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quinta-feira, 3 de março de 2011

A Descida de Jesus ao Inferno

Uma das partes mais misteriosas e intrigantes das escrituras é aquela que narra uma suposta descida de Jesus Cristo ao inferno. O Apóstolo Pedro escreveu que Jesus teria ido pregar aos espíritos em prisão, os mesmos que teriam sido desobedientes a Deus nos tempos de Noé! Depois ele afirma que Jesus teria pregado a essas almas atormentadas. Outro trecho afirma que Jesus teria levado o evangelho para aqueles espíritos, os levando consigo depois ao céu. A expressão "Levou cativo o cativeiro, para o alto" seria o indicativo da salvação dessas almas. Esses trechos da Bíblia até hoje causam controvérsia. Teria realmente Jesus descido aos infernos para pregar aos espíritos que lá estavam em prisão? E teria Ele trazido a sua misericórdia para todas aquelas almas que sofriam nos porões infernais desde os tempos de Noé?

Cada segmento religioso traz sua própria interpretação. No setor evangélico existem pastores que afirmam que Jesus nunca desceu aos infernos, nunca pregou a almas condenadas que lá sofriam. Tudo seria uma questão de uma equivocada forma de analisar a questão. No Cristianismo primitivo, na época em que circulavam vários evangelhos que seriam depois classificados como apócrifos, a descida de Jesus ao inferno, logo após sua crucificação e antes de sua ressurreição, era visto como algo direto. Sim, ele teria mesmo visitado as fossas infernais do Hades (o termo que em grego significava justamente o lugar para onde as almas eram enviadas para o eterno sofrimento).

Para a doutrina católica temos a seguinte interpretação: Ao morrer na cruz Jesus teria descido à "mansão dos mortos" e vencido o diabo, pois Ele teria superado àquele que teria o poder da morte. Ao ressuscitar Jesus Cristo teria superado isso, mostrando toda a sua gloria. O termo "mansão dos mortos" seria mais amplo do que inferno, pois para essa mansão seriam enviados os justos e os pecadores. Uma vez lá Jesus teria levado consigo todos as almas dos justos, dos santos, dos que morreram antes de sua chegada ao mundo.

Dessa maneira Jesus não teria salvo os que foram pecadores, que pecaram contra Deus e o espírito santo, os condenados, enfim. Longe disso Jesus teria resgatado da mansão dos mortos os justos, os honestos e os fiéis a Deus. Essa visão seria inclusive a origem do purgatório, segundo alguns teólogos e historiadores, pois haveria um lugar intermediário entre o nosso mundo e o inferno. Para o purgatório seriam enviadas as almas que ainda não tinham condições de subir ao céu, mas que ao mesmo tempo também não deveriam ser enviadas ao inferno, para a condenação eterna. O purgatório seria dessa maneira um lugar intermediário, de purificação da alma, para que depois uma vez superados os pecados cometidos em vida, poderia enfim ganhar a glória de Deus no céu.

Pablo Aluísio.

Um comentário:

  1. Catolicismo em Maria
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