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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

As Irmãs Romanov

As Irmãs Romanov
Depois de alguns meses lendo esse excelente livro histórico finalmente cheguei ao seu final. O título pode enganar, já que não é apenas a história das irmãs Olga, Tatiana, Maria e Anastásia, as filhas de Nicolau II. O livro traz uma visão bem mais ampla, mostrando em detalhes o casamento de seus pais, o problema de saúde do filho mais novo, herdeiro do trono, o pequeno Alexei e também o envolvimento do guru Raspudin dentro da corte imperial. Tudo muito bem escrito, em linguagem acessível e que prende realmente a atenção do leitor. É um livro agradável de se ler.

Essa família imperial Romanov provavelmente seria mais uma na longa história da dinastia que reinou na Rússia por mais de 300 anos. O problema é que eles seriam os últimos no poder. Foram engolidos em cheio pela revolução russa que não deixou pedra sobre pedra do antigo regime. A questão política obviamente é explorada, mas o foco do livro muitas vezes internaliza dentro da intimidade do núcleo familiar. A imperatriz era neta da grande rainha Vitória da Inglaterra. Alexandra era uma mulher tímida e muito reservada e isso não ajudou na manutenção do trono imperial russo. Ela isolou sua família da própria corte russa. Eles viviam nos palácios praticamente isolados e esse isolamento foi um fator de distanciamento do imperador dos demais nobres.

É um livro muito bom em minha opinião, que praticamente desvenda em detalhes a vida dessa última família imperial, entretanto não é isento de falhas. A maior falha, ao meu ver, vem do capítulo final. Como se sabe a família Romanov foi executada por fuzilamento. Talvez por ter sido algo brutal demais, a autora apenas cita indiretamente a morte deles. Há claramente um certo pudor em relatar aquele triste evento. De qualquer forma mesmo essa superficialidade final não atrapalha o livro em seu conjunto. Olhando para o todo, trata-se realmente de uma obra literária acima da média.

Pablo Aluísio.

7 comentários:

  1. O único contato que eu tive com o literatura russa foi o Dostoievski (Crime e Castigo). Eu nasci em 1961 em fui treinado em odiar quaisquer coisas que fossem russas, seja o que fosse. Portanto isso me fez um ignorante em tudo que se refere ao povo russo. Tudo que sei são as ideias mastigadas pela filosofia capitalista ocidental e fatos históricos relacionados as duas guerras mundiais.

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  2. O mais importante e interessante desse seu pensamento Serge é que você tem plena consciência disso. Você é uma pessoa inteligente. Somente pessoas inteligentes fazem uma auto análise como essa que você fez.

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  3. Eu gosto bastante de literatura russa. Esse povo tem muito a ensinar pelas experiências históricas pelas quais passou. Poucos povos sofreram tanto quanto o povo russo. E eles sobreviveram a tudo isso.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Pablo:
    Hoje faz 44 anos que o Elvis morreu. Eu me lembro desse dia como se fosse hoje. Afinal, quem diria que o sujeito que redefiniu o sinônimo do que é ser jovem, pudesse morrer?

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