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sábado, 14 de outubro de 2017

Jardim do Pecado

Título no Brasil: Jardim do Pecado
Título Original: Garden of Evil
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos, México
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Frank Fenton, Fred Freiberger
Elenco: Gary Cooper, Susan Hayward, Richard Widmark, Hugh Marlowe
  
Sinopse:
Dois americanos, Hooker (Cooper) e Fiske (Richard Widmark), acabam parando em um vilarejo mexicano à beira-mar chamado Puerto Miguel, após o navio em que viajavam apresentar problemas. Eles estão de viagem para a Califórnia para participarem da corrida do ouro. Enquanto esperam o tempo passar em um bar local são procurados por Leah Fuller (Susan Hayward). Ela está disposta a pagar uma quantia absurda, mil dólares, a cada homem que se propuser a lhe ajudar. Seu marido está preso numa mina da região e precisa de ajuda para sobreviver. Como a proposta é tentadora, Hooker e Fiske acabam aceitando a oferta. O que eles não poderiam imaginar é que a mina se localiza em território Apache, uma região infestada de guerreiros selvagens prontos a matar qualquer homem branco que se atrever a cruzar suas fronteiras.

Comentários:
Aqui temos mais um clássico western estrelado pelo astro Gary Cooper. O filme foi realizado apenas dois anos após seu grande sucesso no gênero, "Matar ou Morrer", uma verdadeira obra prima, imortal. Talvez por essa razão os roteiristas resolveram criar um passado de ex-xerife para o protagonista interpretado pelo ator. Ele como sempre está perfeito em cena. Seu personagem faz um contraponto com o de Richard Widmark. Enquanto Cooper é equilibrado, contido e cauteloso, Widmark dá vida a um impulsivo e inconsequente jogador de cartas do velho oeste, sempre com uma ironia maldosa na ponta da língua. Ele é cinicamente mordaz e deixa claro para todos que só está naquela jornada por causa do dinheiro e nada mais. O interessante desse faroeste é justamente isso. O argumento tem um viés psicológico inesperado para esse tipo de filme. Todos os personagens, por essa razão, são bem construídos pelo roteiro. Um exemplo claro vem com a Leah de Susan Hayward. Longe das heroínas indefesas dos filmes de faroeste americano ela interpreta uma mulher com um semblante de mistério no ar. Acusada pelo próprio marido de só pensar no ouro das minas e não nas pessoas ela jamais pensa em se defender das acusações que lhe são feitas, talvez por serem verdadeiras. 

Misoginia do roteiro? Provavelmente.... quem poderia saber? Deixando um pouco de lado essa complexidade dos personagens no roteiro, o filme apresenta ainda ótimas sequências de ação, as melhores delas passadas em um desfiladeiro traiçoeiro cheio de falhas e abismos pelo meio do caminho. Imagine galopar em alta velocidade em um lugar como esse! Por isso a equipe de cowboys e dublês que realizaram essas cenas estão de parabéns pois fica claro que todos eles correram perigo real de vida ao se arriscarem naquelas locações íngremes. Filmar naqueles rochedos definitivamente não deve ter sido fácil para ninguém. Para complicar ainda mais a tal mina para onde se dirigem os personagens do filme se localiza numa região de rochas vulcânicas, criando um clima bem peculiar ao filme em si por causa desses cenários naturais. A poeira levantada pelos cavalos é negra e espessa, algo que não se vê muito nesse tipo de produção. Em suma, pelos cuidados dispensados aos papéis que os atores interpretaram, pelas ótimas cenas no alto do desfiladeiro e pelo seu viés psicológico, só temos que elogiar "Garden of Evil". Esse é um faroeste diferente, muito bem desenvolvido em suas premissas básicas.

Pablo Aluísio.

Um comentário:

  1. Avaliação:
    Direção: ★★★
    Elenco: ★★★★
    Produção: ★★★
    Roteiro: ★★★★
    Cotação Geral: ★★★
    Nota Geral: 7.9

    Cotações:
    ★★★★★ Excelente
    ★★★★ Muito Bom
    ★★★ Bom
    ★★ Regular
    ★ Ruim

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