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domingo, 25 de abril de 2021

Nomadland

O filme conta a história de Fern (Frances McDormand). Ela perdeu o marido, que morreu de câncer. Sem filhos e sem emprego, teve que sair de casa por não conseguir pagar o aluguel. O único bem de valor que lhe sobrou foi sua van. Sem ter onde morar passou a morar dentro do carro. Viajando sempre pelo país, ela procura sobreviver com empregos temporários, bicos e alguma ajuda que encontra pelas estradas. Também passa a conhecer outras pessoas que estão na mesma situação. Pessoas mais velhas que o mercado de trabalho não quer. Desempregados errantes em busca de alguma esperança.

O filme "Nomadland" mostra o outro lado dos Estados Unidos. O lado dos pobres, dos excluídos, dos que não tem casa, nem endereço fixo. A crise econômica criou toda uma geração de pessoas que vivem como nômades, morando em seus carros, procurando por algum tipo de trabalho que conseguem encontrar. São professores, profissionais, pessoas inteligentes, mas que foram cuspidas fora pelo sistema capitalista. Alguns, mais velhos e sem família, vão vivendo um dia de cada vez. Não é uma vida fácil, mas é o que lhes sobrou em uma vida dura, cheia de privações.

O mais interessante é que existem apenas três atores profissionais em cena. O restante do elenco é formado por pessoas reais que vivem nessa situação, são verdadeiros nômades modernos. Vivem pelas estradas, em busca de alguma oportunidade. A atriz Frances McDormand interage com todos esses excluídos do sistema, muitas vezes sem script, apenas na base da conversação comum, na improvisação. O resultado ficou excelente. O espectador nem se dá conta do estilo do filme, que pode ser encarado também como sendo quase um documentário. Enfim, excelente filme, mostrando a pior face do capitalismo selvagem dos Estados Unidos e sua exclusão social.

Nomadland (Estados Unidos, 2020) Direção: Chloé Zhao / Roteiro: Jessica Bruder, Chloé Zhao / Elenco: Frances McDormand, David Strathairn, Linda May, Angela Reyes, / Sinopse: O filme mostra a vida de uma nômade moderna, que vive pelas estradas dos Estados Unidos, morando em seu próprio carro, sempre em busca de algum trabalho para sobreviver. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor atriz (Frances McDormand), melhor direção, melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor direção de fotografia (Joshua James Richards). Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias de melhor filme - Drama e melhor direção (Chloé Zhao).

Pablo Aluísio.

11 comentários:

  1. Dom Pablo,
    Você usou a expressão certa ao escrever "o capitalismo cuspiu fora essas pessoas". Exatamente isso. Os brasileiros e seu complexo de vira-lata só sabem louvar os Estados Unidos, mas aquele é um país de capitalismo sem alma. Não existe saúde pública e nem muita assistência social. O pobre americano vive na linha abaixo da pobreza. Se ficar doente, morrerá sem ajuda do Estado. Brasileiro que vive falando mal do Brasil quando imigra para os Estados Unidos percebe bem como a vida é dura por lá.

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  2. Tenho alguns amigos que moram nos EUA. Qualquer quartinho ruim custa algo em torno de 1500 dólares ou mais. Tem gente que mora em porão, sem janela e sem circulação de ar. A vida é extrema na América se você não tem muito dinheiro. Acaba sendo cuspido fora sem dó e nem piedade!

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  3. É verdade Lord Erick, nos Estados Unidos é exatamente assim. E com a crise do coronavírus a situação piorou ainda mais. São milhões de americanos que vivem em situação de rua, sem-teto. Quem anda pelas ruas de grandes cidades como San Francisco, Los Angeles e Nova Iorque percebe isso a olhos vistos. O número de "homeless" cresce sem controle a cada ano. Pessoas que vivem na completa pobreza, morando nas ruas, no máximo vivendo em barraquinhas de camping.

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  4. É curioso porque esse filme provavelmente seja o grande campeão dessa noite no Oscar. Já que ganhou o Globo de Ouro provavelmente seja o vencedor hoje na entrega da Academia de Hollywood. Será um filme semi-documentário que vencerá, algo que não me lembro de ter acontecido antes.

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  5. É o favorito para o Oscar hoje. Vamos ver se confirma.

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  6. Pablo:
    O "Way Life American" vem se desmanchando desde a época da contra cultura, mas depois da crise de 2008 parece que se acentuou. O pais que já foi a cornucópia do mundo parece se encaminhar para um tragédia social sem precedentes. Saiu o Trump que...era o Trump, entrou o Biden que parece ser anódino. Vai mal a coisa.

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  7. Um critico disse que nesse filme a Frances McDormand, além de estar muito bem, está a cada dia mais a cara do Steve McQueen. É verdade?

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  8. O auge dos Estados Unidos se deu ali por volta do pós-guerra, anos 1950... Depois começou a decair e não parou mais. Agora a situação anda bem feia. E vai demorar anos para se reerguer...

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  9. Ela está velha, de acordo com a idade dela. Essas comparações que alguns críticos fazem acho tão equivocadas... Ela está com 63 anos de idade. E na minha opinião bem, na faixa etária dela.

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