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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça

O conto original faz parte do folclore americano, das tradições que deram origem ao feriado nacional daquele país conhecido como Halloween, o dia das bruxas. É aquele tipo de obra cultural que já deu origem a livros, filmes, desenhos e todos os tipos de produtos que você possa imaginar. Adaptar algo assim sempre envolve controvérsias pelo fato de ser algo muito conhecido pelo público em geral. Nas mãos de Tim Burton, o mais gótico de todos os cineastas americanos, era de se esperar que tivéssemos um grande filme. Na realidade essa produção só é realmente fantástica em termos de direção de arte. Figurinos, cenários, efeitos digitais, tudo é de primeira linha. Fora isso algumas coisas realmente parecem bem fora do lugar.

O próprio elenco não foi bem escalado. Johnny Depp, em eterna parceria com Burton, tem certamente o seu valor, mas não se mostra adequado para viver o personagem Ichabod Crane. Depp não tinha idade e nem o visual certo para interpretar Crane, que basicamente era um sujeito na meia idade, nada heróico, que tinha que enfrentar um grande mal. Em termos de roteiro Burton não quis arriscar muito, preferindo rodar uma história que lembra bastante o texto original. Provavelmente teria sido melhor dar pitadas de inovação em certos aspectos. Do jeito que está não existe grande justificativa para a produção de algo tão elaborado assim. A única coisa realmente memorável vem das participações de veteranos consagrados como o mito Christopher Lee, recentemente falecido. Sua presença vale por quase todo o filme.

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (Sleepy Hollow, Estados Unidos, 1999) Direção: Tim Burton / Roteiro: Washington Irving, Kevin Yagher/ Elenco: Johnny Depp, Christina Ricci, Miranda Richardson, Christopher Walken, Christopher Lee / Sinopse: A figura sinistra de um cavaleiro sem cabeça assusta os moradores de uma pequena vila. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte. Indicado nas categorias de Melhor Fotografia e Melhor Figurino.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de novembro de 2015

O Rio Selvagem

Um dos mais diferenciados filmes da carreira da grande Meryl Streep. Já percebi que ela, de tempos em tempos, procura realizar filmes menos pretensiosos, com menos cara de Oscar. Provavelmente faça esse tipo de coisa para não virar uma atriz que só possa trabalhar em filmes importantes, com tramas edificantes e roteiros épicos! Até Meryl Streep precisa relaxar de vez em quando. Quando esse filme foi lançado ela afirmou que havia aceitado topar participar porque estava querendo tirar longas férias - então como o filme foi rodado numa das regiões mais bonitas de Montana (nas reservas de Kootenai River e Glacier National Park) ela percebeu que poderia unir o útil ao agradável.

O roteiro não apresenta nada demais, de certa forma temos aqui um thriller sem maiores surpresas. Vale a pena porém porque, como eu já escrevi, temos Meryl Streep em um papel diferente, mais físico do que dramático. Ao lado de Kevin Bacon ela acabou tomando belos caldos nos bonitos rios daquela região. Por ser divertido e nada Oscarizável, já está de bom tamanho. Indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep) e Melhor Ator Coadjuvante (Kevin Bacon). Também indicado ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep). PS: como se pode perceber a Meryl pode atuar em qualquer coisa que ela sempre, mas sempre mesmo, será indicada para algum prêmio do cinema americano!

O Rio Selvagem (The River Wild, Estados Unidos, 1994) Direção: Curtis Hanson / Roteiro: Denis O'Neill / Elenco: Meryl Streep, Kevin Bacon, David Strathairn / Sinopse: Filme de ação explorando as perigosas corredeiras de um verdadeiro rio selvagem. Emoção, suspense e ação em cada curva do rio.

Pablo Aluísio.

Má Companhia

A história gira em torno de uma extensa e complexa rede de corrupção envolvendo agentes da CIA, membros da Suprema Corte e empresários inescrupulosos. O curioso é que cada um deles parece estar prestes a trair o outro a qualquer momento. Nesse jogo de agentes corruptos e corruptores a coisa funciona realmente assim no mundo real pois quando um dos pilares cede (ou seja, vai para a prisão), todo o esquema desmonta rapidamente - basta lembrar o que anda acontecendo atualmente no Brasil com a operação Lava Jato. Se em países como o nosso várias empresas se unem a agentes de estatais para saquear grandes remessas de dinheiro público roubado, aqui a situação envolve também geopolítica internacional. Apesar do tema atraente, temos que reconhecer, infelizmente, que "Bad Company" não consegue se sobressair muito da média do que era produzido naquela época.

O elenco é muito bom, principalmente pela presença da sensual Ellen Barkin, uma das loiras mais marcantes do cinema americano na década de 1990. Outro destaque vem com o veterano Frank Langella em cena. Depois de um período em que ele ficou afastado das telas, se dedicando principalmente ao teatro em Nova Iorque, onde estrelou grandes adaptações para os palcos consagrados da cidade, ele foi retornando aos poucos para o mercado cinematográfico. Em relação a Langella sempre gosto de dizer que ele foi um dos mais significativos exemplos daquele tipo de ator talentoso que acaba não conseguindo emplacar direito no cinema. Geralmente seu valor suplanta em muito os personagens que costuma interpretar, talvez até por pura falta de oportunidade. Aqui então, nem precisa falar da disparidade entre seu grande valor como ator e seu personagem, um vilão comum de thrillers policiais dos anos 90. Enfim, "Má Companhia" realmente não traz nada de muito relevante e original.

Má Companhia (Bad Company, Estados Unidos, 1995) Direção: Damian Harris / Roteiro: Ross Thomas / Elenco: Ellen Barkin, Laurence Fishburne, Frank Langella / Sinopse: Um intrigante jogo nesse bom filme dos anos 90.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de novembro de 2015

Velocidade Terminal

Enquanto entrava e saía da cadeia por envolvimento com drogas e prostituição de luxo em Hollywood, o ator Charlie Sheen tentava manter sua carreira viva no cinema. Para quem foi saudado como o "novo Tom Cruise" em seu surgimento as coisas pareciam ter dado bem errado! Depois de "Platoon" todos pensavam que ele finalmente iria escalar os degraus do Olimpo cinematográfico, mas isso definitivamente não aconteceu. Sheen preferia curtir sua vida em baladas estravagantes regadas a pilhas de drogas. Isso queimou literalmente seu filme com os grandes estúdios, que procuravam atores que não lhes criassem problemas em grandes produções. Fora dos grandes filmes ele então teve que se contentar com fitinhas B do mercado.

"Velocidade Terminal" é um filme policial de rotina, onde Sheen tentava emplacar algum sucesso para pagar os caros advogados de seus inúmeros processos judiciais. Sem maiores surpresas em termos de roteiro o interesse vinha mesmo no elenco de apoio que contava com a linda Nastassja Kinski (que apesar da idade ainda mantinha a beleza) e James Gandolfini (muitos anos antes de se tornar famoso, rico e popular com a série "A Família Soprano"). A história, banal e mal escrita, gira em torno de um instrutor de para-quedas, uma agente da KGB e teorias da conspiração. Isso porém não tem a menor importância no final das contas pois tudo é bem esquecível e descartável. A vida de Sheen nos tablóides sensacionalistas da época era bem mais interessante.

Velocidade Terminal (Terminal Velocity, Estados Unidos, 1994) Direção: Deran Sarafian / Roteiro: David Twohy / Elenco: Charlie Sheen, Nastassja Kinski, James Gandolfini / Sinopse: Filme de ação lançado nos anos 90 tendo como estrela principal o polêmico ator Charlie Sheen.

Pablo Aluísio.

O Casamento de Muriel

Foi muito badalado em seu lançamento original, mas nunca consegui gostar muito do filme. Pessoalmente acho seu roteiro bem cruel com as mulheres que não se enquadram nos modelos de beleza tradicional que são impostos pela sociedade. A personagem principal muitas vezes parece uma pessoa louca, sem noção, simplesmente porque ainda não se casou como a maioria de suas amigas de sua idade. Que tremenda bobagem! O preconceito já começa daí, depois vai piorando conforme a trama vai avançando. A mensagem, apesar de todas as camuflagens do roteiro, não é a melhor. Renova e fortifica uma visão ultrapassada do papel da mulher na sociedade, mostrando um argumento cheio de estereótipos ruins, que não levam a nada e nem somam na vida de ninguém.

De bom mesmo apenas a forte presença de Toni Collette que aqui provavelmente teve o papel de sua vida. A direção do australiano P.J. Hogan até apresenta algumas soluções interessantes, principalmente no uso bem bolado de uma trilha sonora cheia de canções nostálgicas, mas também fica por aí. Isso obviamente é muito pouco. Assim não consegui gostar e nem achei nada particularmente engraçado. É só uma comédia boba, cheio de falsas boas intenções. Pode-se dispensar sem maiores problemas.   

O Casamento de Muriel (Muriel's Wedding, França, Austália, 1995) Direção: P.J. Hogan / Roteiro: P.J. Hogan / Elenco: Toni Collette, Rachel Griffiths, Bill Hunter / Sinopse: Uma solteirone com problemas emocionais finalmente encontra o homem de sua vida e decide se casar com ele. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Toni Collette). Vencedor de quatro prêmios (inclusive melhor filme e atriz) no Australian Film Institute.

Pablo Aluísio

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Malone

Voltemos aos anos 80. Eu me recordo desse filme lançado em VHS, mas pegando poeira nas prateleiras das locadoras de vídeo. Acontece que o Burt Reynolds já era considerado um ator fora de moda nos anos 80. Ele foi um grande astro do cinema americano nos anos 70. Seus filmes, principalmente aqueles do Bandit, fizeram muito sucesso de bilheteria. Só que ele tinha um visual muito anos 70 mesmo, com aquele estilo meio brega, bigodão, peito cabeludo em camisas abertas. Aquela coisa toda. Quando a década virou, ele ficou para trás.

Esse era um filme policial lançado nos anos 80. O roteiro foi considerado bobo, até infantil por algumas resenhas. E o Burt Reynolds já não funcionava mais como herói de filmes de ação. Havia uma nova geração de atores e ele era considerado um cara do passado. Pelo menos ele ainda não tinha destruído seu rosto com cirurgias plásticas pavorosas. A partir daí eu sinceramente passei a ter pena dele.     
    
Malone, o Justiceiro (Malone, Estados Unidos, 1987) Direção: Harley Cokeliss / Roteiro: Christopher Frank / Burt ReynoldsCliff Robertson, Kenneth McMillan / Sinopse: Um policial descobre um plano de um vilão insano que deseja dominar os Estados Unidos, partindo de uma pequena cidade na montanha.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Arthur, o Milionário Sedutor

Eu assisti esse filme pela primeira vez ainda nos anos 80. Eu sempre tive um sentimento dúbio em relação a essa película. E nunca foi de riso. Havia uma certa melancolia na história desse milionário baixinho, muito vulnerável emocionalmente, que vivia atrás da mulher perfeita para ele. O Dudley Moore sempre foi um ator subestimado. As pessoas o viam principalmente como um comediante. Eu o via da maneira certa, como um grande ator, que conseguia passar muitas emoções apenas com sutis olhares, nuances, etc. Na verdade eu sempre tive muita pena de seu personagem nesse filme.

E isso me lembra aquela famosa frase que dizia: "Era tão pobre que a única coisa que tinha era o dinheiro". Exatamente isso. O Arthur vaga pela vida, mas no fundo é um ser humano triste, sem rumo. E quando ele se apaixona por uma mulher joga tudo para o alto. É um sujeito desesperado. Pois bem, esse é um grande filme em minha opinião. Esqueça a continuação que é horrenda. Assista apenas esse que já está de bom tamanho. Um filme que me tocou quando vi. O melhor trabalho do Moore em toda a sua carreira. E ter a Liza Minelli também no elenco é mais um luxo de um filme que realmente é muito bom.

Arthur, o Milionário Sedutor (Arthur, Estados Unidos, 1981) Direção: Steve Gordon / Roteiro: Steve Gordon / Elenco: Dudley Moore, Liza Minnelli, John Gielgud / Sinopse: Um homem muito rico, milionário, mas igualmente muito carente, tenta encontrar a mulher que vai se tornar o amor de sua vida. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (John Gielgud) e melhor música original ("Arthur's Theme (Best That You Can Do)".

Pablo Aluísio.

Passionata

Esse filme, como o título bem sugere, é um romance. Um romance daqueles que retratam paixões avassaladoras. O protagonista é um jovem estudante da Juilliard, uma das mais prestigiadas escolas de música de Nova Iorque. Isso traz ao filme, como não poderia deixar de ser, uma trilha sonora linda, com muita música sofisticada e de classe. O amor entre o casal parece florescer com avidez e também se auto destrói com fúria. Embora a produção não seja classe A - muitas vezes parecendo um telefilme, o filme em si se sustenta bem pela força da história que conta.

Assisti o filme na TV a cabo e gostei do que vi. Ele é um filme relativamente curto e passa voando. Foi de certa forma criticado por causa da superficialidade de certos personagens, mas ao meu ver essa é uma crítica até mesmo injusta já que a pretensão do filme se resume em contar uma história de amor. E paixões como essa não precisam de maior complexidade, precisam mesmo é de amor e isso o casal conseguiu passar para a tela.

Passionata (Passionata, Estados Unidos, 1992) Direção: rChristopher Shelton / Roteiro: Bill Hoffman / Elenco: Larry Poindexter, Pamela Winslow Kashan, iStuart Nelson/ Sinopse: Uma história de amor passada no meio acadêmico e musical de Nova Iorque. O amor é lindo e também pode se expressar por belas notas musicais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Papai Noel às Avessas

Título no Brasil: Papai Noel às Avessas
Título Original: Bad Santa
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Terry Zwigoff
Roteiro: Glenn Ficarra, John Requa
Elenco: Billy Bob Thornton, Bernie Mac, Lauren Graham,

Sinopse:
Um vigarista e seu comparsa se vestem de Papai Noel e seu ajudante duende para roubar todas as lojas grandes da cidade, mas seus planos acabam interrompidos quando ele conhece uma criança com problemas.

Comentários:
Inegavelmente um filme vulgar, apelando para uma tremenda baixaria em certos momentos, mas que a despeito de tudo isso ainda consegue soar divertido. Pois é, existe uma verdadeira praga de filmes melosos de natal todos os anos. Então um filme como esse, que ridiculariza e satiriza essa pieguice toda, sempre será mais bem-vindo. Sempre haverá pessoas em fins de ano que estarão de saco cheio de toda aquela coisa de natal como Papai Noel, falsidade entre familiares, etc. Entõa para essa turminha mais chegada em um certo humor negro o filme até que funciona que é uma beleza, embora não pague pra ver, indo até as últimas consequências.

Pablo Aluísio.

A Inveja Mata

Título no Brasil: A Inveja Mata
Título Original: Envy
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks Pictures.
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Steve Adams
Elenco: Ben Stiller, Jack Black, Rachel Weisz

Sinopse:
A amizade de dois amigos começa a ficar conturbada quando um deles sobe na vida, faz sucesso, fica rico, enquanto o outro só afunda, dia após dia. A inveja, que mata, começa a nublar a antiga amizade sincera entre eles.

Comentários:
Uma comédia descartável, nada memorável. O elenco reúne dois humoristas que me cansaram há anos. Definitivamente não aguento mais Ben Stiller. Ele sempre repete o mesmo papel, a do carinha que tenta ser normal, mas que no fundo não passa de um tremendo panaca. Jack Black é bem menos chato, mas também tem tendência de ser exagerado e quando isso acontece, afunda qualquer filme. O que mais me intriga aqui é mesmo a presença da ótima atriz Rachel Weisz! O que essa atriz, tão profissional e talentosa, está fazendo nesse filmeco? Eu não sei, definitivamente não sei. Só sei que esse é seguramente o pior filme de sua rica filmografia. Pois é, ninguém é perfeito nesse mundo!

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de novembro de 2015

As Virgens Suicidas

Já que estamos falando de filmes esquisitos eu me lembrei desse "As Virgens Suicidas". Assisti ainda nos tempos do VHS. Esse foi o filme que convenceu a crítica de que a jovem Sofia Coppola não era apenas a péssima atriz que Francis Ford Coppola insistiu em colocar na terceira parte de "O Poderoso Chefão". Ela até não podia convencer na frente das câmeras, mas seguramente mostrava bastante talento atrás delas, como cineasta. Duvida? Então você tem que conhecer esse seu primeiro filme de grande repercussão no circuito independente. O enredo por si só já era fora do normal. Um grupo de jovens garotas, todas loiras, lindas e muito inteligentes, que acabam se tornando protagonistas de um acontecimento bizarro que chocou a cidade onde moravam (sim, por mais estranha que a história lhe possa parecer o fato é que o roteiro foi baseado em fatos reais, o que definitivamente prova que os americanos não formam a população mais normal do mundo).

Aliás é bom salientar que o argumento tem várias nuances envolvendo fanatismo religioso, costumes e moralidade exacerbadas, repressão familiar, falta de harmonia doméstica e até mesmo assédio moral entre parentes. No elenco quem se destacou mesmo foi Kirsten Dunst, cuja atuação também serviu de trampolim para a fama pois em pouco tempo ela entraria na franquia de grande sucesso do Homem-Aranha. Então é isso, deixo essa dica para vocês, um filme que provavelmente vá mexer com tudo aquilo que você pensa entender da mente dos adolescentes.

As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides, Estados Unidos, 1999) Direção: Sofia Coppola / Roteiro: Sofia Coppola / Elenco: Kirsten Dunst, Josh Hartnett, James Woods, Kathleen Turner, Danny DeVito, Michael Paré, Scott Glenn / Sinopse: o filme conta uma chocante história real envolvendo adolescentes norte-americanas. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards e ao Empire Awards.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Atrás das Linhas Inimigas

Outro filme que também marcou a despedida de um grande ator. Durante as entrevistas de lançamento dessa produção, Gene Hackman anunciou que estava se aposentando. De fato ele só retornaria dois anos depois para um último adeus em "O Júri" para só então se dedicar apenas a desfrutar dos frutos de sua longa carreira no cinema. Pena que "Atrás das Linhas Inimigas" não seja tão bom quanto se esperava. Na verdade é um filme cheio de problemas, em especial em termos de roteiro, arrastado e confuso, e falta de ritmo. Além disso o elenco não parece bem escalado. O comediante Owen Wilson, por exemplo, foi pessimamente escalado para o papel do tenente Chris Burnett. Ele parece nada convincente. Hackman, um ator que era praticamente à prova de falhas, precisou então segurar o filme praticamente sozinho em suas costas, o que nem sempre é um bom sinal.

Basicamente é um filme de guerra e ação que mostra as dificuldades de um oficial americano em sobreviver após ser praticamente abandonado em pleno território inimigo. A sinopse parece bem mais interessante do que se vê na tela. As cenas não são empolgantes e a dificuldade de se acertar no enredo coloca quase tudo praticamente a perder. Isso parece ser uma constante na carreira do diretor John Moore, algo que se repetiu em pequena escala em outros filmes seus como "O Vôo da Fênix" e "Max Payne". Só em "Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer" ele conseguiu em parte superar isso, talvez por se tratar de uma super produção. Enfim, temos aqui um filme que prometia bastante, mas que no final de tudo se revela apenas de mediano para fraco. O veterano e talentoso Gene Hackman merecia mais, muito mais do que apenas isso.

Atrás das Linhas Inimigas (Behind Enemy Lines, Estados Unidos, 2001) Direção: John Moore / Roteiro: Jim Thomas, John Thomas / Elenco: Gene Hackman, Owen Wilson, Gabriel Macht, Joaquim de Almeida / Sinopse: Um filme de guerra mostrando uma operação das mais perigosas no front de batalha.

Pablo Aluísio.

Testemunha do Silêncio

Um garoto autista se torna a única testemunha de um duplo homicídio. Para tentar entrar na mente dele um terapeuta, Dr. Jake Rainer (Richard Dreyfuss), tenta revelar o que ele de fato teria visto, usando para isso uma metodologia pouco usual. Um bom thriller policial de suspense, com roteiro bem escrito. Eis o que temos aqui nesse "Testemunha do Silêncio". Como se sabe pessoas que sofrem de autismo não conseguem interagir completamente com outras, se isolando em um mundo particular no qual praticamente ninguém consegue entrar. Agora imagine um autista sendo a única testemunha de um crime hediondo. Como descobrir quem teria cometido o crime se apenas ele o viu? O bom elenco também segura a trama com competência.

Entre os atores, como não poderia deixar de ser, quem acaba se destacando mesmo é Richard Dreyfuss. De tempos em tempos Dreyfuss passeia em comédias levemente divertidas, mas aqui preferiu trabalhar em um papel mais sério e centrado. Acertou em cheio, até porque embora seja um comediante nato ele também convence plenamente nesse tipo de personagem por causa de sua imagem, que mais se parece com a de um intelectual judeu de Nova Iorque ou um professor universitário em fim de carreira. Pela boa direção o cineasta Bruce Beresford acabou sendo indicado no prestigiado Berlin International Film Festival, arrancando uma memorável indicação ao Urso de Ouro, um dos prêmios mais conceituados do velho continente. Um reconhecimento merecido que serviu para ressaltar ainda mais a qualidade cinematográfica do filme como um todo. /

Testemunha do Silêncio (Silent Fall, Estados Unidos, 1994) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Akiva Goldsman / Elenco: Richard Dreyfuss, Linda Hamilton, John Lithgow, Liv Tyler / Sinopse: Um thriller de suspense dos anos 1990, com ótimo elenco.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Attica: A Solução Final

John Frankenheimer poucas vezes trabalhou na TV. Uma de suas poucas incursões na telinha aconteceu justamente nesse muito bom "Attica: A Solução Final". A história, baseada em fatos reais, se passa no ano de 1971 no presídio de segurança máxima Attica. Michael Smith (Kyle MacLachlan) é um jovem guarda, praticamente um novato, ainda nos seus primeiros dias dentro da prisão, que é surpreendido por uma das maiores rebeliões de presos da história daquela instituição prisional. Tudo fruto de anos e anos de má administração, abusos, torturas e violações de direitos humanos dos prisioneiros.

Como se sabe quando algo assim é implantado dentro de um presídio o esperado é realmente que algo muito sério venha a ocorrer, principalmente quando a pressão se torna insustentável de se administrar. Kyle MacLachlan convence plenamente como o sujeito que até tem boas intenções, mas que é tragado pelo sistema completamente viciado... e corrupto! O roteiro procura seguir os passos dos acontecimentos reais, então é de se esperar que haja mesmo muita violência e cenas de impacto, algo que não é muito recomendado para quem estiver procurando por algo mais leve. A intenção de Frankenheimer foi realmente denunciar uma situação extrema, que merecia ganhar a atenção urgente das autoridades públicas.  

Attica: A Solução Final (Against the Wall, Estados Unidos, 1994) Direção: John Frankenheimer / Roteiro: Ron Hutchinson / Elenco: Kyle MacLachlan, Samuel L. Jackson, Clarence Williams III / Sinopse: Violência, ódio e sobrevivência em uma das mais infames prisões dos Estados Unidos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Minissérie ou Telefilme (Samuel L. Jackson).

Pablo Aluísio.

Stalingrado - A Batalha Final

Produção alemã que procura recriar uma das batalhas mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial. Naquele momento histórico o ditador nazista Adolf Hitler estava determinado a conquistar a União Soviética. Para isso a tomada da cidade de Stalingrado era essencial para os seus planos. Milhões de soldados alemães foram enviados, mas a missão militar logo se revelou um desastre completo. As tropas do Reich não tinham equipamentos e nem apoio logístico adequado para enfrentar uma batalha de longo prazo como aquela. Os russos se armaram até os dentes e toda a população civil foi convocada para lutar rua a rua, casa a casa. Isso deu origem a uma das defesas mais aguerridas de todo o conflito.

Os alemães, sem comida e apoio de retaguarda foram morrendo aos poucos. Além da fome, o frio também foi implacável. Apelidado de "general inverno" as baixas temperaturas literalmente congelaram as tropas nazistas inimigas. Já o povo soviético também teve que se virar diante da adversidade, comendo ratos e até mesmo os cadáveres de pessoas mortas para sobreviver ao cerco alemão. Uma tragédia de proporções humanas imensuráveis. Para quem gosta da história da Segunda Guerra Mundial o filme é obviamente uma boa opção. Filme indicado aos prêmios do Bavarian Film Awards e do Moscow International Film Festival.

Stalingrado - A Batalha Final (Stalingrad, Alemanha, 1993) Direção: Joseph Vilsmaier / Roteiro: Jürgen Büscher, Johannes Heide / Elenco: Dominique Horwitz, Thomas Kretschmann, Sebastian Rudolph / Sinopse: O filme reconstitui uma das mais sangrentas batalhas da II Grande Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O Mundo de Andy

O ator Jim Carrey voltou às manchetes de todos os jornais nesse fim de semana por causa da morte trágica de sua namorada, Cathriona White. Segundo as investigações ela teria se suicidado com uma overdose de pílulas após Carrey acabar seu romance com ela. É triste, mas o fato é que muitas pessoas não conseguem lidar direito com a rejeição amorosa. Muitas mulheres ficam devastadas - algumas por anos e anos a fio - enquanto outras tomam atitudes desesperadas como essa. Segurando o caixão da ex-namorada, Carrey me pareceu muito abatido e envelhecido (com uma longa barba messiânica). Uma pena. Isso também me fez dar uma olhada mais uma vez em sua filmografia. Confesso que nunca fui seu fã de carteirinha, talvez por ter sido um admirador de Jerry Lewis no passado, o que me fez ter sempre uma sensação de que Carrey seria apenas uma versão moderna e menos talentosa do outrora brilhante Lewis. De qualquer forma um de seus filmes que realmente valem a pena é esse "O Mundo de Andy" dirigido pelo grande Milos Forman (quem poderia prever que um cineasta clássico como esse iria um dia fazer um filme com o careteiro Carrey?). Claro que não seria uma comédia escrachada, mas sim um drama.

O filme se propõe a contar a história do comediante Andy Kaufman (muito popular nos Estados Unidos porém praticamente desconhecido no Brasil). Andy era um sujeito estranho, diria até mesmo bizarro, que usava essa imagem fora do comum para ganhar a vida fazendo humor (muitas vezes bem corrosivo e fora dos padrões convencionais). Esse filme foi mais uma tentativa (dessa vez bem sucedida) de Jim Carrey provar que era mais do que apenas um humorista pirado em filmes comerciais de verão. Temos de reconhecer que ele está muito bem, provavelmente naquela que seja sua melhor atuação na carreira. Premiado de forma merecida com o Globo de Ouro de Melhor Ator, Carrey conseguiu convencer a crítica, mesmo que por um breve período, que também sabia atuar e muito bem em outros gêneros cinematográficos. Depois de "O Mundo de Andy" isso foi mais do que comprovado.

O Mundo de Andy (Man on the Moon, Estados Unidos, 1999) Direção: Milos Forman / Roteiro: Scott Alexander, Larry Karaszewski / Elenco: Jim Carrey, Danny DeVito, Gerry Becker / Sinopse: O filme conta a história real de um popular comediante norte-americano. Um sujeito que de certa maneira estava muito à frente de seu tempo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Abaixo o Amor

Eu sempre gostei do trabalho da atriz texana Renée Zellweger. Além de ser uma graça em termos estéticos ela parecia ter herdado de certo modo o timing do humor que um dia pertenceu a Marilyn Monroe (tirando as devidas proporções, é claro!). Pois bem, aqui ela resolveu ir para o tempo de Marilyn, numa comédia de costumes que procurava imitar o velho estilo das antigas comédias românticas estreladas por Rock Hudson e Doris Day. A fórmula é simples de decifrar: uma maneira de falar sobre relacionamentos e sexo de uma forma mais sofisticada, bem humorada e sutil. Ewan McGregor interpreta o papel que um dia pertenceu a Rock: a do conquistador inveterado que pretende provar seu ponto de vista em cima de uma mulher independente e muito ciente de si e sua independência. Ela é escritora e defende em seus livros que a mulher pode ser feliz sem precisar de um homem ao lado. Ele é um sujeito que está disposto a fazer ela se apaixonar por ele, destruindo sua tese literária!

"Down with Love" é bem divertido, inclusive tive a oportunidade de conferir no cinema, mas falha justamente em um dos pontos que deveriam ser o forte de seu roteiro: a sofisticação. Em determinados momentos o filme escolhe o lado mais vulgar, algo que seria impensável nas comédias dos anos 60 que tenta recriar. Renée Zellweger desfila com um fino figurino - que acaba se tornando uma das melhores coisas do filme, mas também decepciona com o excesso de botox na face. Algo que o diretor deveria ter corrigido já que isso não existia na época em que a história do filme se passa. Quando ela aparece com rosto inchado em cena logo ficamos com aquela sensação de superficialidade que estraga em parte o charme dessa comédia vintage. Apesar de tudo ainda vale conhecer.

Abaixo o Amor (Down with Love, Estados Unidos, 2003) Direção: Peyton Reed / roteiro: Eve Ahlert, Dennis Drake / Elenco: Ewan McGregor, Renée Zellweger, David Hyde Pierce / Sinopse: Um filme dos dias atuais com o estilo das antigas comédias românticas dos anos 1960. Filme vencedor do Phoenix Film Critics Society Awards na categoria de Melhor Figurino.

Pablo Aluísio.

Eu, Eu Mesmo e Irene

Mais uma comédia muito bem sucedida na carreira de Jim Carrey. Por essa época ele estava no auge da popularidade e conseguiu por um breve momento ser o ator mais bem pago de Hollywood, algo bem raro de acontecer principalmente por ele ser basicamente um comediante de filmes escrachados e idiotizados (no bom sentido, é bom frisar). O diferencial dessa produção veio no elenco e na direção. Em termos de elenco de apoio temos a simpática e carismática Renée Zellweger, também em ótimo momento na carreira. O que a teria levado a estrelar essa comédia descerebrada, uma vez que pouco tinha a ver com outros trabalhos dela na mesma época? Coisas do coração. Renée era namorada de Jim quando o filme foi lançado. O romance não foi fogo de palha e quase se casaram conforme foi noticiado pelos jornais.

Só mesmo o amor para justificar ela em um papel tão, digamos assim, sem importância. Hoje em dia ela anda em baixa, principalmente depois de uma intervenção plástica que praticamente destruiu sua fisionomia. Isso porém pouca importa para os fãs de Carrey que pelo menos nessa fita não tiveram o que reclamar pois o ator deitou e rolou com seu papel, a de um homem com problemas de múltipla personalidade. Atualmente praticamente esquecida a fita ainda mantém um certo charme, pois algumas gags são realmente bem divertidas, engraçadas e resistiram ao teste do tempo. Além do mais os melhores filmes de Carrey sempre foram aqueles em que ele foi menos pretensioso. O descompromisso com algo mais sério sempre foi o segredo de seu sucesso. Filme indicado ao MTV Movie Awards e ao Teen Choice Awards na categoria de Melhor Ator (Jim Carrey).

Eu, Eu Mesmo e Irene (Me, Myself & Irene, Estados Unidos, 2000) Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly / Roteiro: Peter Farrelly, Mike Cerrone / Elenco: Jim Carrey, Renée Zellweger, Anthony Anderson / Sinopse: Um relacionamento muito doido envolvendo uma garota bonita e um sujeito com um parafuso a menos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A Enfermeira Betty

Pequena produção tão simpática e carismática que até hoje desperta interesse. Hoje provavelmente vai soar um pouco estranho para o público mais jovem, porém em seu ano de lançamento acabou se tornando um pequeno cult da época. Na verdade foi o primeiro filme de destaque na carreira de Renée Zellweger. Ela interpreta essa personagem muito simpática, a enfermeira Betty do título. No fundo não passa de uma garota bem romântica, ingênua mesmo, que cai de amores por um galã de novelas, o canastrão David Ravell (Greg Kinnear). O que começa com uma simples admiração vai logo ganhando novos contornos, se transformando numa paixão platônica devastadora até finalmente virar uma obsessão sem limites em sua mente. Ela simplesmente não consegue parar de pensar naquele que ela pensa sinceramente ser o grande amor de sua vida.

Claro que tudo sob um viés bem humorado, investindo em um tipo de linguagem mais nonsense, tudo valorizado ainda mais pelo bom elenco de apoio que contou inclusive com gente talentosa como Morgan Freeman e Chris Rock (que aqui está em seu tipo habitual, bem exagerado e fora de controle, diria até histriônico). Ainda linda no começo de sua carreira, com olhar e jeito joviais e bem longe das plásticas que destruíram sua feição original, Renée Zellweger brilhou com seu trabalho a ponto inclusive de também levar o Globo de Ouro para casa. Um feito e tanto para uma jovem atriz texana que naquela altura do campeonato ninguém ainda conhecia direito. Depois desse momento as portas da indústria do cinema iriam se abrir definitivamente para a atriz - pena que o excesso de luzes e fama tenha de certa maneira tirado o seu bom senso com o passar dos anos. De uma forma ou outra a magia do cinema está aí para preservar Zellwegger em um tempo em que ela não passava de uma jovem starlet buscando seu lugar ao sol.

A Enfermeira Betty (Nurse Betty, Estados Unidos, 2000) Direção: Neil LaBute / Roteiro: John C. Richards / Elenco: Renée Zellweger, Morgan Freeman, Chris Rock, Greg Kinnear./ Sinopse: A história de uma mulher comum que trabalha como enfermeira e que tem seus sonhos e suas aspirações de vida.

Pablo Aluísio.

Os Queridinhos da América

Hollywood muitas vezes gosta de se auto parodiar, mostrando os aspectos mais bizarros de seus astros e estrelas. Faz parte do jogo, até porque a paródia pode muitas vezes ser usada como auto promoção também. Esse filme nasceu da parceria entre o comediante Billy Crystal (que assinou o roteiro) e a estrela e diva suprema Julia Roberts. A intenção fica óbvia desde a primeira cena, o roteiro nada mais é do que uma tentativa bem humorada de criticar a frivolidade e o superficialismo que atinge muitos astros e estrelas na indústria do cinema americano. Exigências descabidas, ataques de estrelismo e outros absurdos desfilam pela tela apenas como uma forma leve de divertir. Talvez o maior problema dessa comédia meio sem graça tenha sido justamente isso. Crystal fez uma sátira, mas tão polida e inofensiva que ficou superficial demais, diria até mesmo chatinha.

Julia Roberts parece estar se divertindo como nunca, pena que nesse processo ela esqueceu de divertir o público também. Outro aspecto interessante é que ela tentou não manchar sua imagem, assumindo um papel bonitinho, simpático, deixando a antipatia do estrelato (que muitas vezes foi atribuído a ela, Julia Roberts, na vida real) para a atriz Catherine Zeta-Jones (que curiosamente dizem ser uma pessoa muito fácil de se trabalhar, uma profissional séria e equilibrada, bem ao contrário do que se fala muito de Julia Roberts nos bastidores de seus filmes!). Talvez nisso resida toda a ironia dessa produção. A diva antipática surgindo como boazinha em cena e a excelente profissional sendo mostrada como uma estrela boba, deslumbrada com o próprio sucesso! Nessa inversão completa de papéis o espectador fica esperando pela grande graça do filme, que nunca chega. Assim, no final, percebemos que "America's Sweethearts" não consegue atingir nenhum de seus objetivos, não é ácido suficiente com as superficialidades de Hollywood e nem tampouco faz rir de verdade. Um verdadeiro desperdício.

Os Queridinhos da América (America's Sweethearts, Estados Unidos, 2001) Direção: Joe Roth / Roteiro: Billy Crystal, Peter Tolan / Elenco: Julia Roberts, John Cusack, Billy Crystal, Catherine Zeta-Jones, Stanley Tucci, Christopher Walken, Alan Arkin / Sinopse: Comédia romântica de sucesso celebrando o estrelismo da atriz Julia Roberts. Filme vencedor do ASCAP Film and Television Music Awards.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de novembro de 2015

O Guarda-Costas e a Primeira Dama

Dois anos antes da produção dessa pérola (no mal sentido) o ator Kevin Costner conseguiu emplacar o maior sucesso de sua carreira, o filme "O Guarda-Costas". Por certo os produtores pensaram que o público havia criado algum fetiche em relação a esse tipo de profissional o que acabou dando origem a esse abacaxi monstruoso. Sinceramente... que filme ruim! Hoje em dia Nicolas Cage perdeu o pudor de aparecer em bombas, mas naquela época ele tinha um prestígio e tanto dentro do meio cinematográfico. Qual não foi a surpresa ao vê-lo passando mico em um filmeco como esse! Pior foi o caso da atriz Shirley MacLaine! Atriz veterana, com clássicos imortais em sua filmografia, precisou passar pelo vexame de estrelar essa fitinha descartável e esquecível. 

Nada se salva, o roteiro é péssimo, não tem graça e nem razão de ser. O elenco não sabe o que fazer com um material tão ruim. O fracasso comercial praticamente destruiu a carreira do novato diretor Hugh Wilson, que a partir daí foi de mal a pior, tentando emplacar numa carreira morta em seu nascimento, assinando outras porcarias do tipo "Polícia Desmontada" e "De Volta para o Presente" (péssimo filme com o ainda mais péssimo Brendan Fraser). Enfim, desista. Se nunca viu, passe longe. Se perdeu seu precioso tempo vendo isso, os meus sinceros pêsames!

O Guarda-Costas e a Primeira Dama (Guarding Tess, Estados Unidos, 1994) Direção: Hugh Wilson / Roteiro: Hugh Wilson, Pj Torokvei / Elenco: Shirley MacLaine, Nicolas Cage, Austin Pendleton / Sinopse: Um guarda-costas é designado para cuidar da segurança de ninguém menos do que a Primeira-Dama dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

Três Formas de Amar

Outro filme que foi acusado de ser bem vulgar, não no mesmo estilo da comédia de Jim Carrey, mas sim ideologicamente vulgar. Explico. A temática passeia sobre um triângulo amoroso entre dois homens e uma mulher. O cenário é o meio universitário americano. Por um erro burocrático do campus a jovem Alex (Lara Flynn Boyle) acaba indo parar no dormitório de dois colegas de faculdade, Stuart (Stephen Baldwin) e Eddy (Josh Charles). Bom, a partir daí já sabemos muito bem que um clima de tensão sexual se instalará entre eles. Mulheres e homens vivendo sob um mesmo teto acaba despertando os instintos mais básicos do ser humano. É algo perfeitamente natural. Alex logo se apaixona por Eddy, mas Stuart também tem uma queda por ela. O problema é que Eddy é gay e na verdade esconde uma atração por seu colega de quarto, o próprio Stuart.

Como resolver uma situação como essa, onde todos parecem interessados, mas que no fundo ninguém consegue dar o braço a torcer? Eventualmente Alex propõe aos rapazes um tipo de relacionamento aberto, onde ninguém seria realmente de ninguém e todos poderiam compartilhar da mesma cama sem maiores culpas. Bem, se não houvesse sentimento envolvido até poderia dar certo, porém como há paixões no meio dessa equação todos acabam se machucando emocionalmente, de uma forma ou outra. Entre as acusações que o filme sofreu estava a de que ele seria na verdade um longo comercial ou lobby da causa gay ou bissexual. Não vejo motivos para isso. No fundo é apenas uma história de amor triangular que definitivamente não deu muito certo!

Três Formas de Amar (Threesome, Estados Unidos, 1994) Direção: Andrew Fleming / Roteiro: Andrew Fleming / Elenco: Lara Flynn Boyle, Josh Charles, Stephen Baldwin / Sinopse: O roteiro explora um conturbado triângulo amoroso.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de novembro de 2015

A Colina Escarlate

Bom, se você gosta de filmes de terror deve saber muito bem que alguns dos melhores já feitos na história são ingleses, basicamente realizados entre as décadas de 1940 e 1960. Foi justamente pensando nesses filmes que o diretor Guillermo del Toro realizou esse "Crimson Peak". A trama é das mais interessantes. A protagonista atende pelo nome de Edith Cushing (interpretada pela bela atriz Mia Wasikowska, de "Alice no País das Maravilhas" e "Madame Bovary"). Ela é a filha única e herdeira de um rico industrial americano. Mesmo assim passa longe de ser uma dondoca. Inteligente, deseja um dia se tornar escritora. Dona de opiniões próprias acaba surpreendendo pela personalidade que rejeita até mesmo as futilidades do meio social em que vive. Um dia ela conhece um membro da baixa realeza britânica, o galante Thomas Sharpe (Tom Hiddleston) que está na América em busca de investidores para sua máquina a vapor que ele pretende usar para retirar argila vermelha de uma mina situada em sua propriedade. O pai de Edith logo antipatiza com o sujeito e fica muito preocupado em perceber que sua filha está se apaixonando por ele. Ao contratar um investigador acaba descobrindo o passado negro de Sharpe, mas antes que possa fazer alguma coisa é brutalmente assassinado. Depois de sua morte o nobre britânico vê finalmente seu caminho livre para desposar Edith e levar de bônus toda a sua fortuna. Era justamente o que pretendia. Ao lado da esposa se muda para a Inglaterra, para viver na velha mansão de sua família conhecida como Allerdale Hall. No novo "Lar" Edith finalmente irá entender que entrou em uma armadilha mortal.

O grande destaque desse terror ao velho estilo dirigido por Guillermo del Toro vem da direção de arte (ou como alguns preferem chamar atualmente, do design de produção). A velha e decadente mansão da família Sharpe acaba se tornando ela própria uma personagem da história. Construída em cima de uma antiga mina de argila, vai afundando a cada ano, parcialmente destruída pela ação do tempo. A antiga casa é aterrorizante, escura e sombria. Lembra muito as velhas casas mal assombradas dos antigos filmes ingleses. E dentro do espírito decadente dessa pequena nobreza em ruínas se esconde todos os tipos de relações incestuosas e taras inconfessáveis. O mistério vai se revelando aos poucos em um clima que me agradou bastante. O roteiro, embora seja de certa maneira previsível, tem sua dose de charme e elegância. Os fantasmas que vão surgindo se encaixam perfeitamente no enredo, revelando aos poucos a sangrenta história do lugar. Os efeitos especiais são adequados, de bom gosto e estão inseridos na proposta de se contar bem os fatos do passado da dinastia Sharpe. O enorme cenário que foi construído para a realização do filme é real, não virtual, o que acrescentou muito no resultado final. O elenco também me agradou muito, principalmente a atuação do ator Charlie Hunnam (o 'Jax' Teller de "Sons of Anarchy"). Para quem interpreta um motoqueiro na série, não ficou nada mal como um médico vitoriano com vocação a gestos heroicos. Aliás todos os personagens do filme nos remetem àquele universo vitoriano dos antigos romances ingleses. Todos de uma maneira ou outra surgem finos, educados e sofisticados na superfície, embora na realidade sejam grotescos, gananciosos, rudes e mesquinhos no interior de suas almas. Assim não deixe de conhecer. É de fato um terror muito bom, com um irresistível sabor nostálgico, tudo embalado em um visual realmente impressionante, de encher os olhos. 

A Colina Escarlate (Crimson Peak, Estados Unidos, Canadá, 2015) Direção: Guillermo del Toro / Roteiro: Guillermo del Toro, Matthew Robbins / Elenco: Mia Wasikowska, Jessica Chastain, Tom Hiddleston, Charlie Hunnam, Jim Beaver / Sinopse: Edith Cushing (Mia Wasikowska) é uma jovem herdeira americana que é seduzida pelo galante nobre inglês Thomas Sharpe (Tom Hiddleston). Membro de uma realeza arruinada financeiramente ele precisa do dinheiro de Edith para a construção de uma máquina a vapor inovadora que irá agilizar a extração de argila vermelha de uma velha e abandonada mina que pertence à sua família há gerações. Depois de se casar com Edith ele a leva para morar na vitoriana mansão de Allerdale Hall. A velha casa, decadente e destruída, esconde segredos terríveis que logo Edith irá descobrir.

Pablo Aluísio. 

Mia Wasikowska

Dessa nova geração de atrizes é bom ficar de olho em Mia Wasikowska. Embora seja nascida na Austrália, ela tem origem familiar na Polônia. Aos 26 anos ela já tem uma boa filmografia, com várias adaptações de livros famosos. Muitos a conhecem principalmente por causa do filme de Tim Burton, "Alice no País das Maravilhas", onde interpretava justamente a protagonista Alice. Esse em minha opinião é paradoxalmente o seu pior filme, apesar de ter sido o grande sucesso de bilheteria de sua carreira. Espalhafatoso, ultra kitsch e exagerado, já é um típico exemplar da pior fase do diretor, embora como seja sabido tenha realmente caído no gosto popular faturando mais de 1 bilhão de dólares mundo afora. Em minha maneira de entender nem isso salva o filme, que é realmente muito fraco. A única coisa boa é justamente a presença dela.

Tirando Alice de lado eu destacaria outros filmes dela de que gostei bastante. Entre eles o recente "A Colina Escarlate", um filme que relembra os antigos clássicos ingleses de terror. Nesse roteiro ela está particularmente bonita e atraente com um figurino belíssimo de época. Longos vestidos brancos que inclusive nos remetem ao visual fantasmagórico mais utilizado em filmes de casas mal assombradas do passado. Sua personagem Edith é uma jovem que não deseja apenas viver de sua beleza e da fortuna de seu pai, um rico industrial, mas sim vencer como escritora e jornalista. Embora o filme não explore todo o potencial dela, o fato é que o resultado se revela muito bom, seja você um romântico ou apenas um admirador de fitas de terror ao velho estilo.

É bom também que se diga que Mia Wasikowska fica excepcionalmente bem em adaptações de romances históricos como "Madame Bovary" (cuja resenha pretendo escrever em breve) e "Jane Eyre", os dois filmes que melhor exploraram sua beleza e talento até agora. "Jane Eyre" é um livro romântico muito cultuado do século XIX, escrito por Charlotte Brontë. É um clássico absoluto da literatura inglesa e já ganhou inúmeras versões cinematográficas ao longo dos anos. A estrelada por Mia foi lançada em 2011 e contou com uma produção refinada e muito luxuosa, marca registrada da BBC Films. Embora a direção seja um pouco burocrática, sem grandes ousadias narrativas, o filme acabou sendo salvo exatamente por causa de sua elegância e charme irretocáveis. É outro filme que Mia também se destaca muito por causa dos figurinos de época.

Antes deles também seria interessante destacar sua atuação em "Minhas Mães e Meu Pai" onde ela interpretou uma adolescente criada por duas lésbicas que em determinado momento de sua vida decide ir atrás do seu pai biológico. O roteiro explorou muito bem essas novas formações familiares que nasceram dentro da sociedade atual, onde o velho modelo de pai e mãe acaba sendo substituído por uma nova forma de entidade familiar, geralmente proveniente de uniões homoafetivas. Nesse filme Mia teve a oportunidade de contracenar com duas grandes atrizes, Julianne Moore e Annette Bening, que estavam perfeitas em cena. Um belo aprendizado, ainda mais para ela que ainda era bem jovem. Por falar em contracenar com veteranas talentosas, Mia tem tido muita sorte nesse quesito. Basta lembrar de seu trabalho ao lado de Glenn Close no subestimado "Albert Nobbs". O roteiro explora a curiosa história de uma mulher inglesa do século XIX que para se proteger passa a assumir o comportamento e a identidade de um homem. Outro bom filme de época que vale a pena conhecer.

Indicada a vários prêmios ao redor do mundo Mia ainda tem muito a mostrar. Esperamos que sua carreira siga nesse ritmo de bons filmes, sempre bem produzidos, com enredos edificantes. Seus próximos filmes prometem. Ela estará em "HHH", um filme ambientado na Segunda Guerra Mundial baseado no romance de Laurent Binet. Também retornará ao papel que a tornou conhecida no mundo inteiro, a da garota Alice. Em "Alice Através do Espelho" a atriz voltará para o País das Maravilhas mais uma vez. O filme é uma super produção dos estúdios Disney para 2016 dirigida por James Bobin (o mesmo cineasta do sucesso recente "Os Muppets"). A produção está sendo vista como uma das grandes apostas da companhia para o ano que vem. Então é isso, fiquem de olho em Mia. Certamente é uma das mais promissoras jovens atrizes de Hollywood.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Quarteto Fantástico

De todas as adaptações cinematográficas baseadas em quadrinhos essa nova versão do Quarteto Fantástico foi a que mais decepcionou público e crítica. O filme foi mal nas bilheterias, os fãs que entendem de comics odiaram e a produção não agradou a praticamente ninguém. O resultado foi tão ruim que há poucas semanas o estúdio anunciou que uma continuação está definitivamente fora de cogitação. O futuro desses personagens assim segue incerta. Apesar do mal humor generalizado ainda volto a afirmar que não é tão ruim como dizem. Como um filme de origens, que tenta explicar de onde teriam vindo todos os heróis, o roteiro realmente se perde um pouco, fica truncado, mas passa longe de ser um desastre completo. Depois do lançamento do filme o diretor Josh Trank acusou a Twentieth Century Fox de ter mudado o filme e que não teria culpa sobre o que se vê na tela.

Essa acabou sendo mais uma polêmica envolvendo o filme. Logo na apresentação do material promocional muitos leitores de quadrinhos ficaram revoltados com a escalação do ator negro Michael B. Jordan como o Tocha Humana já que o personagem original era loiro. Acusações de oportunismo barato foram dirigidas contra os produtores. Após isso parece que o inferno astral se instalou e se agravou ainda mais quando o filme surgiu nos cinemas. Deixando as brigas e ofensas de lado o filme só se perde mesmo na divisão errada da trama. Se perde tempo demais tentando desenvolver psicologicamente cada personagem e quando finalmente eles partem para enfrentar o vilão em uma realidade de outra dimensão não há mais tempo para nada. Tudo se resolve rápido demais, sem capricho e sem cuidado. Todos torcem que agora os personagem de Stan Lee sejam adaptados pela Marvel Studios. Problemas legais envolvendo direitos autorais parecem ser o grande empecilho para que isso venha a acontecer. Porém com o fracasso desse reboot é bem provável que a Fox largue mão e entregue tudo para a Marvel realmente, ficando apenas com parte do lucro nas bilheterias. Vamos esperar para ver o que acontecerá.

Quarteto Fantástico (Fantastic Four, Estados Unidos, 2015) Direção: Josh Trank / Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg / Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell /  Sinopse: Dois amigos de infância acabam criando um mecanismo que permite a transposição de matéria entre universos paralelos. O tempo passa e eles acabam envolvidos em acontecimentos extraordinários que acabarão dando origem a uma equipe de super-heróis, o Quarteto Fantástico. Adaptação para o cinema dos quadrinhos criados por Stan Lee.

Pablo Aluísio.

Uma Virada do Destino

Michael McCann (Steve Martin) tem boas razões para odiar o mundo. Depois de muitos anos de casado acaba descobrindo que o filho que criava não era seu. Sua esposa o havia traído anos atrás. Isso faz com que seu mundo venha abaixo. Humilhado, ele decide se mudar para uma pequena cidade, para morar sozinho, longe de tudo e todos, remoendo suas mágoas. O que parece ser um destino solitário e amargo acaba mudando da noite para o dia quando uma garotinha entra em sua vida. Ele adota a menina e vê uma nova chance para recomeçar, até que o passado da criança volta para estragar tudo novamente.

Steve Martin, entre comédias de sucesso e filmes apenas medianos, para não dizer medíocres, ele procurou sobreviver em Hollywood da melhor forma possível. Esse aqui até que não é tão mal. O roteiro é redondinho e bem familiar, o que acabou agradando ao público. Filmes com crianças também dificilmente desagradam. Assim Martin acabou conseguindo uma bilheteria até que muito boa em seu lançamento. Apesar de hoje em dia estar meio datado vale a pena uma espiada, por causa das boas intenções de seu roteiro. Além disso Steve Martin sempre compensa com seu carisma natural.

Uma Virada do Destino (A Simple Twist of Fate, Estados Unidos, 1994) Direção: Gillies MacKinnon / Roteiro: Steve Martin / Elenco: Steve Martin, Gabriel Byrne, Laura Linney / Sinopse: Comédia romântica dos anos 90 estrelada pelo ator e comediante Steve Martin.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Grace de Mônaco

Fui ver com a maior boa vontade do mundo. Ok, eu estava com um pé atrás pois li uma quantidade considerável de críticas negativas. Como sou uma criança pura e santa, cheia de bons sentimentos de açúcar no coração ainda acreditei que veria um filme ao menos bom. Até porque o elenco contava com a maravilhosa Nicole Kidman, uma das minhas paixões subliminares. Não colou. Perdi meu olhar inocente. O filme é muito, muito fraco e ruim. Chega a ser constrangedor. O pior é que me decepcionou justamente naquilo que considerava jogo ganho, ou seja, na produção fina e elegante. Não é nada disso. Havia um canal na Inglaterra de nome Hallmark que era especialista nisso. Ele tentava fazer filmes sobre a realeza britânica porém quase nunca tinha grana para isso. Então as coisas saiam bem mal feitas, parecendo telefilme barato. Acabava virando comédia involuntária com todas aquelas encenações de jantares finos da realeza com talheres ordinários e cenários da plebe. Um horror!

Grace de Mônaco parece telefilme barato, sinto muito dizer. A Grace Kelly era um símbolo de glamour em Hollywood e depois foi ser princesa em Mônaco. Quer coisa mais fina do que isso santa? Se não tinham recursos para contar uma história dessas então era melhor nem fazer o filme. Fizesse da Dilma, mostrando ela como guerrilheira fuinha nos anos 60. Seria mais adequado. Pior foi colocar Kidman como isca para os desavisados (inclusive esse que aqui está lamentando em breves e decepcionadas linhas). Tenham consideração senhores produtores. Esse filme tal como ficou merecia no máximo ser exibido numa quarta-feira à noite no Hallmark e olhe lá! Tudo para rirmos somente. No Brasil resolveram jogar Grace nos cinemas e pegaram muita gente pelo pé. E antes que termine fica o recado: se você for cinéfilo e fã da Grace atriz, esqueça. O roteiro, insosso até o osso, se concentra mesmo no romancezinho fake de Grace com o Príncipe Rainer II, que de Príncipe tinha pouca coisa pois era feio e tinha rosto de furão de árvore (com aquele bigodinho fora de moda e patético que o deixava ainda mais freak). Melhor para a Marilyn Monroe que convidada pelo sapo se recusou a se casar com ele. De burra a loira não tinha nada. Pelo menos a eterna deusa do cinema se safou de depois pagar mico na tela grande com um filme tão fraquinho como esse. Grace, a verdadeira, merecia destino melhor e a Kidman, com quem ainda vou me casar, não merecia participar de um filme tão sem importância e esquecível.  Desce o pano!

Grace de Mônaco (Grace of Monaco, Estados Unidos, França, Bélgica, Itália, Suíça, 2014) Direção: Olivier Dahan / Roteiro: Arash Amel / Elenco: Nicole Kidman, Frank Langella,Tim Roth, André Penvern / Sinopse: Adaptação para o cinema de parte da vida da atriz Grace Kelly que largou uma carreira de estrela em Hollywood em seu auge para se tornar princesa do pequeno reino de Mônaco na Europa. Filme baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

Caminhos da Floresta

Não parece, mas "Into the Woods" é um musical da Disney adaptado do texto original escrito por James Lapine (que chegou até mesmo a dirigir uma comédia com Michael J. Fox na década de 90 chamada "Um Talento Muito Especial"). A premissa básica é reunir em uma só história quatro contos infantis bem conhecidos: Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, João e o Pé de Feijão e Cinderela. Imagine colocar juntos todos os personagens desses famosos contos de fadas, reunindo todos eles em um só enredo. Depois adicionar uma grande atriz como Meryl Streep como uma bruxa da floresta que jogou uma maldição em um casal e pronto, está feito o roteiro. Como se trata de um musical obviamente há muitos números de canto. Por isso praticamente todo o elenco canta em algum momento do filme, até mesmo atores e atrizes que nunca fizeram isso em cena em outros filmes. De todos eles a que se sai melhor é realmente Meryl Streep. Ela já havia soltado a voz em "Mamma Mia!" e conforme deixou claro em várias entrevistas adora cantar sempre que a oportunidade surge em sua carreira. Claro que o que ouvimos durante as cenas não é o resultado de um tom natural, muitas vezes os atores vão para o estúdio e cantam praticamente o dia inteiro tentando acertar alguma nota musical. Depois com a tecnologia que os estúdios de gravação dispõem atualmente tudo é montado para parecer que a performance de todos eles é impecável. Mesmo sendo fruto de muitos programas de áudio não podemos deixar de elogiar pelo menos a coragem desses profissionais em se expor assim, em algo que nunca foi necessariamente seu ponto forte. Até Johnny Depp dá seu pequeno show como o Lobo Mau na floresta esperando pela Chapeuzinho Vermelho, o que origina um dos momentos mais divertidos do filme.

Já voltando ao roteiro eu devo dizer que nem sempre o resultado de reunir tantas histórias diferentes em uma só me deixou muito satisfeito. A verdade é que o roteiro tem uma característica que me incomodou um pouco. Ele nunca mostra o principal de cada conto de fadas. Assim, por exemplo, você não verá João entrando na casa do gigante após escalar o pé de feijão. Ela já surge depois, fugindo com as moedas e o ovo de ouro que roubou. Uma criança que ainda não conheça os contos de fadas ficará um pouco perdida. Eu considerei isso um erro e tanto por parte do roteirista pois ele presume que cada criança que vá ao cinema ver esse filme já saiba de antemão tudo o que acontece nos contos de fadas que deram origem ao filme. O mesmo vale para todos os demais personagens. Cinderela só aparece fugindo do príncipe depois do baile, sem explicar o que ela estaria fazendo lá, como chegou até a festa, etc. Rapunzel também é pouco explorada e Chapeuzinho Vermelho é só uma garotinha gulosa e mão leve para doces. Para a mente de uma criança de sete anos ou com menos idade tudo vai soar confuso e disperso. Mesmo assim ainda vale a pena conhecer o filme. É uma boa diversão, tem músicas bem escritas e um clima de fantasia que ajuda a digerir a produção. Não é impecável, mas diverte.

Caminhos da Floresta (Into the Woods, Estados Unidos, 2014) Direção: Rob Marshall / Roteiro: James Lapine / Elenco: Meryl Streep, Johnny Depp, Emily Blunt, Anna Kendrick, James Corden, Billy Magnussen, Chris Pine / Sinopse: Uma feiticeira da floresta (Streep) coloca uma maldição em um casal para que eles não tenham filhos. Para quebrar o feitiço ela exige que eles consigam quatro objetos preciosos: a capa da Chapeuzinho Vermelho, a vaca de João dos pés de feijão, o sapatinho de Cinderela e os cabelos de Rapunzel. Só com isso em mãos a bruxa deixará que o jovem casal seja feliz e tenha seu tão sonhado filho. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Meryl Streep), Melhor Figurino (Colleen Atwood) e Melhor Design de Produção. Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Atriz (Emily Blunt) e Melhor Atriz Coadjuvante (Meryl Streep).

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Aliança do Crime

Boston, 1975. James 'Whitey' Bulger (Johnny Depp) é um criminoso sem maior expressão do submundo de uma cidade cada vez mais dominada pela máfia italiana. Para o FBI o principal objetivo passa a ser combater o crime organizado desse grupo mafioso. Em busca de informantes nas ruas o agente do FBI John Connolly (Joel Edgerton) acaba convencendo seus superiores a colocarem Bulger na sua lista de colaboradores. Isso acaba criando uma espécie de "imunidade" informal para Bulger que começa assim a ampliar seu domínio pela cidade, principalmente após a prisão do chefe da família Angiulo. Envolvido em apostas ilegais, assassinato, tráfico de armas e de drogas, extorsão e prostituição, o gângster começa a se tornar um dos maiores chefões de todo o estado, tudo com amparo indireto do próprio FBI. Afinal o agente Connolly que o conhece desde a infância está sempre encobrindo seus atos criminosos. Para completar o seu próprio irmão, Billy Bulger (Benedict Cumberbatch), acaba se tornando um político bem sucedido, principalmente com o apoio da comunidade irlandesa de Boston. O império de Bulger porém começa a ruir quando novos agentes do Bureau passam a desconfiar de que há algo muito errado no combate ao crime naquela divisão. Inexplicavelmente, apesar de seus vários e notórios crimes, Bulger continua à solta, agindo livremente, demonstrando que nem o FBI está livre de ter em seus quadros membros envolvidos com corrupção. A história de "Aliança do Crime" foi baseada em fatos reais. O bandido interpretado por Johnny Depp foi por muitos anos um dos mais procurados criminosos dos Estados Unidos. Na verdade ele acabou se tornando o resultado de uma política equivocada por parte do FBI nas décadas de 1970 e 1980. Na tentativa de prender os principais chefões da máfia italiana a agência acabou firmando pactos não oficiais com criminosos, alguns deles de baixo escalão. Com a prisão das principais famílias mafiosas acabou se abrindo um vácuo de poder dentro do mundo do crime, sendo que foi justamente dentro desse espaço que cresceram novos chefões como James 'Whitey' Bulger.

Três coisas chamam a atenção na produção. A principal delas é a maquiagem do ator Johnny Depp. Usar forte maquiagem não é nenhuma novidade em sua carreira, aliás isso é o comum em suas atuações. No caso desse filme Depp acabou ficando quase irreconhecível. Parecendo ser bem mais velho, calvo, cabelos brancos e com dentição ruim, nem seus olhos escaparam da transformação. Surgem opacos e sem vida, retratando o estado psicológico psicopata de seu personagem. Realmente parece uma outra pessoa. Depp tentou um encontro com o verdadeiro James 'Whitey' Bulger que atualmente está cumprindo pena de prisão perpétua, mas não conseguiu. O infame criminoso não quis saber da adaptação de sua vida para as telas. Ele já está com quase 90 anos e nessa altura de sua vida não quer mais reviver velhas histórias de seu passado criminoso. O segundo aspecto a se destacar em "Aliança do Crime" é a tentativa por parte do diretor Scott Cooper (de "Coração Louco" e "Tudo por Justiça") em recriar o antigo estilo das produções sobre máfia da década de 1970. A fotografia saturada, com jeitão de filme antigo, tenta assim ressuscitar aquele clima antigo. Como ele não é Martin Scorsese ou Francis Ford Coppola, o resultado se torna apenas parcialmente bem sucedido. Faltou a Cooper melhor humanizar (ou desumanizar, dependendo do ponto de vista) seus principais personagens. A vida familiar e pessoal de Bulger, por exemplo, só é em parte bem desenvolvida. Descobrimos que ele perdeu um filho ainda muito jovem por causa de uma doença rara, porém isso não é melhor explorado. Sua esposa simplesmente desaparece a partir de determinado ponto do roteiro, sem maiores explicações. As reais motivações do agente Connolly também nunca ficam muito claras. Ele seria apenas um sujeito meio bobo e sem noção ou teria de fato interesses maiores na atuação de seu conhecido de infância, Bulger? Por fim e não menos importante, o roteiro apesar de apresentar essas falhas, até que se sai razoavelmente bem ao contar uma história que se prolonga por várias décadas. A principal referência que o espectador se lembrará será de filmes como "Os Bons Companheiros" ou "O Pagamento Final". Como Cooper porém jamais será Scorsese ou De Palma, temos assim apenas um bom filme e não uma obra prima como certamente teria acontecido caso fosse dirigido por esses mestres.

Aliança do Crime (Black Mass, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Mark Mallouk, Jez Butterworth / Elenco: Johnny Depp, Kevin Bacon, Joel Edgerton, Benedict Cumberbatch, Dakota Johnson / Sinopse: Durante a década de 1970 o criminoso James 'Whitey' Bulger (Johnny Depp) se torna informante do FBI em Boston. Ele repassa aos federais informações sobre as atividades criminosas da família mafiosa Angiulo. Com a prisão de seus membros a cidade acaba se tornando um território livre para que Bulger expanda sua rede de atividades ilegais. Jogos, apostas, prostituição, tráfico de armas, extorsão e comércio de drogas o tornam um sujeito rico e poderoso do submundo. E tudo isso contando com a preciosa ajuda do agente do próprio FBI John Connolly (Joel Edgerton). Filme vencedor do Hollywood Film Awards na categoria de Melhor Edição.

Pablo Aluísio.

Interestelar

Não é pequeno o número de pessoas que não gostaram desse filme. Eu sei explicar bem a razão. Não temos aqui um roteiro de fácil digestão. Na realidade o argumento é um dos mais inteligentes que já vi nos últimos anos. Ele lida com universos paralelos, dimensões espaciais e física, muita física, ou melhor dizendo, astrofísica. As distâncias e o espaço / tempo são tão grandiosos em termos universais que até mesmo nossos conceitos mais básicos se tornam elásticos e sem muito sentido diante da realidade explorada pelo filme em si. Os roteiristas de "Interestelar" não o escreveram para um público mediano, que mal consegue lidar com conceitos mais simples da ciência. Na verdade eles partiram do pressuposto que o espectador já teria algum colchão de conhecimento para absorver tudo o que verá pela frente. Só assim haveria a mínima possibilidade de compreender como o astronauta Cooper (Matthew McConaughey) consegue entrar em um buraco de minhoca, vindo parar em uma realidade paralela, em outra dimensão dentro de nosso próprio mundo. Uma vez lá ele tenta se comunicar com o seu Eu desse outro espaço tempo e o ciclo volta a se renovar, mostrando nesse sentido a universalidade da própria eternidade.

Já deu para perceber que não é uma ficção para quem andou cabulando as aulas de física no ensino médio não é mesmo? Pois bem. Se o espectador conseguir pelo menos pegar parte dessas nuances já terá feito alguma coisa. Na verdade o filme tem além de um roteiro excepcional uma direção de arte brilhante (que recria como seria alguns exoplanetas no universo) e efeitos especiais bem feitos e que trabalham em sintonia com a história que está contando. Provavelmente o filme vai agradar muito mais aos que já se interessam por esse tipo de tema. Os espectadores eventuais que não estejam dispostos a pensar muito vão acabar sofrendo para pegar tudo o que vê na sua frente. Não é um filme para amadores. "Interestelar" exige concentração e foco, algo que infelizmente falta em abundância no público que frequenta cinemas hoje em dia.

Interestelar (Interstellar, Estados Unidos, 2014) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan / Elenco: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Michael Caine, John Lithgow, Ellen Burstyn, Jessica Chastain, Casey Affleck / Sinopse: Ex piloto do programa espacial é recrutado para uma nova missão da NASA. Ele deverá ir junto com sua tripulação em direção a um enorme "buraco de minhoca" cósmico em busca de respostas sobre três missões anteriores que não retornaram ao planeta Terra. O objetivo é procurar um novo lugar para colonização pela raça humana pois os recursos naturais da Terra estão virtualmente esgotados. O lema da missão passa a ser "A humanidade nasceu na Terra, mas não precisa morrer nela". Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Também indicado nas categorias de Melhor mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Design de Produção e Melhor Música Original.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

007 Contra Spectre

Depois dos acontecimentos do filme anterior o agente James Bond (Daniel Craig) resolve ir atrás do criminoso Marco Sciarra (Alessandro Cremona) na Cidade do México. Ele foi indicado por M (Judi Dench) em um vídeo, determinando que Bond o eliminasse assim que o encontrasse. Tudo de forma não oficial. Ao colocar as mãos no mafioso, Bond descobre que há uma organização muito maior e mais organizada por trás de tudo o que anda acontecendo, inclusive dentro do próprio governo inglês. Há uma movimentação para que o o projeto de agentes 00 (com licença para matar) seja encerrado de forma definitiva. Além disso um burocrata chamado C (Andrew Scott) está lutando para que todos os serviços de inteligência sejam unificados, numa clara tentativa de controlar todo esse poder. Mal sabe Bond que tudo está sendo determinado pelo misterioso Blofeld (Christoph Waltz), líder de um grupo criminoso internacional chamado Spectre. O objetivo final é o controle completo do aparato de espionagem dos principais países ocidentais. "Spectre" é o quarto e ultimo filme de James Bond com o ator Daniel Craig já que o próprio ator anunciou recentemente que não mais voltará ao personagem. Depois de nove anos interpretando o agente 007, Craig se justificou dizendo que não havia mais nada a explorar dentro desse universo. Ele deseja agora trilhar outros caminhos na carreira. Uma pena já que esse também é seguramente o pior filme da era Craig. Isso até me surpreendeu de forma negativa porque havia gostado bastante do anterior, "Operação Skyfall" de 2012.

Nesse novo filme se nota claramente que os roteiristas tentaram em vão voltar aos velhos tempos, partindo de uma trama mais tradicional. Não deu muito certo. Apesar de trazer de volta um dos vilões mais clássicos da franquia, o cruel Blofeld, que apareceu pela primeira vez em "Moscou Contra 007" de 1963, o resultado se mostrou apenas morno demais. A trama é bem básica e se desenvolve de maneira quase preguiçosa. Não há tantas sequências memoráveis de ação como nos filmes anteriores mais recentes e a sensação de Déjà vu logo se impõe. Rodado na Cidade do México, Roma e Londres, além de inúmeras tomadas de cenas nas geleiras da Áustria e nos desertos do Marrocos, o filme decepciona até mesmo na beleza dessas paisagens naturais, bem pouco aproveitadas. E por falar em desperdício de talento o grande equívoco do filme vem principalmente da pouca exploração da presença do ótimo ator Christoph Waltz. Ele tem poucas cenas realmente importantes e em nenhuma delas tem uma oportunidade real de mostrar seu talento dramático. Ao invés de desenvolver melhor o lado psicológico de seu duelo com James Bond, os roteiristas escolheram o caminho mais fácil, apelando para clichês (como na explosão das instalações no meio do deserto, algo que já saturou em se tratando de filmes da série). Outro velho problema que se repete vem das inúmeras situações de conclusão ao longo do filme. Toda uma teia é tecida com extremo cuidado para depois ser dissolvida das formas mais banais. O vilão está incomodando? Explode-se tudo! C é um burocrata odioso? Jogue ele do alto do prédio... e por aí vai. Provavelmente o surgimento tardio da Spectre nessa era Craig que se encerra aqui seja aproveitada no próximo filme, já sem o ator. Vai funcionar? Só o tempo dirá. O que podemos dizer é que nessa nova produção definitivamente não pareceu dar muito certo.

007 Contra Spectre (Spectre, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Sam Mendes / Roteiro: John Logan, Neal Purvis, baseados no personagem criado por Ian Fleming / Elenco: Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux, Ralph Fiennes, Monica Bellucci, Andrew Scott, Judi Dench / Sinopse: James Bond (Craig) descobre a existência de uma ampla organização internacional dedicada ao crime denominada Spectre. Liderado pelo vilão Blofeld (Christoph Waltz) esse grupo almeja ter o controle completo sobre todos os serviços de inteligência do mundo.

Pablo Aluísio. 

Livre

Filme muito bonito e tocante. A personagem principal se chama Cheryl Strayed (interpretada pela talentosa atriz Reese Witherspoon que inclusive foi indicada ao Oscar por sua atuação). Após o fim de seu casamento e a desesperada tentativa de superação de uma antiga dependência química, além de vários outros problemas em sua vida, ela resolve fazer uma jornada de auto conhecimento, pegando a estrada em direção à rota Pacific Crest. Com uma mochila nas costas ela encara as dificuldades de seguir em frente rumo ao seu objetivo. Nesse processo acaba fazendo uma profunda reflexão sobre si mesma enquanto vai conhecendo pessoas interessantes pelo caminho. A história é baseada em fatos reais e foi contada pela própria autora no livro "Wild: From Lost to Found on the Pacific Crest Trail". Assim com um material rico em mãos foi apenas questão de encontrar os atores certos e um bom roteirista.

Curiosamente foi a própria atriz Reese Witherspoon que acreditou no projeto e praticamente tocou o filme em frente com seus próprios recursos. Ela certamente estava cansada do material que Hollywood lhe vinha oferecendo ano após ano, na maioria das vezes chatinhas comédias românticas que batiam na mesma tecla. Esse filme foi uma tábua de salvação, consagrando aquela máxima de que se você quer algo terá que lutar por isso. O resultado é mais do que agradável. Além dos lindos cenários naturais onde a história se passa o filme conseguiu ainda passar ao espectador todas as angústias, dificuldades e tramas que a personagem principal vive. Nada como a natureza para repensarmos os caminhos que resolvemos seguir em nossa existência. Uma verdadeira lição de vida que vai agradar e emocionar em cheio aquele tipo de público que procura por algo mais profundo em termos de cinema. Ótimo filme.

Livre (Wild, Estados Unidos, 2014) Direção: Jean-Marc Vallée / Roteiro: Nick Hornby, baseado no livro escrito por Cheryl Strayed / Elenco: Reese Witherspoon, Laura Dern, Gaby Hoffmann / Sinopse: Cheryl Strayed (Reese Witherspoon) é uma jovem com muitos problemas pessoais e emocionais que precisa respirar novos ares para repensar sua vida. Seu casamento acabou e ela ainda luta para superar seu vício em heroína. Em busca de uma saída ela coloca uma mochila nas costas e sai pela trilha de Pacific Crest onde conhece novas pessoas e vive experiências inéditas em sua jornada.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Supergirl

Já que os quadrinhos são a bola da vez o canal CBS resolveu produzir essa série sobre a prima do Superman, a Supergirl. Ok, pode parecer apelação e de certa forma é mesmo, porém não deixa de ser no mínimo curioso ver no que tudo isso vai dar. O episódio piloto apresenta então para o público a história de Kara Danvers. Ela é enviada logo atrás da nave do futuro Superman, justamente para lhe proteger nos confins do universo. Durante a viagem interplanetária sua espaçonave é desviada. Só após mais de 20 anos ela finalmente chega em nosso planeta. Depois de um começo tímido, Kara começa a finalmente entender sua importância para a humanidade. Ela é jornalista (como Clark Kent), tem uma identidade secreta (como o primo), nutre uma paixão platônica por um colega de trabalho e tenta de todas as maneiras encontrar seu lugar no mundo. Nesse primeiro episódio ela ainda descobre que existe uma agência do governo especializada em controlar a ameaça alien e que há um grupo de criminosos de Kripton soltos na Terra.

Tudo bem, o roteiro é bem comic e tudo mais, porém devo dizer que achei tudo um tanto mediano, mas também ao mesmo tempo simpático. Os efeitos especiais não são de encher os olhos, mas estão na média do que é exibido em séries de TV, onde o orçamento é sempre mais apertado do que a de filmes de cinema. O elenco tem um grande trunfo para cativar o espectador, a própria atriz Melissa Benoist. Ela é simpática, carismática e bonita. Não demonstra nenhum constrangimento em interpretar uma heroína que sai por aí voando de minissaia. Vestiu literalmente a camisa do espírito da série e se saiu muito bem, sempre com um sorriso doce e extremamente simpático em cada cena. Provavelmente ela venha a salvar a série, já que a personagem que interpreta nada mais é do que uma versão feminina nada sutil do próprio Superman. É praticamente uma cópia, sem tirar e nem colocar muita coisa de diferente. Na última semana o canal CBS anunciou que mais dez episódios serão produzidos, demonstrando que pelo menos comercialmente a série agradou ao grande público.

Supergirl (Supergirl, Estados Unidos, 2015) Direção: Glen Winter / Roteiro: Ali Adler, Greg Berlanti, Andrew Kreisberg / Elenco: Melissa Benoist, Mehcad Brooks, Chyler Leigh / Sinopse: Kara Zor-El (Melissa Benoist) é enviada para a Terra para proteger seu primo, o Superman. Uma vez na Terra ela descobre que ele vai muito bem e que de fato não precisa dela. Assim Kara resolve usar seus super poderes para proteger a humanidade contra a ameaça de um grupo de criminosos espaciais que fugiram de seu planeta natal, Krypton.

Pablo Aluísio.