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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Charles Chaplin - Hollywood Boulevard - Parte 3

A família Chaplin era pobre. Pessoas honestas, trabalhadores comuns que viviam no limite da sobrevivência. O bisavô e o avô de Charles Chaplin eram sapateiros em um bairro humilde de Londres. A virada na curva veio justamente com seu pai, também chamado Charles Chaplin. Dono de uma bela voz ele decidiu que não iria ser sapateiro, mas sim artista. Claro que isso despertou todos os tipos de comentários maldosos dentro da família, mas Chaplin, o pai, seguiu em frente. E pelos registros históricos encontrados por pesquisadores pode-se perceber que ele era realmente um bom artista que chegou a se apresentar em teatros respeitados de Londres no século XIX. Seu problema era outro. Talento tinha, mas também tinha problemas de alcoolismo. Uma das frustrações de Charlie era que a voz de seu pai nunca fora gravada. Assim o registro de seu grande talento de cantor se perdeu para sempre quando ele morreu.

O mesmo aconteceu com a mãe de Chaplin. Hannah tinha uma excelente percepção das pessoas. Ela passava as manhãs olhando pela janela de seu pequenino apartamento de Londres e ia imitando todos os que passavam pela rua. "Lá vem o senhor Wilson. Apressado, com os sapatos desamarrados. Provavelmente brigou com a esposa" - Ela dizia - e depois disso começava a imitar o jeito de andar do Sr. Wilson. Chaplin, ainda criança, via tudo aquilo e achava maravilhoso. De fato Hannah teria sido uma grande artista se não sofresse de uma grave doença mental que nas crises a deixava inabilitada para cuidar dos dois filhos,

Charles Chaplin (o filho, futuro Carlitos) e Sydney (o sempre esforçado irmão mais velho de Charlie) tiveram que se virar desde sempre por causa dos problemas mentais da mãe e da ausência do pai. Sydney arranjou emprego como marinheiro e o pequeno Charlie começou a ganhar alguns trocados fazendo danças e mímicas em pequenas apresentações pelas feiras e ruas. Os teatros de Londres tiveram um grande momento no começo do século XX e Charlie viu que poderia ganhar fazendo pequenos números. Conseguiu até mesmo um contrato fixo dentro de uma trupe de garotos que se apresentavam dentro de um número cômico. De fato Charles Chaplin foi artista desde muito jovem, ainda criança. Ele se lembraria desses anos com nostalgia e alegria, principalmente pelos palhaços que conheceu ao longo da vida. Os velhos artistas circenses em muito lhe inspiraram quando ele finalmente abraçou a carreira de comediante no cinema alguns anos mais tarde.

Pablo Aluísio. 

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