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domingo, 3 de junho de 2018

Fahrenheit 451

Não consegui apreciar muito essa nova versão para o clássico livro "Fahrenheit 451". Já havia achado a versão dos anos 60 muito hermética, nada digerível para acompanhar. Essa nova versão ameniza em certo aspectos as premissas do livro, mas mesmo assim não consegue funcionar bem. Se você não se lembra ou não conhece, a trama se passa no futuro, em um Estado autoritário que controla tudo e a todos. Os livros são vistos como produtos perigosos e subversivos. O mesmo vale para filmes, discos e qualquer manifestação cultural. Para eliminar tudo dentro do seio da comunidade existe um grupo de bombeiros que ao invés de apagar incêndios tocam fogo em pilhas e pilhas de livros descobertos nas casas dos elementos rebeldes.

O protagonista é um jovem bombeiro negro que um dia decide levar um livro desses para casa, por mera curiosidade. Assim que começa a ler percebe que em suas páginas são feitas perguntas pertinentes sobre a vida e a sociedade. Isso desperta nele um senso crítico que ele jamais poderia pensar existir em sua mente. Não demora muito e ele entra em crise existencial, ficando abalado na sua rotina de perseguir rebeldes e queimar livros. A produção do canal HBO é um pouco decepcionante. Diria até que a direção de arte do filme original é muito mais interessante que esse remake. Nada há de muito incrível de se ver em termos de efeitos especiais. A profundidade da mensagem do roteiro também é fraca, nunca indo fundo demais nas questões importantes. Assim temos um filme que deixa a desejar. Não empolga e a única coisa boa vem do elenco, pois os atores Michael B. Jordan e principalmente Michael Shannon parecem empenhados em atuar bem. Fora isso nada muito digno de nota.

Fahrenheit 451 (Estados Unidos, 2018) Direção: Ramin Bahrani / Roteiro: Ramin Bahrani / Elenco: Michael B. Jordan, Michael Shannon, Aaron Davis, Cindy Katz / Sinopse: Adaptação para as telas do livro escrito por Ray Bradbury. Em um mundo futurista e autoritário, os livros são considerados nocivos para a sociedade. Para que todos vivam em felicidade eles devem ser queimados. Um membro do pelotão de bombeiros, especializado nessa função, começa a se questionar após levar um exemplar de um livro para casa. Ele passa a se questionar sobre o que faz e sobre as obras de literatura que queima todos os dias.

Pablo Aluísio.

6 comentários:

  1. Terror e Ficção
    Fahrenheit 451
    Pablo Aluísio.

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  2. O Michael Shannon é o melhor ator do mundo. Por quê? Como aquela cara de monstro do Frankenstein, ele fez o papel do Elvis Presley, em Elvis e Nixon; e o pior é que naõ ficou ruim.

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  3. Grande ator. Sua atuação é uma das coisas que tentam salvar esse filme fraquinho. Aliás tenho acompanhado o trabalho dele na série "Waco", muito bem feita. Em relação a ele vivendo o Elvis, ainda não assisti...

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    1. Assista Elvis e Nixon, é curioso, no mínimo.

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    2. Só o Elvis encontrando seus covers no aeroporto e esses o insultando dizendo que ele não é nada parecido com o original já é muito divertido pois, apesar de se tratar do verdadeiro Elvis na sua insana expedição para falar com Nixon, você sabe que é o Michael Shannon que está de Elvis e isso torna tudo muito louco e já vale o ingresso pelo surrealismo da coisa.

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  4. Eu não assisti a esse filme por uma série de motivos, entre eles os anos em que vi atores entortando a boca para interpretar Elvis. Algo muito caricato. Mas claro que conhecendo o trabalho dele sei de antemão que ele não caiu nesse tipo de armadilha apalhaçada.

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