Páginas

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A Pessoa Ideal e a Pessoa Possível

Quem acompanha meu blog sabe que sempre dei preferência sobre textos analisando filmes, discos, obras de arte em geral. Raramente escrevo sobre outros assuntos, até porque os blogs foram pensados dessa forma. Não deveria ser diferente. Aos poucos porém vou diversificando os temas quando possível (geralmente a partir de agora nos fins de semana quando me sobra mais tempo livre). Pois bem, ontem recebi a visita de uma velha amiga, uma pessoa muito querida dos tempos de escola. Curiosamente ela, que vou ocultar seu nome por razões óbvias, está passando por um momento delicado na vida, com o divórcio batendo as portas de seu casamento de quinze anos.

Tentando explicar seus motivos ela acabou me trazendo esses dois conceitos que achei muito interessante: a da pessoa ideal e a da pessoa possível. Do que se trata? A pessoa ideal é aquela que ela nutriu no passado uma grande paixão, um grande sentimento. Na verdade poderíamos dizer que ela ficou loucamente apaixonada por essa pessoa. Essa foi sua pessoa ideal e como o próprio nome deixa claro ela seria a pessoa que ela idealizava passar o resto de sua vida. Um amor verdadeiro, como se costuma dizer. Por um motivo ou outro seu romance ideal porém nunca se concretizou ou deu certo. E então surge a pessoa possível! Geralmente é aquele que está em segundo plano, o plano B ou como algumas garotas mais sarcásticas costumam chamar o "estepe"! Recentes pesquisas provaram que mais de cinquenta por cento das mulheres mantém um homem na reserva, caso seu alvo principal não venha a dar certo. Esse acaba se tornando a pessoa possível.

Quando se é adolescente e tudo mais a figura do "estepe" pode até ser aceitável. Afinal de contas adolescentes morrem de medo de ficarem sozinhas. O problema na verdade surge quando as mulheres acabam indo longe demais com esse tal "homem possível" e acabam se casando com ele! Um erro grave. Isso porque o tal sujeito não é na verdade o foco de seus sentimentos. Ele até pode ser um cara muito conveniente, correto e tudo mais. O que muitas não percebem é que um amor verdadeiro jamais consegue ser plenamente soterrado. O sentimento fica bem escondidinho no coração de muitas delas e mais cedo ou mais tarde vem a sensação de angústia, tristeza, frustração e até mesmo depressão. Isso quando o arrependimento não corrói inteiramente suas almas. Como eu escrevi, ter uma pessoa como estepe na adolescência é algo até aceitável, mas se casar com ele, ter filhos e viver um longo casamento pode destruir emocionalmente a vida de uma mulher. Foi o caso dessa minha amiga. Tentando ser verdadeira com seus sentimentos e cansada de viver uma mentira ela resolveu ir embora e acabou com o casamento. Não precisa ser advogado para entender que o alto número de casamentos desfeitos é resultado direto desse tipo de situação. Você se casa com quem não ama verdadeiramente, muitas vezes apenas por conveniências financeiras ou sociais e depois de algum tempo olha para trás e descobre que grande parte de sua vida sentimental se perdeu pelo caminho.

As mulheres muitas vezes são imaginativas em criar denominações e figuras de linguagem. Essa de homem ideal (o verdadeiro amor de suas vidas) e a do homem possível (o estepe que estava mais conveniente e próximo) acabou me surpreendendo ainda mais pela força de imaginação delas. Claro que é um tanto cruel chamar um companheiro ou namorado de estepe, mas muitas delas gostam mesmo de usar expressões desse tipo. Hoje essa minha querida amiga acredita que teria sido muito mais proveitoso em sua vida se ela simplesmente tivesse ficado solteira, pois quem sabe com o tempo ela conheceria um verdadeiro amor depois ou até melhor do que isso: ela poderia finalmente ter se acertado com o homem de seus sonhos, a grande paixão de sua vida amorosa. Se isso tivesse acontecido ela certamente teria encontrado a verdadeira felicidade em sua vida. Assim deixo essa pequena lição de vida para as garotas mais jovens: Lutem por seus amores verdadeiros e não se contentem em se relacionar ou casar com alguém que esteja no banco de reservas de seu coração. O tempo pode deixar essa sua escolha equivocada bem amarga com o passar dos anos. Afinal de contas o que vale mesmo na vida é ser feliz com a pessoa amada ao seu lado!

Pablo Aluísio.

Um comentário: