Páginas

sábado, 9 de junho de 2018

Jackie

O tempo vai passando e algumas figuras históricas vão caindo no esquecimento. Apenas o cinema com sua mágica consegue trazê-las de volta aos holofotes da mídia em geral. Foi basicamente isso que aconteceu com essa cinebiografia da esposa do presidente John Kennedy. Ele foi assassinado em Dallas, em um dos momentos mais cruciais da história dos Estados Unidos. Enquanto JFK levava tiros certeiros na cabeça, Jackie tentava inutilmente juntar seus miolos que se espalhavam pelo banco e traseira do carro onde estavam. Só isso já bastaria para colocá-la na história, mas a ex-primeira dama teve uma vida pessoal que foi muito além do fato de ter participado de um momento tão trágico e triste como esse.

Na pele da atriz Natalie Portman a protagonista ganha ares ainda mais sutis e elegantes do que a primeira-dama da vida real. Particularmente gostei bastante do filme, inclusive no aspecto narrativo. A história é contada em ritmo de flashback, quando Jackie Kennedy concorda em conceder uma longa entrevista nos jardins de sua casa. É verdade que nem sempre Portman consegue se sair bem em cena, com alguns deslizes na sua caracterização, mas mesmo assim considero seu trabalho acima da média. Para ela foi uma oportunidade incrível de levantar a carreira, pois conseguiu arrancar uma indicação ao Oscar, algo que estava bem longe de seus planos nesse momento de sua filmografia. Enfim, apesar de ter seus momentos de baixa, "Jackie" acabou se tornando um bom resgate histórico de sua personagem principal. Afinal como esquecer aquele vestido cor-de-rosa, tão característico dos anos 60, manchado todo de sangue? É uma visão que entrou para sempre na iconografia do povo norte-americano.

Jackie (Idem, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Fox Searchlight Pictures / Direção: Pablo Larraín / Roteiro: Noah Oppenheim / Elenco: Natalie Portman, Peter Sarsgaard, John Hurt, Billy Crudup / Sinopse: Filme baseado em fatos reais. Anos após o assassinato de seu marido, a ex-primeira-dama Jackie Kennedy (Natalie Portman) aceita receber a visita de um jornalista para uma entrevista. Enquanto suas lembranças vão se atropelando em sua memória, ela vai recordando momentos bons e trágicos de sua vida, como a vida na Casa Branca, as aparições públicas na TV, os grandes bailes e, é claro, o dia trágico em que seu marido, o presidente JFK, foi morto em Dallas durante uma parada em carro aberto pelas ruas da cidade. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Natalie Portman), Melhor Figurino (Madeline Fontaine) e Melhor Música (Mica Levi).

Pablo Aluísio. 

5 comentários:

  1. Vendo a tal da Melania Trump indo visitar um abrigo de refugiados com um sobretudo com uma frase totalmente despropositada e ofensiva, justamente ao refugiados, nas costas, vem a nossa lembrança a inteligencia, finesse e dignidade da Jackie Kennedy.

    ResponderExcluir
  2. Quem nasceu para Melanie Trump jamais será Jackie Kennedy.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Ótimo! Eu amo filmes de drama! Eu gosto muito deste tipo de filmes, eles sempre chamam minha atenção por causa da história muito divertida. Atualmente meu favorito é Meu Jantar Com Hervé, perssonalmente considero um dos melhores movie drama 2018. A direção é incrível, acho que Sacha Gervasi nos demonstrou novamente seu grande talento neste filme. Considero que todos os aspectos do filme estiveram muitos cuidados. Pessoalmente, eu amo o desempenho de Jamie Dorman. Ele é muito bonito, inteligente, bom ator, comprometido e sempre me deixa com um ótimo gosto em todos os filmes que ele faz. Não pare de vê-lo e compartilhe sua opinião sobre ele.

    ResponderExcluir