Páginas

terça-feira, 7 de março de 2023

Gary Cooper no Velho Oeste - Parte 3

"A Última Prisioneira" (The Last Outlaw, EUA, 1927) é um filme da era do cinema mudo. Cooper poderia ter seguido o caminho de muitos atores de faroeste da época, confinados nesse tipo de produção B, nunca conseguindo atravessar a transição entre o cinema mudo e o cinema falado. Porém ele tinha carisma, era bom ator e tinha uma voz poderosa, que afinal de se encaixou muito bem nos novos filmes que estavam por vir. Ninguém ficou decepcionado ao ouvi-lo pela primeira vez nos cinemas.

Esse western aqui já dava amostras do grande ator. Ele interpreta um jovem xerife chamado Buddy Hale. Ao chegar numa cidadezinha do velho oeste para ocupar seu cargo ele logo descobre que precisará se impor para os moradores que não levam muita fé no novo homem da lei. A oportunidade surge quando uma quadrilha de ladrões de gado começam a roubar nas fazendas da região. Caberá ao novato xerife impor o império da lei naquele deserto. Não será algo fácil de cumprir.

Ainda trabalhando na Paramount Pictures, Gary Cooper rodou logo em seguida um faroeste com toques românticos chamado "O Amor Comanda" (Nevada, EUA, 1927). Se no filme anterior o foco era a ação e as cenas de tiroteios e perseguições, aqui já havia um lado mais sensível e romântico, explorando ainda mais o lado galã do ator. Porém o maior atrativo era o som! Sim, esse foi o primeiro filme falado da carreira de Gary Cooper, algo que surpreendeu e muito suas fãs. Um cronista da antiga Hollywood chegou a escrever que Cooper tinha uma "voz de trovão", mostrando que a receptividade entre a crítica tinha sido a melhor possível.

Nessa produção Cooper interpreta um cowboy chamado Nevada. Ele, como muitos de sua geração, cavalgava pelo oeste selvagem em busca de trabalho. Onde houvesse rebanhos de gado e fazendas, ali ele parava para pedir por emprego. E é justamente quando chega numa cidade que ele se depara com uma covarida. Um grupo de bandoleiros dando uma surra em um jovem rapaz. Imediatamente ele o ajuda, enfrenta de armas em punho os agressores. A partir daí o cowboy Nevada não apenas encontra um trabalho, mas um lugar para impor justiça. Esse roteiro iria dar origem a futuros filmes com Robert Mitchum e Buster Crabbe. As refilmagens porém não seriam tão boas como o filme original, que afinal tinha Gary Cooper no elenco, um ator simplesmente insubstituível. 

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Mesmo não sendo feioso e ameacador como o John Wayne, o Gary Cooper conseguia fazer aquele tipo de xerife em que a população se sentia protegida só pela aura dele. Ator de muita presença de cena.

    ResponderExcluir
  2. E essa foi a história de seu maior faroeste,, Matar ou Morrer...

    ResponderExcluir