Os membros da equipe técnica desse filme fizeram um trabalho de som, edição de som e efeitos sonoros dignos de todos os aplausos. O espectador mergulha na surdez junto com o personagem. Os ruídos e sons abafados que ele passa a sentir são os mesmos que são colocados no filme, como se o espectador também tivesse perdido sua audição. O efeito disso é devastador para quem assiste o filme. Você se coloca na pele do personagem, sentindo exatamente o mesmo drama que ele está vivenciando. Algo que realmente perturba e abala.
Dos que estavam concorrendo ao Oscar de melhor filme desse ano esse era o único que me faltava assistir. Fiquei realmente impressionado com seu rigor técnico. A história é obviamente triste, mas mantém uma certa dose de esperança. O jovem baterista que fica surdo encontra uma comunidade de deficientes auditivos para se socializar, aprender a linguagem dos sinais, inclusive ao lado de crianças. Não é algo fácil se recolocar em uma nova realidade, mas ele tenta. Também vende tudo o que tem para bancar uma cirurgia, com a colocação de um implante, para melhorar a percepção sonora do mundo ao redor. Enfim, essa é uma daquelas histórias que fazem refletir e agradecer. Agradecer aquilo que temos e muitas vezes não percebemos. Esse é um filme que realmente não o deixará indiferente.
O Som do Silêncio (Sound of Metal, Estados Unidos, 2019) Direção: Darius Marder / Roteiro: Darius Marder, Abraham Marder / Elenco: Riz Ahmed, Olivia Cooke, Paul Raci, Lauren Ridloff, Mathieu Amalric / Sinopse: O filme conta a história de Ruben (Riz Ahmed), o baterista de um grupo de rock pesado que fica surdo. De repente, perde grande parte de sua audição e precisa de forma desesperada se moldar a uma nova realidade em sua vida. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor som e melhor edição. Também indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator (Riz Ahmed), melhor ator coadjuvante (Paul Raci) e melhor roteiro original.
Pablo Aluísio.
O Som do Silêncio
ResponderExcluirOscar 2021
Pablo Aluísio.
A perda de qualquer sentido humano é uma coisa terrível, terrível. Eu assisti a esse filme e igualmente gostei bastante, meu caro. O ator principal, que é muçulmano pelo que ouvi dizer, é muito bom. Ele faz muito bem esse baterista do rock, um tipo de adolescente adulto, que depois de um tempo precisa ter que dar conta de seu momento atual. A cena final achei gerial, quando ele resolve se desligar da barulheira do mundo ao redor. Ótima ideia do roteiro.
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ResponderExcluirPerfeito, Lord Erick,
Sabe, há alguns anos eu tive um problema de infecção no ouvido e fiquei sem ouvir direito por alguns dias. É exatamente igual ao que foi reproduzido nesse filme. A pessoa com algum problema auditivo sente e (pouco) ouve, de forma completamente semelhante ao que está no filme. É de impressionar...
Bom Pablo:
ResponderExcluirEu sempre desconfiei que rock pesado fizesse um mal terrível a audição.
Mas dizem que o Bethoveen era quase surdo e ele só mexia com maravilhas melodiosas e mesmo quase sem ouvir fez uma das melhores músicas do mundo, então, não é fácil, mas cada um lida esse terrível problema de acordo com a sua vida pessoal.
E mais sendo baterista... imagine o tamanho da agressão que o ouvido humano de um baterista sofre durante um show desses. E olha que o roteiro tenta passar um pano ali nessa situação, mas sem muita firmeza e sem convencer também...
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