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sábado, 14 de abril de 2018

Jack Nicholson - A Few Good Men

Nos anos 90 Jack Nicholson já estava com pensamento de se aposentar. Afinal ele tinha feito de tudo na carreira, estava mais do que consagrado. Não havia mais barreiras a atravessar. Mesmo assim Jack deixava a porta aberta. De repente poderia surgir algum roteiro interessante, quem sabe... Em 1992 Jack finalmente encontrou um bom texto pela frente. Era uma adaptação de uma peça teatral de sucesso. O filme iria se chamar "Questão de Honra" e Jack aceitou interpretar um militar linha dura que era desafiado em um tribunal.

Quando o diretor Rob Reiner entrou em contato com Jack levou um susto pelo cachê que ele esperava receber. Nicholson pediu meio milhão de dólares por dia trabalhado. Ele tinha apenas quatro cenas no filme, mas isso significaria um risco para o estúdio já que Jack poderia levar muitos dias para terminar sua parte. Mesmo com relutância os produtores aceitaram o valor. Esperava-se que Jack terminasse sua parte em 10 dias, o que significaria 5 milhões de dólares para ter a honra de estampar seu nome no cartaz do filme. Com tudo certo, Jack começou seu trabalho, indo ao figurino, debatendo partes do roteiro com o diretor, etc.

A produção também contava com o astro Tom Cruise. Logo no começo dos trabalhos Jack criou uma antipatia natural com Tom. Eles vinham de escolas diferentes de atuação. Jack era um veterano, havia estrelado excelentes filmes, clássicos, enquanto Cruise era o típico astro de Hollywood. Além disso ele seguia uma religião estranha, a Cientologia, que Jack dizia publicamente ser um "monte de besteiras". O clima entre eles nunca foi bom. Para o diretor Rob Reiner isso não era necessariamente um problema, já que os personagens deles se antagonizavam no filme. Assim era até bom que eles não se gostassem também fora das telas.

Enquanto as filmagens avançavam Jack amargou um fracasso comercial. O filme "O Cão de Guarda" estreou nas telas de cinema e conseguiu faturar apenas 4 milhões de dólares. Um desastre.  Jack chegou a comentar com amigos: "Esse filme não é bom, o roteiro é fraco. Fiz pela minha amizade a Bob Rafelson. Eu devo favores a ele." Jack sabia que Rafelson já havia fracassado antes e por isso decidiu que queria dar uma força ao amigo fazendo esse filme, mas sabia também que muito provavelmente as coisas não iriam sair bem. Jack não se abalou. Ele sabia que "Questão de Honra" tinha potencial, que havia chances até mesmo dele concorrer a um Oscar. Tudo era possível.

Jack acabou acertando. Assim que o filme chegou nos cinemas a recepção da crítica americana foi a melhor possível. O ator recebeu muitos elogios pelo seu trabalho e o filme recebeu quatro indicações ao Oscar, inclusive uma de melhor ator coadjuvante para o próprio Jack. Na vida pessoal as coisas também iam muito bem. Ele havia se tornado pai de novo e apesar da felicidade da paternidade decidiu que iria continuar a morar sozinho. Perguntado sobre isso, o ator respondeu com sinceridade: "Ao longo da minha vida morei com muitas mulheres. Já fiz minha parte. Depois de tantas experiências descobri que prefiro morar sozinho. Ela fica na sua casa e eu na minha. Ninguém enche o saco de ninguém e todos são felizes".

Pablo Aluísio.

4 comentários:

  1. A vida desse cara é muito louca. Dentre outras coisas, ele achava que a mulher que ele conhecia como sua irmã era a sua mãe, até depois dela morrer.

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  2. Jack Nicholson - Questão de Honra
    Pablo Aluísio

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  3. Esse cara sabe ter uma vida estranha. Dentre outras coisas, durante boa parte da sua vida, ele achou que a mulher que ele conhecia com sua irmã, era na verdade a sua mãe.

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  4. Esse foi o grande choque da vida dele, já que sua avó (que ele pensava ser sua mãe) guardou o segredo até o fim de sua vida. Agora, mesmo com esse tipo de drama o Jack ainda é um dos caras mais bacanas da história do cinema. Sou fã assumido!

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