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sábado, 21 de outubro de 2017

Só Ficou a Saudade

Título no Brasil: Só Ficou a Saudade
Título Original: Kings Go Forth
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Delmer Daves
Roteiro: Merle Miller, baseado na novela de Joe David Brown
Elenco: Frank Sinatra, Tony Curtis, Natalie Wood, Karl Swenson
  
Sinopse:
Segunda Guerra Mundial. O tenente americano Sam Loggins (Frank Sinatra) e seu pelotão rumam em direção ao sul da França, país que estava sendo libertado naquele momento histórico da dominação nazista. Em seu grupo junta-se um novo cabo, Britt Harris (Tony Curtis), especialista em comunicação. Quando chegam numa pequenina cidade na costa descobrem que o local está praticamente livre de tropas inimigas. Assim eles partem para a diversão, indo à praia e namorando as garotas locais. Sam acaba se apaixonando pela doce e bela Monique Blair (Natalie Wood), mas ela parece ficar mais interessada por Harris, afinal ele é extrovertido, sedutor e boa pinta. O que eles nem desconfiam é que os alemães não estão tão derrotados como todos erroneamente pensam.

Comentários:
Depois de "A Um Passo da Eternidade" o cantor Frank Sinatra deu um tempo em dramas de guerra, só retornando mesmo com esse bom "Só Ficou a Saudade". Embora tenha cenas de ação e combate o filme não se propõe a investir muito nesse aspecto. Na realidade o roteiro está sempre muito mais focado em contar uma história de amor frustrado. A velha história do sujeito que ama uma mulher, mas que precisa se contentar com o triste destino, pois ela ama outro. É interessante que Sinatra tenha optado por interpretar um homem triste, melancólico e rejeitado que precisa manter a cabeça no lugar enquanto tenta sobreviver à guerra e ao fato de que um verdadeiro canalha (o cabo Harris) acabe roubando o coração da garota que ele tanta ama. Há uma linha de diálogo que reflete tudo isso. O tenente interpretado por Sinatra se vira para o personagem de Tony Curtis e desabafa, dizendo: "Olhe para você! É rico, bonito e se dá bem com as garotas. Eu sou pobre e feio!". 

A impressão que tive foi que Sinatra, que vinha numa fossa tremenda em sua vida pessoal, por causa da rejeição de Ava Gardner, tentava transmitir tudo o que sentia justamente nesse papel em que atuava. Outro aspecto digno de nota vem da personagem Monique de Natalie Wood. Ela é filha de um negro americano que se enamorou de uma francesa. Em determinado momento do roteiro ela conta essa história para o tenente Sam. Ele fica chocado com as suas origens! Hoje em dia algo assim daria inúmeros problemas, certamente. Mas enfim... O diretor Delmer Daves, de tantos faroestes, até que se saiu muito bem dirigindo esse romance improvável e triste, sem final feliz. E para fechar a pequena resenha aqui vai também mais um fato curioso. Em determinada cena, numa boate esfumaçada, os soldados começam a pedir que um membro do pelotão suba ao palco para se apresentar. Obviamente por Frank Sinatra ser um dos maiores cantores de todos os tempos o espectador acabe pensando que ele dará uma canja em cena, mas não! Quem sobe ao palco para "dublar" um trompete é Tony Curtis! Assim, sinceramente, não dá para ser feliz...

Pablo Aluísio.

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