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terça-feira, 31 de agosto de 2021

Mindhunter - Segunda Temporada

Assisti a primeira temporada e gostei bastante. Agora começo a ver essa segunda temporada que chegou aos fãs da série em agosto de 2019. São nove episódios no total. A série mostra a história real da criação da unidade de ciência comportamental do FBI. A intenção era entrevistar psicopatas e criminosos violentos em prisões dos Estados Unidos para a elaboração de um perfil psicológico que seria usado a partir daí para capturar novos assassinos em série. Os episódios se passam na década de 1970, quando essa unidade ainda estava sendo formada, ganhando consistência. Inicialmente com apenas quatro pessoas. Segue abaixo meus comentários sobre cada episódio assistido.

Mindhunter 2.01
O agente Holden Ford está se recuperando de um grande stress que sofreu nos primeiros meses de funcionamento de sua unidade. Ele teve ataques de pânico depois que rompeu com sua namorado e quase foi atacado por um serial killer em um hospital. Agora de volta à ativa ele descobre que há um novo superior no FBI que vai coordenar os trabalhos da unidade de ciência comportamental. A boa notícia é que o novo diretor está empolgado com o grupo, acreditando muito no trabalho dos agentes. Ele inclusive tira todos do chamado "porão" onde eles estavam trabalhando para novos escritórios, bem mais amplos e com mais comodidade. O que Ford não esperava era levar uma dura do ex-diretor que o culpa por ter sido aposentado antes da hora por causa dos supostos excessos da unidade cometidos no passado. Um jogo de corporativismo e cartas marcadas. / Mindhunter - Episode #2.1 (Estados Unidos, 2019) Direção: David Fincher / Roteiro: Doug Jung / Elenco: Jonathan Groff, Holt McCallany, Anna Torv.

Mindhunter 2.02
Excelente episódio que traz dos dois serial killers mais infames da história dos Estados Unidos. Estou me referindo ao Filho de Sam e ao BTK. Na época os dois agentes do FBI começaram a investigar os assassinatos cometidos por BTK. A polícia estava sem pistas. Ele era do tipo ousado, que mandava cartas para a imprensa para se gabar de seus crimes violentos. Então o FBI decidiu que era hora de falar pessoalmente com outro assassino serial muito famoso na época, o Filho de Sam, que havia colocado a cidade de Nova Iorque em pânico com seus crimes. Esse sujeito era tão maluco que dizia que um demônio havia possuído o cachorro de seu vizinho e ordenado que ele cometesse todos os seus crimes. Só que, conforme vemos na entrevista, nem ele mesmo acreditava muito nessa história. Pura balela! Um dos melhores episódios da série, não deixe de assistir. / Mindhunter 2.02 (Estados Unidos, 2019) Direção: David Fincher / Roteiro: Joe Penhall / Elenco: Katherine Banks, Sonny Valicenti, Holt McCallany. 

Mindhunter 2.03
Dessa vez o agente Ford viaja sozinho. Ele tem dois assassinos seriais para entrevistar. O primeiro deles é um escroque de primeira linhagem. O cara mente mais do que pode perceber. Uma mentira atrás da outra. Nega todos os crimes, inventa teorias da conspiração, diz que foi armadilha policial contra ele. A única coisa que não resiste são doces. Ofereça alguns doces e o condenado começa a falar, sem parar. O segundo entrevistado é um serial killer negro. Ele matou várias garotas. Esse, coitado, não consegue engatar uma ideia coerente atrás da outra. Fica claro desde o começo que é um doente mental. Provavelmente seja débil mental ou retardado. Ele sequer consegue ter plena consciência dos crimes que cometeu. Em suas palavras tudo acaba soando morbidamente normal! Um assassino insano ou um insano assassino. Faça sua escolha! / Mindhunter 2.03 (Estados Unidos, 2019) Direção:  David Fincher / Roteiro: Joe Penhall, John Douglas / Elenco: Patrick Jordan, Sonny Valicenti, Holt McCallany. 

Mindhunter 2.04
Nesse episódio temos uma situação delicada. Pela primeira vez a psicóloga do grupo de pesquisas do FBI comparece para entrevistar um criminoso condenado. E isso é por demais perigoso, afinal muitos desses psicopatas eram violentos justamente com as mulheres, suas vítimas eram mulheres e não raras vezes sua psicopatia nascia de algum trauma psicológico de origem sexual. Mesmo assim, com todos os riscos, ela se sai bem. Aliás se sai bem melhor do que seu colega, que fica praticamente mudo na entrevistas. E onde foram parar os dois agentes principais do programa? Foram para o sul, participar das investigações de um predador sexual que matou diversas crianças em vários estados. / Mindhunter 2.04 (Estados Unidos, 2019) Direção: Andrew Dominik / Roteiro: Joe Penhall / Elenco: Matthew Southers Jr, Rashad Terry Freeman Jr, Carl Hendrick Louis. 

Mindhunter 2.05
Esse é o tão aguardado episódio em que os agentes do FBI vão entrevistar Charles Manson, o lider de um grupo de hippies que cometeram crimes bárbaros nos anos 60, sendo o assassinato da atriz Sharon Tate o mais infame deles. Ela estava grávida e mesmo assim eles a esfaquearam. Manson não participou ativamente dos crimes, mas foi o autor intelectual deles. Na prisão se apresenta aos agentes como uma espécie de "louco genial", com posturas desafiadoras, contando uma outra versão dos fatos. Para ele aqueles assassinos eram filhos rejeitados da classe média americana. E ele apenas abriu as portas da podridão da própria sociedade. E no final ele chega a autografar um livro sobre ele com a seguinte dedicatória: "Enquanto vocês dorme, eu sigo destruindo o mundo". Pois é, além de louco criminoso ele era também um egomaníaco sem limites! Excelente episódio, o melhor até aqui! / Mindhunter 2.05 (Estados Unidos, 2019) Direção: Andrew Dominik / Roteiro: Joe Penhall, John Douglas / Elenco: Sonny Valicenti, Holt McCallany, Stacey Roca. 

Mindhunter 2.06
Os crimes em Atlanta continuam. Crianças negras são encontradas mortas em diversas localidades. A forma das execuções sugerem perfeitamente que há um serial killer agindo naquela região. O agente Ford acredita ser o assassino um homem negro pois as crianças parecem ter entrado em seu carro sem resistência, o que leva a crer que elas não teriam medo dele, por causa de uma suposta familiaridade. Os policiais locais porém não acreditam nisso. Alguns suspeitam que grupos racistas estejam envolvidos com os crimes. Qual seria afinal a verdade? E o agente Bill também tem problemas, mas de cunho familiar. O seu filho, um garoto autista, começa a piorar em seu comportamento. Tudo vai ficando mais complicado depois que ele participou da morte de um garoto. Estaria nascendo ali uma personalidade psicopata?  / Mindhunter 2.06 (Estados Unidos, 2019) Direção: Carl Franklin / Roteiro: Joe Penhall, John Douglas / Elenco:     Sonny Valicenti, David Docobo, Jonathan Groff. 

Mindhunter 2.07
Seguem as buscas para encontrar o assassino de 19 crianças negras. E a situação só piora. Um homem é levado para interrogatório. É um encanador e é suspeito, só que enquanto está prestando seu depoimento para os policiais um novo crime é cometido. Ele não é o assassino. A população negra da região começa a se revoltar. Muitos acusam os membros da Ku Klux Klan, afirmam que estão envolvidos, mas não há provas sobre isso. A situação vai ficando pior a cada dia, aumentando a pressão sobre o prefeito e os policiais. Para o agente Holden Ford todos estão errados, simplesmente porque não estão seguindo os perfis psicológicos coletados pelo FBI. O problema é que ninguém parece dar ouvidos a ele. / Mindhunter 2.07 (Estados Unidos, 200 ) Direção: Carl Franklin / Roteiro: Joe Penhall, John Douglas / Elenco: Holt McCallany, Jonathan Groff, Trey Teufel. 

Mindhunter 2.08
As crianças mortas continuam aparecendo em Atlanta. Todas pobres e negras. A tensão racial na cidade só aumenta, afinal aquele é o sul dos Estados Unidos, bem conhecido por seu racismo. Os policiais começam a ficar meio desesperados. A solução então passa a ser colocar viaturas com policiais em locais estratégicos, perto de rios, pois nesses lugares praticamente todas as crianças foram encontradas. No começo a vigilância não dá em nada, mas praticamente no último dia eles descobrem que alguém jogou um corpo de uma das pontes e encurralam o suspeito. Seria mesmo ele o assassino, o psicopata, o serial killer que tanto procuram há meses? A resposta fica para o próximo episódio como bem sugere a cena final. / Mindhunter 2.08 (Estados Unidos, 2019) Direção: Carl Franklin / Roteiro: Carl Franklin / Elenco: Holt McCallany,  Megan Brautigam. 

Mindhunter 2.09
Infelizmente a série acabou aqui. Veio a pandemia, a terceira temporada foi suspensa e depois cancelada. Com isso a série, que era tão boa, chegou ao seu final. E como foi seu final? Bom, pegaram um forte suspeito de ter matado as crianças negras, um sujeito que se fazia passar por descobridor de talentos. Assim atraía as crianças. Só que nesse roteiro aconteceu algo curioso. O suspeito era de acordo com o perfil do FBI e tudo mais, entretanto o agente Ford fica com uma pulguinha atrás da orelha, nunca se convencendo totalmente da autoria de todos os crimes. Pior se torna o final para oa gente Billy. Ele chega em casa e a encontra vazia. A esposa, pelo visto, não aguentou a barra de criar um filho adotivo autista e foi embora. Um triste final para ele. / Mindhunter 2.09 (Estados Unidos, 2019) Direção: Carl Franklin / Roteiro: Joe Penhall / Elenco: Shane McNair, Jonathan Groff, Holt McCallany.

Pablo Aluísio.

Coyote

Nova série que está na plataforma GloboPlay. O protagonista é uma guarda de fronteira entre Estados Unidos e México. Região perigosa, cheia de crimes, muito por causa da imigração ilegal. Bandos de "Coiotes" (como são chamados os criminosos que atravessam ilegais pela fronteira) atuam em toda a extensão da divisa entre os dois países. A série inicialmente terá apenas 7 episódios em sua temporada inicial. A produção foi problemática, por causa da pandemia. Conforme for assistindo irei colocando aqui as resenhas de cada episódio. Adianto que gostei do episódio piloto. Segue abaixo as demais avaliações.

Coyote 1.01 - Call of the Void
Ben Clemens (Michael Chiklis) é um guarda da fronteira. Sujeito durão, sempre disposto a pegar imigrantes ilegais e coiotes em geral. Durante uma ronda ele, por mero acaso, acaba descobrindo um túnel enorme debaixo do banheiro de um posto de gasolina. Mais de 10 metros de profundidade. Ao entrar dentro daquele buraco descobre um grupo de imigrantes mexicanos tentando chegar nos Estados Unidos de forma ilegal. E o tempo logo fecha entre o policial americano e os membros da quadrilha. O pior porém vem depois quando ele acaba se envolvendo numa confusão com uma mulher mexicana e seu companheiro, um capanga de um cartel de drogas. A situação obviamente fica tensa a ponto dele temer até mesmo por sua vida. Bom episódio inicial, até me animou para continuar acompanhando a série./ Coyote 1.01 - Call of the Void (Estados Unidos, 2021) Direção: Michelle MacLaren / Roteiro: Michael Carnes / Elenco: Michael Chiklis, Cynthia Kaye McWilliams, Juan Pablo Raba. 

Coyote 1.02 - Silver or Lead
Tecnicamente é mais do que complicado atravessar um deserto como o que separa os Estados Unidos do México. E é justamente isso que faz o guarda da fronteira com a imigrante que ele tenta salvar a vida. Em seu encalço, o perseguindo, vai um grupo de sicarios mexicanos. Se encontrarem as ordens são claras: matar o tira e se possível salvar a garota, até porque ela está grávida de um dos criminosos. Uma situação mais do que delicada. Esse episódio também serve como gancho para todos os demais, uma vez que o policial é coagido a partir de agora a trabalhar para eles. Será que ele vai ceder mesmo e começar a trabalhar para bandidos? Seria uma mudança e tanto. Complicado. / Coyote 1.02 - Silver or Lead (Estados Unidos, 2021) Direção: Michelle MacLaren / Roteiro: Michael Carnes / Elenco: Michael Chiklis, Juan Pablo Raba, Adriana Paz. 

Coyote 1.03 - Sin of Origin
O policial americano da fronteira Ben Clemens (Michael Chiklis) fica preso no México. Ele está sem dinheiro, cercado por homens violentos de um cartel de drogas. O que fazer? Ele arranja um pouco de dinheiro com a dona daquele pequeno restaurante e até consegue alugar um avião para atravessar a fronteira, mas é tudo em vão. O avião pertencia aos traficantes. Ele fica nas mãos do chefe do cartel depois que ele mata o atual marido de sua ex-mulher. Uma situação desesperadora. Nesse episódio também temos um pequeno flashback, quando Clemens atira em que jovem pensando que ele estava puxando uma arma - só que na verdade era seu celular! Um erro que custou uma vida, a vida de um jovem, com toda a vida pela frente... / Coyote 1.03 - Sin of Origin (Estados Unidos, 2021) Direção: Guy Ferland / Roteiro: Michael Carnes / Elenco: Michael Chiklis, Juan Pablo Raba, Adriana Paz. 

Coyote 1.04 - Juan Doe
Como libertar um prisioneiro, um imigrante ilegal que agora se encontra detido no posto da fronteira? Para o ex-policial aposentado ele vai ter que dar um jeito. Afinal agora deve favores e precisa fazer alguns "servicinhos" para o cartel mexicano de drogas da região. Então ele volta a vestir seu uniforme, finge que ainda está na ativa e entra na detenção em busca do tal sujeito. Claro que algo assim, se descoberto, vai lhe trazer muitos problemas. Talvez ele seja até preso, afinal se trata de um crime federal. De qualquer forma a coisa acaba acontecendo, mas deixa dois policiais mortos em uma estrada deserta. O ex-tira assim acaba cruzando uma linha que jamais poderia ser ultrapassada. Coisas terríveis pela frente. / Coyote 1.04 - Juan Doe (Estados Unidos, 2021) Direção: Guy Ferland / Roteiro: Michael Carne / Elenco: Michael Chiklis, Juan Pablo Raba, Adriana Paz. 

Coyote 1.05 - King Tide
A série já demonstra sinais de problemas nos roteiros. Não se sabe mais para onde ir. Em minha opinião erraram. Deveria ser uma boa série policial sobre um membro da polícia da fronteira entre Estados Unidos e México. Assunto não iria faltar. Mas aí decidiram que esse mesmo policial veterano iria trabalhar para o mundo do crime, para um cartel mexicano de tráfico de drogas. Aí a coisa desandou mesmo. Provavelmente não seguirei assistindo a série. Acho que ela entrou em um beco sem saída. Nesse episódio surgiu um antigo colega do protagonista que agora é um agente especial. Acho que tentaram consertar a série tarde demais. Por fim uma informação importante: só foram produzidos seis episódios até o momento e ninguém sabe se a série vai continuar ou não. Vamos aguardar. / Coyote 1.05 - King Tide (Estados Unidos, 2021) Direção: Stephen Kay / Roteiro: Michael Carnes / Elenco: Michael Chiklis, Juan Pablo Raba, Adriana Paz.

Coyote 1.06 - Plaza De Nada
A série foi suspensa nesse sexto episódio da primeira temporada. A razão foi a pandemia. Vai voltar? Terá novos episódios? Até agora não se sabe ao certo. De minha parte vou ficando por aqui mesmo. Não vou continuar a ver se houver novos episódios. E o que acontece nesse suposto final da série Coyote? É curioso porque os roteiristas deram um jeito de meio que fechar a história. Talvez previssem que não haveria mais nada pela frente. Foi uma boa decisão. E o que acontece? Basicamente Ben Clemens (Michael Chiklis) consegue autorização do cartel de drogas mexicano e volta aos Estados Unidos. Uma vez de volta ao seu país natal as coisas complicam. Ele é preso pelos próprios ex-parceiros da polícia. Em troca de uma pena mais leve propõe um acordo e se oferece para entregar o que sabe. Com isso a série chegou ao seu, digamos, "final provisório", vamos colocar nesses termos. Então é isso. Não sei vocês, mas eu vou dando bye bye. Nao vou seguir em frente mesmo se houver mais episódios, como já frisei. No meu caso é o fim da linha para essa série. / Coyote 1.06 - Plaza De Nada (Estados Unidos, 2021) Direção: Stephen Kay / Roteiro: Josh Gilbert / Elenco: Michael Chiklis, Juan Pablo Raba.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Belgravia

Comecei a assistir essa nova série que está disponível na plataforma GloboPlay. Logo no começo do episódio piloto o espectador é transportado para Bruxelas. Napoleão Bonaparte marcha com seu exército em direção à cidade belga. Os ingleses se preparam para enfrentar os franceses em Waterloo, naquela que seria a última batalha de Napoleão. Apesar do clima de guerra, os nobres ainda aproveitam uma última noite antes do conflito, em um requintado baile. Sophia Trenchard (Emily Reid) é a jovem apaixonada pelo filho de um rico Duque inglês, de Brockenhurst. Só que ela é filha de um simples mercador e dentro de uma sociedade baseada em castas sociais soaria improvável que um dia se casaria com ele. Entretanto naquele último baile antes da chegada de Napoleão, tudo poderia ser possível.

Desde a abertura percebemos que "Belgravia" tenta seguir a fórmula de outra série de época de sucesso, "Downton Abbey". Tudo remete para a outra série, inclusive a trilha sonora incidental, a estrutura dos roteiros, etc. Não que isso seja um defeito, é apenas a reedição de uma fórmula que deu sucesso. Deixando esse aspecto de lado devo dizer que o roteiro, pelo menos desse episódio piloto, me soou um pouco apressado demais. Há uma certa ansiedade de fisgar o espectador, em razão disso as coisas acontecem rápido demais, se acumulam em excesso. Penso que séries como essa precisam de um melhor desenvolvimento, algo mais temperado. Pelo menos nesse aspecto o roteiro dessa nova série não conseguiu reproduzir "Downton Abbey".

Belgravia (Inglaterra, 2020) Direção: John Alexander / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Tamsin Greig, Emily Reid, Rebecca Callard, Matthew Canny / Sinopse: Série inglesa que conta a história de uma família burguesa, de ricos comerciantes, que tem um segredo a esconder de seu passado, com o envolvimento de uma de suas jovens com o filho de um Duque na nobreza britânica.

Pablo Aluísio. 


Episódios comentados - Primeira Temporada:

Belgravia 1.02
Eu reclamei do primeiro episódio por entender que as coisas aconteceram de forma muito acelerada. Nesse segundo episódio as coisas melhoram. Já não há tanta pressa para se contar a história e isso definitivamente é um ponto positivo. O fato principal é que o menino, fruto daquela gravidez indesejada em temos de guerras napoleônicas sobreviveu. Se tornou um rapaz esforçado que trabalha no ramo de vendas de algodão. Imagine sua surpresa quando recebe sem esperar a visita de uma nobre senhora. Ele não sabe, mas ela é sua avó. Ela já sabe da verdade. Ele é o único herdeiro do ducado de Brockenhurst que pertence ao seu avô, que ele sequer conhece. E tudo será dado a ele em herança. Ele recebe o inesperado convite para uma elegante festa na mansão do Duque de Brockenhurst e aceita, sem nem desconfiar o que está por vir. Bom episódio, gostei realmente. Agora estou mais animado para seguir assistindo a série. / Belgravia 1.02 (Estados Unidos, 2020) Direção: John Alexander / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Tamsin Greig, Gary Lilburn, Philip Glenister.

Belgravia 1.03
O jovem que comercializa algodão é o neto do Duque de Brockenhurst. Único que ele tem. E todos em Londres ficam intrigados pela aproximação da Duquesa para com ele. A avó, que ainda não se revelou, decide financiar seus negócios, o convida para festas e tudo mais. O irmão do Duque de Brockenhurst, um sujeito que deve muitas dívidas de jogos coloca seu filho para descobrir tudo. A perda da fortuna para um neto recentemente descoberto seria a pior coisa que poderia acontecer. Estou gostando da série. Seu estilo de folhetim é sem dúvida dos melhores, para quem curte esse tipo de enredo certamente vai apreciar. / Belgravia 1.03 (Estados Unidos, 2020) Direção: John Alexander / Roteiro: John Alexander / Elenco: Philip Glenister, Tamsin Greig,mAlice Eve.

Belgravia 1.04
O sobrinho da Duquesa de Brockenhurst começa a colher mais informações sobre o preferido de sua tia. Um sujeito que ninguém conhecia, mas que de uma hora para outra se tornou seu protegido. Ela é na verdade sua avó, mas nada foi ainda revelado. E o irmão do Duque precisa correr contra o tempo. Devendo dívidas de jogo com uma turma da pesada, ele precisa arranjar o dinheiro. Seus bens pessoais já foram quase todos vendidos, restando pouca coisa. O Duque de Brockenhurst, em gesto de nobreza, entretanto volta atrás. Com receios que seu irmão seja morto por esses credores ele decide pagar parte de suas dívidas de jogo. E o jovem comerciante de algodão precisa se decidir se vai se atirar de corpo e alma em um novo romance que bate a porta. Justamente a namorada oficial do sobrinho da Duquesa, que agora está ficando para trás pois a jovem moça está se apaixonando pelo preferido dela. E agora, o que vai acontecer? Assista aos próximos episódios. / Belgravia 1.04 (Inglaterra, 2020) Direção: John Alexander / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: James Fleet, Adam James, Conor Lovett.

Belgravia 1.05
Todos os esforços que John Bellasis fez para descobrir as verdades e os segredos de Charles Pope começam a dar certo. Ele descobre alguns podres do passado do jovem vendedor de algodão. Também tira a sorte grande quando tem acesso a informações preciosas sobre ele. Tudo descoberto através de subornos e propinas dadas aos empregados e ao mordomo de uma pessoa em especial. Já Lady Maria Grey está mais do que decidida. Não quer se casar de jeito nenhum com John Bellasis. Ela ama mesmo Charles Pope! Por fim, diante de tantas pressões, fofocas e boatos que se espalham por Londres, a Duquesa de Brockenhurst levanta a hipótese de contar para todo mundo que Pope é na realidade seu neto. Ele foi fruto de um breve, mas marcante, relacionamento entre seu filho (que morreu em uma batalha contra Napoleão) e a bela Sophia. Inclusive os pais de Sophia pensam em aceitar tudo, mas ficando mais na cautela, sem envolvimento maior, para evitar escândalos na sociedade. E como termina a série Belgravia? Bom, só veremos tudo na próximo episódio, o último da série. Até lá! / Belgravia 1.05 (Inglaterra, 2020) Direção: John Alexander / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Paul Ritter, Philip Glenister, Richard Goulding. 

Belgravia 1.06
E assim chegamos no último episódio da série "Belgravia". E o que acontece no último episódio? Bom, John Bellasis descobre que Pope é o verdadeiro neto da condessa! E o que significa isso para ele, pessoalmente falando? Significa que ele ficará sem a herança do conde, ou seja, seu futuro cai por terra. Pobreza e ruína financeira o esperam. E nesse momento de desespero ele decide matar Pope. Apenas a morte dele garantirá seu futuro. E assim ele tenta, mas fracassa. Pope sobrevive, mesmo sendo jogado de uma ponte. Após esse evento sinistro finalmente as coisas caminham em direção a um final feliz. Pope é reconhecido publicamente por seus avós, o Conde e a Condessa de  Brockenhurst. A cena final é de seu casamento com a mulher que ama. Um final mais do que adequado para quem acompanhou essa minissérie ao estilo folhetim. / Belgravia 1.06 (Inglaterra, 2020) Direção: John Alexander / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Philip Glenister, Ian Attard, Stephen Chapman.

Pablo Aluísio.

The Boys - Segunda Temporada

The Boys - Segunda Temporada
Estou começando a assistir a segunda temporada de "The Boys" e isso é até interessante porque eu pensei seriamente em largar a série lá pelo meio da primeira temporada. Entretanto os episódios foram melhorando, ficando mais bem roteirizados, com situações mais, digamos, "ácidas" e isso reacendeu meu interesse pela série. Além disso o episódio final da temporada 1 terminou com um gancho que me deu curiosidade em saber o que iria acontecer. Então cá estou eu vendo a segunda temporada. Chegarei ao final? Depende da qualidade dos episódios, vamos ver. Abaixo deixo meus comentário sobre os episódios assistidos.

The Boys 2.01 - The Big Ride
Esse primeiro episódio da segunda temporada foi menos interessante do que pensava. A situação envolvendo o Capitão Pátria, Billy Butcher e sua ex-esposa (que ele pensava que estava morta) fica ainda sem explicação. Apenas na cena final quando Butcher reaparece ficamos com uma certa surpresa. Só que no final das contas ele ainda não explica o que realmente aconteceu (penso que essa explicação do roteiro virá nos próximos episódios, quem sabe...). A Luz Estrela continua seu namorico com o carinha que faz parte do grupo de Butcher. Essa personagem é uma boa sacada da série. Ela é aquele tipo de garota que foi muito reprimida pela religião protestante quando era criança, sempre com medo e culpa por todos os lados, por parte de sua mãe, etc. Essas pessoas geralmente acabam explodindo quando desfrutam de uma certa liberdade. Pelo visto é justamente o que está acontecendo com ela. A liberdade faz bem para a alma humana! / The Boys 2.01 - The Big Ride (Estados Unidos, 2020) Direção: Philip Sgriccia / Roteiro: Eric Kripke / Elenco: Karl Urban, Antony Starr, Erin Moriarty. 

The Boys 2.01 - Proper Preparation and Planning
O Trem Bala já sacou tudo sobre Luz Estrela. Sabe que ela está armando com seu namoradinho. Descobre inclusive que ela pegou amostras do componente V. Só que ele também tem esqueletos no armário, principalmente envolvendo a morte de sua namorada. E o Capitão Pátria? Misto de mau caráter com psicopata, ele retorna para tentar ter uma relação com seu filho, apenas um garoto. Sua aproximação deixa a mãe nervosa, já que ela sabe que ele pode ser capaz de tudo, até das piores atrocidades. Já Billy Butcher ainda tenta entender o que lhe aconteceu desde que o Capitão Pátria o levou para ver sua esposa viva, que ele acreditava que estava morta. Tudo muito confuso. Na dúvida ele segue perseguindo os super-heróis, que tanto odeia. / The Boys 2.01 - Proper Preparation and Planning (Estados Unidos, 2020) Direção: Liz Friedlander / Roteiro: Rebecca Sonnenshine / Elenco: Karl Urban, Jack Quaid, Antony Starr. 

The Boys 2.03 - Over the Hill with the Swords of a Thousand Men
Nessa altura da série já ficou claro para todos que os super-heróis são todos uns cretinos, uns boçais, em especial o Capitão Pátria que agora colocou na cabeça que quer ensinar o filho a ser um homem. Para o herói com a bandeira dos Estados Unidos na capa, o garoto está virando um verdadeiro "filhinho de mamãe". Então decide jogar ele de cima da casa para ver se ele voa... não voa e cai de cara no chão! Teria mesmo super poderes ou não? Pelos olhos vermelhos de raio-x é bem possível que sim. No outro grande momento do episódio o Profundo decide usar uma grande baleia cachalote para pegar Bluto e sua turma. Não dá muito certo... / The Boys 2.03 - Over the Hill with the Swords of a Thousand Men (Estados Unidos, 2020) Direção: Steve Boyum / Roteiro: Craig Rosenberg / Elenco: Karl Urban, Jack Quaid, Antony Starr. 

The Boys 2.04 - Nothing Like It in the World
O Capitão Pátria apronta mais uma. Ele, durante uma entrevista na TV ao vivo, revela que sua colega dos sete é lésbica! Isso mesmo, ela escondeu por anos sua orientação sexual, o que mais uma vez enfureceu o Capitão Pátria que para falar a verdade está irado com praticamente todos os membros dos super-heróis. Ninguém pode brilhar mais do que ele, chamar mais a atenção da imprensa. Afinal ele é um líder. E a nova integrante do grupo parece que não é nova coisa nenhuma. Ela pode ter sido uma antiga heroína que matou um homem negro no passado. Racista e violenta, além de egocêntrica, ela parece esconder muita coisa. E já está em rota de colisão contra quem? Sim, ele mesmo, o Capitão Pátria, o super ego do grupo. / The Boys 2.04 - Nothing Like It in the World (Estados Unidos, 2020) Direção: Frederick E.O. Toye / Roteiro: Michael Saltzman / Elenco: Karl Urban, Jack Quaid, Antony Starr. 

The Boys 2.05 - We Gotta Go Now
The Boys é uma porrada nesse universo de super-heróis. Todos os "supers" da série são sujeitos altamente escrotos e de péssima índole. Nesse episódio os caras ficam encurralados em uma casa, cercado pelo tal de Black Noir. Esse personagem é uma ironia em cima do Batman. Um herói que nunca diz uma palavra, que não interage com os demais, que não parece ter vida própria ou história pessoal. O menos desenvolvido de todos eles, obviamente uma escolha do roteiro para satirizar mesmo o personagem Batman de quem sabemos tanto, não é mesmo? Pois nesse episódio ele encurrala todo mundo, mas no último segundo libera geral. Por qual razão? Ora, por ordens do chefão da empresa que controla os heróis. Afinal todos são apenas peças de um grande tabuleiro. / The Boys 2.05 - We Gotta Go Now (Estados Unidos, 2020) Direção: Batan Silva / Roteiro: Ellie Monahan / Elenco: Karl Urban, Jack Quaid, Antony Starr. 

The Boys 2.06 - The Bloody Doors Off
Esse episódio é muito bom porque explica melhor de onde vieram todos esses "super-heróis" dessa estranha empresa que deu uma espécie de produto químico quando eles eram bebês, transformando todos em figuras com poderes absurdos. Há uma espécie de instituição mental para onde foram todos os que enlouqueceram com esses poderes. E a Tempesta - que é a primeira heroína da trupe - conta sua história para o Capitão Pátria. Ela foi uma mulher do nazismo, nascida na década de 1910. Durante o III Reich várias experiências com um cientista nazista foram realizadas. Ela tomou aplicações dessa droga, se tornando uma mulher com poderes incríveis. Só que na mentalidade ainda resiste a velha ideologia do ariano, do homem branco superior, das demais raças inferiores. Um episódio muito bom e muito esclarecer sobre as origens de todo esse universo. / The Boys 2.06 - The Bloody Doors Off (Estados Unidos, 2020) Direção: Sarah Boyd / Roteiro: Anslem Richardson / Elenco: Karl Urban, Jack Quaid, Antony Starr. 

The Boys 2.07 - Butcher, Baker, Candlestick Maker
O Capitão Pátria e sua namorada, a nazista Tempesta, estão querendo tomar conta de vez do filho dele. E isso significa deixar sua mãe natural de lado. Afinal os dois querem transformar o garoto (que tem super poderes) em um verdadeiro futuro herói fascista. Tudo de acordo com a ideologia nazi que Tempesta tanto ama! A Luz Estrela é capturada na base dos sete, mas consegue fugir, até mesmo com a ajuda de uma delas - quem diria! Já na convenção do congresso que começa a investigar os super-heróis a coisa desanda de uma vez e da forma mais violenta que se possa imaginar. Começam a explodir todas as cabeças dos envolvidos - por mais estranho e absurdo que isso tudo pode parecer. / The Boys 2.07 - Butcher, Baker, Candlestick Maker (Estados Unidos, 2020) Direção: Stefan Schwartz / Roteiro: Craig Rosenberg / Elenco:  Karl Urban, Jack Quaid, Antony Starr. 

The Boys 2.08 - What I Know
Como termina a série The Boys? Ou melhor dizendo, como termina essa segunda temporada? O foco central se concentra no Capitão Pátria que deseja dominar completamente o filho ao lado de sua namorada Tempesta. Só que os rapazes estão querendo mesmo é destruir com os super-heróis desse estranho universo. O passado nazista de Tempesta chega ao grande público. Ela fica irada. Tudo foi obtido através do Trem Bala que já entendeu que ela sempre iria sabotar sua volta aos sete. Afinal ele é negro e ela é uma racista desgraçada. Com ajuda de Maeva, do Luz Estrela e de outros, a Tempesta acaba levando uma grande surra, mas só morre mesmo (quem diria...) quando o filho do Capitão Pátria a destrói para salvar sua mãe da morte. Depois disso o Capitão Pátria tenta novamente colocar as mãos no seu filho, mas Maeva o ameaça. Se ele fizer qualquer coisa com o garoto ela vai divulgar o vídeo dele no avião caindo, quando se recusou a salvar a vida de pessoas inocentes. O episódio assim termina com várias vitórias do grupo contra o escroto do Capitão Pátria, mas esse ainda não se dá por vencido. O que acontecerá a seguir? Só nos resta esperar pela terceira temporada (se ela for produzida, claro!) / The Boys 2.08 - What I Know (Estados Unidos, 2020) Direção: Alex Graves / Roteiro: Rebecca Sonnenshine, Eric Kripke / Elenco: Karl Urban, Jack Quaid, Antony Starr.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de agosto de 2021

Ninfomaníaca: Volume 1

O diretor Lars von Trier decidiu fazer dois filmes dessa história. Esse primeiro começa quando um senhor mais velho chamado Seligman (Stellan Skarsgård) encontra uma mulher, conhecida como Joe (Charlotte Gainsbourg), caída no chão, no meio da rua, machucada. Ele prontamente se oferece para ajudá-la. Pensa em chamar uma ambulância ou a polícia, mas ela recusa. Ao invés disso ele o leva para casa, para tomar chá e se recuperar. Então Joe começa a contar sua história. Desde quando era garotinha sua sexualidade era fora dos padrões. Depois quando veio a puberdade ela se atirou em uma vida promíscua. Fazia apostas com a amiga, sobre quem iria transar com mais homens em um trem e coisas do tipo. Com o tempo a coisa só piorou. Ela começou a transar com qualquer homem que surgisse pela frente. Homens mais novos, mais velhos, solteiros, casados, todos se tornavam seu alvo.

E claro, um comportamento como esse, também sempre traz problemas como quando a esposa de um de seus amantes apareceu em seu apartamento com três filhos pequenos para fazer uma cena constrangedora. Esse filme foi criticado em seu lançamento por causa das fortes cenas de sexo, mas ao meu ver essa é uma leitura superficial. Na verdade Lars apostou muito mais no aspecto emocional e psicológico de sua protagonista. Tanto isso é verdade que sua escalada de sexo e promiscuidade acontece na mesma proporção em que ela vai perdendo seu prazer real. Vai ficando insensível ao longo do tempo, como se fosse uma viciada em drogas, até porque queiram ou não há mesmo muitas semelhanças entre esse e o vício em sexo. Assim, olhando sob esse ponto de vista, gostei do filme e pretende ver o segundo. Não costumo me decepcionar com os filmes de Lars von Trier.

Ninfomaníaca: Volume 1 (Nymphomaniac: Vol. I, Dinamarca, Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra, 2013) Direção: Lars von Trier / Roteiro: Lars von Trier / Elenco: Charlotte Gainsbourg, Stacy Martin, Stellan Skarsgård, Shia LaBeouf, Christian Slater, Uma Thurman / Sinopse: Mulher ninfomaníaca começa a destruir a vida dos homens com quem mantém relações amorosas. Aos poucos sua vida também vai se desmoronando por causa de seu comportamento promíscuo e sem limites.

Pablo Aluísio.

Os Subterrâneos da Noite

Leo Percepied (George Peppard) sonha ser escritor, mas as coisas não andam nada bem para ele. Morando com a mãe, que trabalha como enfermeira, ele vê os anos passando e nada acontecendo em sua vida. Está estagnado. Para esfriar um pouco a mente ele passa a frequentar uma turma de jovens artistas. São atrizes, atores, pintores, poetas, todos desempregados e sem grande perspectiva de futuro, tal como ele próprio. Acaba conhecendo a jovem Mardou Fox (Leslie Caron) e se apaixona por ela. Mas o romance fica longe de ser isento de problemas. Ela tem histórico de problemas psicológicos, sofre surtos e começa a pressionar Leo de uma forma que nunca poderia imaginar.

Muito bom esse filme que mostra um grupo de jovens talentosos, mas sem emprego, em uma San Francisco do começo dos anos 60. Há um pequeno texto no começo do filme, como se fosse um aviso contra a vida boêmia desses jovens, que achei bem babaca. Coisa do moralismo da época. Ignore isso e aproveite a boa história que o filme tem a contar, mostrando esses jovens que parecem perdidos na vida, mas que no fundo estão amando (e sendo amados) por outros que se encontram na mesma situação. De certa forma o ator George Peppard tem um personagem muito parecido com o que iria interpretar em "Bonequinha de Luxo", a do jovem escritor procurando por um lugar ao Sol. E nesse espaço de tempo acaba encontrando sua verdadeira essência como ser humano.

Os Subterrâneos da Noite (The Subterraneans, Estados Unidos, 1960) Direção: Ranald MacDougall / Roteiro: Robert Thom, baseado na obra de Jack Kerouac / Elenco: Leslie Caron, George Peppard, Roddy McDowall, Janice Rule / Sinopse: O filme conta a história de um jovem escritor, seus amigos e sua grande paixão, com tudo se passando no ano de 1960, na cidade de San Francisco.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de agosto de 2021

Midsommar: O Mal Não Espera a Noite

Um grupo de estudantes universitários dos Estados Unidos decide fazer uma viagem até a distante e fria Suécia para conhecer um grupo religioso. Essas pessoas vivem isoladas, no interior do país, cultivando um culto que tem bastante semelhanças com as antigas religiões pagãs do passado. Alguns dos estudantes querem escrever uma tese sobre essa religião diferente e exótica. No começo as coisas começam bem. Eles são bem recebidos e passam a conviver com a vida daquelas pessoas, cheias de dogmas e rituais simbólicos. Só que as coisas começam a ficar estranhas quando dois idosos são levados até o alto de uma colina durante um ritual. E eles pulam para a morte. A partir daí os estudantes percebem que há algo muito errado naquele lugar.

Fui assistir a esse filme sem esperar por grande coisa. Pensei que era apenas mais um filme de terror como tantos outros que estão por aí. Só que acabou me surpreendendo com a proposta do filme. O clima estranho percorre toda a história e um sentimento de desconforto logo se impõe. Esse roteiro discute de forma subliminar temas importantes como o fanatismo religioso, o simbolismo dos ritos religiosos e a importância que a morte e o sacrifício de seres humanos tinham nas antigas religiões da antiguidade. Um roteiro, ao meu ver, muito bem articulado. Diz muito, sem usar grandes diálogos ou coisas do tipo. A mensagem é mais mostrada através de imagens insanas e a trilha sonora cantada por aqueles fanáticos religiosos. Enfim, um filme realmente acima da média. Gostei bastante.

Midsommar: O Mal Não Espera a Noite (Midsommar, Estados Unidos, Suécia, 2019) Direção: Ari Aster / Roteiro: Ari Aster / Elenco: Florence Pugh, Jack Reynor, Vilhelm Blomgren / Sinopse: Um grupo de estudantes americanos viaja até a Suécia para estudar e conhecer uma comunidade isolada que segue uma estranha religião com vários elementos de paganismo antigo. Depois de algum tempo descobrem que entraram em uma situação de vida ou morte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Studio 54

Filme muito bom que resgata parte da história noturna de Nova Iorque. Na década de 1970, em pleno auge da disco music, uma discoteca foi aberta na cidade. Chamada de "Studio 54" virou point de encontro de escritores, atores, atrizes, diretores de cinema e intelectuais em geral. Em um tempo em que não havia a AIDS e não havia risco de vida em ser libertino, esse lugar acabou se tornando um ponto de referência para quem desejava curtir uma noite sem medo, sem culpas. E como não poderia deixar de ser, também era uma discoteca onde rolava muita droga. A cocaína, por exemplo, era servida aos clientes em grandes bandejas de metal. O clima era de euforia à base de narcóticos.

Como era uma discoteca frequentada por ricos e famosos a polícia da cidade nunca fazia batidas e quando isso acontecia todos já sabiam que havia um acordo entre os donos da Studio 54 e o departamento de polícia da cidade. Até porque não era raro também a presença de políticos conhecidos da cidade, sendo que até mesmo o prefeito podia ser encontrado ali, talvez cheirando cocaína no banheiro! Eu gostei do filme. Esse clima de decadência dos anos 70 geralmente rende bons filmes e séries. Tudo era muito exagerado, kitsch, com os cabelos armados e as calças bocas de sino. E, por fim, o clima em geral me lembrou muito da ótima série "The Deuce" que se passa na mesma época, com os roteiros explorando os mesmos lugares ao estilo inferninho. Vale a pena fazer uma dobradinha entre o filme e a série.

Studio 54 (54, Estados Unidos, 1998) Direção: Mark Christopher / Roteiro: Mark Christopher / Elenco: Ryan Phillippe, Salma Hayek, Neve Campbell / Sinopse: A famosa boate da cidade de Nova York dos anos 70 vista e contada pelos olhos de um jovem empregado. Filme com roteiro baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

Velozes & Furiosos 9

O irmão de Dominic Toretto (Vin Diesel) está de volta e isso definitivamente não é algo bom. Rivais e competitivos desde que o pai morreu em uma pista de corrida, eles agora estão em lados opostos. Enquanto Dominic tenta evitar que um artefato tecnológico perigoso caia em mãos erradas, seu irmão Jakob (John Cena) quer exatamente o contrário disso. Ele está trabalhando para um grupo de criminosos internacionais. Quem conseguir colocar as mãos no tal objeto terá um poder supremo sobre praticamente todos os satélites ao redor do globo e em consequência terá também todas as armas militares sob o seu comando. É uma questão de segurança internacional.

Esse nono filme da franquia "Velozes & Furiosos" demonstra que essa série cinematográfica já virou outro coisa bem distinta do primeiro filme. Existe uma escalada em filmes de ação de Hollywood. Cada filme produzido precisa ter cenas mais espetaculares de ação, mais exageradas, impossíveis. E esse filme aqui já bem demonstra que o limite do absurdo já foi rompido. Há sequências absurdas de um carro equipado com um foguete espacial atrás e, pasmem, o tal carro vai para o espaço e entra em órbita. OK, já temos o pastiche do ano em termos de cenas ridículas. E o efeito que isso causa no espectador é bem diverso do que queriam os produtores. Tudo acaba causando apenas tédio e o bocejo chega sem cerimônias. De minha parte deixei de me importar com o que estava acontecendo no filme lá pela metade. Absurdos demais levam ao desinteresse quase que completo.

Velozes & Furiosos 9 (F9, Estados Unidos, 2021) Direção: Justin Lin / Roteiro: Daniel Casey, Justin Lin / Elenco: Vin Diesel, John Cena, Michelle Rodriguez, Charlize Theron, Kurt Russell, Helen Mirren, Jordana Brewster / Sinopse: Dois irmãos, com muitas mágoas e problemas a resolver de seus passados, se reencontram na luta por um artefato tecnológico de última geração que dará ao seu possuidor o poder de controlar todas as armas do mundo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Quase Deuses

O título nacional pode soar como um certo exagero, afinal médicos passam longe de serem deuses, ainda mais no Brasil. De qualquer maneira esse filme teve uma excelente recepção quando foi exibido. É importante, antes de tudo, esclarecer que se trata de um telefilme, muito bem produzido e roteirizado, mas ainda um telefilme. Ele conta a história de um médico (e cientista) que no começo do século XX criou, basicamente sozinho, a cirurgia de ponte de safena, que iria salvar a vida de milhares de pessoas nos anos seguintes. O mais interessante de tudo é saber que foram bebês os primeiros a passarem por esse tipo de cirurgia de alto risco. Era uma situação de vida ou morte, pois os bebezinhos não iriam sobreviver sem a tentativa de se fazer a cirurgia. Assim os pais acabaram concordando com o procedimento, mesmo sabendo dos riscos de tudo ser ainda muito experimental, teórico. Para sorte de todos a cirurgia de ponte de safena acabou se revelando um sucesso.

Conhecidos como "bebês azuis" por causa de seus problemas cardíacos, sua única chance de sobrevivência vinha mesmo do uso dessa inovação, ainda que nunca tivesse sido feito na prática. E o renomado cirurgião Dr. Alfred Blalock (Alan Rickman) contou com a ajuda de um jovem homem negro, que tinha grande talento para criar ferramentas cirúrgicas e que foi crucial para que todas as cirurgias se tornassem bem sucedidas. Então é isso, um filme especialmente recomendado para quem é da área médica e deseja ou tenha mera curiosidade de conhecer ainda mais um capítulo importante da história da medicina.

Quase Deuses (Something the Lord Made, Estados Unidos, 2004) Direção: Joseph Sargent / Roteiro: Peter Silverman, Robert Caswell / Elenco: Alan Rickman, Yasiin Bey, Kyra Sedgwick / Sinopse: O filme "Quase Deuses" conta a história real do médico e cirurgião Alfred Blalock (1899-1964) que criou, através de anos de estudo, a cirurgia da ponte de safena.

Pablo Aluísio.

Dança Comigo?

Título no Brasil: Dança Comigo?
Título Original: Shall We Dance
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Peter Chelsom
Roteiro: Masayuki Suo, Audrey Wells
Elenco: Richard Gere, Jennifer Lopez, Susan Sarandon, Stanley Tucci, Lisa Ann Walter

Sinopse:
John Clark (Richard Gere) leva uma vida chata como advogado numa grande cidade americana. Seus dias parecem sempre iguais, indo de casa para o trabalho e vice versa. Clark está envelhecendo e está sentindo-se bem infeliz. Um dia ao passar por uma academia de ensino de dança de salão resolve sair da rotina. Vai até lá e se matricula. Quer aprender a dançar pois nunca o fez antes, sempre levando uma vida séria e austera. No começo está lá por um flerte casual com a bonita professora mas depois percebe que a dança lhe faz muito bem, o relaxa e alivia o stress de seu dia a dia no meio de uma pilha de processos. A dança se torna o seu pequeno segredo particular o que leva sua esposa a desconfiar que suas escapadas são fruto de um caso extra conjugal.

Comentários:
Alguns filmes são deliciosamente despretensiosos. "Shall We Dance" é um deles. Eu me recordo que em seu lançamento a crítica, sempre muito azeda e mal humorada, cai em cima, falando muito mal da leveza, da singeleza do filme, da sua falta de pretensão e tudo mais. Mas peraí... o objetivo era esse mesmo, contar uma boa história, até lírica e prazerosa, sem qualquer objetivo de ser uma obra prima ou qualquer coisa que o valha. Adorei ver Richard Gere como um cinquentão que simplesmente decide fazer algo diferente em sua vida muito monótona e aborrecida. Um dos aspectos mais curiosos é que ele leva uma existência tão reprimida que até mesmo algo tão singelo como se matricular numa escola de dança de salão vira algo a esconder. Já imaginaram o nível de opressão em que vive? E por mais incrível que isso possa parecer, esse tipo de coisa é algo até bem comum na vida real de muita gente por aí. As pessoas, encarceradas em suas próprias prisões - sejam elas reais ou imaginárias - acabam abdicando de parte da sua felicidade para viverem de acordo com as expectativas das outras pessoas e não das de si mesmas. Com isso deixam de seguir seus sonhos ou desejos mais íntimos. Vivem na realidade o sonho dos outros. Essa é a maior lição desse enredo que considero bem cativante. Chatos mesmos são os críticos que acreditam que todo filme deve mudar o mundo. A sétima arte não é apenas isso! Get a Life!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Infinito

Em um futuro próximo surge uma nova espécie de seres humanos que possuem a capacidade de se lembrar de vidas passadas. Um grupo deles, conhecido como "Os Crentes" querem usar esse poder para o bem da humanidade. Outro, chamado de "Os Niilistas", desejam destruir tudo, pois acreditam que a humanidade é um projeto que deu errado, que deve ser erradicada da face da Terra. Do choque desses dois grupos surge uma guerra entre eles, cujo maior prêmio é tomar posse de um artefato mecânico capaz de destruir todas as formas de vida do Planeta. Evan McCauley (Mark Wahlberg) não sabe, mas ele está bem no meio desse conflito, por ser a reencarnação de um importante líder dos Crentes.

Eu sinceramente já estou perdendo as esperanças de assistir a um bom filme de ação e ficção produzido em 2021. A falta de criatividade dos roteiristas é desanimadora. Todos os filmes parecem seguir a mesma fórmula batida e cansativa, com dois grupos rivais brigando para tomar posse de um objeto (um totem) que vai salvar a humanidade. E nessa fórmula tem sempre uma grande perseguição com carros velozes e cenas impossíveis. Nesse filme aqui o personagem de Mark Wahlberg pula de motocicleta em cima da asa de um grande avião cargueiro, em pleno voo. Ele não cai, como era de se esperar, ficando na fuselagem. E nada acontece com ele. Foi impossível não lembrar daqueles pobres afegãos que tentaram fugir de seu país subindo no teto de um avião, tentando ficar vivos. Claro, morreram todos. No filme, tudo de boa. Esse tipo de coisa realmente estraga qualquer pretensão de um filme como esse ser levado à sério. Em suma, mais do mesmo.

Infinito (Infinite, Estados Unidos, 2021) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Ian Shorr, Todd Stein / Elenco: Mark Wahlberg, Chiwetel Ejiofor, Sophie Cookson, Dylan O'Brien / Sinopse: Dois grupos de seres humanos especiais, que lembram de suas vidas passadas, lutam entre si na busca de um artefato mecânico, em forma de ovo da Páscoa, que pode significar o fim da humanidade.

Pablo Aluísio.

A Janela Secreta

Mort Rainey (Johnny Depp) é um escritor. Ele decide se isolar em uma casa no meio do nada para escrever seu novo livro. Um lugar bonito, com uma vista para o lago. E as coisas começam muito bem. Ele imediatamente começa as escrever as primeiras páginas para sua nova história. Para ele os livros são janelas que são abertas para um outro universo, um outro mundo proveniente de sua própria imaginação. Porém dessa vez ele parece ter aberto uma janela que deveria ficar fechada. Um estranho homem, de chapéu e roupas antigas, bate na sua porta e depois disso nada será como antes. Seria uma pessoa real ou fruto de sua imaginação? O que é pensamento e o que seria realidade?

Esse suspense até que foi bem elogiado pela crítica em seu ano de lançamento. Choveram textos positivos sobre o filme, o que me fez ir até mesmo ao cinema para conferir. Talvez por ter ficado com expectativas altas demais o filme me decepcionou. Filmes de suspense precisam seguir certas regras não escritas para darem certo. Uma delas é desenvolver melhor os acontecimentos. No caso desse filme temos situações que soam previsíveis demais. Além disso o fato do filme se passar no mundo presente o faz perder um pouco de clima. Talvez se fosse um filme passado na década de 1940, por exemplo, sua história soaria muito mais crível.

A Janela Secreta (Secret Window, Estados Unidos, 2004) Direção: David Koepp / Roteiro: David Koepp, baseado no livro "Four Past Midnight: Secret Window, Secret Garden" de Stephen King / Elenco: Johnny Depp, Maria Bello, John Turturro / Sinopse: Jovem escritor, isolado em uma casa de campo, onde pretende escrever seu novo livro, passa a ser atormentado por uma estranha figura que parece ter saído até mesmo de seus próprios escritos. Filme indicado no Fangoria Chainsaw Awards na categoria de melhor ator (Johnny Depp).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Caminhos da Memória

O filme se passa em um futuro distópico. O mundo está arruinado. Cidades da costa, como Miami e New Orleans, estão alagadas. Os ricos se mudam para regiões secas, os pobres vivem em condições precárias. Nick Bannister (Hugh Jackman) tem uma pequena empresa, quase falida, onde vende pacotes de nostalgia para as pessoas relembrarem os melhores momentos de suas vidas. Usando de uma tralha tecnológica ele consegue revitalizar essas lembranças do passado. Sua vida muda porém quando entra na sua pequena companhia uma cantora de restaurantes e clubes noturnos. Mae (Rebecca Ferguson) é bela, sensual e cheia de mistérios e como não poderia deixar de ser, Nick fica completamente apaixonado por ela. Mais do que isso, desenvolve uma obsessão em sua mente.

Esse filme chegou nos cinemas americanos há poucos dias. A premissa é boa, tem potencial, mas... achei o roteiro mal estruturado. A impressão que tive foi que o filme foi produzido com maior duração e provavelmente foi cortado para ser mais comercial. O resultado disso? As sequências soam truncadas como se tivessem sido mal editadas. Outro erro que pude perceber foi que muito provavelmente foi adicionada uma longa série de falas em off por parte do personagem de Hugh Jackman. Velho instrumento de narração cinematográfica, provavelmente foi colocado no filme para melhorar a compreensão de seu enredo. No geral achei o filme com essas e outras falhas, o que prejudicou mesmo no corte final. Não chega a ser ruim, mas também passa longe de ser excelente. Poderia ser bem melhor.

Caminhos da Memória (Reminiscence, Estados Unidos, 2021) Direção: Lisa Joy / Roteiro: Lisa Joy / Elenco: Hugh Jackman, Rebecca Ferguson, Thandiwe Newton, Cliff Curtis / Sinopse: Em um futuro sombrio, onde a humanidade tenta sobreviver ao avanço do mar nas principais cidades costeiras, um homem se apaixona por uma misteriosa mulher. E ela não é exatamente quem ele pensa ser.

Pablo Aluísio.

E Estrelando Pancho Villa

Esse é um telefilme que até tem seus bons momentos, alguns bem bolados e divertidos, mas que de modo geral é bem esquecível. Qual é o enredo, a história contada? O revolucionário mexicano Pancho Villa (Antonio Banderas) precisa de recursos, fundos para financiar sua revolução popular. Além disso se mostra revoltado pela forma como a imprensa dos Estados Unidos o retrata, como um louco, um cão raivoso. Villa quer se visto como um grande homem, um herói do povo, um mito na história do seu pais. Os americanos porém só conseguem enxergar um mentiroso populista, um mercenário e um ignorante violento.

Para mudar sua imagem perante o povo norte-americano Pancho decide enviar emissários para Hollywood. Ele quer que produtores de cinema venham filmar seu progresso, sua vida, sua visão de mundo e, é claro, suas batalhas reais. O produtor D.W. Griffith (Colm Feore) se interessa pelo convite de Pancho e envia o diretor Frank Thayer (Eion Bailey) com uma equipe de filmagem para desenvolver um documentário sobre tudo o que está acontecendo no México. E os problemas só estão começando. Historicamente até interessante, esse filme não é lá grande coisa. Esse é o meu veredito final.

E Estrelando Pancho Villa (And Starring Pancho Villa as Himself, Estados Unidos, 2003) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Larry Gelbart / Elenco: Antonio Banderas, Eion Bailey, Alan Arkin / Sinopse: O revolucionário Pancho Villa decide convidar Hollywood para filmar sua vida e sua luta revolucionária contra o governo de seu país. E isso dá origem a um choque de cultura entre ele e os americanos que chegam para esse projeto no mínimo curioso.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Tenha Fé

Título no Brasil: Tenha Fé
Título Original: Keeping the Faith
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Edward Norton
Roteiro: Stuart Blumberg
Elenco: Ben Stiller, Edward Norton, Jenna Elfman, Eli Wallach, Anne Bancroft, Milos Forman

Sinopse:
Dois amigos, o padre Brian Finn (Ben Stiller) e o rabino Jake Schram (Ben Stiller), foram apaixonados na juventude pela mesma garota, a doce e gentil Anna Riley (Jenna Elfman). A escolha por uma vida religiosa porém mudaram seus planos e cada um seguiu em frente na vida, até o dia em que reencontram Anna e todos os velhos fantasmas do passado voltam para atormentá-los. Filme premiado no Tokyo International Film Festival.

Comentários:
Esse filme foi o único a ser dirigido pelo ator Edward Norton. Um dos mais talentosos atores de sua geração, ele aqui quis fazer uma pequena e singela homenagem para sua mãe que havia falecido. Ela era católica. Norton então quis contar a história de dois homens religiosos, um padre e um rabino, que apesar das diferenças teológicas entre suas doutrinas, conseguiam continuar a ser grandes amigos. Uma boa lição de tolerância religiosa. O filme em si é muito bom, nada excessivamente bobinho ou chato, como poderia parecer. Nem mesmo a presença de Ben Stiller, que considero ser um dos comediantes mais chatos do cinema americano, consegue estragar o resultado final. Um aspecto interessante é que ele aqui deixou suas caretas e maneirismos insuportáveis de lado para tentar acompanhar o alto nível do trabalho de atuação de Edward Norton, que diga-se de passagem nunca brincou em serviço. Acabou sobrevivendo, uma vez que se não chegou aos pés de Norton, pelo menos não passou vergonha como nos outros filmes que fez. Outro ponto positivo a se destacar vem do elenco de apoio, todo formado por veteranos importantes da história do cinema americano como Eli Wallach (em um de seus últimos trabalhos), Anne Bancroft (sempre marcante em todos os filmes que apareceu) e Milos Forman (grande diretor, aqui dando uma palhinha como ator). Então é isso, vale muito conhecer esse "Tenha Fé". Não deixe passar em branco.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de agosto de 2021

Reds

Ontem revi o filme "Reds". É interessante que cada vez que se vê um filme novamente se muda a percepção sobre ele. Da outra vez que escrevi sobre "Reds" eu chamei mais a atenção para o lado político do filme. Afinal a história de um jornalista americano que vai até a Rússia para viver in loco as mudanças na sociedade durante a revolução russa realmente é um dos pontos fortes de seu roteiro. Entretanto dessa vez prestei mais atenção na personagem da esposa do jornalista John Reed (Warren Beatty), a também escritora Louise Bryant (Diane Keaton). Alguém tem dúvida que ela realmente amava muito esse homem? Que mulher teria coragem de viajar sozinha para a Rússia, em plena era do terror pós revolucionário, para tentar encontrar seu amado que havia desaparecido naquelas longas planícies? Em termos puramente emocionais poucas vezes o cinema mostrou uma mulher tão apaixonada e obstinada como essa. É um amor épico, sem dúvida.

E ainda dentro da perspectiva desse relacionamento outra coisa me chamou a atenção. O casal era comunista, socialista, progressista, se você preferir essa última palavra. Eles gostavam de ser ver como pessoas modernas em um relacionamento aberto. Ele poderia ter suas amantes, ela poderia ter seus momentos com outros homens quando bem entendesse. Porém essa convicção social mal chegou na página 2 como vemos no filme. Em pouco tempo de casados eles já brigavam pelas traições cometidas, em uma postura que ficaria bem adequada em um casal burguês, mas não em socialistas como eles. Enfim, revi o filme com novos olhos, novos ângulos. E sai plenamente satisfeito, o que mostra que sem dúvida, "Reds" é um grande filme sobre um grande amor que por acaso se passou durante a revolução russa.

Reds (Reds, Estados Unidos, 1981) Direção: Warren Beatty / Roteiro: Warren Beatty, Trevor Griffiths / Elenco: Warren Beatty, Diane Keaton, Jack Nicholson, Maureen Stapleton, Jerzy Kosinski / Sinopse: Casal americano de jornalistas decide viajar até a Rússia no exato momento em que está eclodindo uma revolução comunista no país. Socialistas por convicção, eles acabam entrando no olho do furacão que atinge aquela grande nação. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor direção (Warren Beatty), melhor atriz coadjuvante (Maureen Stapleton) e melhor direção de fotografia (Vittorio Storaro).

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de agosto de 2021

Os Amores de Moll Flanders

Título no Brasil: Os Amores de Moll Flanders
Título Original: Moll Flanders
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Pen Densham
Roteiro: Daniel Defoe, Pen Densham
Elenco: Robin Wright, Morgan Freeman, Stockard Channing, John Lynch, Brenda Fricker, Geraldine James

Sinopse:
Drama de época que mostra a vida de Moll Flanders (Robin Wright), uma jovem que vai do céu ao inferno em sua breve vida. Criada em um convento, ela ao atingir a idade adulta, precisa começar a viver sua vida, por conta própria, o que a leva um crescimento como mulher, baseada nas experiências de sua vida.

Comentários:
O romance "Os Amores de Moll Flanders" foi publicado pela primeira vez em 1722 na Inglaterra. O autor Daniel Defoe era um escritor especialista nesse tipo de drama romântico, com muitas reviravoltas e situações limites para suas protagonistas que eram ao mesmo tempo heroínas e admiráveis para as moças da época. Em uma sociedade com castas sociais bem definidas, o escritor gostava de colocar jovens de classes sociais inferiores no meio da aristocracia, quase sempre retratada como imoral e corrupta. A pobre jovem sempre tinha as maiores virtudes. Era uma fórmula velha na literatura, mas que quase sempre dava certo (aliás ainda hoje dá certo, é bom frisar). No elenco temos um plantel muito bom de talentosos atrizes e atores. Robin Wright interpreta a protagonista e realmente dá show. Ela sempre foi muito talentosa. Pena que nunca se tornou uma estrela. De qualquer maneira ao seu lado também brilha o sempre elegante Morgan Freeman. Em finos trajes de um figurino de época ele quase rouba o show de Wright. Só não o faz porque a personagem de Moll Flanders domina mesmo, da primeira à última cena. Se não fosse isso o filme seria de Freeman. Assim deixo a dica desse bom romance cinematográfico. Um retrato de uma época que já não existe mais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

O Corruptor

Embora Hollywood sempre faça bons filmes com artes marcais, lutas orientais, etc, apenas os realizadores de Hong-Kong dominam completamente a arte de fazer filmes assim. Obviamente que parte desse know-how foi importado para a indústria de cinema dos Estados Unidos, afinal os dólares dos produtores dos grandes estúdios americanos sempre falam mais alto. De qualquer maneira temos aqui um remake Made in USA de um filme feito em Hong-Kong. Obviamente as produções feitas na indústria cinematográfica norte-americana são mais bem cuidadas, com melhores cenários, figurinos, roteiros, etc. Entretanto o diretor James Foley tentou pelo menos em parte reproduzir o espírito dos filmes rodados no outro lado do mundo.

O enredo do filme junta dois policiais, um americano e um chinês. Eles estão em busca de membros de uma poderosa quadrilha de traficantes que agindo dentro das fronteiras americanas também tentam corromper autoridades na terra do Tio Sam. Assim os dois tiras precisam lidar não apenas com os criminosos internacionais, mas igualmente com políticos corruptos e asseclas corrompidos. No saldo geral temos um bom filme, movimentado, com edição rápida e boas cenas de ação. Até mesmo o ator Mark Wahlberg consegue escapar, com suas imitações de golpes de Kung-Fu. Ficou bem feita a coreografia. Quem diria, logo ele...

O Corruptor (The Corruptor, Estados Unidos, China, 1999) Direção: James Foley / Roteiro: Robert Pucci / Elenco: Mark Wahlberg, Chow Yun-Fat, Ric Young / Sinopse: Com a ajuda de um policial da cidade de Nova York, um importante policial chinês tenta desbaratar uma quadrilha chinesa de tráfico de drogas e corrupção que passa a agir dentro dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O Enviado

Vou ser sincero aqui. Apesar de ser um dos grandes atores da história do cinema americano, Robert De Niro só fez um grande filme nesse gênero de suspense e (quase) terror. Estou me referindo ao ótimo "Coração Satânico" de 1987 onde ele contracenou com Mickey Rourke e foi dirigido pelo genial Alan Parker. Depois disso, pelo menos nesse gênero específico, o "Bob Milk" (seu apelido de infância e adolescência em Nova Iorque) nunca mais acertou! Nem com um grande bastão de beisebol em mãos... todos os seus demais filmes nesse nicho foram bolas foras!

Esse "O Enviado" não fugiu disso. É um filme fraco que pegou carona com aquela coisa toda de clones que foi muito falado na época de lançamento do filme. Pois é, os clones estavam na moda, com as pessoas discutindo se era ou não ético clonar seres humanos... E se fossem clonados o que iria acontecer? Os clones teriam as mesmas características e personalidades dos clonados? E se pessoas falecidas fossem clonadas, o que iria acontecer? Claro que o roteiro do filme não ousa (e nem quer) discutir esses temas seriamente. Só quer, no final das contas, dar uns sustinhos nos espectadores. Nesse ponto, temos que falar a verdade, a coisa não saiu tão bem. Em termos de terror e suspense esse filme deixa bastante a desejar. Melhor rever "Angel Heart" mesmo. Fica a dica.

O Enviado (Godsend, Estados Unidos, 2004) Direção: Nick Hamm / Roteiro: Mark Bomback / Elenco: Robert De Niro, Greg Kinnear, Rebecca Romijn, Cameron Bright / Sinopse: Um casal concorda em clonar seu filho falecido, sob a supervisão de um médico enigmático, mas coisas bizarras começam a acontecer vários anos após seu renascimento.

Pablo Aluísio.

De Volta à Itália

Liam Neeson interpreta um pintor de quadros que mora em Londres. Após anos, ele é finalmente procurado por seu filho. O rapaz quer que uma velha casa que seu pai possui na Toscana seja vendida. Ele quer comprar a galeria de arte de sua esposa, agora que o casamento está afundando. Precisa de dinheiro urgentemente. Inicialmente o pai concorda com o pedido do filho, afinal a casa é dele e está abandonada. Assim ambos viajam até a Itália. Encontram a velha casa caindo aos pedaços, precisando de reformas. Do jeito que se encontra, não há como vender. Então eles começam a reformar o lugar. E nesse processo velhas lembranças vão surgindo. O personagem interpretado por Neeson é viúvo, sua esposa morreu em um acidente de carro anos atrás e ali naquela casa ele teve momentos felizes ao seu lado. Conforme vão pintando e arrumando a casa, ela recomeça a brilhar e dúvidas surgem se vale mesmo a pena vender aquela parte de seu próprio passado.

Filme bom. O Liam Neeson deu um tempo em seus filmes de ação para protagonizar esse drama. Não é complicado de entender. Assim como seu personagem no filme ele também perdeu sua esposa. E em sua vida real também procurou se curar pintando, naquela chamada terapia da pintura. Assim a identificação foi completa. O filme, apesar do tema recorrente sobre perdas e mortes, até que surge bem leve na tela. A natureza da Toscana nunca decepciona, sempre valorizando a fotografia de qualquer filme que é rodado por lá. No mais o ator está muito bem em cena, inclusive nas cenas mais dramáticas. Gostei bastante de seu desempenho emocional e contido nas doses certas.

De Volta à Itália (Made in Italy, Inglaterra, Itália, 2020) Direção: James D'Arcy / Roteiro: James D'Arcy / Elenco: Liam Neeson, Gian Marco Tavani, Yolanda Kettle, Valeria Bilello / Sinopse: Filho pede ao seu pai que venda uma velha casa na Toscana, na Itália, que está há anos abandonada. Ao viajarem para lá reencontra a antiga casa do passado e suas memórias envolvendo a esposa que faleceu de um acidente de carro. Os anos felizes do passado ressurgem em sua mente e em seu coração.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

A Rainha da Espanha

A história do filme se passa na década de 1940. Macarena Granada (Penélope Cruz) é uma atriz espanhola que faz sucesso em Hollywood. Muitos anos depois ela retorna para sua terra natal para trabalhar em um filme contando a história da Rainha Isabel. As filmagens se passam em uma Espanha dominada pela ditadura do general Franco. Macarena odeia Franco pois seu pai foi morto pelos seguidores do tirano. E quando um velho diretor reaparece, após passar anos preso nas prisões do regime militar, ela tenta ajudá-lo de alguma forma, planejando uma forma de libertá-lo de sua pena. Afinal ele não cometeu crime algum, apenas foi contra a ditadura. E as coisas só pioram quando a atriz principal do filme resolve ter um caso amoroso com um dos membros da equipe, o astro galã gay investe em cima de um ator coadjuvante espanhol e o próprio Franco decide visitar o set de filmagens!

Um bom filme, que poderia ser melhor. Poderia ser um drama mostrando os horrores de Franco, mas os roteiristas decidiram apostar em algo mais leve, menos dramático. Há um certo humor que atravessa todo o filme, muito embora não se possa considerar uma comédia. Para quem gosta de cinema há algumas referências interessantes como o galã americano que no fundo é gay e vive no armário, o velho diretor que passa as filmagens inteiras cochilando em sua cadeira, sem saber direito o que está acontecendo e várias citações de astros e estrelas da época como Errol Flynn e Rita Hayworth. Mesmo assim fiquei com aquela sensação ruim de que o filme nunca decola, ficando apenas na promessa de que algo melhor vai acontecer.

A Rainha da Espanha (La reina de España, Espanha, 2016) Direção: Fernando Trueba / Roteiro: Fernando Trueba / Elenco: Penélope Cruz, Antonio Resines, Cary Elwes, Neus Asensi / Sinopse: Uma equipe de filmagem de Hollywood vai até a Espanha para filmar a história da rainha Isabel em plena ditadura do general Franco. O filme é estrelado pela atriz espanhola temperamental Macarena Granada (Penélope Cruz).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Cemitério Maldito

Título no Brasil: Cemitério Maldito
Título Original: Pet Sematary
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Mary Lambert
Roteiro: Stephen King
Elenco: Dale Midkiff, Denise Crosby, Fred Gwynne

Sinopse: 
Pai de família tem que consolar seu pequeno filho após a morte do animal de estimação da família. Seguindo os passos de uma antiga lenda que afirma que todo animal enterrado em um velho cemitério de índios retorna à vida ele leva o cãozinho para lá. O problema é que o animal realmente retorna mas como um ser horrível, em decomposição. Depois disso algo inesperado volta a ocorrer com a família mas a vítima é seu próprio filho. E agora? Terá coragem de levar seu filho morto para o cemitério de animais?

Comentários:
Vem remake novo por aí. Esse aqui tive a oportunidade de assistir no cinema que inclusive hoje em dia não existe mais, virou uma loja de sapatos - que pena! Pois bem, como todos sabemos o texto é do sempre ótimo Stephen King. Como sempre ele foca em uma típica família americana do meio oeste que acaba entrando em contato com eventos fantásticos. No caso o tal Pet Cemitery (ou Cemitério de animais de estimação, muito comuns nos Estados Unidos). O ator Dale Midkiff que faz o pai de família que toma uma decisão muito errada tinha acabado de fazer Elvis Presley na versão do livro "Elvis e Eu" na TV (essa série chegou a ser exibida várias vezes no SBT). O clima do filme em si é dos melhores. King prepara bem seu suspense, criando todo um clima, familiarizando sem pressa todos os personagens para o público que está acompanhado tudo. Na época que o filme foi realizado não havia ainda efeitos digitais e tudo é baseado em maquiagem (muito bem feita por sinal) e efeitos em animatronics. Confesso que sempre gostei muito mais da primeira parte do filme, quando os acontecimentos vão sendo preparados para o terrível grand finale. Em seu lançamento houve quem criticasse por colocar uma criança como um terrível ser do mal mas Stephen King está realmente acima desse tipo de coisa. Hoje em dia "Cemitério Maldito" é um pequeno clássico da obra de King e mostra que não envelheceu. Nem era preciso remake para dizer a verdade. Prefira sempre conhecer esse original.

Pablo Aluísio.

Trocas Macabras

Essa era uma adaptação para o cinema de um livro de Stephen King que ainda permanecia inédito para mim. Dirigido pelo filho do ator Charlton Heston, Fraser Clarke Heston, se trata no final das contas de um filme menor baseado na obra do famoso escritor. A primeira coisa que notei logo quando comecei a assistir foi a incrível semelhança de enredo com a recente série (já cancelada) "Happy Town". A premissa é exatamente a mesma: um misterioso vendedor de antiguidades chega em uma pequena cidade do interior dos EUA e de uma forma ou outra vai influenciando a vida dos moradores locais. Sua pequena loja comercial é bem sinistra e sua figura misteriosa logo chama a atenção de todos os habitantes da cidadezinha. Stephen King mais uma vez se utiliza de um cenário bucólico para contar suas tramas de terror. Geralmente ele usa essas pequenas comunidades como palco para seus personagens incomuns. Ele os manipula em um intrigado jogo de mistérios, identidades secretas e muito mais.

O grande trunfo de "Trocas Macabras" é seu elenco que dá vida a essas peças do xadrez manipuladas por Stephen King. Embora a direção seja apenas mediana os atores se destacam, a começar pelo grande Max von Sydow. Seu papel ajuda muito, é verdade, mas o mérito é realmente dele. O fato de apenas instigar os demais a cometerem certos atos, ao invés dele mesmo promover o mal, vai muito de encontro ao que diz as próprias escrituras. Livre arbítrio, acima de tudo. Achei esse aspecto muito inteligente por parte do texto de King, tudo devidamente aproveitado por Sydow. Ed Harris também é um ator muito bom, embora aqui esteja um pouco histérico demais. Faltou um pouco mais de sutileza e sensibilidade em sua atuação. Enfim, "Trocas Macabras" não figura entre os melhores filmes baseados nos livros de Stephen King mas mantém o interesse, mesmo que não leve até as últimas consequências sua premissa inicial. Vale ser conhecido seja você fã de King ou não.

Trocas Macabras (Needful Things, Estados Unidos, 1993) Direção: Fraser Clarke Heston / Roteiro: W.D. Richter baseado em uma livro de Stephen King / Elenco: Max von Sydow, Ed Harris, Bonnie Bedelia, Amanda Plummer / Sinopse: Um forasteiro misterioso chega numa pequena cidade do interior dos EUA e lá abre uma pequena loja de antiguidades. Aos poucos sua presença no local começa a influenciar na vida dos moradores da cidadezinha. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

De-Lovely

Cole Porter foi um gênio da música, um dos grandes compositores da história dos Estados Unidos. Esse musical é uma grande e bela homenagem para seu maior legado artístico. O filme em si é uma maravilha, com ótima produção, figurinos, direção de arte e reconstituição histórica simplesmente perfeitas. Além disso conta (e isso é o mais importante de tudo) com as belas canções compostas por Cole Porter. Um acerto dos produtores foi contratar cantores e cantoras profissionais para os números musicais. Assim além do ótimo elenco temos Elvis Costello, Alanis Morissette e Diana Krall soltando a voz no belo repertório que forma a trilha sonora do filme. Aliás quem tiver a oportunidade de ainda encontrar essa trilha sonora não deixe de comprar. As músicas de Cole Porter ganharam novas versões, em arranjos belíssimos. Um trabalho musical realmente primoroso, para ter na coleção mesmo. Um item valioso, sem dúvida nenhuma.

O enredo criado pelo roteiro também é um primor. Ele mescla momentos reais da vida do compositor com pura ficção, tudo para encaixar em harmonia as músicas de Porter. Aliás o próprio compositor certa vez disse que a vida não passava de uma grande harmonia. No caso desse filme temos um roteiro que fez jus a esse pensamento pois todos os elementos estão harmonizados em cena. Por fim, a título de curiosidade, deixo aqui registrado que esse foi o último filme que aluguei na minha vida. Infelizmente as locadoras de vídeo já estavam morrendo no Brasil quando o filme foi lançado em DVD.

De-Lovely - Vida e Amores de Cole Porter (De-Lovely, Estados Unidos, 2004) Direção: Irwin Winkler / Roteiro: Jay Cocks / Elenco: Kevin Kline, Ashley Judd, Jonathan Pryce, Elvis Costello, Alanis Morissette, Diana Krall / Sinopse: Ajudando na montagem de um musical de palco biográfico baseado em suas músicas, o compositor Cole Porter revê sua vida e carreira ao lado de sua esposa, Linda. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor ator em comédia ou musical (Kevin Kline) e melhor atriz em comédia ou musical (Ashley Judd).

Pablo Aluísio.

Mulan

Durante a invasão do império Mongol sobre a China o imperador (interpretado / dublado pelo sempre ótimo Pat Morita) decreta que cada família chinesa deverá fornecer ao menos um homem para as fileiras do exército imperial. Para uma família em especial a decisão é particularmente trágica. Composta apenas por um pai velho e doente e sua filha a decisão tomada pelo imperador significa o envio do patriarca idoso ao campo de batalha, onde provavelmente não sobreviverá. Para evitar que isso aconteça a jovem Mulan decide se passar por homem para ir ao campo de batalha. Com a proteção dos espíritos dos ancestrais e um dragão (feito pelo comediante Eddie Murphy) a jovem Mulan segue para cumprir sua missão de ir para a guerra e sobreviver em meio ao ambiente violento e hostil. Responda rápido: qual é o maior mercado consumidor de todo o planeta? Se você pensou na China com sua população de mais de um bilhão de habitantes acertou. "Mulan" nada mais é do que uma tentativa da Disney em entrar nesse imenso mercado comercial.

Na época de seu lançamento muito se comentou sobre o fato de que essa animação "Mulan" foi concebida e criada justamente para isso, para faturar no mercado consumidor da China, o que de certa forma deu certo já que a partir desse filme as produções americanas começaram a ser lançadas no circuito comercial daquele país. Já sobre a animação em si não há o que criticar. De fato mais uma vez a Disney mostra porque é sem dúvida o maior estúdio de cinema do setor de animações. Tudo é realizado com um primor técnico simplesmente impossível de se igualar. Isso fica mais do que claro em uma das melhores cenas já realizadas quando parte dos exércitos imperiais vão surgindo no horizonte. Embora "Mulan" seja feita na técnica tradicional dos desenhos animados a Disney usou vasto recurso tecnológico digital para dar um realismo fantástico nas cenas. E para completar o que já era excepcional o filme ainda traz uma das mais inspiradas trilhas sonoras do estúdio. "Mulan" é uma pequena obra prima com a marca Disney.

Mulan (idem, Estados Unidos, 1998) Direção: Tony Bancroft, Barry Cook / Roteiro: Robert D. San Souci, Rita Hsiao / Elenco: Ming-Na Wen, Eddie Murphy, BD Wong, Pat Morita / Sinopse: Jovem chinesa rouba a armadura e as armas de seu pai, um velho doente, para ir para a guerra contra as forças do império Mongol em seu lugar.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de agosto de 2021

O Esquadrão Suicida

Um país da América do Sul sofre um golpe militar (calma, não é o Brasil de Bolsonaro com seu exército de velhos tanques fumacentos). Com o golpe um general assume o poder nessa republiqueta de bananas. Então o governo americano decide reunir novamente um grupo de condenados para ir até esse país para encobrir um envolvimento dos Estados Unidos em um projeto secreto chamado "Operação Estrela do Mar", que tem em suas instalações um aliens gigantesco que contamina e torna parasitas (verdadeiros zumbis) os seres humanos. Esse grupo chamado de Esquadrão Suicida conta com os mais diversos tipos, com destaque, é claro, para a Arlequina. Até um tipo de monstro, uma mistura indigesta entre tubarão e ser humano entra para o grupo. Esse personagem é puro comics, como aliás toda a produção. Fiquei bem surpreso também com o fato do filme ter praticamente o mesmo título do primeiro filme. Tirando o artigo não tem diferença. O primeiro se chama "Esquadrão Suicida" e esse segundo "O Esquadrão Suicida". Que bizarro! Penso inclusive que vai confundir o público de maneira em geral. Não foi uma boa opção de marketing de venda. O que deu na cabeça do estúdio? Complicado entender.

Essa então é a segunda tentativa da DC com o Esquadrão Suicida no cinema. O primeiro filme, como todos sabemos, não foi bem. A boa notícia é que as coisas melhoraram. Essa sequência acertou em apostar mais no material original, nas histórias em quadrinhos. Nunca se leva muito à sério, o que garante boas cenas. O próprio monstro aliens que surge no filme parece ter saído de uma revistinha em quadrinhos dos anos 50 ou então de um filme Sci-fi B dessa mesma década. É ultra colorido, bem no clima das velhas matinês. E o roteiro é ágil, esperto e diverte como nunca. A única crítica pontual que faria a esse novo filme vem de sua violência que em alguns momentos extrapola, ainda mais em se tratando de um filme como esse, feito basicamente para a garotada. Deveriam ter amenizado mais nesse aspecto. Fora isso, é muito melhor do que o primeiro filme. Eu particularmente gostei bastante.

O Esquadrão Suicida (The Suicide Squad, Estados Unidos, 2021) Direção: James Gunn / Roteiro: James Gunn / Elenco: Margot Robbie, Viola Davis, Idris Elba, John Cena, Joel Kinnaman, Michael Rooker / Sinopse: O Esquedrão Sucida é enviado para um país da América do Sul que sofreu um golpe militar. Na republiqueta bananeira eles tentam resgatar planos de encobrimento do envolvimento do governo americano em um experimento que mantém prisioneiro um aliens gigantesco.

Pablo Aluísio.