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sexta-feira, 11 de maio de 2018

Presságios de Um Crime

Em "O Silêncio dos Inocentes" o ator Anthony Hopkins interpretou o psicopata Hannibal Lecter. Extremamente inteligente, se tornava peça chave para localizar outro criminoso à solta. O FBI queria utilizar seu alto QI e conhecimento do assunto justamente para pegar esse, digamos, "colega de profissão". Nesse filme aqui as coisas se invertem um pouco. Ao invés de ser o serial killer insano, Hopkins interpreta um especialista forense, um estudioso da mente desses assassinos em série. Perceba que em Hollywood atualmente pouca coisa se cria, sendo os roteiros, na maioria das vezes, meros pratos requentados, mexidos um pouco, para não parecerem cópias tão óbvias dos filmes do passado. O Menu tem outro nome, mas no fundo são os mesmos pratos de sempre, sem o mesmo paladar.

Apesar disso o filme até que não é tão ruim. Ele é bom, na maior parte do tempo. A primeira parte quando os personagens são apresentados a coisa parece que vai dar certo. O mesmo acontece no estudo dos casos e na caçada ao criminoso. O filme só se perde mesmo quando o assassino é finalmente localizado. Na pele do astro beberrão irlandês Colin Farrell, o personagem que deveria ser a grande coisa do filme se perde. Colin simplesmente não convence, não faz o espectador acreditar que é um mestre da manipulação. Eu sempre digo que Colin Farrel só funciona em papéis mais emocionais, quando ele interpreta pessoas no limite, entre a fúria e a tragédia. Como um assassino de alto QI... olha, não deu certo! Penso que esse enredo poderia até render uma boa série, mas claro sem Farrel para atrapalhar. Já Anthony Hopkins é aquela coisa. É um daqueles veteranos que sempre funcionam na tela, não importando o que interpretem. Talento visceral faz toda a diferença do mundo.

Presságios de Um Crime (Solace, Estados Unidos, 2015) Direção: Afonso Poyart / Roteiro: Sean Bailey, Ted Griffin / Elenco: Anthony Hopkins, Colin Farrell, Jeffrey Dean Morgan, Abbie Cornish, Matt Gerald, Jose Pablo Cantillo / Sinopse: Após a morte da filha querida, o especialista Dr. John Clancy (Anthony Hopkins) decide se isolar, abandonar seu trabalho, ficando longe de criminosos e assassinos em geral, até que sua aposentadoria é interrompida bruscamente. O FBI pede sua ajuda para prender um novo serial killer que está matando pessoas inocentes. 

Pablo Aluísio.

6 comentários:

  1. Cine Action
    Presságios de Um Crime
    Pablo Aluísio.

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  2. Pablo:

    Você poderia me responder uma coisa? Porque em filmes e séries os serial killers tem sempre um QI altíssimo? Isso é alguma norma pra serial killers, ou apenas roteiristas miolo mole super elogiando facínoras hediondos?

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  3. É um clichê do cinema moderno. E o próprio Hannibal foi muito responsável por espalhar isso. Veja lá o personagem... culto, refinado, inteligente. Bem diferente dos psicopatas do passado. Norman Bates de "Psicose" não era nenhum gênio...

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    Respostas
    1. Tem um documentário da Netflix, O Gênio Diabólico, que eu fiu atá ver o título original pra confirmar se não se tratava de mais um daqueles títulos brasileiros infelizes, mas não, o titulo original era Evil Genui's, estava mais ou menos, então fui assistir. De cara já começam a dizer que o criminoso tinha um QI altíssimo e até que pela ação inicial parece que tem mesmo, mas no decorrer dos quatro episódios...bom deixa pra lá. Julgar quem é inteligente parece ser uma tarefa difícil pro pessoal do cinema.

      De uma espiada em Evil Geniu’s, O Gênio Diabólico, é interessante.

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