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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Negação

Título no Brasil: Negação
Título Original: Denial
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Mick Jackson
Roteiro: David Hare
Elenco: Rachel Weisz, Tom Wilkinson, Timothy Spall, Andrew Scott
  
Sinopse:
David Irving (Timothy Spall) é um revisionista histórico que afirma em seus livros que o ditador alemão Adolf Hitler jamais teria autorizado o extermínio de judeus em campos de concentração durante a II Guerra Mundial. Ao ser chamado de nazista e racista por uma historiadora americana, a Dra Deborah Lipstadt (Rachel Weisz), ele acaba levando a questão para os tribunais ingleses, onde começa uma disputa sobre a questão histórica do holocausto judeu. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Britânico.

Comentários:
Assim que tomei conhecimento do tema desse filme já soube de antemão que seria bom ou pelo menos muito interessante. A história é baseada em fatos reais e mostra a batalha jurídica que se trava entre uma professora e historiadora americana e um revisionista inglês. Como se sabe existem aqueles que negam o holocausto, assim como outros que afirmam que Hitler não autorizou a chamada solução final, o assassinato em massa do povo judeu. No tribunal ambas as partes discutem uma lide subjetiva, que envolve calúnia e difamação, porém logo a imprensa britânica lança a ideia de que o que realmente estaria em julgamento era a existência real ou não do próprio holocausto (o que do ponto de vista jurídico não era verdade). É um drama de tribunal com um excelente pano de fundo histórico. Baseado no próprio livro da Dra Deborah Lipstadt o filme vai desvendando a desonestidade intelectual de David Irving, um sujeito que começou estudando a biografia de Hitler até se apaixonar pelo biografado, se tornando assim um insuspeito admirador do Nacional Socialismo Alemão (mais conhecida como a ideologia nazista). Chamado de nazista e racista pela professora americana ele a leva aos tribunais, a processando por difamação e calúnia, cabendo agora a ela demonstrar perante o juiz que ele é sim aquilo que ela afirmou. É a chamada exceção da verdade. O filme também é interessante para estudantes e profissionais do Direito, uma vez que mostra detalhes do funcionamento do ordenamento jurídico inglês, suas nuances processuais e jurisprudenciais. Tudo muito instrutivo. A produção é igualmente e especialmente indicada para aqueles que apenas procuram por um bom filme que explore essa luta intelectual entre historiadores tradicionais e revisionistas sobre a questão do holocausto. Há provas históricas realmente consistentes? O que aconteceu de fato nos campos de concentração? Havia mesmo câmeras de gás em Auschwitz? Questões como essas são tratadas nesse excelente roteiro. Está muito bem recomendado. Não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Quando você faz parte da Máfia italiana você comete um "deslize", não há necessidade de provas cabais, ou algo que o valha para punir o associado traidor. Simplesmente se sabe que você cometeu o tal "deslize" por que não poderia ser de outra forma e te eliminam. Essa pode não ser a forma mais precisa de julgar alguém, e se pode cometer algumas injustiças, porém, proporcionalmente serão muito menores do que as injustiças que sofremos nesse te nosso sistema "legal" em que pra se por um assassino confesso como aquele diretor do Estadão na cadeia se passa por tantos protelamentos jurídicos que a idade do réu acabou o tornando inimputável, ou em que um réu com mais poder politico ou econômico nunca, ou quase nunca, será punido e você será feito de bobo a processa-lo por ter estuprado e matado sua filha, ou outro caso de igual peso.
    O que quero dizer? É o seguinte: na maior parte das vezes se algo é dito como ter acontecido muito mais vezes do que alguns desmentidos é correto acreditar que esse espisódio aconteceu, sem ser necessário provas cabais que geralmente são destruídas, ou adulteradas, justamente com o intuito de proteger o criminoso. O caso do genocídio Judeu é assim, aconteceu e ponto. Não se precisa, ou não deveria se precisar, de tribunal para discutir isso.

    Vejo como, num caso oposto, a discussão de se Jesus Cristo existiu pelo fato dele não ser citado em livros de história. Eu li a biografia do Tibério, o Cesar quem que Jesus se refere quando diz "À Cesar o que é de Cesar" e Jesus não é citado nenhuma vez na biografia do Tibério. Mas aí basta pensar, um ser que abismou tanto o mundo que sua mensagem que mudou o calendário do planeta e isso chegou ao extremo de civilizações que não são cristãs serem obrigados por motivos legais a obedecer tal calendário, não pode ser desacreditado, ou seja, Jesus existiu e ponto, pelo simples fato de que não como ele não ter existido, não é necessário alguma prova cabal disso.
    Eu sei que no meio jurídico isso que estou falando é inaceitável, mas o mundo real é assim.

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  2. Some-se a tudo isso que você escreveu o fato de que os nazistas deliberadamente destruíram as provas existentes. Eles bombardearam as câmeras de gás em Auschwitz, por exemplo. Os alemães sabiam que a guerra estava perdida e então começaram a encobrir seus crimes contra a humanidade. E no segundo ponto, a de que Hitler não teria autorizado o holocausto, ora, aí já era pedir demais. Todos os seus subordinados estavam diretamente envolvidos na solução final, poderia alguém ser tão inocente a ponto de acreditar que o ditador nazista era inocente? Absurdo!

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  3. É isso: a fixação de algumas pessoas neste demente do Hitler desafia qualquer pensamento lógico. O cara era um idiota louco!

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