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sábado, 30 de outubro de 2021

O Homem nas Trevas 2

Eu já havia considerado o primeiro filme bem interessante. Esse segundo é bem melhor!  Quem viu o filme anterior já conhece o protagonista, um homem velho, cego, mas com treinamento militar especial. Ele foi fuzileiro naval, das tropas especiais. Seu passado consta com crimes de guerra e coisas que ele definitivamente não se orgulha. Agora vive ao lado da filha em uma antiga casa de rancho. A garota, entrando na adolescência, anseia por mais liberdade. Ela quer estudar numa escola normal, conhecer pessoas de sua idade. Mas para o velho homem isso é perigoso, o mundo é perigoso. E ele não está errado em seu pensamento. Ainda mais quando um grupo de criminosos (também veteranos de guerra) invadem sua propriedade na calada da noite. Eles querem a garota. Vão ter que enfrentar o pai dela antes disso.

Gostei do roteiro. Criaram uma segunda linha narrativa envolvendo um médico procurado por policiais. Ele estaria envolvido com tráfico de órgãos. O passado da menina também é bem explorado. Seria o velho homem realmente seu pai? E como não poderia deixar de ser o filme também apresenta bem elaboradas cenas de luta, algumas bem sangrentas. A cena final, com fotografia toda em vermelho sangue, combinou bem. Afinal aquilo que se vê é um verdadeiro banho de sangue realmente. Indico o filme mais para quem gosta de filmes de ação e suspense. Esse veterano casca grossa definitivamente já tem seu lugar nas coleções dos fãs desse tipo de filme.

O Homem nas Trevas 2 (Don't Breathe 2, Estados Unidos, 2021) Direção: Rodo Sayagues / Roteiro: Fede Alvarez, Rodo Sayagues / Elenco: Stephen Lang, Madelyn Grace, Brendan Sexton III / Sinopse: Um velho homem e sua filha precisam se defender quando seu rancho é invadido na madrugada por criminosos violentos e sádicos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Halloween Kills

Halloween é a franquia de filmes de terror que se recusa a morrer. E nessa retomada da abertura dos cinemas pelo mundo esse novo filme dessa velha linha de terror acabou se tornando mais um inesperado sucesso, frequentando a lista dos filmes mais vistos nessas últimas semanas. O filme até que começa bem. O roteiro cria uma ponte de ligação com o primeiro filme que foi lançado lá no distante ano de 1978. Acontece que o assassino Michael Myers está retornando para sua velha casa, onde matou sua irmã. E no caminho de volta acaba reencontrando vítimas que sobreviveram aos seus ataques no passado. E assim ele vai enfrentar todos aqueles que não conseguiu matar, em especial a personagem de Jamie Lee Curtis. Ela agora é uma avó, com problemas de saúde, mas ainda disposta a enfrentar seu antigo inimigo.

A produção tentou contratar o máximo de atores que atuaram no primeiro filme. Faz tanto tempo que os que eram garotinhos no filme original hoje já são quase idosos. Jamie Lee Curtis já está idosa, com longos cabelos brancos. O roteiro derrapa ao tentar seguir esse tipo de cronologia fiel. Isso porque não tem lógica. Se as vítimas do primeiro filme já são idosos hoje em dia o que se dirá do próprio Mike Myers? Ele já estaria com 70 ou 80 anos de idade. Mas isso é ignorado pois ele surge no filme com pleno vigor físico saindo no braço com jovens e tudo mais. Lógica zero. O pior acontece no final do filme. O roteiro tenta colocar Myers como uma espécie de criatura que encarna todo o mal e que por isso seria praticamente imortal. Com um final inconclusivo e absurdo, tudo o que foi mostrado antes no filme perde valor. Só sobra a ganância por mais continuações que estarão por vir.

Halloween Kills: O Terror Continua (Halloween Kills, Estados Unidos, 2021) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Scott Teems / Elenco: Jamie Lee Curtis, Anthony Michael Hall, Judy Greer, Andi Matichak / Sinopse: O assassino Mike Myers está de volta para sua velha casa na noite de Halloween. E ele continua a matar todos os que cruzam seu caminho.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Os Últimos Passos de um Homem

O título em inglês, "Dead Man Walking" (literalmente "Homem Morto Caminhando"), é uma expressão usada para os prisioneiros que estão no corredor da morte nos Estados Unidos. Homens que já não possuem mais nenhuma esperança de salvação, quando todos os seus recursos já foram julgados e indeferidos, cuja execução se torna apenas uma questão de tempo. Nesse filme que possui um nítido caráter ativista contra a pena de morte encontramos dois personagens centrais, Matthew Poncelet (Sean Penn), o sujeito que está condenado e Helen Prejean (Susan Sarandon), uma mulher corajosa que luta com todas as suas forças para que ele não seja levado para a câmara onde lhe será aplicada a injeção letal. O roteiro trabalha muito bem com o tema, procurando colocar um certo humanismo em destaque. Embora muito bem escrito temos que admitir também que o roteiro derrapa em certos momentos em uma atitude por demais maniqueísta, tentando trazer alguns aspectos humanos inexistentes para certos criminosos, que em última análise, foram condenados justamente por sua violência e brutalidade.

As vítimas também são colocadas em um segundo plano que incomoda. De repente o criminoso passa a ser visto como alguém puro e bom que está sendo enviado para a morte sem qualquer razão plausível. Sabemos que isso no mundo real não passa de uma grande bobagem. De qualquer maneira, deixando isso de lado, a excessiva manipulação do roteiro, o que temos é outro filme de excelentes atuações, acima de tudo. É fato notório que tanto Sean Penn como Susan Sarandon são atores politicamente muito engajados com programas liberais. Não é surpresa nenhuma que tenham levantado essa bandeira com esse filme. Certos ou errados nas suas convicções políticas o fato é que suas atuações foram reconhecidas pelos membros da Academia. No Oscar ele foi indicado ao prêmio de Melhor Ator e ela venceu como Melhor Atriz, levantando a cobiçada estatueta pela primeira e única vez em sua carreira. Tim Robbins, o marido de Sarandon, outro liberal de carteirinha, também foi indicado ao prêmio de Melhor Direção. Então no saldo geral tudo foi muito positivo para eles. Certamente houve muita celebração também dentro dos diretórios do Partido Democrata, onde ambos são bem atuantes. Assim fica a recomendação do filme. Assista, mas sem deixar de lado a propaganda, muitas vezes excessiva, que o roteiro faz contra a pena de morte.

Os Últimos Passos de um Homem (Dead Man Walking, Estados Unidos, 1995) Direção: Tim Robbins / Roteiro: Tim Robbins, baseado no livro escrito por Helen Prejean / Elenco: Susan Sarandon, Sean Penn, Robert Prosky, R. Lee Ermey / Sinopse: O filme conta a história real de um homem que foi condenado à morte nos Estados Unidos. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor atriz (Susan Sarandon). Também indicado nas categorias de melhor ator (Sean Penn), melhor direção (Tim Robbins) e melhor música original ("Dead Man Walking" de Bruce Springsteen).

Pablo Aluísio.

A Vida de Brian

Um homem comum, vivendo no século I, em Jerusalém, passa pelas mesmas dificuldades e desgraças que o próprio Jesus Cristo, que caminhava praticamente nos seus mesmos passos. "A Vida de Brian" é considerado por muitos o melhor filme do grupo de comediantes ingleses conhecidos como Monty Python. Nesse aspecto não discordo. Partindo de um roteiro simples, mostrando a vida de um tal de "Brian de Nazaré" (os absurdos já começam daí), o grupo desfila sua infinita série de piadas e sátiras em relação ao próprio cristianismo. Claro que na época o filme foi bastante criticado por isso, mas o efeito se tornou o inverso, pois o filme acabou chamando mais atenção ainda. Certos grupos reclamaram muito, principalmente pelo fato do Brian, assim como Jesus, terminar sua história de vida em uma cruz romana.

O interessante é que o produtor foi o ex-Beatle George Harrison. Ele tinha uma companhia cinematográfica que havia sido criada justamente para financiar filmes como esse, que nenhum outro estúdio da Inglaterra queria produzir. O tema era considerado polêmico e até mesmo explosivo demais. Partindo de uma visão mais conservadora até que poderia ser mesmo, entretanto o filme não deve ser visto com esse viés ideológico. É apenas, no fundo, uma coleção de momentos bem divertidos (e inteligentes). Aliás um aspecto que sempre temos que considerar é que o humor tipicamente britânico do grupo Monty Python nunca foi para todo tipo de público. Para entender bem as piadas sempre foi necessário ter um certo background cultural. Se é o seu caso e se você não tem qualquer receio de rir de um humor ácido em relação ao cristianismo, veja essa pequena obra-prima da comédia.

A Vida de Brian (Life of Brian, Inglaterra, 1979) Direção: Terry Jones / Roteiro: Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam / Elenco: Graham Chapman, John Cleese, Michael Palin/ Sinopse: Brian nasce em Nazaré, na mesma época que nasce Jesus. E durante toda a sua vida ele vai cruzar caminhos com o aclamado Messias.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

007 - Um Novo Dia Para Morrer

Esse foi o último filme de Pierce Brosnan no papel de James Bond. Depois da era Roger Moore, Brosnan foi o mais bem sucedido ator a interpretar o famoso agente inglês, a tal ponto que a MGM não queria descartá-lo da franquia, havendo ainda a possibilidade dele realizar mais dois ou até mesmo três filmes com o personagem! Infelizmente as negociações não foram em frente e o ator deu adeus a Bond pelo menos no cinema (no mundo dos games ele ainda iria emprestar sua voz uma última vez no jogo "James Bond 007: Everything or Nothing", um ano depois). Pois bem, esse "Die Another Day" é um dos que mais se aproximam do velho espírito dos primeiros filmes com Bond, com direito até mesmo a uma fortaleza na neve que poderia ter saído diretamente de produções como "O Satânico Dr. No". Os vilões são os norte-coreanos (o que não ficou datado, haja visto as insanidades do ditador Kim Jong-Un quando o filme foi lançado).

Há uma ótima Bond Girl no filme. Ao lado de James Bond surge uma agente americana chamada Jinx Johnson interpretada pela atriz Halle Berry (na época em grande fase na carreira). Como convém em todo filme com 007 há muita ação, perseguições mirabolantes, pirotecnia e invenções tecnológicas de última geração, com direito até mesmo a um Aston Martin com uma camuflagem inovadora que o deixava completamente invísivel! Numa das cenas mais bem elaboradas o agente inglês usa justamente esse veículo especial para liquidar um assassino norte-coreano em uma fortaleza de gelo no hemisfério norte - vamos convir que nada poderia ser mais James Bond do que isso, não é mesmo?

007 - Um Novo Dia Para Morrer (Die Another Day, Inglaterra, Estados Unidos, 2002) Direção: Lee Tamahori / Roteiro: Neal Purvis, baseado nos personagens criados por Ian Fleming / Elenco: Pierce Brosnan, Halle Berry, Judi Dench, John Cleese, Michael Madsen / Sinopse: O agente britânico James Bond (Pierce Brosnan) precisa deter um general da Coreia do Norte que deseja colocar as mãos em uma arma nuclear que pode destruir o mundo. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original ("Die Another Day" de Madonna).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Donnie Darko

É um caso de filme do tipo "ame ou odeie". Não há como negar: "Donnie Darko" é muito louco e talvez justamente por essa razão tenha virado um cult movie absoluto nos últimos anos. O cinema americano sempre abraçou temas estranhos e bizarros em seu circuito mais independente e esse tipo de roteiro só tem aumentado o número de fãs, principalmente porque o espectador mais jovem está sempre em busca de algo diferente, que não seja tão lugar comum como os filmes comerciais que saem em ritmo industrial de Hollywood todos os anos. Na busca por algo novo, que traga algum aspecto mais substancial, é que se encontra pequenas obras primas como essa. Dessa maneira não espere por clichês bobinhos e nem uma trama de fácil digestão - aliás não espere por nada muito normal ou previsível. Nada é convencional em "Donnie Darko". Tudo é bem fora do comum. Esse inclusive é o maior mérito dessa produção.

O enredo, em linhas gerais, conta a história do adolescente Donnie Darko (Jake Gyllenhaal), um sujeito mais esquisito do que os demais jovens de sua idade, que nessa fase da vida, como bem sabemos, já costumam ser estranhos naturalmente. Pois bem, além de ter pensamentos insanos e psicóticos, Donnie ainda é acompanhado por onde vai por uma alucinação bem freak, um coelho gigante monstruoso que lhe dá dicas e inspirações nada fofinhas. Esse filme, como não poderia deixar de ser, passou longe de ser um sucesso de bilheteria, porém por outro lado abriu as portas para um ainda desconhecido Jake Gyllenhaal que depois de interpretar Darko viu sua carreira deslanchar nos anos seguintes. Ele virou o protótipo do ator descolado e cool, ideal para projetos mais ousados. Pelo visto o papel que desempenhou, apesar de ser bem fora do comum, só lhe fez muito bem em sua trajetória artística. E aí já encarou esse filme? Se não, deixo a dica para uma sessão estranha, bem estranha...
 
Donnie Darko (Donnie Darko, Estados Unidos, 2001) Direção: Richard Kelly / Roteiro: Richard Kelly / Elenco: Jake Gyllenhaal, Jena Malone, Mary McDonnell / Sinopse: O mundo é um lugar esquisito, mas não tão esquisito como a mente do jovem Donnie Darko (Jake Gyllenhaal). Filme indicado ao prêmio Independent Spirit Awards e ao Sundance Film Festival.

Pablo Aluísio.

O Pagamento Final

Provavelmente tenha sido o último grande filme da carreira de Brian De Palma. Contando com um excelente roteiro e um elenco em estado de graça, ele acabou realizando um dos melhores filmes de gangsters do cinema americano. A trama mostra um velho criminoso que, de volta às ruas após cumprir uma pesada pena, procura por um recomeço em sua vida. Obviamente que em termos de interpretação todas as atenções se fixam no grande trabalho de atuação de Al Pacino. Carlito, seu personagem, é uma espécie de anti-herói trágico que acabou sendo tragado pelas armadilhas do destino. Não deixa de ser um patife, mas com nuances até mesmo mais românticas. Embora Pacino esteja excepcionalmente bem temos que reconhecer que o grande destaque mesmo do elenco é o ator Sean Penn. Quase irreconhecível, com forte maquiagem, careca e usando figurino dos anos 70, ele praticamente desaparece dentro de seu personagem, um advogado corrupto com problemas de dependência química.

O personagem de Penn também é um viciado em drogas sem controle, cheirando uma carreira de cocaína atrás da outra, completamente alucinado. Pode-se dizer que ele é o responsável por alguns dos melhores momentos de todo o filme. De Palma desfila elegância e bom gosto em cada tomada, o que me fez lembrar do grande diretor que ele foi no começo de sua carreira. Pena que ao lado do enorme talento também haja uma irregularidade absurda em sua obra, pois De Palma conseguia ir do genial ao medíocre com grande facilidade, numa verdadeira montanha russa artística. Em relação a esse filme porém não há o que se preocupar, pois certamente é uma de suas melhores obras primas. Um excelente filme que tive o privilégio de assistir no cinema, em seu lançamento original.

O Pagamento Final (Carlito's Way, Estados Unidos, 1993) Direção: Brian De Palma / Roteiro: David Koepp, baseado na novela escrita por Edwin Torres / Elenco: Al Pacino, Sean Penn, Penelope Ann Miller, John Leguizamo, Viggo Mortensen / Sinopse: O filme conta a história de um mafioso que após cumprir pena por longos anos tenta um recomeço em sua vida. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante - Drama (Sean Penn) e Melhor Atriz Coadjuvante - Drama (Penelope Ann Miller).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

O Alfaiate do Panamá

O problema de interpretar um personagem tão famoso como James Bond é que você acaba ficando prisioneiro dele. É o que aconteceu com Roger Moore e de certa maneira com Pierce Brosnan também. O roteiro desse filme não tem nada a ver com Bond, na verdade foi inspirado em um best-seller escrito por John le Carré, mas mesmo assim todos fizeram a associação com o famoso agente secreto justamente por causa da presença do ator no elenco. Uma pena já que o filme tem identidade própria e pode ser considerado um bom suspense de espionagem. Além disso foi dirigido por John Boorman, cineasta de obras requintadas e sofisticadas como "Esperança e Glória", "Muito Além de Rangum" e "Amargo Pesadelo".

O enredo, como convém a toda história criada por John le Carré, se passa no mundo da espionagem e das conspirações internacionais. Andrew 'Andy' Osnard (Pierce Brosnan) é um agente inglês que é enviado ao Panamá para descobrir a extensa e complexa rede de corrupção que se forma após o famoso canal ser devolvido ao país da América Central. Nesse processo ele acaba também revelando algo maior, envolvendo figurões do governo e de organismos internacionais. Considero, como já escrevi, um bom filme, muito embora os fãs do livro tenham reclamado e muito da adaptação. Subtramas foram omitidas e sequências inteiras desapareceram, algo que temos que convir é até normal de acontecer já que cinema e literatura definitivamente são expressões culturais bem diferentes. Mesmo assim é um bom programa para o fim de noite.

O Alfaiate do Panamá (The Tailor of Panama, Estados Unidos, 2001) Direção: John Boorman / Roteiro: Andrew Davies, baseado no livro escrito por John le Carré / Elenco: Pierce Brosnan, Geoffrey Rush, Jamie Lee Curtis, Daniel Radcliffe / Sinopse: Um alfaiate trabalhando no Panamá acaba se tornando um agente, um espião para a Inglaterra na região. Filme indicado ao Berlin International Film Festival.

Pablo Aluísio.

Com 007 Viva e Deixe Morrer

Depois que Sean Connery resolveu abandonar de uma vez por todas o personagem do agente secreto James Bond a pergunta mais frequente passou a ser se outro ator conseguiria levar adiante a franquia. Após a saída de Connery houve uma tentativa com o modelo George Lazenby, mas definitivamente o público não gostou (embora o filme estrelado por ele fosse, em si, muito bom). Então eis que em 1973 a MGM apresentou finalmente o nome do novo James Bond, Roger Moore! Para quem conhecia os bastidores da série seu nome não foi exatamente uma novidade. A verdade é que Moore quase foi escolhido no lugar de Sean Connery no passado, mas o carisma do ator escocês falou mais alto. Agora com Connery fora do caminho começaria uma nova era nas aventuras do agente secreto mais famoso da história do cinema. Esse "Live and Let Die" porém não ficou conhecido apenas por ter sido a estreia de Roger Moore.

Dois outros fatos contaram positivamente em seu favor. O primeiro foi a trilha sonora escrita e composta por Paul McCartney. Verdade seja dita, a canção tema é uma das melhores (isso se não for a melhor) de toda a filmografia Bond. Paul conseguiu como poucos capturar a essência do personagem, transformando sua canção em um hit e em um sucesso também de crítica (a ponto de ter sido indicada ao Oscar e ao Grammy). Inclusive até hoje Paul a usa em seu repertório fixo, se tornando um dos pontos altos de seus concertos mundo afora. Outro ponto que chama bastante a atenção do espectador é que nesse filme já surge o humor acentuado em primeiro plano, algo que seria a marca registrada dos filmes com Roger Moore. Claro que por ser uma estréia as coisas ainda andaram um pouco dentro da normalidade, algo que nos filmes seguintes se tornaria um pouco mais exagerado. De qualquer maneira gosto bastante desse filme e acredito que foi um dos mais felizes e bem sucedidos de todos os filmes da série. Com Roger Moore os filmes ganhariam uma nova etapa, retornando o personagem ao topo das bilheterias, para alegria dos fãs de James Bond em todo o mundo.

Com 007 Viva e Deixe Morrer (Live and Let Die, Inglaterra, 1973) Direção: Guy Hamilton / Roteiro: Tom Mankiewicz / Elenco: Roger Moore, Yaphet Kotto, Jane Seymour / Sinopse: O agente secreto James Bond, codinome 007, precisa enfrentar um violento e infame barão internacional das drogas. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor música original ("Live and Let Die" de Paul McCartney e Linda McCartney).

Pablo Aluísio.

Autor em Família

Al Pacino já estava consagrado em razão das obras primas que havia estrelado na década de 1970 quando resolveu embarcar nesse pequeno projeto. O renomado cineasta Arthur Hiller convidou Pacino para participar dessa adaptação de uma peça teatral para o cinema. Praticamente uma narrativa autobiográfica escrita pelo autor Israel Horovitz, o roteiro explorava os anseios, as lutas e angústias de um escritor de peças de teatro que precisa conciliar uma vida familiar praticamente caótica com o seu trabalho. Um dos aspectos mais interessantes é que o filme desenvolvia muito bem a questão da nova estrutura familiar que estava surgindo no começo da década de 1980. Com o aumento de divórcios surgiam famílias mescladas, com filhos de casamentos anteriores, todos convivendo juntos em uma mesma estrutura familiar.

Assim aquele que tentava uma nova vida tinha que aprender também a conviver com os filhos da nova esposa, que geralmente vinha de outro casamento acabado. Uma infinidade de padrastos e madrastas em uma realidade nova dentro da sociedade pois até pouco tempo atrás as pessoas não se divorciavam, preferindo viver em casamento infelizes e destruídos até o fim de suas vidas. Com a aprovação de leis de divórcio em várias partes do mundo (inclusive no Brasil) as pessoas foram atrás de uma nova vida, reconstruindo aquilo que não havia dado certo com outros cônjuges. A proposta seria de realizar um drama com pitadas de humor, no que acertaram em cheio pois o filme até hoje surpreende pelo bom argumento e claro por apresentar mais uma atuação inspirada do mestre Al Pacino, sempre surpreendente.

Autor em Família (Author! Author!, Estados Unidos, 1982) Direção: Arthur Hiller / Roteiro: Israel Horovitz / Elenco: Al Pacino, Dyan Cannon, Tuesday Weld, Bob Dishy, Bob Elliott / Sinopse: As dificuldades de um escritor que também precisa lidar com problemas familiares dos mais diversos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Al Pacino).

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de outubro de 2021

O Inglês que Subiu a Colina e Desceu a Montanha

Pouca gente se lembra desse filme. Embora faça muito tempo que o assisti, a boa lembrança segue presente. É um daqueles pequenos filmes despretensiosos que ganham muito justamente por causa da leveza de seu argumento, da boas intenções e da exploração do lugar comum, da banalidade do dia a dia de pessoas simples, ordinárias, que vivem no interior, longe dos grandes centros urbanos. O enredo mostra o cartógrafo Reginald Anson (Grant) indo até uma pequenina cidade no interior da Inglaterra. Ele é enviado ao lugar pelo instituto real de geografia para decidir se uma pequena elevação perto da cidadela é na verdade uma colina ou uma montanha. A decisão, que poderia parecer irrelevante para muitos, toma a cidade de assalto, já que o relevo da região é motivo de grande orgulho de todos os seus moradores.

Como se pode perceber é um argumento muito sutil, diria até mesmo excessivamente britânico, que fará pouco sentido para o público em geral, principalmente para o brasileiro que pouco estaria ligando se um morro fosse classificado de colina ou montanha. Mesmo assim o roteiro diverte bastante justamente por causa dessa singularidade narrativa. Anson começa a ser ora paparicado pelos moradores, ora hostilizado, dependendo do que ele vai decidindo de suas observações cartográficas. Com bonita direção de arte e reconstituição histórica de muito bom gosto visual, esse é um daqueles casos de filme que muitos esqueceram, menos aqueles que viram na época e gostaram da proposta diferente de seu roteiro. Além disso para os fãs do ator Hugh Grant não deixa de ser uma ótima oportunidade de conferir um de seus trabalhos mais subestimados.

O Inglês que Subiu a Colina e Desceu a Montanha (The Englishman Who Went Up a Hill But Came Down a Mountain, Inglaterra, 1995) Direção: Christopher Monger / Roteiro: Ifor David Monger, Christopher Monger / Elenco: Hugh Grant, Tara Fitzgerald, Colm Meaney / Sinopse: Um especialista em tomografia chega em uma pequena cidade do interior da Inglaterra para decifrar uma velha dúvida dos moradores. Filme vencedor do Moscow International Film Festival na categoria de Melhor Direção.

Pablo Aluísio

Procurando Nemo

Título no Brasil: Procurando Nemo
Título Original: Finding Nemo
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Disney Pictures
Direção: Andrew Stanton, Lee Unkrich
Roteiro: Andrew Stanton
Elenco: Albert Brooks, Ellen DeGeneres, Alexander Gould

Sinopse:
Nemo vive nos oceanos. É um peixinho esperto mas curioso em relação ao mundo que desconhece. Após um tempo decide desafiar os conselhos de seu pai, saindo do lugar onde vive para conhecer os arredores, mas acaba caindo nas redes de mergulhadores. Depois de capturado acaba sendo levado para um aquário, onde vira um peixe de ornamentação. Desesperado o pai de Nemo, Martin, decide sair em uma grande aventura em busca de seu filho. Para isso contará com a ajuda muito especial de Dory, a confusa mas divertida amiga de viagem.

Comentários:
Um grande sucesso dos estúdios Disney, "Procurando Nemo" tem uma estorinha bem simples mas que cativou espectadores ao redor do mundo. Bem longe da acidez das produções solos da Pixar essa fita traz bem o espírito que sempre caracterizou as produções Disney. Personagens fofinhos, mensagem subliminar valorizando os valores familiares e um enredo que mostra os aspectos positivos de uma verdadeira amizade. O roteiro e direção são assinados por Andrew Stanton. Esse animador e cineasta é certamente um dos melhores do mundo da animação atualmente. O argumento do excelente "Wall-E" é dele, que criou todo aquele conceito fantástico, que acabou resultando numa das melhores animações dos últimos anos. Seu texto é conhecido pela sutileza. Stanton sempre usa estorinhas das mais simples para mostrar grandes valores pessoais e familiares. "Nemo" não é tão criativo quanto "Wall-E" mas mantém um nível de qualidade acima da crítica. Entre os atores dubladores vale destacar o trabalho da humorista e apresentadora Ellen DeGeneres no papel de Dory. Sua personagem acaba roubando o show, por causa de sua interpretação inspirada. No geral "Finding Nemo" é de fato um ótimo momento da Disney no cinema. Não vá perder.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de outubro de 2021

Segredos do Coração

Esse é um remake do clássico romântico "Tarde Demais Para Esquecer". O enredo mostrando um casal se apaixonando em uma viagem de navio (embora ambos sejam comprometidos), para depois se encontrarem no alto do Empire State Building em Nova Iorque, atravessou gerações e continua encantando os corações adolescentes. Eu gosto muito do filme dos anos 1950 e até mesmo da versão original (já escrevi inclusive resenhas sobre ambos os filmes em meu blog de cinema clássico). Das versões que tive oportunidade de conhecer essa é certamente a mais fraca. Em meu ponto de vista o filme peca por ser frio demais, distante em demasia. Parece até um longo comercial de sabonete. Ora, vamos convir que um filme romântico tem que no mínimo ter um romantismo latente, à flor da pele. A paixão tem que estar presente em cada fotograma.

O curioso é que Warren Beatty e Annette Bening são casados na vida real e acabam falhando justamente sobre isso, pois ficamos com a impressão de que não parece haver afeto verdadeiro entre eles. Seria uma confirmação da velha máxima que afirma que o casamento é o meio mais eficaz para destruir o verdadeiro amor? Pode ser. De uma forma ou outra, mesmo a produção sendo em muitos aspectos falsa e pouco convincente, sempre teremos a presença luminosa da estrela Katharine Hepburn no elenco para salvar a película da insignificância completa. Essa foi uma grande dama da arte de representar. Ela era magistral e compensa qualquer tipo de esforço em acreditar que Beatty e Bening realmente se amem de verdade!

Segredos do Coração (Love Affair, Estados Unidos, 1994) Direção: Glenn Gordon Caron / Roteiro: Mildred Cram, Leo McCarey / Elenco: Warren Beatty, Annette Bening, Katharine Hepburn / Sinopse: O filme "Segredos do Coração" conta uma história de amor que precisa ultrapassar vários obstáculos para finalmente se concretizar.

Pablo Aluísio.

Só Você

Robert Downey Jr passou por momentos bem complicados em sua vida, decorrentes principalmente de seu sério problema com drogas. Em determinado momento nenhum estúdio mais queria investir em um filme estrelado por ele. Era arriscado, Robert Downey Jr vivia entrando e saindo da cadeia e quando não estava atrás das grades estava em processo de recuperação em alguma clínica de tratamento de viciados de Los Angeles. Vira e mexe virava notícia de capa em jornais sensacionalistas mostrando seus vexames públicos, como quando foi preso ao entrar numa casa que não era a dele, por ficar sem qualquer sentido de direção ou localização, por estar completamente drogado. A famíia que vivia na casa chamou os policiais e ele foi preso (mais uma vez!).

O agente do ator assim sofreu um bocado para arranjar trabalho para ele em Hollywood, nessa fase conturbada de sua vida. Em meados dos anos 90 ele se auto declarou "curado" de seu problema de dependência química. Assim, aos poucos, ele foi retomando a vida profissional. Essa comédia romântica foi um primeiro passo de volta à sobriedade na carreira. É um filme bonitinho, com bonita direção de arte, mas também descartável como uma caixa de bombons! Não alimenta e só engorda, mas até que é gostoso de ver. Afinal de contas pode-se esperar por tudo menos que o competente cineasta Norman Jewison faça uma bobagem completa com sua assinatura.

Só Você (Only You, Estados Unidos, 1994) Direção: Norman Jewison / Roteiro: Diane Drake / Elenco: Marisa Tomei, Robert Downey Jr, Bonnie Hunt / Sinopse: O filme conta a história do amor de um casal. Eles estão apaixonados, mas problemas sempre se colocam no caminho da felicidade.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Crash - No Limite

Título no Brasil: Crash - No Limite
Título Original: Crash
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Paul Haggis
Roteiro: Paul Haggis, Bobby Moresco(s
Elenco: Don Cheadle, Matt Dillon, Sandra Bullock, Ryan Phillippe, Brendan Fraser, Karina Arroyave

Sinopse:
Diversos personagens, todos moradores da cidade de Los Angeles, passam pelos problemas da vida cotidiana. Nessa ampla galeria encontramos uma esposa com problemas no casamento, policiais que precisam lidar com a violência da cidade grande e o stress de uma vida sem limites. Filme premiado no Oscar nas categorias de melhor filme, roteiro original e edição.

Comentários:
Assisti no cinema, na época de seu lançamento original. Considero um bom filme, com a maioria das cenas rodadas pelas noites violentas e estafantes de Los Angeles. O roteiro vai mostrando a vida de todos os personagens, para que depois, de uma maneira ou outra, seus destinos se cruzem em uma das rodovias da cidade. O hype foi intenso quando esse filme chegou no Brasil. Os críticos se debruçaram em linhas e mais linhas de elogios exagerados. A expectativa ficou lá em cima, mas como quase sempre acontece, o filme não era tudo o que diziam dele. Não me interpretem mal, não considero um filme ruim, longe disso, só que exageraram um pouco na dose quando escreveram sobre ele. E definitivamente foi bom para a carreira de alguns atores, entre eles Matt Dillon, que ganhou uma surpreendente indicação ao Oscar e Sandra Bullock, que estava em busca de maior reconhecimento por seu talento de atriz. Então é isso. Bom filme, só não espere por algo grandioso.

Pablo Aluísio.

Os Imperdoáveis

Esse filme é até hoje considerado o último grande western da carreira do ator e diretor Clint Eastwood. Praticamente um adeus ao gênero que o consagrou no passado. O roteiro se baseia bastante na figura do lendário pistoleiro. O tempo passa, ele decide largar o mundo do crime e se estabelece ao lado de esposa e filhos em um rancho. Só que a vida para Bill Munny (Clint Eastwood) parece sempre ter uma surpresa desagradável na curva do destino. Sua esposa falece e ele fica em sérias dificuldades financeiras. Uma oportunidade surge no horizonte, uma recompensa para caçar dois cowboys que desfiguraram uma prostituta. No começo ele fica receoso ao voltar para a velha vida, mas as circunstâncias o colocam contra a parede.

E assim o velho pistoleiro, que inclusive já perdeu a mira pelos efeitos do tempo, parte em busca da recompensa. Não vai ser fácil. Ao lado dele também parte um jovem pistoleiro, sem experiência, que fala demais. Para amenizar um pouco a situação Munny recruta um velho parceiro, interpretado pelo excelente ator Morgan Freeman. E assim eles partem para uma jornada que não sabem seu desfecho. Esse retorno de Clint Eastwood ao velho oeste foi saudado e aclamado por público e crítica. A Academia também premiou o filme merecidamente. Para alguns é uma obra-prima do estilo. De fato é inegável que "Os Imperdoáveis" se encontra na galeria dos grandes filmes de faroeste já produzidos.

Os Imperdoáveis (Unforgiven, Estados Unidos, 1992) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: David Webb Peoples / Elenco: Clint Eastwood, Gene Hackman, Morgan Freeman / Sinopse: Um velho pistoleiro, há muito fora de ação, precisa retornar ao velho estilo de vida para ir em busca de uma recompensa. Ele precisa caçar dois homens fugitivos, mas logo percebe que as coisas não serão tão facéis como era antigamente. Filme premiado no Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Gene Hackman), melhor direção (Clint Eastwood) e melhor edição (Joel Cox).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Chaplin

Outro filme que de certa maneira ficou pelo meio do caminho. Com produção milionária, direção do quase sempre ótimo Richard Attenborough e roteiro baseado na própria autobiografia de Charles Chaplin, o filme tinha a proposta de se tornar a cinebiografia definitiva desse mito imortal da sétima arte. Infelizmente isso não aconteceu. O que afinal deu errado? Em minha forma de ver a vida de Charles Chaplin é tão rica e importante do ponto de vista cultural e social, que nenhum filme produzido poderia dar conta de explorar todo esse universo tão amplo e complexo. Talvez apenas uma longa série conseguiria mostrar toda a importância de Chaplin no mundo, tanto em termos culturais como políticos. Um artista incomparável que teve uma vida longa, com muitas fases criativas diversas. Assim o filme acabou se tornando quase um trailer do que efetivamente foi a existência desse homem único.

Não achei a atuação de Robert Downey Jr tão sem brilho como muitos disseram no lançamento do filme. Na verdade o Chaplin de Downey Jr em muito se assemelhou ao verdadeiro Chaplin, um homem que a despeito de ser um gênio do cinema, tinha muitos problemas interiores, psicológicos e pessoais, para resolver. Ele era dono de uma alma em eterno conflito consigo mesmo. Vindo de uma infância miserável, cheia de privações, o ator e diretor conseguiu vencer com seu próprio talento e esforço, sendo arremessado quase que imediatamente a uma carreira de muito sucesso e luxo, o que de certa maneira o deixava culpado pela ostentação em que vivia. Assim saiu de cena o adorável Carlitos com sua pequena bengala para surgir uma pessoa angustiada, deprimida e muito ciente de sua importância para milhões de pessoas ao redor do mundo.Nesse ponto o roteiro realmente acertou em cheio, mesmo que tenha sido uma surpresa e tanto para o espectador médio encontrar um protagonista tão famoso, aclamado e adorado agindo dessa maneira. Talvez o grande erro tenha sido mesmo a ambição fora de propósito dos produtores pois vamos convir que filme nenhum, em época alguma, conseguirá capturar a essência desse artista simplesmente genial. Diante de tudo a conclusão é óbvia: Chaplin foi grandioso demais para caber em um só filme!

Chaplin (Chaplin, Estados Unidos, 1992) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: David Robinson / Elenco: Robert Downey Jr., Geraldine Chaplin, Anthony Hopkins, Dan Aykroyd, Marisa Tomei, Penelope Ann Miller, Kevin Kline, Milla Jovovich, Diane Lane / Sinopse: O filme se propõe a ser uma cinebiografia do ator e diretor Charles Chaplin, desde os seus primeiros anos, passando pelo sucesso em Hollywood na era do cinema mudo, chegando até seus anos finais, na velhice. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Robert Downey Jr).

Pablo Aluísio.

Labirinto

Outro filme de fantasia dos anos 80 que me lembrei recentemente. Se "Willow" não foi tão marcante para aquela geração, "Labirinto" certamente o foi. Esse filme tinha não apenas uma excelente produção, como também uma história de contos de fadas realmente cativante e encantadora. Jim Henson, que o dirigiu, era um mestre nesse universo infantil. Ele criou os personagens dos Muppets e também foi responsável por um dos programas infantis mais duradouros e bem sucedidos da TV americana, Vila Sésamo. Assim o que não lhe faltava era experiência em lidar com esse universo. Esse enredo foi escrito pelo próprio Henson. Inicialmente ele pensava em transformar seu roteiro em um telefilme, mas o produtor George Lucas (sim, ele mesmo, o próprio criador de "Star Wars") pensava diferente. O material era bom demais para ser desperdiçado em uma produção menor, com poucos recursos, como era praxe na época para esse mercado televisivo. Assim resolveu colocar à disposição de Henson toda a capacidade técnica da Lucasfilm, a mesma produtora de seus clássicos da ficção.

O resultado não poderia ser melhor. Aliado a uma direção de arte muito bonita, excelentes efeitos especiais e um roteiro bem escrito que explorava uma boa história, o filme realmente não poderia dar errado. A escolha do elenco também foi muito acertada. Para o papel de Jareth, Lucas convenceu o cantor David Bowie a fazer uma de suas raras aparições no cinema. Com um estranho penteado (que lembrava a Tina Turner) ele se deu muito bem com sua atuação. Outro destaque surgia da presença de uma jovem atriz, uma ainda adolescente Jennifer Connelly. Eu sempre a considerei uma das atrizes mais bonitas do cinema americano e aqui, na flor da idade, ainda com o frescor da juventude, ela estava simplesmente maravilhosa, uma graça. Em conclusão foi mesmo um dos filmes de fantasia que mais marcaram nos anos 80. Um verdadeiro primor, hoje um tanto envelhecido pelo passar dos anos, mas ainda assim um belo filme daquela década.

Labirinto - A Magia do Tempo (Labyrinth, Estados Unidos, 1986) Direção: Jim Henson / Roteiro: Dennis Lee, Jim Henson / Elenco: David Bowie, Jennifer Connelly, Toby Froud / Sinopse: uma adolescente é transportada para um incrível mundo de fantasia. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.

O Iluminado

Título no Brasil: O Iluminado
Título Original: The Shining
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick, Diane Johnson
Elenco: Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd, Scatman Crothers, Barry Nelson, Philip Stone

Sinopse:
Roteiro inspirado no famoso livro escrito pelo autor Stephen King. Na história um homem chamado Jack Torrance (Jack Nicholson) é contratado para trabalhar em um hotel isolado e fechado durante o inverno. Ele viaja com sua esposa e filho e descobre que o lugar é assustadoramente sombrio.

Comentários:
Stephen King não gostou dessa adaptação de sua própria obra. Stanley Kubrick não se importou com sua opinião. Na verdade o mestre do cinema estava interessado em fazer um grande filme de terror e suspense psicológico e não em ser fiel demais ao livro que serviu de ponto de partida para o roteiro do filme. E nesse aspecto ele estava mais do que certo. "O Iluminado" é considerado um dos grandes clássicos de sua filmografia. Curiosamente Kubrick visitou o hotel verdadeiro onde a história do livro foi inspirada, mas depois de passar uma noite hospedado nele desistiu de filmar o filme por lá. Achou que o lugar não tinha "as vibrações necessárias" para isso. Assim a Warner acabou mudando a produção para um antigo hotel localizado em uma montanha gelada no Oregon. Aí sim o filme começou a ganhar aquele clima que todos conhecemos. E o que dizer da atuação de Jack Nicholson? Ele está possesso em cena, o que convenhamos era justamente o que seu papel exigia. O resultado de tantos elementos juntos? Um dos filmes essenciais dos anos 80. Verdadeira obra-prima.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Duna

Dito por muitos como o filme mais aguardado do ano, essa nova versão de "Duna" teve seu lançamento nos cinemas adiado várias vezes por causa da pandemia. Agora, com a reabertura das salas e com a vacinação em massa da população finalmente o filme conseguiu estrear. E a boa notícia é que esse novo "Duna" é no mínimo um bom filme. Esqueça o filme dos anos 80 que muitas vezes soava pesadão e arrastado. Agora tudo flui de forma muito mais natural. Os elementos, os pequenos detalhes do universo de "Duna" não foram deixados de lado, entretanto eles surgem dentro da narrativa sem pesar a mão. Fazem parte natural daquele mundo. O diretor Denis Villeneuve merece todos os elogios pelo ritmo que ditou ao seu filme. Tudo soa muito bem realizado, com espaço para cenas de ação, momentos que funcionam como ferramenta contra o tédio, esse inimigo que praticamente destruiu o filme dos anos 80.

Na literatura a saga "Duna" é composta de vários livros. Muitos detalhes, informações e personagens. No filme enxugaram tudo. Ponto positivo. Tudo o que você precisa saber é que há duas casas, duas dinastias, que lutam pela posse de um planeta desértico, mas rico em um elemento chamado de "tempero", o mais valorizado do universo. Há um imperador, que joga politicamente com esses dois clãs que invariavelmente vão entrar em uma guerra. O protagonista é um jovem que poderá no futuro se tornar uma espécie de "Messias" que trará liberdade ao universo. Isso porém só aconteceria lá na frente, nos últimos livros e aí temos um problema. O autor Frank Herbert morreu em 1986 sem concluir sua saga literária. Assim "Duna" no cinema, caso vire uma franquia, enfrentará esse problema no futuro. Como levar adiante uma saga que não tem um final? Provavelmente os executivos dos estúdios vão apelar para a criatividade dos roteiristas, mas será que os herdeiros do escritor vão aceitar algo assim? Perguntas que ficam. No geral o que posso dizer é que esse novo "Duna" é muito bom. Com o sucesso de bilheteria não tenho dúvida que esse universo ainda vai render vários filmes em um futuro próximo. O tempo dirá.

Duna (Dune, Estados Unidos, 2021)  Direção: Denis Villeneuve / Roteiro: Jon Spaihts, Denis Villeneuve, baseados na obra literária escrita por Frank Herbert / Elenco: Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Oscar Isaac, Jason Momoa, Stellan Skarsgård / Sinopse: Dois clãs, duas casas dinásticas, disputam o controle sobre um planeta desértico, repleto de vermes gigantes, mas que tem uma matéria prima cobiçada no universo.

Pablo Aluísio.

Willow

Mais um filme cujo roteiro foi escrito por George Lucas. É curioso que depois do enorme sucesso da franquia "Star Wars" o diretor e roteirista tenha desistido de dirigir uma série de projetos que ele mesmo havia criado, alguns deles há anos. Provavelmente por ter receios de se expor em demasia, abrindo o espaço para críticas (algumas bem justas, aliás) ou comparações com o universo de "Star Wars". Assim ele decidiu "terceirizar" a direção desses filmes. Na posição mais confortável de produtor, Lucas não colocaria seu prestígio em perigo e tampouco sairia queimado caso o filme não fosse bem sucedido nas bilheterias. Trocando em miúdos, ele não estava disposto nessa altura de sua carreira a correr riscos desnecessários. Dessa maneira contratou o diretor Ron Howard para dirigir esse "Willow".

O enredo é bem fantasioso, passado em um tempo medieval com monstros, dragões, rainhas maquiavélicas e feiticeiras. Uma espécie de "O Senhor dos Anéis" mais modesto e menos pretensioso. O mais interessante é que apesar de ter uma boa produção - onde não faltaram nem mesmo excelentes efeitos visuais, alguns usando tecnologia digital pela primeira vez na história - o filme acabou se perdendo mesmo no roteiro, justamente o que foi escrito por Lucas. O que foi tão original e inspirador na franquia "Star Wars" aqui soa repetitivo, nada original, sem encanto e nem carisma. Sendo extremamente sincero, Lucas se rendeu a clichês de todos os tipos, alguns bem óbvios e vergonhosos. No final o que temos em mãos é uma obra pouco memorável e nada marcante dentro da filmografia do cineasta. Esse enredo provavelmente ficaria melhor restrito apenas no mundo da literatura pois no cinema não funcionou muito bem.

Willow - Na Terra da Magia (Willow, Estados Unidos, 1988) Direção: Ron Howard / Roteiro: George Lucas, Bob Dolman / Elenco: Val Kilmer, Joanne Whalley, Warwick Davis./ Sinopse: Um guerreiro medieval e um jovem camponês se tornam os protetores e guardiões de uma criança muito especial. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais e Melhores Efeitos Sonoros. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Arquivo X - Primeira Temporada

Arquivo X - Primeira Temporada
A série "Arquivo X" foi um marco na TV durante os anos 90. Com 13 temporadas logo se tornou um dos programas mais populares daquela década. E tudo começou nessa primeira temporada com 24 episódios. Curiosamente a produtora não estava muito convencida de que tinha um sucesso em mãos. Assim inicialmente foram programados apenas 10 episódios que depois dos ótimos índices de audiência se transformaram em 24. Chris Carter, o autor, acertou em cheio no gosto do público da época. No Brasil a série foi inicialmente exibida pela Rede Record nos anos 90. E como sempre acontece na TV aberta nem sempre a ordem de exibição dos episódios seguia a cronologia correta, o que transformava tudo em um exercício de paciência para o espectador brasileiro. Com o lançamento em DVD e Blue Ray nos Estados Unidos com todas as temporadas, o fã finalmente pode apreciar os episódios como foram planejados. Segue abaixo comentários sobre cada episódio dessa temporada inicial.

Arquivo X 1.01 - Pilot
Nesse primeiro episódio já estão presentes todos os elementos que iriam transformar "Arquivo X" em um grande sucesso. A agente Dana Scully (Gillian Anderson) chega na sede do FBI para uma missão especial. Ela é designada para trabalhar ao lado do agente Fox Mulder (David Duchovny) na seção da agência conhecida como "Arquivo X". Para lá são enviados todos os tipos de casos estranhos, bizarros e sem explicação. Inicialmente Scully deverá escrever um relatório sobre o agente Fox. Fica subentendido entre ela e os superiores que deveria ser um relatório desacreditando os arquivos X. Provavelmente para que fosse desativado. Só que logo no primeiro caso ao lado de Mulder, ela se envolve em um estranho caso de uma jovem encontrada morta em uma floresta do Oregon. A garota tem marcas nas costas. O legista não consegue encontrar uma causa certa para sua morte e tudo acaba se revelando bem mais complexo do que poderia se imaginar. Aos poucos Scully vai se convencendo de que os arquivos X não se resumem a besteiras sobre OVNIs, mas que ali existe algo sério a se investigar. Um episodio piloto muito bom, já demonstrando que a série tinha mesmo grande potencial. / Arquivo X 1.01 - Pilot (Estados Unidos, 1993) Direção: Robert Mandel / Roteiro: Chris Carter / Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, Charles Cioffi.

Arquivo X 1.02 - Deep Throat
Nesse segundo episódio há o estranho caso envolvendo pilotos de prova em uma instalação militar de segurança máxima das forças armadas dos Estados Unidos. Eles começam a perder a razão se tornando clinicamente loucos. O agente Mulder desconfia que tenha alguma ligação com tecnologia extraterrestre que esteja sendo testada pelos militares americanos. O destaque surge com uma rápida aparição do avião Aurora, cuja existência é negada até hoje pelo governo. Mulder invade a base e se dá mal, mas pelo menos avista esse mitológico artefato militar de última geração. / Arquivo X 1.02 - Deep Throat (Estados Unidos, 1993) Direção: Daniel Sackheim / Roteiro: Chris Carter/ Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, Jerry Hardin.
 
Arquivo X 1.03 - Squeeze
Nesse episódio temos um estranho ser. Um sujeito que parece ter mais de 100 anos de idade. Acha pouco? Pois bem, ele tmbém parece ter uma grande elasticidade, consegue espremer seu corpo, entrando nas arestas mais apertadas. Como se tudo isso não fosse estranho o bastante ele também precisa se alimentar a cada 30 anos de fígados humanos, o que acaba dando origem a sua série de crimes que se repetem ao longo da história. Um dos bons episódios da primeira temporada de "Arquivo X" provando mais uma vez a criatividade e a originalidade da série desde os seus primórdios. / Arquivo X 1.03 - Squeeze (Estados Unidos, 1993) Direção: Harry Longstreet / Roteiro: Chris Carter / Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, Doug Hutchison. 

Arquivo X 1.04 - Conduit
Mulder e Scully passam a investigar o caso do desaparecimento de uma jovem. Seria um caso igual a muitos outros se ela não tivesse desaparecido próximo a um lago, bem conhecido dos ufólogos por causa dos supostos aparecimentos de OVNIs naquela região. O agente Fox Mulder fica muito envolvido com o caso e não é para menos. Esse novo arquivo X se parece muito com sua própria história pessoal. Afinal sua irmã desapareceu há vinte anos, quando era apenas uma garotinha, sendo levada por uma luz que surgiu pela janela de seu quarto, tal como agora volta a acontecer. Assim fica complicado para Dana Scully manter o parceiro na linha. Ele parece realmente obcecado em descobrir tudo, da forma mais rápida possível. E muitas perguntas ficam no ar, sem maiores respostas. / Arquivo X 1.04 - Conduit (Estados Unidos, 1993) Direção: Daniel Sackheim / Roteiro: Chris Carter / Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, Carrie Snodgress. 

Arquivo X 1.05 - The Jersey Devil
Esse episódio se chamou no Brasil "O Demônio de Jersey". Em 1947 uma família teria sido atacada por essa estranha criatura. Um velho senhor acabaria sendo devorado dentro da floresta. Os anos passam e os ataques recomeçam. Claro que tudo isso interessa demais o agente Mulder que viaja até Atlantic City para desvendar o caso, mesmo sem autorização do FBI. Scully, como sempre, segue atrás. Nesse episódio temos também um maior desenvolvimento de Scully. Pela primeira vez aspectos de sua vida pessoal são explorados. Ela sai para jantar com um homem divorciado. Pena que Mulder estraga tudo telefonando para ela bem no meio do encontro. No final de tudo essas criaturas existem, mas ao que tudo indica são apenas seres humanos que vivem nas matas da região. E o pior de tudo é que praticam canibalismo! Tenso e assustador!! / Arquivo X 1.05 - The Jersey Devil (Estados Unidos, 1993) Direção: Joe Napolitano / Roteiro: Chris Carter / Elenco:  David Duchovny, Gillian Anderson, Claire Stansfield. 

Arquivo X 1.06 - Shadows
Esse episódio se chamou "Sombras". Nele uma jovem garota parece apresentar dotes telecinéticos. Ele teria supostamente a capacidade de mover objetos, entortar metais e até mesmo agredir (e matar) pessoas apenas com a força de sua mente. Verdade ou delírio? Surgem dois agentes de um órgão do governo dos Estados Unidos que nunca é identificado. Mulder e Scully sabem que o caso pode ser decifrado, mas para isso precisam ficar de olho na garota. E pagam caro por isso, uma vez que o carro onde se encontram sofre um sério acidente - estaria ela manipulando tudo com sua mente novamente? Por trás de tudo há um jogo de interesses envolvendo uma empresa com negócios escusos. Mais um caso para "Arquivo X". / Arquivo X 1.06 - Shadows (Estados Unidos, 1993) Direção: Michael Katleman / Roteiro: Chris Carter / Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, Barry Primus. 

Arquivo X 1.07 - Ghost in the Machine
Esse episódio recebeu o título no Brasil de "O Fantasma da Máquina". Só que o roteiro não é de terror, não tem fantasma nenhum. Na realidade é uma bem bolada trama sobre os perigos do desenvolvimento de uma inteligência artificial que em determinado momento se vira contra os seres humanos. Na história um executivo de uma empresa de alta tecnologia é encontrado morto. Ele foi eletrocutado. Tudo leva a crer que o sistema que controla o prédio onde ele trabalhava recebeu eliminar aquele "ser indesejável". Apesar da tecnologia ainda primitiva da época, já dá para perceber o tom de crítica do episódio em relação às empresas de tecnologia. Muito bom, gostei da história e da proposta do roteiro. / Arquivo X 1.07 - Ghost in the Machine (Estados Unidos, 1993) Direção: Jerrold Freedman / Roteiro: Chris Carter / Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, Jerry Hardin.

Arquivo X 1.08 - Ice
Esse episódio recebeu o título de "Terror no Gelo" no Brasil. Na história os agentes do FBI vão até o Alaska onde uma equipe de escavadores de profundezas no gelo mandou um pedido de socorro. Todos estão mortos. Logo descobrem que há ligação com um estranho verme que veio em uma das amostras profundas. E todos acabam contaminados. Aqui nesse episódio temos ecos de filmes famosos em seu roteiro. As referências mais óbvias são "Alien - O Oitavo Passageiro" e "O Enigma do Outro Mundo". Um episódio muito bom que valoriza o suspense de toda a situação. / Arquivo X 1.08 - Ice (Estados Unidos, 1993) Direção: David Nutter / Roteiro:     Chris Carter / Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, Xander Berkeley. 

Arquivo X 1.09 - Space
Estou revendo a primeira temporada de Arquivo X. Esse episódio aqui se chamou no Brasil "Missão em Perigo". Curiosamente vi o peso do passar dos anos nesse episódio. Os efeitos especiais envelheceram bastante, além do roteiro que me pareceu um pouco bobo demais. Na história os dois agentes do FBI vão até a NASA. Há rumores de que ocorreu uma sabotagem em um equipamento de lançamento do ônibus espacial. Sabe aquele rosto que supostamente foi fotografado em Marte? Pois é, também faz parte do enredo. Uma criatura sobrenatural que teria dominado o corpo de um astronauta veterano. / Arquivo X 1.09 - Space (Estados Unidos, 1993) Direção: William A. Graham / Roteiro: Chris Carter / Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, Ed Lauter. 

Arquivo X 1.10 - Fallen Angel
Esse episódio se chamou no Brasil "Caçada Sangrenta". É um dos melhores dessa primeira temporada. Um OVNI cai em uma floresta. Imediatamente as forças armadas isolam o local e começam a caçar o que se suponha seja um alien autêntico, com camuflagem visual para não ser localizado. Fox Mulder vai até a região, sem autorização do FBI, invade o perímetro imposto pelos militares e avista o que seria uma grande nave que caiu após um acidente. Um jovem nerd, louco pelo assunto envolvendo discos voadores, também chega por lá. Seu final vai ser simplesmente trágico e inexplicável. / Arquivo X 1.10 - Fallen Angel (Estados Unidos, 1993) Direção: Larry Shaw / Roteiro: Chris Carter / Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, Frederick Coffin.

Arquivo X 1.11 - Projeto Litchfield
Os agentes do FBI descobrem que houve um projeto do governo americano no passado que usou de engenharia genética e até mesmo de eugenia para criar seres humanos superiores. No caso aqui, mulheres altamente inteligentes, com QIs acima da média. O problema é que o aumento da inteligência também causou o aumento da Psicose. E isso é bem retratado por duas garotas gêmeas que mataram seus próprios pais! Episódio muito bom, muito interessante de Arquivo X que lida com a questão da ética no mundo da manipulação genética. Algo que nos anos 90 já era possível e já levantava dúvidas e teses a respeito dos limites éticos que esse tipo de experiência poderia causar. Segue mantendo o bom nível da primeira temporada desta série que marcou época na televisão norte-americana. / Arquivo X 1.11 - Projeto Litchfield (Eve, Estados Unidos, 1993) Direção: Fred Gerber / Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, Harriet Sansom Harris.

Arquivo X 1.13 
Esse episódio traz um condenado no corredor da morte que afirma ter poderes de vidente, poderes paranormais. Para revelar o local onde um casal de jovens está preso por um criminoso, ele pede que sua pena seja mudada para que ele não seja executado numa câmara de gás. Nesse episódio temos também a morte do pai da Agente Scully, o que colocará em risco suas convicções de pessoas cética.

Arquivo X 1.15
Episódio que no Brasil se chamou "Dupla Identidade". Sinceramente achei meio fraco. Conta a história de um criminoso que é baleado durante um assalto. Levado ao hospital ele acaba trocando de corpo com um dos agentes do FBI, logo um sujeito próximo da agente Scully. Como eu disse é um dos episódios mais fracos dessa primeira temporada. Derivativo e sem boas ideias, apenas repete velhos argumentos sem explicar nada. 

Arquivo X 1.18
Os agentes Mulder e Scully vão investigar um jovem que é conhecido por fazer milagres. Quando criança ele supostamente teria ressuscitado um homem que havia sido morto em um incêndio. Verdade ou loucura? Pior é que agora as coisas parecem ir ao contrário, quem ele toca, morre! O que afinal estaria acontecendo e por que a irmã de Mulder estaria aparecendo a ele nos lugares mais estranhos?

Arquivo X 1.22
Episódio que lida com o tema da reencarnação. Uma garotinha, bem esquisita, aparece em todos os lugares onde pessoas morrem, a maioria deles policiais. Depois de algumas investigações os agentes Mulder e Scully descobrem que existe uma estranha ligação envolvendo a menina e um antigo policial que foi morto em circunstâncias nunca bem explicadas. Ela seria a reencarnação do tira morto, agora em busca de vingança contra aqueles que o mataram na vida passada. Bom episódio, mas eu indicaria mais para quem segue religiões que acreditam em reencarnação como budismo e espiritismo. 

Pablo Aluísio.

Relatos do Mundo

Título no Brasil: Relatos do Mundo
Título Original: News of the World
Ano de Produção:  2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Playtone Pictures
Direção: Paul Greengrass
Roteiro: Paul Greengrass, Luke Davies
Elenco: Tom Hanks, Helena Zengel, Tom Astor, Travis Johnson, Andy Kastelic, Ray McKinnon

Sinopse:
Após o fim da guerra civil americana, um ex-capitão do exército ianque conhecido apenas como Kidd (Tom Hanks) passa a ganhar a vida lendo as notícias dos Estados Unidos e do mundo para os caipiras que encontra em sua viagem no velho oeste. Em uma dessas andanças acaba encontrando uma jovem que foi raptada por nativos. A partir daí ele se dedica a entregar a garota para sua família de origem.

Comentários:
De uma safra bem mais recente de filmes de faroeste, esse "Relatos do Mundo" pode ser considerado o melhor já produzido nos cinco últimos anos. A produção é perfeita, classe A e a história é daquelas que edificam, divertem e sensibilizam ao mesmo tempo. Tom Hanks, como sempre, interpretando um personagem de boa índole, um homem que se dispõe a ajudar uma garota perdida, que fora vítima de rapto, algo tristemente comum naqueles tempos selvagens. Ela leva a menina consigo com a clara intenção de entregá-la aos seus familiares, mas no meio da jornada descobre que encontrou um verdadeiro tesouro ao se unir com ela. Tanto que isso fica bem claro no desfecho do filme quando o personagem de Tom Hanks descobre que os verdadeiros familiares da garota nem são boas pessoas, muito pelo contrário, é gente endurecida pelas lutas da vida, destituídas de humanidade. Um filme excelente sob todos os pontos de vista. Uma excelente obra cinematográfica que inclusive foi indicada em quatro categorias do Oscar, todas merecidas. Assim deixo a dica desse ótimo western. Se ainda não viu não vá perder mais tempo. Corra para assistir.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Chapelwaite

Chapelwaite
Nova série baseada na obra de Stephen King. A história se passa no passado de Jerusalem's Lot. Quem leu o livro de King chamado "Salem" (também conhecido no Brasil como "A Hora do Vampiro") vai se situar melhor. Durante o século XIX, o capitão da marinha mercante Charles Boone (Adrien Brody) decide abandonar a vida nos mares após a morte da jovem esposa. Ao lado das três filhas ele decide assumir a propriedade familiar na Nova Inglaterra. Uma velha casa localizada na campo. O lugar é sombrio e os moradores locais evitam ir até lá. Só que Boone tem grandes ambições para a fazenda. Ele quer revitalizar o velho rancho, mas sabe que enfrentará problemas. E situações estranhas logo começam a acontecer. A série apresentará 10 episódios. Segue abaixo comentários sobre cada um deles.

Chapelwaite 1.01 - Blood Calls Blood
Série boa se conhece desde o primeiro episódio. É justamente o que vemos aqui. Toda a qualidade já surge na tela nos primeiros momentos. Um episódio excelente, que demonstra bem o que está por vir. Nesse primeiro episódio o capitão Charles Boone sofre a dor da perda. Ele está no navio. O corpo sua mulher é sepultada no mar, velho costume entre marinheiros. Aquele evento o convence que é hora de recomeçar a vida em terra firme. Ele tem três filhas e quer dar uma vida mais estável para elas. Acabam indo para uma velha propriedade que Charles herdou de um primo. O lugar tem fama de amaldiçoado. As pessoas do lugar acreditam que ali vive o maligno. Charles não dá ouvidos. Ele quer colocar tudo de volta ao normal. Reformar e administrar o lugar, só que até as paredes da velha casa guardam seus segredos sombrios. Enfim, ótimo episódio, vou acompanhar com interesse renovado. / Chapelwaite 1.10 - Blood Calls Blood (Estados Unidos, 2021) Direção: Burr Steers / Roteiro: Peter Filard / Elenco: Adrien Brody, Emily Hampshire, Jennifer Ens. 

Chapelwaite 1.02 - Memento Mori
Há um vampiro envolvido nos acontecimentos em Chapelwaite? Esse segundo (e ótimo) episódio vai deixando isso mais claro. A população odeia a família Boone e não seria diferente em relação ao recém chegado Charles. Ele até tente se inserir dentro daquela sociedade e sempre é rechaçado. Ele fala durante um encontro de fiéis da igreja local, dizendo que pretende contratar 50 homens para a contstrução de navios baleeiros, mas ninguém comparece. As pessoas dizem que os membros da família Boone são amaldiçoados, que no passado fizeram pactos com o Diabo. E uma mãe desesperada após a morte de sua filha acusa um falecido Boone de ter voltado da tumba. Para mostrar como ela estaria errada, o próprio Charles decide ir na cova do parente para abrir o caixão. E o que acontece quando a tampa do velho caisão de madeira é aberto? Assista ao episódio para conferir! / Chapelwaite 1.02 - Memento Mori (Estados Unidos, 2021) Direção: Burr Steers / Roteiro: Jason Filardi / Elenco: Adrien Brody, Emily Hampshire, Jennifer Ens. 

Chapelwaite 1.03 - Legacy of Madness
Um Legado de Loucura. O povo odeia qualquer um que tenha o sobrenome Boone. E Charles sente isso na pele. Ele é hostilizado por onde anda e atrás de respostas vai até um manicômio onde parentes seus passaram por tratamento no passado. Muitos tinham histórico de doença mental. No quesito susto surge uma estranha garota na fazenda. Ela fala com o garotinho, o caçula de Charles. Tudo leva a crer que seja Marcela, a filha do primo. Ela supostamente teria morrido, mas agora retornado como vampira, como uma criatura da noite. E seu pai também, ao que tudo indica, é um vampiro. Mal uma pessoa morre nas terras dos Boone e surge um estranho ser que lhe corta a garganta e colhe todo o sangue humano derramado. Vampiros precisam de sangue humano para sobreviver. As coisas começam a fazer maior sentido. / Chapelwaite 1.03 - Legacy of Madness (Estados Unidos, 2021) Direção: Jeff Renfroe / Roteiro: Jason Filardi / Elenco: Adrien Brody, Emily Hampshire, Jennifer Ens.

Chapelwaite 1.04 - The Promised  
Sim, existem vampiros naquele velho rancho e eles surgem pela primeira vez nesse episódio. Philllip Boone é visto atacando uma pobre mulher, aquela  mesma que teve uma criança monstruosa com o pastor local. Já Stephen Boone surge muito mais ousado e quase ataca a filha de Charles Boone, que descobre finalmente o que se passa dentro daquelas paredes. Pelo visto a sede de sangue os tirou da escuridão onde existiam. Eles estão vivos, ou melhor escrevendo, vagam pelas noites em busca de sangue dos inocentes. E os prometidos do título do episódio seriam os seguidores de um mestre vampiro ainda não apresentado na série. Vamos aguardar. / Chapelwaite 1.04 - The Promised (Estados Unidos, 2021) Direção: Jeff Renfroe / Roteiro: Jason Filardi / Elenco: Adrien Brody, Emily Hampshire, Jennifer Ens. 

Chapelwaite 1.05 - The Prophet
Charles Boone viaja até Jerusalem´s Lot. Se você leu o livro original de Stephen King vai entender a importância desse lugar. Aqui o vilarejo surge sujo, abandonado, como se houvesse sido atingido por uma peste, o que de certa forma foi mesmo, no caso a peste do vampirismo. E nesse lugar Charles encontra uma estranha figura chamada Jakub. Ele não tenta esconder aquilo que é, e conta a verdade. Ele é um Vampiro e quer colocar as mãos em um velho livro que fora roubado pelos parentes de Charles. Ele aceita o acordo, mas ao retornar encontra sua filha jogada na estrada. O que poderia ser pior do aquilo? / Chapelwaite 1.05 - The Prophet (Estados Unidos, 2021) Direção: Rachel Leiterman / Roteiro: Jason Filardi / Elenco: Adrien Brody, Emily Hampshire, Christopher Heyerdahl. 

Chapelwaite 1.06 - The Offer
Logo no começo desse episódio tem um explicativo flashback de como a jovem Marcella tentou se livrar do pai e do avô, ambos transformados em vampiros. Eles queriam o tal livro de sangue, mas ela se recusou a entregar. Na fuga acabou caindo da escada, quebrando o pescoço, morrendo de forma imediata. No presente Charles Boone tem novos problemas. Sua jovem filha está morta. Ele leva seu corpo de barco para ser jogada no mar, como reza a tradição dos marinheiros, mas a garota já está transformada em vampira, o que torna tudo um terror quando ela retorna, tarde da noite, para a mansão Chapelwaite. E agora, o que fazer? Tentar executar a menina já que agora ela se torna uma criatura da noite? Eis um problema e tanto para se resolver. / Chapelwaite 1.06 - The Offer (Estados Unidos, 2021) Direção: Rachel Leiterman / Roteiro: Jason Filardi / Elenco: Adrien Brody, Emily Hampshire, Jennifer Ens. 

Chapelwaite 1.07 - De Vermis Mysteriis
A luta pelo livro "De Vermis Mysteriis" ganha novos rumos. Charles encontra o livro maldito dentro de uma cova. Ao abrir o livro ele tem uma visão de um mundo dominado por vampiros, com os seres humanos servindo de mero alimento. O livro, ao que tudo indica, invoca um tipo de deus sanguinário de um passado remoto. A simples posse do livro pelos vampiros poderia abrir portas para o fim do mundo. Charles começa a enlouquecer, mas ainda assim mantém o livro para si, decide não entregar para o lorde vampiro Jakub. E diante da recusa de dar o livro para essas criaturas da noite, Jakub resolve ir até Chapelwaite para tomar a força a tal publicação dos infernos. / Chapelwaite 1.07 - De Vermis Mysteriis (Estados Unidos, 2021) Direção: David Frazee / Roteiro: Jason Filardi / Elenco: Adrien Brody, Emily Hampshire, Christopher Heyerdahl. 

Chapelwaite 1.08 - Hold the Night
Charles Boone e sua família ficam cercados na casa de Chapelwaite. Do lado de fora dezenas de vampiros liderados pelo mestre Jakub aguardam a ordem para invadir. Eles querem o livro amaldiçoado. No começo ficam apenas cercando, com tochas nas mãos. E isso faz aumentar absurdamente a tensão dentro da casa. Até que eles apagam as tochas... surge o silêncio e então começam a invadir Chapelwaite. Charles Boone usa táticas de baleeiro para conter a invasão. Usando um grande arpão de caça às baleias, ele consegue fisgar algumas criaturas da noite, mas são tantas que tudo parece em vão... Eles tentam fugir para o porão, onde é mais seguro, até que o garoto, filho caçula de Charles, decide entregar o livro. Assim os ataques cessam. Pior para o mundo pois agora a humanidade ficará à mercê de um ataque massivo dos vampiros. O que irá acontecer? Assista aos próximos episódios... / Chapelwaite 1.08 - Hold the Night (Estados Unidos, 2021) Direção: David Frazee / Roteiro: Jason Filardi / Elenco:     Adrien Brody, Emily Hampshire, Christopher Heyerdahl. 

Chapelwaite 1.09 - The Gathering Dark
Os vampiros liderados por Jakub estão com o livro. E ele não perde muito tempo, começa a recitar as palavras escritas nele. Charles Boone não se conforma e decide que todos precisam ir até Jerusalem's Lot para enfrentar aqueles monstros. Mas como convencer todos a irem até lá? Ele decide que apenas vendo um vampiro as pessoas irão se convencer. Boone e seu grupo  levam Mary até o povoado e no meio de todos a expõe ao sol. Claro que como vampira ela começa a literalmente queimar ali, no meio da rua, bem na frente de todos. Algo que impressiona demais os moradores, afinal é uma cena horrível de se presenciar. Quem encontra o fim também é o pastor. Ele é envenenado pela própria esposa, cansada de suas traições e mentiras. Uma perda para Charles Boone que estava querendo contar com sua presença na hora que eles fossem enfrentar todos os vampiros em seu covil de Jerusalem's Lot. E como termina a série Chapelwaite? Como é o final? Bom, isso só veremos no próximo episódio, o último da série. Até lá! / Chapelwaite 1.09 - The Gathering Dark (Estados Unidos, 2021) Direção: Michael Nankin / Roteiro: Jason Filardi / Elenco: Adrien Brody, Emily Hampshire, Christopher Heyerdahl. 

Chapelwaite 1.10 - The Keeper
E assim chegamos ao final da série. E como termina? O que acontece no final? Charles Boone reúne moradores da cidade e todos juntos cavalgam em direção à Jerusalem's Lot. O objetivo é enfrentar Jakub e seus vampiros. Quando chegam lá encontram o mundo à beira do abismo. Jakub está lendo o livro amaldiçoado. O eclipse solar já começou. Os vampiros estão nas ruas. Boone, com muito esforço, entra na igreja e enfrenta Jakub. Acaba se saindo bem, matando o velho vampiro com uma estaca em seu coração. Com o livro nas mãos decide se tornar seu eterno guardão! Mas como isso seria possível? Boone decide se tornar um vampiro. O livro é costurado dentro de seu peito, para que jamais caia em mãos erradas. Ele se despede de seus filhos e rema rumo ao infinito do oceano. Desaparecerá para sempre, sem deixar vestígios. Os vampiros jamais colocarão as mãos novamente naquele livro amaldiçoado pelo Diabo. Saldo final da série: Gostei muito! Os 10 episódios contam uma história essencial para quem leu o livro original de Stephen King. É material de qualidade. Não vá deixar passar em branco. / Chapelwaite 1.10 - The Keeper (Estados Unidos, 2021) Direção: Michael Nankin / Roteiro: Jason Filardi / Elenco: Adrien Brody, Emily Hampshire, Christopher Heyerdahl.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de outubro de 2021

The Path - Terceira Temporada

The Path - Terceira Temporada
Essa é a terceira e última temporada da série The Path que no Brasil recebeu o sugestivo título de "O Caminho". Nessa última temporada Eddie Lane se conscientiza que realmente seria o portador da luz. O fundador da seita está morto, depois de ficar anos em coma. Ele tem um sonho com ele e decide tomar a frente do movimento. Só que sempre haverá a sombra de Cal Roberts, o último líder. Após cair em desgraça com os membros do grupo ele retorna. Na verdade volta através de uma chantagem. Se não o aceitarem de volta ele estaria disposto a revelar que havia sido molestado quando criança pelo fundador dessa nova religião. Essa terceira temporada contou com 13 episódios que foram exibidos nos Estados Unidos entre os meses de janeiro a março de 2018. Segue abaixo comentários sobre cada episódio assistido.

The Path 3.01 - The Beginning
A título de informação é bom saber que finalmente essa série ganhou título no Brasil. Por aqui vai se chamar "O Caminho". Enquanto a terceira temporada chega nos Estados Unidos, nossos canais a cabo passam a exibir a primeira. Pois bem, se você nunca assistiu é interessante saber que se trata de uma seita, até bem comum, que surge na Califórnia. Eles misturam crenças tradicionais com filosofia new age e pedaços da cultura hippie. Tudo isso dá origem a esse novo movimento religioso. Desde a temporada anterior há uma disputa para saber quem vai liderar o grupo. O criador da seita morreu há muito e não deixou um herdeiro oficial. Quem acaba assumindo posto de líder agora é      Eddie Lane (Aaron Paul). Ele havia perdido a fé e virado até mesmo um dissidente. Agora está de volta como um dos iluminados. Nesse episódio ela consegue sair de um prédio em chamas, o que faz com que seus seguidores acreditem que ele realizou um milagre!A partir daí o caminho para o fanatismo vai ficando cada vez maior. Só que Lane precisa se cuidar porque há gente dentro da seita que quer derrubar o novo "messias" o mais rapidamente possível. E nesse jogo vale tudo, até mesmo sua eliminação definitiva. / The Path 3.01 - The Beginning (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Lucid Road Productions / Direção: Michael Weaver / Roteiro: Jessica Goldberg / Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Freida Pinto, Kyle Allen, Hugh Dancy, Aimee Laurence.

The Path 3.02 - A Beast, No More  
Essa série recebeu o nome de "O Caminho" no Brasil. Já não era sem tempo. Nesse segundo episódio  Eddie Lane (Aaron Paul) já é o novo líder da seita. Ele porém não agrada a todos. Seu próprio filho o confronta quando esse expulsa uma jovem imigrante da comunidade religiosa. Ela teria rompido com os pais e esses em revanche colocaram panfletos de difamação e injúria por toda a escola da filha de Eddie. Uma situação constrangedora e delicada. Eddie também procura mais recursos para sua religião, chegando inclusive a vender um tal suco que antes era considerado sagrado por todos os membros. Capitalismo, eis tudo. Por outro lado Cal Roberts começa a ter acessos de ansiedade. Ele agora trabalha como consultor de atletas ricos e estúpidos, um tipo de "conselheiro de bem estar" como ele próprio define. Não chega a ser um emprego para se ter orgulho. / The Path 3.02 - A Beast, No More (Estados Unidos, 2018) Direção: Patrick R. Norris / Roteiro: Jessica Goldberg, Annie Weisman / Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Freida Pinto.

The Path 3.03 - Locusts
Há um novo jovem dentro da comunidade. Ele estava caçando coelhos nas vizinhanças quando foi encontrado por Eddie Lane. Os outros membros não ficam satisfeitos com sua presença. O jovem é de origem desconhecida, tem uma suástica nazista tatuada no braço e não desperta muito confiança. Ela faz um teste para ver se poderia ficar dentro da comunidade e é reprovado. Mesmo assim, contra todas as opiniões, Eddie Lane ainda insiste em manter ele dentro da comunidade religiosa. E pelo visto não vai demorar muito em se arrepender sobre essa decisão. / The Path 3.03 - Locusts  (Estados Unidos, 2018) Direção: Michael Weaver / Roteiro: Jessica Goldberg, Julia Brownell / Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Freida Pinto.

The Path 3.04 - De Rerum Natura
Esse episódio tem uma revelação terrível. Quando criança, Cal Roberts foi abusado sexualmente por Steve Meyer, o fundador e líder da comunidade. Isso demonstrava claramente que ele não era elevado espiritualmente coisa nenhuma. Era um homem doente, um pedófilo. E Cal, de volta ao grupo, usa essa informação devastadora como chantagem. Ele vai até a uma das executivas do Meyerismo e abre o jogo. Se eles não o aceitarem com certos privilégios, ele falará sobre tudo e isso certamente será o fim dessa religião. Eddie Lane fica sem saber da verdade, mas pelo que conheço do personagem, no dia que ele souber de tudo, a coisa toda vai para o brejo, merecidamente aliás. / The Path 3.04 - De Rerum Natura (Estados Unidos, 2018) Direção: Patrick R. Norris / Roteiro: Jessica Goldberg, Coleman Herbert / Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Freida Pinto.

The Path 3.05 - Pageantry
Qual é a sensação de ser enterrado vivo? Ora, desesperadora, claro! É justamente isso que sente Eddie Lane (Aaron Paul) quando ele é enterrado vivo por um caipira atrás de vingança. Inicialmente ele chega como um pai que perdeu sua filha e precisa de conselhos. Só que era tudo uma armadilha. O velho homem amargurado culpa o movimento  pela morte de sua filha, anos atrás. Agora quer matar seu líder. Um lobo em pele de cordeiro. Quem acaba salvando sua vida é Cal Roberts, que desconfia do velho insano e decide ir atrás do "chefe" Eddie Lane para saber o que estaria acontecendo. E tudo isso depois de um certo atrito entre os dois durante uma longa turnê pelo sul dos Estados Unidos. Cal Roberts estaria se destacando demais nas palestras. Com ciúmes, Eddie havia determinado que ele estaria fora das próximas cidades. /  The Path 3.05 - Pageantry (Estados Unidos, 2018) Direção: Stacie Passon / Roteiro: Jessica Goldberg / Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Freida Pinto.

The Path 3.06 - Messiah
A esposa de Eddie Lane tem uma crise de fé. Algo normal já que ela descobre várias mentiras surgidas no nascimento do movimento. O fundador não era nada do que ela pensava. E ela descobre mais e mais com um professor de estudos religiosos da universidade. É algo natural de acontecer, afinal muitas religiões e seitas são fundadas sobre grandes mentiras, contos inventados e muita maluquice. Ela parece ter entrado em uma cirando de dúvidas sobre isso. E o quadro só piora quando seu pai morre. E o que faz Eddie Lane sobre tudo isso? Toma a pior decisão. Decide visitar o tal professor e sem maiores delongas o ameaça. A pose de santidade vai pelo ralo em questão de minutos.  Farsas e mais farsas no horizonte. / The Path 3.06 - Messiah (Estados Unidos, 2018) Direção: Stacie Passon / Roteiro: Jessica Goldb / Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Freida Pinto. 

The Path 3.07 - The Gardens at Giverny
Quando o episódio começa está todo mundo numa boa, curtindo uma linda mansão na França. Acontece que um ricaço francês adorou a doutrina religiosa criada pelo Meyer e assim decidiu aderir ao caminho. Então ele chamou todos para irem até a França para abrir um núcleo do grupo na Europa. Só que toda a beleza do lugar não esconde os conflitos internos de todos os membros da religião. E isso piora ainda mais quando o nome da escolhida para liderar o braço francês da seita é anunciada. Ciúmes, raiva e ódio explodem em todos os lugares. Ninguém é perfeito. E a coisa só piora.  Pena que toda aquela festa acaba em um clima ruim, principalmente depois que Eddie Lane é praticamente desafiado a subir em uma escada em chamas para supostamente provar seus dons espirituais. A coisa toda se torna bem constrangedora. Coisa horrível de se fazer. Uma "bad trip" sem dúvida.  / The Path 3.07 - The Gardens at Givern(Estados Unidos, 2018) Direção: Peter Sollett / Roteiro:     Jessica Goldberg / Elenco: Aaron Paul. Michelle Monaghan. Freida Pinto. 

The Path 3.08 - The Door
Esse episódio vai concluindo a série que foi cencelada no começo da pandemia. Pois bem, nesse episódio há mudanças significativas na vida de Eddie Lane e o culto que dirige. Ele é visitado por um pastor protestante que vem para lhe dar uma notícia que ele nem tinha ideia. Seu filho é gay e está namorando o filho do pastor. Eddie nem desconfiava. Ele depois pede para o filho abrir o jogo quando eles estão construindo uma casa na árvore, mas a conversa não toma bons rumos (não por culpa de Eddie que se mostra bem compreensivo com a situação). Uma boa maneira de mostrar a questão do homossexualismo envolvendo meios muito religiosos. Só que há mais problemas familiares. Eddie decide confrontar sua esposa. Ela tem um amante e está procurando pelas origens da igreja. Obviamente está desconfiada de tudo, perdeu sua fé. Eddie pede a ela que abandone o grupo. Ele é um líder que não consegue nem convencer a mulher de sua própria doutrina religiosa? É melhor ela ir embora. / O Caminho - The Path 3.08 - The Door (Estados Unidos, 2018) Direção: Peter Sollett / Roteiro: Annie Weisman / Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan. 

The Path 3.09 - The Veil
A esposa do líder do movimento vai atrás da pessoa que começou tudo. Quer respostas! E ela descobre coisas assustadoras. O fundador do grupo inventou muita coisa. A sua paciente que tinha visões apenas tinha alguns momentos de perda de consciência, mostrando uma região devastada, como se fosse o próprio inferno. E após uma sessão espiritual a esposa de Lane vivencia tudo, tem as mesmas visões. Algo bem aterrorizante para ela. E o movimento em si, como vai? Sendo processado por um ex-membro que perde uma bolada. Lane nem pensa muito e pede a Cal que "dê um jeito" no tal sujeito! Ora, onde foi parar a espiritualidade elevada do líder? Cadê a sua vida espiritual elevada? Vai resolver esse tipo de problema cometendo crimes? Pois é, meus caros. Santidade passou longe! / The Path 3.09 - The Veil (Estados Unidos, 2018) Direção: Michael Weaver / Roteiro: Jessica Goldberg, John O'Connor/ Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Freida Pinto. 

The Path 3.10 - The Strongest Souls
Vera é na realidade a filha do fundador da seita. Sua mãe Lilith tem grandes segredos a revelar sobre o Steve Meyer, que criou toda a doutrina religiosa nos anos 70. Isso criar uma tensão dentro do movimento pois Sarah, a esposa de Eddie Lane, se envolve cada vez mais com Lilith (nome de uma entidade demôniaca dentro da tradição judaico-cristã). Ela sonha inclusive com a morte de Eddie, atingido por um tiro certeiro enquanto entra no palco, vestido todo de branco. Profecia ou puro delírio? Só saberemos nos próximos episódios. Penso que pode ser mesmo o defecho final da série. Vamos aguardar. / The Path 3.10 - The Strongest Souls (Estados Unidos, 2018) Direção: Michael Weaver / Roteiro: Jessica Goldberg / Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Freida Pinto. 

The Path 3.11 - Bad Faith
A comunidade vê uma possibilidade de expandir suas crenças para a Ásia! O convite é feito por um milionário de Bali. Só que a dúvida permanece: vale a pena ir tão longe assim? Eddie Lane tem seus próprios problemas em casa. Sua ex-esposa se tornou uma cética. O filho gay não se conforma com o fato de seu namorado ter passado por uma "cura gay" em uma igreja da região. E para piorar já existe até mesmo uma profecia de que ele seria morto em plena pregação, no palco. Será que haveria algum fundo de verdade nessa visão sobrenatural e espiritual? As questões ficam no ar. / O Caminho - The Path 3.11 - Bad Faith (Estados Unidos, 2018) Direção: Jacob Hatley / Roteiro: Jessica Goldberg / Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Freida Pinto. 

The Path 3.12 - A New American Religion
Eddie Lane resolve contar tudo sobre o passado do fundador do Meyerismo. Só que Cal acha isso um absurdo. Ele diz que se tudo vier à tona, como a pedofilia de Steve Meyer, o movimento vai acabar, chegar ao seu fim. Em sua forma de pensar o movimento não tem a robustez ou firmeza de uma Igreja Católica, por exemplo, para revelar seus segredos do passado, pedir perdão aos seus membros e seguir em frente. Para Cal será o fim do movimento religioso que ele dedicou toda a sua vida, desde quando era apenas uma criança que era abusada pelo fundador da seita. E agora, qual opinião vai prevalecer? Isso só será revelado no último episódio da série. Até lá! / The Path 3.12 - A New American Religion (Estados Unidos, 2018) Direção: Jessica Goldberg / Roteiro: Jessica Goldberg / Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Freida Pinto. 

The Path 3.13 - Blood Moon
Achei fraquinho esse episódio final da série. Como foi antecipado no episódio anterior Eddie Lane decidiu contar tudo sobre o passado, as origens dessa nova religião, só que na hora H um tiro é ouvido no meio dos seguidores. É Lilith portando uma arma. Ela tenta atirar em Eddie, mas acaba acertando na própria filha. Uma tragédia. Vera não resiste e morre. Com isso Eddie acaba não revelando os podres do caminho. E Cal suspira aliviado, até porque o que ele iria fazer da vida sem aquela comunidade religiosa? Logo ele que havia sido abusado, ainda criança, por Steve, o fundador. Um episódio morno fechou a série. Esperava por mais. De qualquer forma eu gostei dessa série que ainda segue pouco conhecida em nosso país. Uma pena. / The Path 3.13 - Blood Moon (Estados Unidos, 2018) Direção: Phil Abraham / Roteiro: Jessica Goldberg / Elenco: Aaron Paul, Michelle Monaghan, Freida Pinto.

Pablo Aluísio.