo deserto até chegar numa isolada cidadezinha do velho oeste. Lá acaba entrando em um perigoso jogo de vingança, violência e medo! Agora todos descobrirão a sua verdadeira identidade e o que ele realmente estaria fazendo por lá.

Comentários:
Mais um western spaghetti digno de nota. Na verdade temos um exercício cinematográfico bem interessante aqui, pois o filme tem poucas linhas de diálogo, sendo a maioria da trama se desenvolvendo em silêncio, com apenas o som do vento ao longe castigando as areias do deserto. No lançamento do DVD o ator e diretor Robert Hossein revelou alguns aspectos bem interessantes sobre a produção. Uma delas a que o famoso cineasta Sergio Leone teria visitado o set de filmagens e dirigido uma das cenas do filme (a do jantar com os principais personagens). Outro fato que explicou foi que na verdade o famoso Dario Argento, que está creditado como um dos roteiristas do filme, na verdade pouco ou nada contribuiu para a versão final que foi finalmente concluída. Some-se a isso o fato do faroeste ter sido dirigido não por um italiano mas sim por um francês e você certamente terá vários motivos para tentar assistir a esse curioso filme spaghetti. Fatos interessantes de bastidores certamente não faltarão.

Pablo Aluísio.

Um Trem para Durango

Título no Brasil: Um Trem para Durango
Título Original: Un Treno Per Durango
Ano de Produção: 1968
País: Itália, Espanha
Estúdio: M.C.M., Tecisa
Direção: Mario Caiano
Roteiro: Mario Caiano, José Gutiérrez Maesso
Elenco: Anthony Steffen, Mark Damon, Enrico Maria Salerno

Sinopse:
Um grupo de bandoleiros assalta um trem e leva como refém a namorada de um dos passageiros. Sem pensar duas vezes ele, chamado simplesmente de Gringo (Anthony Steffen), resolve se unir a um amigo para ir atrás dos bandidos. A intenção é clara: libertar a amada e passar chumbo quente na marginália.

Comentários:
Mais um western Spaguetti que fez sucesso aqui no Brasil, chegando a ser lançado inclusive em fita VHS nos anos 80. O ator principal da película, Anthony Steffen, na verdade não era americano como seu nome poderia sugerir, mas sim um brasileiro, Antonio Luiz De Teffè (1929 - 2004), que chegou a fazer relativo sucesso no cinema italiano, estrelando filmes como "Um Homem Chamado Django", "Django, o Bastardo", "Uma Longa Fila de Cruzes" e "Deus Como Pai... e o Diabo como Sócio" - que pelos nomes já dá para entender que são típicos faroestes italianos da década de 1960. Esse "Un Treno Per Durango" também não nega suas origens. Com uma trama cheia de reviravoltas e um elenco não muito inspirado, consegue mesmo assim satisfazer o gosto dos admiradores desse tipo de filme, faroestes bem crus, feitos para serem consumidos em cinemas populares - que nos anos 60 existiam aos montes, inclusive no Brasil. Em suma, um retrato de uma época que já não existe mais.

Pablo Aluísio.