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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Armas na Mesa

Esse é um filme sobre os bastidores que se desenrolam quando um importante projeto de lei é colocado para ser votado no congresso americano. No caso se trata de uma lei que endureceria o controle da venda de armas de fogo dentro do país. É a partir desse ponto que começa o trabalho dos lobistas. Entre eles está Elizabeth Sloane (Jessica Chastain), uma mulher não apenas determinada a vencer, mas verdadeiramente obcecada pela vitória dentro da votação. E para consolidar a vitória do controle mais restrito de venda de armas no mercado, ela parte para o tudo ou nada, usando inclusive de métodos ilegais, como espionagem, chantagem e tudo o mais que estiver à sua disposição. Quando o filme começa encontramos Sloane depondo perante uma comissão do senado, o que já demonstra que ela em algum momento foi longe demais. Depois disso o roteiro do filme abre um longo flashback mostrando os três meses anteriores, onde ele armou e fez de tudo para que seu lado da questão se saísse vencedor dentro da votação do projeto de lei de seu interesse.

O roteiro do filme não se aprofunda muito no mérito da causa, se o maior controle de armas é ou não justificado. Ao contrário disso ele explora apenas o lado do lobby, sempre muito poderoso e influente nos meios políticos de Washington. De um lado o poderoso lobby que defende a indústria de armas, um negócio que gera bilhões de dólares todos os anos. Do outro lado os que advogam um controle maior, um sistema que evite que armas poderosas caíam nas mãos de criminosos e sociopatas. O curioso é que a protagonista no começo da história trabalha para uma empresa que é contratada para defender a indústria de armas, porém logo muda de lado, procurando trabalhar os argumentos daqueles que sofreram algum tipo de violência, como os familiares das vítimas.

O saldo geral é positivo. O filme é bom, porém um pouco longo demais. A atriz Jessica Chastain tem o grande momento de sua carreira, pois ela brilha mais do que todo o resto do elenco junto. A sua personagem é fria, obcecada e em muitos aspectos nada ética. É verdade que o clímax do filme, quando ela dá a cartada final perante a comissão do congresso, vai ser considerado por muitos como apelativo, porém é fato que de vez em quando esse tipo de protagonista sem escrúpulos surge em filmes e séries com sucesso (ela me lembrou inclusive da série "Damage" nesse aspecto). A Sloane é bem desse tipo. Uma profissional que não está interessada em saber se está do lado certo da lei. Para ela o que importa é apenas a vitória, custe o que custar.

Armas na Mesa (Miss Sloane, Estados Unidos, França, 2016) Direção: John Madden / Roteiro: Jonathan Perera  / Elenco: Jessica Chastain, Mark Strong, Gugu Mbatha-Raw / Sinopse: Elizabeth Sloane (Jessica Chastain) é uma lobista trabalhando na capital americana para que um projeto de lei que controla com mais rigor a venda de armas seja aprovada pelo congresso. Para conseguir os votos ela começa a usar diversos métodos ilegais e anti-éticos para conseguir a aprovação. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz - Drama (Jessica Chastain).

Pablo Aluísio.

2 comentários:

  1. Filme que tem o ator Mark Strong eu sempre gosto. Controle de venda de armas nos USA é somente desta forma, no braço.

    PS. Deixei mais um complemento lá no Mago das Mentiras.

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  2. Isso mesmo. O filme mostra esses jogos de interesses inescrupulosos que são usados pelos dois lados da questão. Sem santos por aqui.

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