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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Crônicas de um Cinéfilo - Texto 12

 Crônicas de um Cinéfilo - Texto 12
A era do videocassete foi muito bom! Na época nos libertou da escravidão de ficarmos presos na programação da TV aberta. Além disso trazia a possibilidade de gravar algo interessante na TV para ver depois (dessa função ainda sinto falta mesmo nos dias de hoje!). Meu primeiro videocassete foi um Sony Betamax. Era baratinho e na minha cidade só havia praticamente uma locadora desse tipo de fita. Nem sempre havia bons filmes para alugar, por essa razão não demorou muito e compramos um videocassete VHS. 

Daí ampliou-se muito as opções pois praticamente todas as locadoras eram VHS. Todo fim de semana havia um pacote de filmes para assistir. E na semana eu sempre alugava algum bom filme pois na saída do colégio onde estudava existiam duas locadoras no caminho. A Sortevideo, onde muitas vezes encontrei bons filmes para ver, e a outra que funcionava na garagem de uma casa cujo nome não me lembro mais no momento.

Essa segunda locadora tinha filmes ótimos! O dono era um cara de universidade, que tinha mais cultura, por isso comprava só filmes bons, alguns que eu nem conhecia. Era um ótimo acervo! E havia locadoras mais povão, tipo a Rex Vídeo, que era uma coisa mais no estilo varejão! Tinha como atendente um jovenzinho homossexual que eu conhecia do meu antigo coléfio e a mulher do dono, que parecia estar eternamente grávida!

O VHS deixou saudades e foi liquidado pelo DVD, sendo que depois esse foi extinto pela internet. A Net inclusive matou muitas tecnologias do mundo dos anos 80. Os filmes chegaram pelo streaming, então hão havia mais a necessidade de ter uma fita física para alugar. Isso acabou com praticamente todas as locadoras de vídeo, inclusive de um amigo meu! Certa vez encontrei ele no cinema e sem pensar muito bem disse a ele que tinha cinco mil filmes baixados na net em meu acervo. Ele viu essa afirmação quase como um insulto e eu só fui me tocar depois que ele havia falido justamente por causa disso! Ops, uma mancada e tanto de minha parte!

Pablo Aluísio. 

Crônicas de um Cinéfilo - Texto 11

Crônicas de um Cinéfilo - Texto 11
Eu me descobri como um cinéfilo de verdade nos anos 80. Toda semana ia ao cinema que ficava perto de minha casa pois havia ido morar no centro da cidade de João Pessoa e os principais cinemas ficavam ali. O Cinema Municipal era o maior, com quase mil lugares! Algo que hoje em dia seria simplesmente impossível pois os cinemas foram todos para os shoppings. Também ia muito ao Cinema Plaza que ficava a uns dois quarteirões do Municipal, na mesma rua aliás!

Eu tinha entre 14 e 15 anos de idade e posso dizer que peguei uma época muito maravilhosa para se gostar de filmes. Penso aliás que foi a última era de ouro de Hollywood. Spielberg estava no auge, toda uma geração de excelentes cineastas estavam na melhor época de suas carreiras. E havia o auge dos filmes de ação, com Stallone e toda aquela geração de caras fortões que enfrentavam um exército sozinho!

Se os anos 70 foram o auge do realismo social no cinema, os anos 80 foram aqueles anos em que se recuperou grande parte da magia da pura diversão. E em um tempo em que não exisita internet e nem streaming só havia uma forma de ver os novos filmes que era justamente as telas de cinema. 

O mundo mudou de lá pra cá. Os cinemas de bairro fecharam. As lojas de discos não existem mais. Até as livrarias que vendiam livros e as bancas de revistas deixaram de existir! Para quem viveu os anos 80 ficou um sentimento de vazio realmente. As pessoas hoje em dia não compram mais livros, nem revistas, muito menos discos. Até o CD que veio para substituir o vinil (que eu adorava) sumiu do mercado! Temos ruins para quem sempre curtiu uma boa coleção de licros, filmes, revistas e discos! Uma era que simplesmente não existe mais!

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 14 de abril de 2009

Música & Esportes

Noel Rosa
Ultimamente tenho ouvido bastante músicas de Noel Rosa. Ele foi genial. Para quem não conhece sua história basta dizer que ele foi um compositor da década de 1930 que criou alguns dos mais belos momentos da música brasileira. Era um cronista de sua vida. Suas canções falavam do amor da dama do cabaré (ele era apaixonada por uma dessas damas chamada Ceci), dos amores, de seu bairro do coração, a Vila Isabel e também dos problemas mais comuns, como a roupa que ele iria para o samba que ela lhe convidou.

Noel Rosa morreu com apenas 26 anos de idade. Morreu ainda na flor da idade. Isso não o impediu de compor mais de 300 músicas, sambas em sua maioria. Noel era jovem da classse média carioca, branco, estudante de medicina, mas isso não o impedia de subir o morro, de ser amigo de compositores negros, aos quais, em união, criou verdadeiras obras primas da música. Se você duvida então ouça "Conversa de Botequim", "Feitiço da Vila", "Com que Roupa",  "Palpite Infeliz", "João Ninguém", "Último Desejo", "Só Pode Ser Você" e tantas outras que eu ficaria aqui o dia inteiro escrevendo. Noel se foi muito cedo, mas sua obra musical segue firme, na boca do povo. No Brasil, onde a memória cultural é tão curta, ele conseguiu também romper a barreira do tempo. Grande Noel Rosa, orgulho do povo brasileiro!

Ayrton Senna
Ayrton Senna morreu em 1994. É incrível como o tempo passa rápido. Eu sou do tempo em que domingo pela manhã o Brasil parava para assistir as corridas de fórmula 1 pois era quase certo comemorar mais uma vitória do Ayrton Senna. Digo inclusive que o povo brasileiro estava mal acostumado pois vinha de uma geração que havia feito três campeões brasileiros, Fittipaldi, Piquet e Senna. Parecia que sempre haveria um campeão de Fórmula 1 de nosso país.

Era uma ilusão. Depois que Senna morreu o Brasil nunca mais conseguiu ser campeão mundial de F1. Isso demonstrava o seu valor como piloto e desportista. Eu confesso que nunca fui muito ligado em corridas de Fórmula 1, mas era inegável sua importância para o esporte do Brasil, Isso inclusive em uma época em que praticamente não existia internet em nosso país. Sua morte foi um choque e também o fim de uma era. Hoje bem sabemos o tamanho da lacuna que deixou no esporte brasileiro perante o mundo. Se há heróis na história do Brasil, certamente Senna foi um deles!

Eddie Lawson
Nos anos 80 eu tinha um poster do Eddie Lawson em meu quarto de adolescente. Esse poster ficava bem ao lado de outros posters da época, pois eu gostava de decorar as paredes do meu quarto. Assim havia um poster do Elvis Presley (sempre o meu cantor preferido), um dos Beatles (o meu conjunto de rock preferido de todos os tempos), Da turma do cinema meu quarto dos anos 80 apresentava um grande poster do fortão Arnold Schwarzenegger (que todo jovem curtia por causa dos filmes de ação) e do Stallone como Rocky. Fora esses eu tive posters do Corinthians campeão brasileiro, do A-ha (bem anos 80 mesmo), do filme Platoon (comprei nas bancas pois o filme era um grande sucesso) e outros mais que não me lembro mais. O tempo levou o resto, afundando nas areias do tempo.

Pois bem, o Eddie Lawson era a fera do motociclismo dos anos 80. Ele foi campeão do mundo na categoria 500cc nos anos de 1984, 1986 e 1988. Seu auge aconteceu quando corria na equipe Yamaha Marlboro. E como o Ayrton Senna sua moto tinha as mesmas cores e patrocinadores do corredor brasileiro. Então a identificação vinha mesmo por osmose. Pena que no Brasil as corridas não eram transmitidas. Aliás não havia canais a cabo e emissoras como Globo, Record e Bandeirantes não passavam essa categoria. O jeito era se informar pelas revistas de carros e motos. E nessas mesmas revistas vinham os posters como o que eu tinha do campeão Lawson. Bons tempos aqueles.

Bundesliga
Um fato curioso nessa minha vida escrevendo para blogs. Já fui editor de textos sobre o futebol alemão, sobre a liga alemã, a Bundesliga. Pois é, eu sempre curti futebol em geral, já inclusive escrevi aqui sobre o Corinthians, o time pelo qual eu torço. Pois bem, não é que de repente comecei me vendo escrevendo sobre o Bayern de Munique, o Borussia Dortmund, e até o Schalke 04... coisa da vida! O futebol alemão tem dois problemas em relação ao público brasileiro. O primeiro é o 7 a 1, o que faz com que o torcedor brasileiro tenha uma natural aversão ao futebol jogado na Alemanha. O outro problema é intrínseco ao próprio campeonato alemão. A competitividade nos últimos anos simplesmente desapareceu. Só dá Bayern de Munique, há muitos anos. Assim o interesse pelo campeonato de futebol disputado na Alemanha decai bastante.

Com isso eu encerrei as atividades do blog da Bundesliga. Pena que perdi os textos. Se ainda os tivesse os colocaria aqui, como arquivo, algo que sempre fiz em relação a praticamente todos os textos que já escrevi na internet. Hoje em dia já não tenho interesse em escrever sobre futebol em geral. Não ando nem acompanhando os campeonatos para dizer a verdade. Acredito que futebol é algo da adolescência e da juventude. Depois de alguns anos se perde naturalmente todo aquele interesse de antes. 

Mike Tyson
Outro fenômeno do esporte dos anos 80 foi o boxeador Mike Tyson. Os mais jovens não sabem o que ele significou para o boxe. Em meu ponto de vista ele foi o último grande nome desse esporte. Estava lado a lado com os maiores lutadores da história. E isso não são palavras vazias. Cada luta era um evento e tanto. E o curioso é que as lutas só duravam alguns segundos. Isso mesmo, geralmente o Tyson entrava no ringue dava uns poucos socos no adversário e pronto... o pobre infeliz beijava a lona. Rápido, em um piscar de olhos.

Só que como diz aquela velha frase, nada melhor para destruir fenômenos do que o sucesso e a fama. O Mike Tyson se perdeu rapidamente também. Se envolveu com as mulheres erradas, começou a torrar sua fortuna com besteiras, deixou o esporte de lado e acabou sendo derrotado. Seu auge foi fulminante, mas igualmente fugaz. Ele se perdeu. Não adianta ser um dos maiores desportistas do mundo se não se tem a mente preparada para estar no topo. Se o atleta não tiver a cabeça no lugar a queda é igualmente rapida, direta para o fundo do poço.

Pablo Aluísio.