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terça-feira, 31 de maio de 2022

Obi-Wan Kenobi

Mais uma série "Star Wars". Desde que a Disney comprou os direitos autorais dessa franquia, o novo estúdio tem se dedicado sabiamente a produzir séries como essa. Primeiro tivemos "O Mandaloriano", depois surgiu "O Livro de Boba Fett". Agora temos temos essa nova série que explora um dos personagens mais conhecidos dos filmes para o cinema. Estou me referindo ao mestre jedi Obi-Wan Kenobi. O primeiro acerto dos produtores foi contratar o ator Ewan McGregor para trabalhar na série. Não poderia ser diferente, uma vez que ele interpretou esse jedi na segunda trilogia para o cinema. Nos filmes ele tentava ensinar a um jovem Anakin o segredos da força, mas falhava em sua missão, surgindo daí o personagem Darth Vader. Agora com essa série, temos uma continuação dessa história. 

A história nessa série se passa no planeta Tatooine, aquele lugar deserto e inóspito onde vive Luke Skywalker. Garoto, Luke é protegido em uma distância segura pelo jedi, que vive no deserto de forma incógnita e anônima, pois o Império caça os cavaleiros da ordem jedi. Seu disfarce de pessoa comum é colocado à prova quando caçadores imperiais chegam no planeta. Um plano do Império também rapta a garotinha Leia, justamente para que Obi-Wan Kenobi saia de sua toca. Gostei bastante do primeiro episódio, penso inclusive que essas séries "Star Wars" superam até mesmo os últimos filmes para o cinema. Acredito inclusive que esse é o caminho certo a seguir pela franquia "Star Wars" daqui em diante. Se as séries são tão boas e os filmes tão irregulares, que a Disney venha mesmo a produzir mais séries. O que vale no caso é a qualidade e não o meio em que as produções são lançadas. 

Obi-Wan Kenobi (Estados Unidos, 2022) Direção: Deborah Chow / Roteiro original criado por George Lucas / Elenco: Ewan McGregor, Rupert Friend / Sinopse: Um cavaleiro da ordem Jedi é perseguido pelo poderoso Império galáctico. Para fugir da morte e proteger um jovem que carrega o poder da força, ele se esconde em um pequeno planeta perdido e desértico nos confins do universo.

Pablo Aluísio.


Guia de Episódios - Obi-Wan Kenobi:

Obi-Wan Kenobi 1.02 - Part II - Para alegria dos fãs de Star Wars, Obi-Wan Kenobi está de volta. Ele desenterra seu sabre de luz no meio do deserto, daquele planeta inóspito. Seu objetivo passa a ser recuperar a jovem Princesa Lea, que foi raptada por mercenários a mando do Império. Claro tudo foi orquestrado e planejado com o objetivo mesmo de atrair Obi-Wan Kenobi, pois assim ele sairia do esconderijo onde se encontrava. Nesse episódio há um momento interessante muito curioso para os fãs dessa saga, que começou no cinema e agora está tomando o mundo das séries. Acontece quando  Kenobi descobre que Anakin Skywalker está vivo, agora respondendo pelo nome de Dark Vader. Um vilão completamente entregue para o lado negro da força. O próprio Obi-Wan Kenobi  sente na pele, pois é uma derrota pessoal uma vez que ele treinou Anakin no passado. Algo que ele sente profundamente.  / Obi-Wan Kenobi 1.02 - Part II (Estados Unidos, 2022) Direção: Deborah Chow.

Obi-Wan Kenobi 1.03 - Part III
Nesse episódio o vilão Darth Vader finalmente entra em campo, sai a caça do mestre Jedi no pequeno planeta árido onde ele tenta se esconder das forças do Império. Para a sua surpresa acaba sendo ajudado justamente por uma oficial imperial, uma rebelde infiltrada nas fileiras no mal. Uma cena particularmente engraçada acontece quando Ben e Leia sobem um caminhão de transporte de mineração e acabam tendo como companhia uma tropa de soldados do Império. Embora seja procurado nos quatro cantos do universo, aqueles soldados nem desconfiam que o que eles procuram está bem na sua frente! Essa série tem sido malhada entre fãs de Guerra nas Estrelas. Até agora não tenho achado ruim de jeito nenhum, tem me agradado, é um bom divertimento Claro, olhando tudo sem fanatismos! / Obi-Wan Kenobi 1.03 - Part III (Estados Unidos, 2022) Direção: Deborah Chow / Elenco: Artistas
Ewan McGregor, Kumail Nanjiani.

Obi-Wan Kenobi 1.04 - Part IV
Esse episódio mostra bem que a série Obi-Wan Kenobi está se arrastando. Os roteiros não são muito bons em termos técnicos. Esse roteiro, por exemplo, não é nenhum pprimor. Obi-Wan Kenobi invade uma base do Império ao lado de poucos rebeldes. Entre eles está uma ex-Oficial do Império, que agora se tornou traidora. Nada muito inspirador. É muito improvável que eles tivessem êxito em uma missão como essa. Forçaram a barra demais, senhores roteiristas! Para os fãs da antiga trilogia, Darth Vader está de volta! Como sempre, ele vem para impor hierarquia e ordem na base da violência entre seus subordinados. Eu acredito que a série tem despertado muitas críticas, justamente por causa dos fracos roteiros. Muitos deles deixam muito a desejar. / Obi-Wan Kenobi 1.04 - Part IV (Estados Unidos, 2022) Direção: Deborah Chow / Elenco: Ewan McGregor, Indira Varma, Vivien Lyra Blair.

Obi-Wan Kenobi 1.05 - Part V
Obi-Wan Kenobi consegue salvar a garotinha Leia. E a leva de volta para seus pais. Só que Darth Vader não vai acertar tão fácil esse acontecimento. Ele parte com seu cruzador espacial em busca do seu velho mestre, agora inimigo mortal. Ele quer a sua vingança. Esse episódio é todo baseado na rivalidade entre Darth Vader e Obi-Wan Kenobi. O que começou como uma relação de mestre e aluno, acabou desandando para uma situação de vida ou morte. Os dois não conseguem viver no mesmo universo. Esse episódio também faz uma ligação com os filmes da segunda trilogia de lançada no cinema. Quem não viu os filmes vai ficar um pouco perdido. É uma boa chance, assim, de fazer uma revisão. Ou então assistir pela primeira vez os filmes de George Lucas, episódios 1, 2 e 3. / Obi-Wan Kenobi 1.05 - Part V (Estados Unidos, 2022) Direção: Deborah Chow / Elenco: Ewan McGregor, Moses Ingram, O'Shea Jackson Jr.

Obi-Wan Kenobi 1.06 - Part VI
E assim chegamos ao final de mais uma série da parceria Disney e a marca Star Wars. Como todos sabemos, foi bem criticada no Estados Unidos. Recebeu poucos elogios da crítica especializada e dos fãs. Eu não achei tão desastroso assim, embora reconheça que há vários problemas. E o que acontece no final dessa série? Como era de se esperar, temos um grande duelo envolvendo o personagem principal e o vilão Darth Vader. Não deixa de ser interessante rever esses dois personagens tão simbólicos lutando com seus sabres de luz. São antigos personagens icônicos da história do cinema. Pena que não capricharam muito no quesito roteiro. Esse é o calcanhar de Aquiles desta série. Nenhum roteiro de nenhum episódio se sobressai. E tudo, assim, se torna muito banal. / Obi-Wan Kenobi 1.06 - Part VI (Estados Unidos, 2022) Direção: Deborah Chow / Elenco: Ewan McGregor, Moses Ingram, Vivien Lyra Blair.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Star Trek: Strange New Worlds

Essa nova série da franquia "Star Trek" vem recomendado especialmente para os nostálgicos da série original dos anos 60. A história se passa 10 anos antes do episódio piloto da série original. Esse episódio piloto tinha como Capitão da Enterprise o oficial Christopher Pike. Esse episódio chamado de "The Cage" não foi ao ar na época porque os produtores consideraram o roteiro cerebral demais para o publico, por isso o episódio foi arquivado e um novo episódio piloto foi produzido. Saiu o Capitão Pike e entrou o Capitão Kirk. O resto da história já sabemos. Pois bem, quando esse primeiro episódio começa, o Capitão Pike está no planeta Terra e a Enterprise passa por reparos no espaço. Ele é chamado de forma urgente para assumir o comando porque uma tripulação da federação, em uma missão de primeiro contato com uma civilização desconhecida, desapareceu e não entrou mais em contato com seus superiores. Pike precisa descobrir o que aconteceu com eles e onde estão. Para isso reúne sua tripulação, entre eles o seu comandante de ciências, o senhor Spock.

Como é uma série nostálgica, tudo remete aos primeiros tempos, os uniformes, o design da nave Enterprise, etc. Só que obviamente reproduzido com a tecnologia dos nossos dias. Os efeitos especiais por isso são infinitamente superiores àqueles que vimos na série dos anos 60. O orçamento da série original era bem restrito, por isso os efeitos eram toscos. Eu gostei desse primeiro episódio. Apreciei a proposta dessa nova série e penso que há um futuro promissor aqui. O roteiro tem seus momentos tolinhos, mas isso também aparecia na série original, ficando tudo dentro do script. O Pike é um personagem interessante e a série promete contar sua história. Claro que os fãs de Jornada nas Estrelas não vão ter do que reclamar.

Star Trek: Strange New Worlds (Estados Unidos, 2022) Direção: Akiva Goldsman / Roteiro: Akiva Goldsman / Elenco: Anson Mount, Ethan Peck, Jess Bush / Sinopse: A série conta a história do Capitão Christopher Pike no comando da nave Estelar Enterprise.

Pablo Aluísio. 


Star Trek - Strange New Worlds 1.02 - Children of the Comet
A Enterprise intercepta um cometa que está indo em direção a um planeta onde vive uma civilização primitiva. A colisão seria o fim daquele mundo. O capitão Pike decide intervir mesmo contra as diretrizes da frota estelar. O que ele nem desconfiava vem logo a seguir. O cometa estava sendo protegido por uma nave de guerra, de origem alienígena. Logo se cria um clima de tensão entre a Enterprise e essa nave. O curioso é que esses alienígenas são retratados como tipos fanáticos pois nutrem um sentimento religioso em relação ao cometa. Episódio muito bom, aliás bem superior ao episódio piloto. / Star Trek - Strange New Worlds 1.02 - Children of the Comet (Estados Unidos, 2022) Direção: Maja Vrvilo / Elenco: Anson Mount, Ethan Peck, Jess Bush.

Star Trek - Strange New Worlds 1.03 - Ghosts of Illyria
A Enterprise vai parar em um planeta distante, onde no passado funcionou uma colônia em que foram realizadas experiências genéticas. Os habitantes do planeta queriam apurar a raça. Fica claro que esse planeta nada mais é do que uma metáfora em relação ao que aconteceu na Alemanha nazista. Pois bem, os tripulantes retornam do planeta com sérios sintomas de que foram contaminados pois demonstram ter uma sensibilidade à luz fora do normal. O Capitão Pike e Spock ficam presos no planeta por causa de uma tempestade iônica e lá enfrenta estranhos seres feitos de pura energia. Mais um bom episódio dessa série que tem se revelado cada vez melhor, cada vez mais interessante, mantendo o espírito da série original dos anos 60. / Star Trek - Strange New Worlds 1.03 - Ghosts of Illyria (Estados Unidos, 2022) Direção: Leslie Hope / Elenco: Anson Mount, Ethan Peck, Jess Bush.

Star Trek - Strange New Worlds 1.04 - Memento Mori
Nesse episódio a nave interestelar Enterprise vai parar numa colônia distante do planeta Terra. Lá vive um agrupamento de pessoas que começaram a sofrer com a mudança na atmosfera do lugar. E para piorar tudo, uma raça alienígena violenta surge no espaço. Eles destroem as bases. E matam as pessoas. São conhecidos por serem violentos e irascíveis. E são várias Naves inimigas. Para a Enterprise, situação fica complicada. Para escapar da destruição o Capitão Pike manda todos para uma zona muito perto de uma Estrela que está sendo engolida por um grande buraco negro. O Horizonte de eventos pode ser a salvação, mas também pode se tornar o lugar onde a Enterprise será destruída. / Star Trek - Strange New Worlds 1.04 - Memento Mori (Estados Unidos, 2022) Direção: Dan Liu / Elenco: Anson Mount, Ethan Peck, Jess Bush.

Star Trek - Strange New Worlds 1.07 
O capitão Pike responde o pedido de ajuda de colonos além das fronteiras da federação. Péssima ideia pois a Enterprise acaba sendo tomada e dominada por piratas espaciais. E tem também o velho problema do Spock e suas emoções humanas. Ele parece apaixonada por uma vulcana, mas isso seria nada racional. Bom episódio, nada demais, apenas mostrando que Pike poderia ser tão imprudente quanto Kirk. 

Pablo Aluísio

domingo, 29 de maio de 2022

A Vida Extraordinária de Louis Wain

Esse filme conta a história de um ilustrador, desenhista e pintor inglês que viveu na era vitoriana. Seu nome era Louis Wain. A vida para ele não foi fácil. Era o irmão mais velho de 5 irmãs. Quando seu pai morreu, ele precisou sustentar a sua família e para isso contava apenas com sua arte. Viver como artista naqueles tempos não era fácil, por isso ele fazia de tudo um pouco para sobreviver, desenhava e fazia ilustrações de bichos de estimação de pessoas ricas, pintava retratos de pessoas importantes, etc. Para a sua sorte acabou sendo contratado por um jornal de Londres para ser ilustrador de suas páginas. Naqueles tempos não havia ainda uso de fotografias, então a figura de um ilustrador era essencial dentro do jornalismo. Quando foi contratado por esse jornal ele passou pela fase mais estável de sua vida. Conseguiu sustentar suas irmãs mais jovens e até mesmo se casou como a governanta de sua própria casa.

E isso era um problema dentro de uma sociedade baseada em camadas sociais rígidas. Era algo que chocava, pois ela havia sido sua empregada. Louis Wain não se importou com isso e seguiu em frente com sua vida. Em uma tarde chuvosa, sua esposa resgatou um gatinho que estava na chuva. Artista como era, ele logo resolveu fazer alguns desenhos desse gato mal sabendo que havia encontrado o estilo que o iria consagrar. Ele então começou a fazer uma série de ilustrações de gatos para o jornal onde trabalhava. Essas ilustrações foram publicadas em uma edição de Natal especial que vendeu muito. Louis Wain ficou imensamente conhecido na época. O segredo era que o artista retratava os gatos como se fossem seres humanos e isso era uma inovação e tanto. Algo que depois iria ser usado no mundo das histórias em quadrinhos e posteriormente nos desenhos animados. Nesse aspecto ele foi um grande pioneiro na arte que dominava. Esse período de felicidade não durou muito. Esse artista era uma daquelas pessoas que infelizmente o destino havia reservado várias tragédias em sua vida pessoal. A esposa morreria de um câncer de mama e a sua irmã mais jovem iria sofrer de esquizofrenia. Foi uma época dura para ele.

Tecnicamente o filme é muito bom, com ótima reconstituição de época. Uma produção classe A sem dúvida, que tenta resgatar parte daqueles tempos da era vitoriana. O ator que interpreta Louis Wain é o  nosso velho conhecido Benedict Cumberbatch, um excelente ator. A atriz Claire Foy interpreta sua esposa. Quem assistiu à série The Crown vai reconhecê-la, pois ela interpretou a rainha Elizabeth II quando jovem. Esse filme me trouxe sentimentos de ambiguidade, pois ao mesmo tempo em que eu apreciava a obra cinematográfica em si, também não pude deixar de ficar bem triste pelo destino do protagonista. Filmes baseados em histórias reais são muito interessantes, mas também podem ser bem dramáticos, pois são baseados em vidas de pessoas que realmente existiram, que não são personagens de mera ficção. O artista retratado nesse filme teve um fim de vida trágico. Infelizmente o destino nem sempre sorri para todos.

A Vida Extraordinária de Louis Wain (The Electrical Life of Louis Wain, Reino Unido, 2021) Direção: Will Sharpe / Roteiro: Simon Stephenson / Elenco: Benedict Cumberbatch, Claire Foy, Andrea Riseborough, Olivia Colman / Sinopse: O filme conta a história de um artista inglês do século 19 que se notabilizou por suas ilustrações e quadros de gatos de estimação. Filme premiado pelo British Independent Film Awards.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 27 de maio de 2022

O Homem do Norte

A história do filme se passa no século nono da era cristã, o cenário é o norte gelado da Europa. Nesse quadro histórico um rei nórdico retorna de uma campanha militar vitoriosa. Como se sabe os Vikings eram grandes navegadores e guerreiros que viajavam pelos mares do norte em busca de novos territórios para saquear e escravizar os povos vencidos. O rei retorna de sua expedição e reencontra sua esposa e seu filho. A Felicidade parece predominar, entretanto há uma conspiração em curso e o rei acaba sendo morto pelo seu próprio irmão. O jovem príncipe, apenas um garoto, consegue escapar e jura vingança pela morte do pai. Os anos passam e ele se torna um homem forte, além de grande guerreiro, sempre obcecado pela sua sede de vingança. Então ele descobre que seu tio regicida está vivendo atualmente na distante ilha gelada da Islândia. Ele se faz passar por um escravo e entra na propriedade do seu tio usurpador. Agora próximo, ele pode saciar seu desejo de se vingar pela morte do pai, algo que o move todos os dias, uma obsessão que o consome totalmente.

O roteiro desse filme pode parecer sem maiores novidades. Afinal é uma tradicional história de vingança, mas espere por surpresas. A narrativa não é tão convencional como parece ser. O protagonista tem delírios e sonhos onde interage com antigos deuses nórdicos e nesses sonhos ele se vê cavalgando em direção ao seu esplendor divino, carregado de glórias por ter matado o assassino de seu pai. A trilha sonora do filme é uma das melhores coisas dessa produção. Os produtores procuraram reproduzir a sonoridade dos antigos povos do norte da Europa, com uso intenso de tambores e uma vocalização gutural que impressiona o espectador. O clima do filme é bem tenso, não há espaço para as cenas leves.

Também destaco aqui nessa galeria de bons personagens, a rainha interpretada pela atriz Nicole Kidman. Inicialmente o espectador pensa que ela é uma mulher oprimida, obrigada a viver ao lado do assassino de seu marido, mas espere por surpresas deste roteiro. As coisas não serão tão simples. Em conclusão digo que esse não é um filme banal de vingança e lutas de espadas. Em aspecto mais profundo, é um filme que investe forte no lado mais psicológico dos personagens. Um filme que fez sucesso nos Estados Unidos e que surpreende por suas boas escolhas artísticas.

O Homem do Norte (The Northman, Estados Unidos, 2022) Direção: Robert Eggers / Roteiro: Robert Egger / Elenco: Alexander Skarsgård, Nicole Kidman, Claes Bang, Anya Taylor-Joy / Sinopse: Após a morte do rei pelas mãos do próprio irmão, seu filho jura vingança. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Vício Maldito

É um drama clássico que trata do delicado aspecto do alcoolismo. Jack Lemmon que se notabilizou pelas comédias em que atuou ao longo de sua carreira, fez o filme mais dramático de sua vida. Inclusive ele foi indicado ao Oscar justamente por esse trabalho. Suas cenas com camisa de força no hospital deixam claro como ele se entregou ao seu papel. Há autores que dizem que o próprio ator enfrentou batalhas contra a bebida em sua vida pessoal. Isso explicaria em parte sua boa atuação no filme. A atriz Lee Remick, por outro lado, era jovem demais para uma personagem tão complexa. Mesmo assim não compromete. Alguns observadores mais críticos poderiam dizer que o filme exagera nas tintas dramáticas. Penso de forma diferente, acredito que o filme tem o tom certo para tratar o tema, ainda mais se formos levar em conta o contexto histórico e a época em que o filme foi produzido. O fato é que o alcoolismo sempre foi um problema sério dentro da sociedade americana, basta lembrarmos da lei seca e seus efeitos. A bebida destruindo famílias, lares e o próprio conceito de sociedade saudável, uma questão de saúde pública certamente.

Em termos de diretor me surpreendeu a presença de Blake Edwards, um cineasta de comédias! Como veio parar nesse drama? E olha que ele se saiu muito bem! O resultado é muito bom, inclusive foi um dos primeiros filmes de Hollywood a tratar sobre o tema. O AA ganhou importância nesse roteiro, devo salientar. Enfim esse filme tem sua importância dentro da história do cinema.

Vício Maldito (Days of Wine and Roses, Estados Unidos, 1962) Direção: Blake Edwards / Roteiro: J.P. Miller / Elenco: Jack Lemmon, Lee Remick, Charles Bickford, Jack Klugman, Alan Hewitt, Tom Palmer / Sinopse: Joe Clay (Lemmon), um agente de relações públicas, se casa com Kirsten Arnesen (Lee Remick), uma jovem secretária. E logo as bebedeiras começam e não terminam mais. O casal se torna alcoólatra.

Pablo Aluísio. 

Morre o ator Ray Liotta

Uma notícia triste para os fâs de cinema, morreu o ator Ray Liotta. Ele tinha 67 anos de idade e estava filmando na República Dominicana onde veio a falecer de causas ainda não divulgadas pela família. O ator ficou muito conhecido por causa de seu marcante papel no filme "Os Bons Companheiros", já considerado hoje um clássico dirigido por Martin Scorsese. Após essa grande produção, ele ainda trabalhou em muitos filmes chegando ao final de sua vida com uma filmografia com mais de 120 filmes ao longo da carreira. 

Eu conheci seu trabalho justamente por causa do filme de Scorsese, onde ele estava brilhante no papel. Infelizmente depois ele nunca mais conseguiu recuperar essa fase de auge, participando de muitos filmes menores ao longo dos anos, com algumas produções B sem maior importância. Ainda assim é um nome marcante para quem acompanhou a sétima arte ao longo de todos esses anos, desde a década de 80 até os tempos atuais. Realço que mesmo atuando como coadjuvante, ele ainda fez alguns papéis bem marcantes em Hollywood. Foi uma perda sem dúvida, não apenas para seus familiares, mas também para os cinéfilos ao redor do mundo que se familiarizaram com o seu trabalho por todos esses anos. Segue abaixo uma pequena lista com os melhores filmes que assisti deste ator.

O melhor de Ray Liotta:

Campo dos Sonhos

Os Bons Companheiros

Cop Land: A Cidade dos Tiras

Profissão de Risco

Sin City: A Dama Fatal

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Vozes do Além

Título no Brasil: Vozes do Além
Título Original: From Beyond the Grave
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Amicus Productions
Direção: Kevin Connor
Roteiro: R. Chetwynd-Hayes, Raymond Christodoulou
Elenco: Peter Cushing, Ian Bannen, Ian Carmichael

Sinopse:
Vários contos de terror, todos centrados nos personagens que entram numa loja de antiguidades de propriedade do sinistro dono interpretado por Peter Cushing. São quatro os contos: "The Gate Crasher", "An Act of Kindness", "The Elemental" e  "The Door".

Comentários:
Não, não se trata daquela bomba com Michael Keaton, e sim de mais um daqueles filmes da produtora Amicus com uma reunião de pequenas histórias de terror. As histórias aqui estão relacionadas a uma loja de antiguidades, onde um dono sinistro (Peter Cushing, claro) atende os fregueses. Porém, todos aqueles que resolvem trapacear roubando dinheiro, algum objeto ou algo do tipo acaba recebendo algum tipo de "maldição". A primeira história envolve um espelho, a segunda uma medalha (que não se encaixa muito bem), a terceira é um caso (meio cômico) de possessão e a última é sobre uma porta. Apesar de bastante elogiado, não acho tão bom quanto os outros de antologias da Amicus, mas não que seja ruim, pelo contrário, mas prefiro os outros. Mas este também é muito indicado, com alguns nomes bacanas no elenco e bom clima, ainda que tudo bem datado. (Ricardo Martins).

Peter Cushing empresta todo seu carisma para esse filme que de certa forma acabou se tornando um dos últimos suspiros da velha fórmula de se fazer filmes de terror. Afinal já eram os anos 70, diretores como Steven Spielberg e George Lucas estavam surgindo e com eles toda uma nova leva de cineastas que iriam mudar os conceitos de filmes de fantasia, ficção e terror. Por essa razão "Vozes do Além" é um achado com seu estilo retrô, nostálgico, de se produzir fitas de terror. A fotografia, os cenários e os figurinos são todos feitos para dar aquele clima de algo antigo, sinistro, enterrado em covas profundas, ao espectador. Os objetos parecem ter saídos de alguma casa mal assombrada, de alguma cova putefrata, de terem pertencido a algum falecido. Nada mais assustador (e divertido). O resultado é muito bom, adequado aos cinéfilos que adoram aquele velho modo de assustar o público. 

Pablo Aluísio.

O Maníaco

Título no Brasil: O Maníaco
Título Original: Maniac
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Magnum Pictures
Direção: William Lustig
Roteiro: C.A. Rosenberg
Elenco: Joe Spinell, Caroline Munro, Abigail Clayton, Kelly Piper, Tom Savini, Rita Montone

Sinopse:
Um serial killer começa a matar de forma insana numa Nova Iorque com medo e tensão em cada esquina. As vítimas são mulheres sozinhas e indefesas que encontram sua morte nos becos mais escuros da cidade.

Comentários:
Quando esse filme foi lançado sofreu pesadas críticas por causa do excesso de violência e sangue na tela. Era o começo de uma nova onda de filmes que não escondiam mais as cenas mais brutais com meras sugestões. Revisto hoje em dia essa produção B deixa transparecer sua fraca produção, mas ao mesmo tempo mantém o interesse de quem gosta de filmes de terror pois o suspense, na maioria das vezes, é bem construído. Pena que a trilha sonora com excesso de sintetizadores deixe tudo ainda mais datado. De qualquer forma o filme ainda tem seus defensores nos dias atuais, justamente por ter sido um pioneiro no gênero slasher.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de maio de 2022

Jogada Decisiva

Título no Brasil: Jogada Decisiva
Título Original: A Big Hand for the Little Lady
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Fielder Cook
Roteiro: Sidney Carroll
Elenco: Henry Fonda, Joanne Woodward, Jason Robards, Paul Ford, Charles Bickford, Burgess Meredith. 

Sinopse:
Uma vez por ano os homens mais ricos de Laredo se reúnem para uma partida decisiva de pôquer. Em jogo milhares de dólares. No dia em que o jogo começa um forasteiro, Meredith (Henry Fonda), chega na cidade ao lado de sua esposa e do pequeno filho. Ele é um ex-viciado em jogos de azar que está apenas de passagem. Embora tenha prometido para sua mulher que nunca mais jogaria em sua vida, não consegue resistir à tentação de entrar naquele jogo, para quem sabe ganhar uma bolada, rápida e fácil! O problema é que Meredith realmente não tem limites e começa a apostar tudo o que tem, inclusive seu futuro.

Comentários:
"Jogada Decisiva" me lembrou muito do grande clássico "Um Golpe de Mestre". Não tecerei maiores comentários sobre essa semelhança pois corre-se o risco de estragar as surpresas do roteiro para o espectador. Dito isso, não poderia deixar de recomendar essa trama em tom de farsa que cativa o público por causa de seu roteiro bem bolado e cheio de reviravoltas interessantes. Henry Fonda interpreta um pobre coitado que chega na cidade e fica louco para participar de uma partida de pôquer onde apenas figurões jogam. Ele tem um passado como jogador compulsivo, daqueles que apostam até suas calças e não consegue parar. Sua paciente e sofrida esposa é interpretada pela linda Joanne Woodward, em ótimo momento pois sua personagem dá uma verdadeira guinada em pouco mais de 90 minutos de duração do filme. Outro destaque vem para os demais jogadores, em especial Henry Drummond (Roberts), um fazendeiro mal educado, mas prático em sua vida (a forma como faz para se livrar do noivo de sua filha é divertido e bem ácido). Por fim cabe o aviso ao espectador de que dois terços do filme se passa em volta de uma mesa de pôquer, com todas as tensões e sutilezas desse jogo. Mesmo assim não é, em absoluto, um filme maçante, pelo contrário, sua estrutura teatral vai enganar muita gente pois o roteiro, o grande achada da produção, dá de dez a zero em muito filme atual. Em suma, divertido e inteligente nas medidas certas.

Pablo Aluísio.

A Bela e o Renegado

Título no Brasil: A Bela e o Renegado
Título Original: Ride, Vaquero!
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Farrow
Roteiro: Frank Fenton
Elenco: Robert Taylor, Ava Gardner, Anthony Quinn, Howard Keel, Kurt Kasznar, Ted de Corsia

Sinopse:
José Constantino Esqueda (Anthony Quinn) é um bandoleiro e fora da lei mexicano que deseja dominar toda a região da fronteira entre Estados Unidos e México. Para isso ele começa a expulsar todos os colonos de suas terras, entre eles Rio (Robert Taylor) e Cordelia Cameron (Ava Gardner). Suas intenções de intimidar e perseguir porém serão combatidas pelo corajoso Rio que não aceitará as imposições covardes de Esqueda para com toda aquela gente.

Comentários:
Bom faroeste da MGM que contou com um elenco acima da média. O enredo se trava na luta entre os personagens de Esqueda (Anthony Quinn) e Rio (Robert Taylor). Rio é americano e Esqueda mexicano. Ambos foram criados juntos pela mãe de Esqueda que considerava Rio como seu verdadeiro filho. Quando se tornam adultos Esqueda vira um sujeito violento, rude e cruel, que ambicioso começa a perseguir os pobres colonos da fronteira. Rio não admite esse tipo de comportamento criminoso e não demora para que os irmãos de criação se tornem inimigos jurados de morte! Como já foi dito o maior mérito desse filme é o ótimo elenco que reuniu. Robert Taylor era o galã preferido da MGM na época, tendo brilhado no épico "Quo Vadis", seu filme anterior. Estava na crista da onda, desfrutando de grande popularidade. Como vilão Anthony Quinn novamente surpreende. Ele sabia interpretar sujeitos indigestos como ninguém! E como brinde final o espectador era ainda presenteado com a linda Ava Gardner, em um papel menor, é verdade, mas mesmo assim marcante. Todo filmado no deserto implacável do estado de Utah, "Ride, Vaquero!" é uma bela sugestão para os admiradores do mais americano de todos os gêneros cinematográficos. Não vá perder!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Pelos Bairros do Vício

Título no Brasil: Pelos Bairros do Vício
Título Original: Walk on the Wild Side
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Famous Artists Productions
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: Nelson Algren
Elenco: Jane Fonda, Laurence Harvey, Capucine, Anne Baxter, Barbara Stanwyck, Joanna Moore, Richard Rust

Sinopse:
Na Doll House, um bordel de Nova Orleans dos anos 1930, Hallie é a principal atração tanto para os clientes quanto para Jo, a madame. Sua vida confortável, embora tediosa, é interrompida pela chegada à cidade de Dove Linkhorn, seu verdadeiro amor de três anos antes, que agora está procurando por ela.

Comentários:
Um dos primeiros filmes da carreira de uma jovem e bela Jane Fonda. O tema é espinhoso, mostrando a realidade de prostitutas de New Orleans. Elas procuram deixar seu passado para trás, mas o que fazer quando o passado vem atrás delas? O roteiro foi baseado em um romance chamado "Walk on the Wild Side". Embora o filme seja tecnicamente um drama romântico, há também espaço para um certo humor. Bem realizado, acabou sendo indicado ao Oscar na categoria de melhor música original, a bela "Walk on the Wild Side", escrita por Elmer Bernstein e Mack David. Em termos de elenco o destaque realmente vai para elas. As atrizes dominam da primeira à última cena. Além de Jane Fonda, o maior atrativo em meu ponto de vista, ainda há a talentosa veterana Barbara Stanwyck como a madame dona do bordel. Que grande talento tinha essa atriz! Enfim, vale a pena conhecer esse bom filme dos anos 60.

Pablo Aluísio.

A Batalha do Planeta dos Macacos

Título no Brasil: A Batalha do Planeta dos Macacos
Título Original: Battle for the Planet of the Apes
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: John William Corrington
Elenco: Roddy McDowall, Claude Akins, Natalie Trundy, Severn Darden, Lew Ayres, Paul Williams

Sinopse:
Macacos e homens lutam em um mundo devastado. A guerra, que não parece ter fim, vai decidir quem irá dominar o planeta. E do lado dos macacos se destaca a liderança de Caeser (McDowall), decidido a se tornar o grande vencedor.

Comentários:
Os cinéfilos esqueceram que o clássico "O Planeta dos Macacos" lançado em 1968 deu origem a uma série de sequências, se tornando uma verdadeira franquia cinematográfica. A diferença é que o primeiro filme é hoje considerado um clássico do cinema, já suas continuações... passam longe desse status. Os filmes foram, de modo em geral, massacrados pela crítica da época. Muitos diziam que era uma jogada comercial rasteira para faturar mais alguns milhões de dólares com a fama do primeiro filme. Eu fico no meio termo. Há coisas boas e ruins nessas continuações. Nenhuma delas chega perto do primeiro filme, mas também trazem coisas interessantes. Esse aqui, por exemplo, foca mais no militarismo e nas cenas de ação. Não é um grande filme, mas em minha opinião passa longe de ser tão ruim como muitos falam por aí.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de maio de 2022

Elvis Presley - What Now My Love

Lançamento do selo FTD (Follow That Dream). É um CD duplo, com qualidade sonora soundboard (gravado diretamente na mesa de som, com boa qualidade). Traz dois concertos, ambos shows da meia-noite (midnight shows) dos dias 11 e 12 de agosto de 1972. Elvis, de modo em geral, esteve bem nessas apresentações. O  ponto a se prestar mais atenção vem do fato de que ele realmente trouxe novidades para seu repertório que vinha numa certa regularidade desde 1970. No primeiro CD 1 preste atenção em algumas faixas. Elvis adicionou a canção "Until It's Time For You To Go" que fazia parte de seu novo álbum intitulado "Elvis Now". Era uma música bem triste que no palco não funcionava muito bem por ser intimista demais. Ele também passou a apresentar a música "What Now My Love" que só chegaria em sua discografia oficial no "Aloha From Hawaii".

Outra música que podia ser considerada novidade nessas apresentações era "It's Over" que também iria chegar nos fãs ao redor do mundo pelo mesmo "Aloha From Hawaii". No CD 2 duas faixas se sobressaem "Never Been To Spain" (um blues que  maioria dos fãs de Elvis não conhecia) e "For The Good Times". Perceba que muitas dessas canções chegariam ao público em geral pelo "Aloha" e pelo disco do "Madison Square Garden". Esses shows da segunda metade de 72 dessa maneira não deixavam de funcionar como uma espécie de preview do que estava por vir em seus discos ao vivo.

Elvis Presley - What Now My Love
CD-1: Las Vegas, August 11 1972 MS - Also Sprach Zarathustra / See See Rider / I Got A Woman - Amen / Proud Mary / Until It's Time For You To Go / You've Lost That Loving Feeling / Polk Salad Annie / What Now My Love / Fever / Love Me / All Shook Up / Teddy Bear - Don't Be Cruel / Heartbreak Hotel / Blue Suede Shoes / Little Sister - Get Back / Hound Dog / It's Over / Suspicious Minds / Introductions / My Way / A Big Hunk O'Love / American Trilogy / Can't Help Falling In Love. Closing Vamp.

CD-2: Las Vegas, August 12 1972 MS - Also Sprach Zarathustra / See See Rider / I Got A Woman - Amen / Proud Mary / Never Been To Spain / Until It's Time For You To Go / You've Lost That Loving Feeling / Polk Salad Annie / What Now My Love / Fever / Love Me / Blue Suede Shoes / One Night / All Shook Up / Teddy Bear - Don't Be Cruel / Heartbreak Hotel / Hound Dog / For The Good Times / Suspicious Minds / Introductions / My Way / American Trilogy / A Big Hunk O'Love / Tiger Man (opening only).

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de maio de 2022

Na Hora da Zona Morta

Título no Brasil: Na Hora da Zona Morta
Título Original: The Dead Zone
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Dino de Laurentiis Company
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Jeffrey Boam
Elenco: Christopher Walken, Martin Sheen, Brooke Adams, Tom Skerritt, Herbert Loam, Anthony Zerbe

Sinopse:
Com roteiro baseado na obra de Stephen King, o filme "Na Hora da Zona Morta" conta a história de um homem que após alguns anos em coma acorda e recupera a sua consciência. E para sua surpresa, ele agora apresenta estranhos poderes de origem psíquica.

Comentários:
Dos filmes que foram adaptados dos livros de Stephen King nos anos 80 eu sempre considerei esse "Na Hora da Zona Morta" como um dos melhores. O grande diferencial aqui não vem da produção, de efeitos especiais ou até mesmo do elenco, embora ele seja muito bom, contando com um Christopher Walken mais estranho do que o habitual e um Martin Sheen bem focado em seu papel. O que diferença mesmo nesse filme é o roteiro, com uma trama muito interessante e inteligente, além da preciosa direção do talentoso David Cronenberg, aqui em um de suas fases mais criativas e originais. O clima do filme de forma geral é bem perturbante, o que cai como uma luva para a intenção do texto. Sem sombra de dúvida um dos melhores filmes dos anos 80, sem favor algum!

Pablo Aluísio.

O Portão

Título no Brasil: O Portão
Título Original: The Gate
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: New Century Entertainment
Direção: Tibor Takács
Roteiro: Michael Nankin
Elenco: Stephen Dorff, Christa Denton, Louis Tripp, Jennifer Irwin, Deborah Grover, Sean Fagan

Sinopse:
Garotos encontram o que parece ser um ovo fossilizado. Depois encontram um buraco no quintal de sua casa que parece ser um portão que leva diretamente ao inferno. E de lá começam a surgir pequenas criaturas mortais.

Comentários:
Esse filme de terror dos anos 80 chamava mais a atenção por seus bons efeitos especiais do que por causar medo ao espectador. A história de garotos que acabam encontrando por acaso um portão para o inferno servia basicamente como pano de fundo para o ataque dos monstrinhos. Sim, monstrinhos, pois eram demônios em miniatura, o que não significava que eles não tinham poder de destruição. Na época chamou a atenção o efeito de um corpo se transformando em dezenas de pequenos demons, algo que funcionava muito bem na era do VHS. As cenas são bem montadas e apostam em suspense também já que o orçamento não suportava muitas tomadas de efeitos pois custavam caro. Melhor assim pois toda a situação passou a ser melhor trabalhada. Esse filme inclusive poderia sofrer um remake com os efeitos digitais do mundo atual. Seria no mínimo curioso e interessante.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Morbius

Mais uma adaptação da Marvel para o cinema. Desde criança Michael Morbius (Jared Leto) sofria de uma rara doença sanguínea que o impedia de ser uma criança normal. Ele mal conseguia andar sem muletas. No hospital conhece outra criança com o mesmo mal que ele apelidou de Milo. Os anos passam e a amizade continua forte. No tempo presente Michael Morbius se torna um prestigiado especialista em sangue humano, um pesquisador capaz e inteligente que a despeito de todo o seu conhecimento ainda não conseguiu encontrar a cura para sua doença. Então ele fica especialmente interessado em uma nova linha de pesquisa para seguir, unindo o DNA humano com o DNA de morcegos. E resolve testar o novo soro em si mesmo, se tornando a cobaia humana de seus próprios experimentos. Claro que dá errado. Ao tomar o soro ele se torna um monstro sedento de sangue humano, um vampiro. E assim sua vida muda para sempre.

Eu gostei desse filme. A Marvel nunca foi muito boa em histórias de terror, mas aqui acertou bem no alvo. O filme pode ser visto por fãs de terror sem problema algum. Penso que vão gostar. O clima sóbrio dado para essa produção é muito bem escolhido. Os efeitos especiais, todos bem colocados no roteiro, ajudam a contar a história do protagonista e nunca tomam o lugar do aspecto principal do filme. Poderia dizer que esse personagem Morbius une os melhores aspectos de obras do passado, uma curiosa mistura de "O Médico e o Monstro" com "Drácula". O relacionamento com seu melhor amigo Milo também é especialmente interessante. Enquanto Morbius é um monstro com consciência pesada, um ser infeliz com seu destino, Milo se torna um vampiro cheio de si, orgulhoso de sua nova condição. Enfim, bom filme, muito melhor do que esperava.

Morbius (Morbius, Estados Unidos, 2022) Direção: Daniel Espinosa / Roteiro: Matt Sazama / Elenco: Jared Leto, Matt Smith, Adria Arjona, Jared Harris, Tyrese Gibson, Al Madrigal / Sinopse: Morbius é um vampiro criado em laboratório após o desenvolvimento de um experimento que não deu certo. E ele precisa enfrentar outro vampiro chamado Milo, um velho amigo de infância que também tomou uma dose do soro, se transformando em um monstro brutal e sanguinário.

Pablo Aluísio.

Possessão

Título no Brasil: Possessão
Título Original: Possession
Ano de Produção: 1981
País: Alemanha, França
Estúdio: Gaumont Pictures
Direção: Andrzej Zulawski
Roteiro: Andrzej Zulawski
Elenco: Isabelle Adjani, Sam Neill, Margit Carstensen, Heinz Bennent, Carl Duering

Sinopse:
Com um casamento em crise, perto do divórcio, Anna (Isabelle Adjani) começa a apresentar um comportamento fora do padrão, seduzindo homens que mal conhece, se tornando devassa e perigosa pois todos podem se tornar sua próxima vítima.

Comentários:
Eu vejo esse filme como uma tentativa do cinema europeu em reprisar o sucesso do filme "O Exorcista". Claro, há mudanças significativas entre os dois filmes. Sai as cenas asquerosas e entram um clima de sensualidade, com uma bela mulher que começa a seduzir homens mais velhos pelas ruas de uma grande cidade da Europa. Uma vez fisgados por sua beleza é hora de pagar caro pelo pecado da luxúria. Em um tempo onde os efeitos especiais eram bem precários, a atriz Isabelle Adjani precisou compensar tudo com linguagem corporal, funcionando bem em alguns momentos, mas causando uma certa estranheza em outros. É o diabo no corpo, como diziam os cristãos medievais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Django Livre

Em “Bastardos Inglórios” Quentin Tarantino tentou revisitar, com muito bom humor, um dos mais populares gêneros do cinema da era de ouro, o dos filmes de guerra. Exagerado, over, beirando a paródia completa, “Bastardos Inglórios” dividiu opiniões, sendo odiado por uns e amado por outros. Embora seu desfecho fosse absurdo pelo menos era surpreendente, não há como negar. Agora é a vez do Western servir de alvo para as lentes de Tarantino. “Django Livre” se propõe a ser uma paródia do chamado Western Spaguetti, gênero que se tornou muito popular (inclusive no Brasil) na época de seu auge. A tônica dessas produções era o exagero das cenas de violência e o uso abusivo de trilhas marcantes e onipresentes em cada cena. Os roteiros passavam longe de ser grande coisa mas eram eficientes. Agora o cineasta Tarantino tenta trazer o espírito daquelas produções de volta às telas, tudo mesclado com seu inconfundível toque pessoal.

É curioso porque assim que o projeto foi anunciado esperei por um verdadeiro delírio por parte do diretor pois se o Spaguetti era uma paródia do western americano, o que esperar de uma paródia da paródia? Obviamente um exagero completo, um delírio absoluto! Mas não é isso o que acontece. “Django Livre” pode até mesmo ser considerado conservador em certos aspectos. Não há dúvidas que existem produções Spaguetti que são bem mais violentas ou ousadas que “Django Livre”. Nesse ponto Tarantino foi passado para trás. Assim sobra pouca coisa para se surpreender. Quem é fã do gênero, que acompanha filmes de faroeste com freqüência, simplesmente não vai se impressionar com nada no filme de Tarantino. Nem é ousado e nem surpreendente. Mesmo assim não é um produto ruim, longe disso, só é menos revolucionário do que se esperava (ou melhor dizendo, não é revolucionário em nada).

Um bom western? Sim, não há como negar. O melhor vem dos talentosos atores em cena. O elenco está muito bem, em especial Christopher Waltz e Leonardo DiCaprio. Jamie Foxx como Django não chega a empolgar e nem está tão intenso quanto era de se esperar. Spike Lee reclamou do retrato que foi feito da escravidão negra nos EUA mas sua posição é obviamente um exagero. Os negros aliás estão no centro da trama e o próprio Django é um bom protagonista para o público afrodescendente se identificar. Recentemente “Django Livre” venceu o Globo de Ouro de Melhor Roteiro mas depois de assistir ao filme achei o prêmio um pouco desmerecido. A trama é até banal, sem surpresas, e o filme tem inclusive um problema no último ato que se tornar desnecessário e constrangedor, para não dizer bobo! Os diálogos, que sempre foram a marca registrada do diretor, aqui estão bem escritos mas muito abaixo das outras obras da filmografia de Tarantino. São um pouco acima da média mas nada excepcionais. Além disso o desenrolar da estória é comum, ordinário. Tarantino parece que tremeu nas bases ao se envolver com a mitologia do western.

Ao invés de jogar as bases do gênero para o alto, como fez em “Bastardos Inglórios”, ele aqui não consegue em momento algum se desvincular das regras dos faroestes mais tradicionais. Até a divisão em três atos está de acordo com os dogmas do estilo. Tarantino não alça vôo em momento algum, prefere ficar no chão, ao lado das regras mais caras ao velho e bom western. Não se aproxima de sua tão falada desmistificação, pelo contrário, louva ao seu modo todos os fundamentos desse tipo de filme e se rende à tradição. Assim não vejo motivo algum para toda a badalação que está sendo feita em torno de “Django Livre” pois em essência ele se apresenta como um western dos mais tradicionais, sem qualquer marca mais relevante que o torne uma obra prima ou algo do gênero. Definitivamente não foi dessa vez que o cineasta maravilhou ou deixou surpreendidos os fãs de faroestes. Em conclusão temos aqui um bom western que sobressai pelo elenco inspirado. A trama é sem surpresas e o roteiro bem abaixo do esperado. Não é um filme ofensivo contra os negros, longe disso, e pode ser visto como bom passatempo, muito embora um corte mais bem cuidadoso em sua duração cairia bem. Deve ser conferido mas sem esperar nada grandioso.

Django Livre (Django Unchained, Estados Unidos, 2012) Direção: Quentin Tarantino / Roteiro: Quentin Tarantino / Elenco: Jamie Foxx, Christopher Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Kurt Russell, Kerry Washington, Walton Goggins, James Remar, Don Johnson, Anthony LaPaglia, Tom Savini, James Russo. / Sinopse: King Schultz (Christoph Waltz) é um caçador de recompensas que se une a um escravo chamado Django (Jamie Foxx) para sair na caça de três irmãos que estão com a cabeça a prêmio. Depois do serviço concluído eles resolvem ir atrás da esposa de Django que agora se tornou propriedade de um cruel fazendeiro do sul chamado Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). Se fazendo passar por traficantes de escravos eles tentarão resgatar a amada de Django.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de maio de 2022

A Tragédia de Macbeth

Macbeth (Denzel Washington) sempre foi um cavaleiro leal ao seu rei. Durante a jornada de regresso de mais uma operação militar ele encontra na estrada com três velhas e estranhas bruxas que mais se parecem com corvos. Elas profetizam que ele será o próximo rei! Macbeth então fica com aquilo em sua mente. E as coisas pioram quando ele conta a tal profecia para sua esposa Lady Macbeth (Frances McDormand), uma mulher ambiciosa, fria e vil. A oportunidade surge quando o rei Duncan (Brendan Gleeson) chega para passar uma noite nos aposentos do castelo de Macbeth. Seu plano se torna bem sucedido. Ele se torna um regicida e pouco tempo depois assume o trono, mas a que preço? Cercado por inimigos por todos os lados, odiado pela nobreza, Macbeth vai se tornando cada vez mais sanguinário, paranoico e insano. Mais e mais mortes devem acontecer por todo o reino para que sua ganância de poder sem fim não seja interrompida.

Temos aqui mais uma adaptação da obra de William Shakespeare para o cinema. O que me causou estranheza foi saber que esse filme foi dirigido pelo Joel Coen. Não me entenda mal, considero ele um cineasta dos mais talentosos de sua geração, mas sinceramente não esperava vê-lo dirigindo nada envolvendo Shakespeare! Curiosamente deu certo, principalmente porque ele optou claramente por seguir os passos de Orson Welles. O seu filme é bem parecido com o clássico. Fotografia em preto e branco, cenários intimistas e fidelidade ao texto original da peça. Denzel Washington está ótimo no papel. Grande ator, aqui prova mais uma vez seu grande talento. Foi indicado ao Oscar por esse trabalho. Nessa fase de sua carreira nada poderia ter sido melhor.

A Tragédia de Macbeth (The Tragedy of Macbeth, Estados Unidos, 2021) Direção: Joel Coen / Roteiro: Joel Coen / Elenco: Denzel Washington, Frances McDormand, Brendan Gleeson, Alex Hassell / Sinopse: Adaptação para o cinema da obra de William Shakespeare. Na história um regicida começa a enlouquecer após subir ao trono. Inimigos e ameaças de morte estão por toda a parte. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Denzel Washington), melhor design de produção e melhor direção de fotografia (Bruno Delbonnel).

Pablo Aluísio.

O Embaixador

Título no Brasil: O Embaixador
Título Original: The Ambassador
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Northbrook Films
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Ronald M. Cohen
Elenco: Robert Mitchum, Ellen Burstyn, Rock Hudson, Donald Pleasence, Fabio Testi, Chelli Goldenberg

Sinopse:
O embaixador dos Estados Unidos em Israel tenta construir um acordo de paz entre judeus e palestinos, mas nesse processo acaba virando alvo de grupos extremistas e terroristas, colocando sua vida em risco. Roteiro baseado no romance escrito por Elmore Leonard.

Comentários:
Rock Hudson já estava com AIDS quando viajou para o deserto de Isreal para trabalhar nesse thriller político. Ele queria voltar ao cinema após ter algumas experiências na TV. Esse seria seu último filme a ser exibido nos cinemas. Uma boa produção, com um roteiro que até mantém o interesse, mas que no geral se revelava ser um filme de mediano para fraco. Rock não era o astro do filme, esse posto coube a outro veterano, Robert Mitchum, um ator dos velhos tempos que Rock conhecia muito bem, mas que até aquele momento não tinha tido o privilégio de trabalhar ao seu lado. De uma forma ou outra a perda de peso ficou bem claro nas filmagens, o que fez com que Rock procurasse um médico quando retornou aos Estados Unidos, sabendo a partir daí que estava com o temido virus, naqueles tempos uma verdadeira sentença de morte.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de maio de 2022

tick, tick... BOOM!

Mais um filme da lista do Oscar 2022. Pois é, o título original é ruim, estranho, mas o filme é muito bom! A história contada no filme é a do autor de peças da Broadway Jonathan Larson (Andrew Garfield). Quando o filme começa  ele ainda trabalhava  como garçom em uma lanchonete de Nova Iorque. Ele escrevia as músicas que iriam fazer parte de seu musical na Broadway e sonhava um dia viver de sua arte! Só que isso definitivamente não era fácil. Ter um musical escrito estreando na Broadway era como acertar na loteria, ou seja, uma chance em um milhão. Nessa época ele apenas contava com seus sonhos. E a vida real era muito dura. Vários de seus amigos estavam morrendo de AIDS. O filme se passa no começo dos anos 90 quando ter AIDS era como ter uma sentença de morte sobre si.

Mesmo assim, como jovem e ousado artista, ele seguia em frente. Em determinado momento conseguiu ter uma audição com produtores da Broadway e isso seria a grande chance de sua vida. O filme se desenvolve justamente nesse momento, quando ele tinha que lidar com vários problemas em sua vida pessoal ao mesmo tempo em que lutava para ter finalmente uma peça sua aceita nesse mercado tão competitivo. O diretor Lin-Manuel Miranda acertou ao escolher o estilo musical para contar sua história. Afinal o protagonista era um escritor de musicais, então nada mais correto do que intercalar sua história de vida com vários números musicais baseados em sua própria obra.

E aqui vale uma menção honrosa ao ator Andrew Garfield. Estigmatizado muitas vezes como apenas mais um ator de filmes da Marvel, pois ele interpretou o Homem-Aranha, o ator surpreende nessa produção! Definitivamente o rapaz tem muito talento! Canta as músicas do filme (e canta bem, é bom frisar), atua, interpreta e dança, tudo em um nível acima de qualquer crítica. Ele é ótimo e provou isso nesse filme. Acabou sendo indicado ao Oscar! Quem diria, um ator que basicamente só era conhecido por interpretar o Peter Parker... Sábia mudança na carreira!

tick, tick... BOOM! (Estados Unidos, 2021) Direção: Lin-Manuel Miranda / Roteiro: Steven Levenson / Elenco: Andrew Garfield, Alexandra Shipp, Robin de Jesus / Sinopse: O filme conta, em ritmo de musical da Broadway, a história do autor de peças musicais Jonathan Larson. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Andrew Garfield) e melhor edição.

Pablo Aluísio.

Cabaret

Título no Brasil: Cabaret
Título Original: Cabaret
Ano de Produção: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Bob Fosse
Roteiro: Joe Masteroff
Elenco: Liza Minnelli, Michael York, Helmut Griem, Joel Grey, Fritz Wepper, Marisa Berenson

Sinopse:
Década de 1930. Berlim. A dançarina americana Sally Bowles (Liza Minnelli) começa a fazer muito sucesso nos clubes noturnos da cidade alemã. Ela se apaixona por dois homens, mas as coisas complicam quando o nazismo chega ao poder na Alemanha.

Comentários:
Esse filme é um marco na história de Hollywood. Em uma época em que o musical já tinha deixado seus dias de glória no passado, o filme se consagrava na noite do Oscar, sendo o grande premiado da noite, sendo vencedor em oito categorias, entre elas melhor atriz, para Liza Minnelli em seu filme definitivo e melhor direção, para o talentoso Bob Fosse. É interessante também notar que o filme chegou aos cinemas americanos em uma época dura, com o pais enfrentando diversos problemas com um governo conservador. Richard Nixon estava no poder, com inúmeras denúncias de corrupção. A analogia entre seu partido e o partido nazista, com perseguição a artistas e poetas, era um tanto quanto óbvia. Entretanto, mesmo com essa leitura política, em minha opinião o grande mérito desse filme é mesmo a música, os números musicais. Nesse aspecto o filme mereceu cada Oscar que recebeu. É uma obra-prima do cinema.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Elvis Presley: The Searcher

Temos aqui mais um documentário sobre Elvis Presley, esse Lázaro de guitarra que parece nunca morrer. Pois é, eu que já assisti a tantos filmes e documentários sobre Elvis não esperava por muita coisa nesse aqui. Como Priscilla, a viúva Porcina do Rock, estava envolvida na produção pensei que seria um daqueles filmes bem piegas da empresa que controla os direitos autorais do cantor. Eu me enganei. Esse documentário é muito bom! Com mais de 3 horas de duração se compromete a resumir a vida e a obra de Elvis. Não é tarefa fácil. Desde logo vou avisando que não é aquele tipo de documentário que muitos fãs apreciam, trazendo os melhores momentos de Elvis na TV, no cinema, etc. Não é uma nova versão de "Elvis - The Great Performances". Há todo um mistério no ar em seu texto e em suas imagens. Sinta o clima!

Na realidade esse documentário prioriza, em seu bom roteiro, desvendar aspectos bem profundos da personalidade de Elvis. Ele é apresentado pelo texto do roteiro como alguém sempre em busca de respostas, seja para sua musicalidade, seja para as coisas que ocorreram em sua vida. Por que se tonou tão popular? Por que fez tanto sucesso? Qual era o sentido daquilo tudo? Perguntas que jamais vão ser respondidas, mas que servem muito bem como instrumento narrativo de uma boa história para se contar. Some-se a isso boas imagens, fotos e depoimentos de pessoas relevantes e você terá um bom produto sobre esse artista.

O fato é que não há como contar uma história como a de Elvis, tão rica e cheia de detalhes, apenas em um documentário. Mesmo que tenha 3 horas de duração muita, mas muita coisa mesmo, ficou de fora! Não culpo os produtores. Essa seria uma tarefa injusta. Muitos podem dizer que o documentário peca por se concentrar demais nos nos anos 50 e depois no especial NBC Comeback de 1968. Essa seria uma crítica justa se o documentário não tivesse essa estrutura que foi apresentada. A linha narrativa prioriza mesmo os grandes momentos de sua vida, momentos decisivos. Sim, há muitas lacunas, impossível negar, mas diante do que era possível fazer penso que esse "Elvis Presley: The Searcher" é um dos documentários mais interessantes já feitos sobre o garoto de Memphis, andando eternamente em sua bicicleta pelas estradas de terra de sua cidade.

Elvis Presley: The Searcher (Estados Unidos, 2018) Direção: Thom Zimny / Roteiro: Alan Light / Elenco: Elvis Presley, Priscilla Presley, Coronel Tom Parker, Red West, Ann-Margret, Steve Allen, Bill Black, Scotty Moore, DJ Fontana / Sinopse: Documentário que se propõe a contar a história de Elvis Presley (1935 - 1977) através de sua obra e de momentos decisivos em sua carreira.

Pablo Aluísio.

O Mistério de Marilyn Monroe

Esse documentário foi produzido pela Netflix. Eu não tinha qualquer referência sobre esse filme antes de assistir. Obviamente o que me atraiu a vê-lo foi o nome de Marilyn Monroe no título. Para minha surpresa logo nas primeiras tomadas em deparei com a presença do autor Anthony Summers que escreveu a excelente biografia "A Deusa", até hoje considerado um dos melhores livros escritos sobre a vida e a carreira de Marilyn. Quando escreveu o livro ele entrevistou dezenas de pessoas que conviveram e trabalharam ao lado da atriz, entre eles escritores famosos, amigos pessoais e os familiares do último psiquiatra que tratou Marilyn. E essas fitas formam a base desse documentário. Além disso esse filme conta com vasto material visual, imagens de cinejornais da época, filmagens amadoras e um rico acervo sobre ela.

O resultado é excelente, muito embora não fuja das conclusões do próprio livro que ele escreveu anos atrás. Um de seus focos era justamente desvendar o que teria acontecido na última noite de vida de Marilyn Monroe. A versão oficial afirmava que ela foi encontrada na madrugada por sua empregada que telefonou ao seu psiquiatra para tentar entrar no quarto da atriz. Uma vez lá dentro ele teria constatado de que ela estava morta. Vítima de uma overdose de drogas prescritas. A tese de suicídio não foi inteiramente confirmada, ficando no campo da indeterminação. Assim a causa de sua morte foi descrita como "provável suicídio".

Para o escritor houve algo a mais. Provavelmente Bob Kennedy foi até a casa de Marilyn naquela noite. Algo saiu errado e ela morreu. Ele não culpa o irmão do presidente JFK de ter assassinado Marilyn, mas sim de encobrir sua presença na casa da atriz na noite de sua morte. Um escândalo dessa proporção teria acabado com sua carreira política. Para provar seu ponto de vista o documentário mostra o depoimento de funcionário de uma empresa de ambulâncias que teria levado Marilyn, além da esposa do relações públicas da atriz que afirma que ele teria sido informado da morte de Marilyn às onze da noite. Enfim, são questões até hoje mal explicadas. De qualquer forma esse documentário é sem dúvida uma excelente opção para quem deseja conhecer mais sobre a atriz. Só não deixe de ler depois o livro "A Deusa" pois esse é um complemento essencial para quem apreciar esse documentário.

O Mistério de Marilyn Monroe: Gravações Inéditas (The Mystery of Marilyn Monroe: The Unheard Tapes, Estados Unidos, 2022) Direção: Emma Cooper / Roteiro: Emma Cooper / Elenco: Anthony Summers, Marilyn Monroe, John F. Kennedy, Robert F. Kennedy, Joe DiMaggio, Lauren Bacall, Arthur Miller, Jane Russell, John Huston, Billy Wilder / Sinopse: Documentário sobre a carreira, a vida e a morte da atriz Marilyn Monroe. Tudo baseado em farto material colhido nos anos 80 para a produção do best Seller "A Deusa", do escritor Anthony Summers. O filme apresenta imagens raras da atriz, além de entrevistas e depoimentos de pessoas que a conheceram, conviveram e trabalharam ao seu lado.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de maio de 2022

Spencer

Realmente não é o tipo de filme que eu esperava. Como eu venho acompanhando a série "The Crown" que também conta a história de Diana, esperava por algo mais, digamos, convencional. Uma história mais ampla de sua vida, uma biografia, algo assim. Não se trata disso. O filme capta um momento bem específico da vida da princesa quando ela precisa ir para o Natal da família real. Coisa chata, cheia de formalismos, tradições. Fica claro desde o começo que aquele ambiente era insuportável para Diana ainda mais agora que seu casamento desmoronava a olhos vistos. Charles apaixonado por Camila, lhe cobria de presentes caros. Seu relacionamento com Diana era meramente protocolar. Não havia carinho, não havia maior intimidade ou identificação. Encontrar o marido era algo tão chato quanto ir para um jantar de Natal com a família real.

Um aspecto que me chamou atenção é que o filme se concentra nos aspectos periféricos de sua vida. Por exemplo, o roteiro muitas vezes está mais preocupado em mostrar Diana interagindo com funcionários do que com os próprios membros da família real. Também investe bastante no drama psicológico da princesa. Sai o glamour e entra um retrato mais realista, algumas vezes quase insano de seu estado mental. Nesse ponto penso que o roteiro usou tintas dramáticas em excesso. Diana que vemos no filme é uma mulher mais do que triste, mas também perdida, depressiva, anoréxica. De certo modo demole sua imagem pública.

A atriz Kristen Stewart está até interessante no papel, mas a teste de comparação não se saiu melhor do que a jovem atriz que interpretou Diana na última temporada de "The Crown". Kristen Stewart muitas vezes apela em sua atuação, com a cabeça sempre meio de lado, forçando a barra para lembrarmos de certas imagens da princesa que foram captadas por câmeras nos anos 80. Mesmo assim não compromete e se sai muito bem nas cenas que surge brincando com seus filhos. É a melhor parte. De modo geral classifico esse filme até como um drama pesado da vida de Diana. Pelo que foi em vida acredito que ela merecia um filme com mais brilho, mais beleza. Do jeito que ficou parece que a vida de Diana foi puro cinza e depressão. Não era o caso.

Spencer (Spencer, Estados Unidos, 2021) Direção: Pablo Larraín / Roteiro: Steven Knight / Elenco: Kristen Stewart, Jack Farthing, Jack Nielen, Freddie Spry / Sinopse: O filme conta os dramas e problemas pessoais da princesa Diana. Na noite de Natal ela vai até Windsor para a celebração com a família real. Nada poderia ser pior para ela do que participar disso. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz (Kristen Stewart).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Eternos

Mais uma adaptação da Marvel para o cinema. Esses personagens eu não conhecia. É um grupo formado por seres especiais que estão na Terra há mais de 7 mil anos. Quando chegaram por aqui o mundo civilizado ainda engatinhava nas primeiras comunidades no crescente fértil. Eles foram enviados por um tipo de divindade celestial com o propósito de defender os seres humanos do ataque de bestas chamadas deviantes. Não podem interferir no curso da história da humanidade, suas guerras, etc. Apenas entram em ação quando essas criaturas surgem para devorar seres humanos. Bom, pela sinopse já deu para perceber que esses personagens fazem parte daquela linha hoje já tradicional da Marvel cósmica. Aventuras e personagens que misturam mitologia antiga, muita fantasia e imaginação.

De minha parte acabei gostando do filme em termos. Como eu não conhecia esses personagens tudo acabou soando como algo novo a se descobrir. Os tais Eternos são seres meio bregas, eles usam nomes que relembram antigas divindades das mitologias do mundo antigo, usam umas roupas meio fora de moda, mas enfim... São fruto da época em que foram criados. Uma espécie de X-Men focado ns antigas crenças. No fundo, no fundo, não passa de mais uma daquelas histórias sobre um grupo especial de escolhidos que devem salvar a Terra da destruição. Há boas ideias como os celestiais que precisam destruir planetas para criar estrelas, mas é aquela coisa, tem que entrar no clima da proposta desse universo para realmente apreciar o filme. Em meu ponto de vista até que o filme funcionou bem, ainda que eu não estivesse esperando grande coisa.

Eternos (Eternals, Estados Unidos, 2021) Direção: Chloé Zhao / Roteiro: Chloé Zhao, Ryan Firpo / Elenco: Gemma Chan, Richard Madden, Angelina Jolie, Salma Hayek / Sinopse: Seres eternos (mas não imortais) são enviados por uma divindade cósmica para o planeta Terra com a missão de proteger a humanidade. Eles precisam destruir monstros chamados deviantes, criaturas que atacam e matam os seres humanos.

Pablo Aluísio.

Invasores de Marte

Título no Brasil: Invasores de Marte
Título Original: Invaders from Mars
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Pictures
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: Richard Blake
Elenco: Karen Black, Hunter Carson, Timothy Bottoms, Laraine Newman, James Karen, Bud Cort

Sinopse:
Um garotinho, certa noite, percebe que algo muito errado está acontecendo no quintal de sua casa. Depois disso seu pai passa a ter um comportamento estranho, assim como todas as pessoas que ele conhece. Ele tenta alertar que tudo está muito esquisito, mas ninguém lhe dá ouvidos.

Comentários:
Um filme Sci-fi produzido e lançado nos anos 80, mas com roteiro e enredo que vieram diretamente dos anos 50. Foi algo proposital pois o prestigiado diretor Tobe Hooper quis mesmo homenagear os antigos filmes de ficção dos tempos pioneiros. Só o fato dos invasores de outro planeta serem de Marte já demonstra muito bem esse aspecto, essa influência. Também temos a troca de corpos, algo que era muito usado nos antigos filmes de ficção dos anos 50. Um velho estigma de roteiristas sempre usado naqueles filmes. Não espere por uma boa produção pois é um filme produzido pela Cannon, especializada em filmes B nos anos 80. Mesmo assim eu ainda aprecio os cenários dentro das naves espaciais. Foram bem criativos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

A Hora dos Mortos-Vivos

Título no Brasil: A Hora dos Mortos-Vivos
Título Original: Re-Animator
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Empire Pictures
Direção: Stuart Gordon
Roteiro: William Norris
Elenco: Jeffrey Combs, Bruce Abbott, Barbara Crampton, David Gale, Robert Sampson, Carolyn Purdy-Gordon

Sinopse:
Com roteiro baseado na obra "Herbert West, Re-Animator" de H.P. Lovecraft, o filme conta a história de um jovem estudante de medicina que se envolve com alguns amigos na suposta técnica de reanimar tecidos mortos. E eles vão se arrepender de entrar nesse tipo de experiência.

Comentários:
Pode-se falar muitas coisas dos anos 80, mas não que essa década não gerou alguns dos filmes mais divertidos que já foram produzidos. Esse aqui foi produzido com apenas 900 mil dólares, um valor que hoje em dia nem pagaria um comercial de TV. O resultado é mais do que divertido. Eu considero um produto perfeito do humor negro dos anos 80. A história pode até ser uma variação de outras histórias de zumbis que você já assistiu na vida, só que o grande ponto positivo do roteiro é mesmo o humor. Há diálogos que são completamente nonsense. E o que dizer do jovem estudante de medicina batendo um papo com a cabeça decepada que ele reanimou com sua estranha substância? Tudo verde, claro, para trazer todo aquele clima dos antigos filmes de matinê dos anos 50. Enfim, queriam ou não, esse foi certamente um dos melhores filmes de terror dos anos 80. Inegavelmente engraçado e muito divertido.

Pablo Aluísio.

A Mão

Título no Brasil: A Mão
Título Original: The Hand
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Oliver Stone
Roteiro: Oliver Stone
Elenco: Michael Caine, Andrea Marcovicci, Annie McEnroe, Rosemary Murphy, Bruce McGill, Viveca Landfors

Sinopse:
Desenhista e cartunista talentoso sofre um grave acidente de carro e em decorrência dos ferimentos precisa amputar sua mão. Longe do corpo, a sua mão começa a cometer diversos crimes contra pessoas que o perseguiram no passado.

Comentários:
Oliver Stone ainda era um jovem diretor em busca de seu lugar ao sol em Hollywood quando dirigiu esse estranho suspense chamado "A Mão". A história à primeira vista pode soar completamente absurda (diria até risível), mas Stone já demonstrava sinais precoces de seu talento como cineasta, o mesmo que iria se consagrar alguns anos depois. O filme exibe um visual sujo, escuro, quase sufocante. Michael Caine, um ator que praticamente nunca fez terror em sua carreira, se sai surpreendentemente bem. Ele interpreta muito bem esse personagem que por fora para ser um sujeito legal e boa praça, mas que por dentro é um poço sem fundo de ódio contra as outras pessoas. Então deixo a dica, em especial para quem aprecia o talento de Oliver Stone, aqui no começo de sua carreira como diretor de cinema.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de maio de 2022

Pacto de Honra

Título no Brasil: Pacto de Honra
Título Original: Saskatchewan
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Raoul Walsh
Roteiro: Gil Doud
Elenco: Alan Ladd, Shelley Winters, J. Carrol Naish, Hugh O'Brian, Robert Douglas, George J. Lewis

Sinopse:
A história do filme se passa em 1877, na fronteira entre Canadá e Estados Unidos. Thomas O'Rourke (Alan Ladd), um oficial da fronteira, se revolta contra um superior sem qualificação para o cargo, por causa de rotas usadas por nativos hostis.

Comentários:
Um faroeste diferente dos anos 50, todo filmado nas belas reservas naturais de Alberta, Canadá. Na época a grande maioria dos filmes de western eram rodados no rancho da Universal em Los Angeles mesmo. Então foi uma produção bem mais cara e ambiciosa do que o habitual. Alan Ladd, como de costume, interpretou um protagonista injustiçado, nunca compreendido totalmente. Ele gostava de interpretar personagens assim, um tanto torturados, com problemas que não conseguia lidar completamente. O filme, como era de se esperar, tem uma linda fotografia, com as belas montanhas e paisagens do inverno canadense ao fundo. Um colírio para os olhos dos cinéfilos. Não é tão movimentado em termos de ação, mas traz um interessante jogo psicológico entre o personagem de Ladd e seu superior. Um bom filme, hoje pouco lembrado.

Pablo Aluísio.

Cowboy Up

Título no Brasil: Cowboy Up
Título Original: Cowboy Up
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Code Entertainment
Direção: Xavier Koller
Roteiro: James Redford
Elenco: Kiefer Sutherland, Daryl Hannah, Molly Ringwald, Bo Hopkins, Melinda Dillon, Marcus Thomas,

Sinopse:
Dois irmãos vivem no mundo dos rodeios dos Estados Unidos. Cada competição, uma chance de vencer o grande prêmio. E eles não competem apenas dentro das arenas. Nos assuntos do coração também passam a disputar o amor de uma bela mulher.

Comentários:
Esse filme reuniu uma pequena turma de astros adolescentes dos anos 80. Aqui você vai encontrar Kiefer Sutherland (de Garotos Perdidos e Jovens Demais para Morrer), Daryl Hannah (de Splash, uma sereia em minha vida) e Molly Ringwald (de tantos filmes jovens de John Hughes). Quando deixaram de ser jovens, a carreira da maioria deles também foi para o ralo. Então reunir parte dessa patota nesse filme não deixou de soar interessante. É um filme meramente regular, feito para canais a cabo nos Estados Unidos. O roteiro é banal, mas ver como funciona em parte o mundo dos rodeios naquele país não deixa de ser um exercício de curiosidade.

Pablo Aluísio.