A briga judicial entre Lisa Marie Presley e seu ex-marido Michael Lockwood segue em frente. Entre derrotas e vitórias, eles continuam a troca de acusações pela imprensa. Lisa Marie Presley havia acusado o ex-marido de ter material criminoso envolvendo pedofilia em seus computadores pessoais. Todos os equipamentos foram então recolhidos pelo departamento de polícia. Na semana passada saiu o resultado da perícia. O xerife do condado resolveu não indiciar Lockwood em seu inquérito policial pois segundo ele nenhum material comprometedor foi encontrado nos HDs dos computadores.
O resultado foi uma vitória para Michael Lockwood. Ele disparou dando entrevistas, dizendo que Lisa Marie queria destruir sua imagem e sua reputação com falsas acusações, mentiras dizendo que ele era pedófilo. Lockwood também afirmou que Lisa não conseguiu se livrar de seu vício em cocaína, tendo largado o tratamento pelo meio do caminho. "Lisa mente e ainda está com problemas de dependência química! Ela é mentirosa e viciada!" - disparou Lockwood.
O ex-marido de Lisa também deixou claro que vai recorrer da decisão de primeira instância que lhe negou o pagamento de uma pensão mensal. Os advogados de Lisa afirmaram ao juiz do caso que ela estaria falida, sem condições financeiras de bancar essa pensão. Também disseram que a pensão não tinha razão de ser pois Lockwood era músico profissional e não tinha sua capacidade de trabalho comprometida, nem por sua saúde e nem por sua idade. O juiz acolheu as teses da defesa e o pedido de Lockwood foi negado! O ex-marido porém não se dá por derrotado. Ele também parece disposto a brigar pela guarda das duas filhas, pois as meninas gêmeas agora estão sob a guarda da avó, Priscilla Presley, após o órgão de proteção à infância de Los Angeles ter determinado a retirada delas da guarda de sua mãe, Lisa Marie. Pelo visto novos capítulos dessa briga virão em breve.
Pablo Aluísio.
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terça-feira, 28 de junho de 2005
O escandaloso divórcio de Lisa Marie Presley - Parte 1
E o escandaloso divórcio de Lisa Marie Presley segue em frente. Na última sexta-feira houve uma audiência judicial na corte de Los Angeles. Essa foi a primeira aparição pública de Lisa Marie Presley desde que ela se retirou para se submeter a um tratamento de recuperação e reabilitação de seu problemas de vício em relação a cocaína. Nessa semana Lisa também perdeu a guarda das duas filhas de oito anos que foram morar com a avó, Priscilla Presley.
Lisa parecia bem de saúde, posou para fotos e sorriu para os fãs de Elvis que foram até o fórum de Los Angeles. Parecia bem disposta e saudável. Algumas fontes afirmam que ele entrou recentemente em um programa dos N.A. (Narcóticos Anônimos) para ajudar em sua recuperação de sua dependência química.
Em meio a tantos escândalos Lisa conseguiu uma vitória nas tribunais. O juiz negou o pedido de seu ex-marido Michael Lockwood que havia solicitado uma pensão mensal de 40 mil dólares a ser paga por Lisa, afirmando que estaria morando de favor na casa de um amigo, dormindo em seu sofá. Lockwood afirmou ao juiz que esse valor seria justo pois ninguém conseguiria viver com dignidade com menos do que 40 mil dólares mensais (algo em torno de 130 mil reais!).
O juiz indeferiu seu pedido dizendo que Lockwood não havia perdido sua capacidade de trabalhar, que não sofria de nenhuma doença grave e que poderia arranjar um emprego para superar suas dificuldades financeiras. Além disso explicou que as duas filhas estavam sob a guarda da avó Priscilla e que nada justificaria o pagamento de uma pensão a ele.
Indignado o ex-marido de Lisa Marie declarou que ela está tentando destruir sua reputação ao afirmar que ele tinha material de pedofilia em seus computadores. "Eu estou enojado com o que foi feito contra mim! Nada foi provado e eu irei provar que fui vítima de uma armação!" - gritou aos jornalistas ao deixar o tribunal. Ele também afirmou que irá recorrer da decisão que negou sua pensão mensal, além de seguir em frente para ter sua parte na fortuna de Lisa Marie Presley. O advogado de Lisa, por outro lado, negou que sua cliente tenha tanto dinheiro como afirmado por Lockwood. "Minha cliente passa por dificuldades financeiras, excelência!" - teria dito o advogado de Lisa ao juiz do processo de divórcio - "Ela está falida!" - Concluiu.
Pablo Aluísio.
Lisa parecia bem de saúde, posou para fotos e sorriu para os fãs de Elvis que foram até o fórum de Los Angeles. Parecia bem disposta e saudável. Algumas fontes afirmam que ele entrou recentemente em um programa dos N.A. (Narcóticos Anônimos) para ajudar em sua recuperação de sua dependência química.
Em meio a tantos escândalos Lisa conseguiu uma vitória nas tribunais. O juiz negou o pedido de seu ex-marido Michael Lockwood que havia solicitado uma pensão mensal de 40 mil dólares a ser paga por Lisa, afirmando que estaria morando de favor na casa de um amigo, dormindo em seu sofá. Lockwood afirmou ao juiz que esse valor seria justo pois ninguém conseguiria viver com dignidade com menos do que 40 mil dólares mensais (algo em torno de 130 mil reais!).
O juiz indeferiu seu pedido dizendo que Lockwood não havia perdido sua capacidade de trabalhar, que não sofria de nenhuma doença grave e que poderia arranjar um emprego para superar suas dificuldades financeiras. Além disso explicou que as duas filhas estavam sob a guarda da avó Priscilla e que nada justificaria o pagamento de uma pensão a ele.
Indignado o ex-marido de Lisa Marie declarou que ela está tentando destruir sua reputação ao afirmar que ele tinha material de pedofilia em seus computadores. "Eu estou enojado com o que foi feito contra mim! Nada foi provado e eu irei provar que fui vítima de uma armação!" - gritou aos jornalistas ao deixar o tribunal. Ele também afirmou que irá recorrer da decisão que negou sua pensão mensal, além de seguir em frente para ter sua parte na fortuna de Lisa Marie Presley. O advogado de Lisa, por outro lado, negou que sua cliente tenha tanto dinheiro como afirmado por Lockwood. "Minha cliente passa por dificuldades financeiras, excelência!" - teria dito o advogado de Lisa ao juiz do processo de divórcio - "Ela está falida!" - Concluiu.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 27 de junho de 2005
Elvis Presley - RCA Studio C
Em março de 1972 Elvis foi até o estúdio C da RCA em Hollywood para gravar novas músicas. Inicialmente os planos eram de gravar material inédito para ser lançado na trilha sonora do novo filme de Elvis pela Metro chamado "Elvis on Tour". Foi programada uma semana de gravações e as expectativas do produtor Felton Jarvis eram muito boas. Porém Elvis tinha outros planos e só apareceu mesmo por três dias.
No total ele gravou poucas músicas - sete apenas - porém nos chama a atenção até hoje a qualidade das faixas e a boa receptividade que essas canções tiveram depois. Na primeira noite de trabalho Elvis gravou apenas três músicas. Os trabalhos começaram com "Separate Ways" que havia sido escolhida pelo produtor para ser o lado A do próximo single de Elvis. Por essa razão resolveram caprichar bem nos arranjos, trazendo belos solos de violão. A letra era bem significativa para Elvis naquela ocasião pois ele estava bem no meio do turbilhão de problemas causados por seu divórcio da esposa Priscilla.
Logo após vieram as não tão marcantes "For the Good Times" e "Where Do I Go from Here?". Essas ficaram um bom tempo arquivadas, sendo que a última, por exemplo, só veio a ser lançada tempos depois no disco "Elvis", também conhecido como "The Fool Album". Essa primeira noite foi considerada pouco produtiva pelo produtor Felton Jarvis pois ele tinha planos de gravar pelo menos seis, sete faixas, até o dia amanhecer, mas Elvis não parecia tão disposto.
No dia seguinte Elvis foi ainda menos produtivo. Ele só gravou duas canções. Parecia um pouco cansado das longas viagens e dos concertos sem fim. Mesmo assim puxou energia para uma das canções mais populares dos anos 70, o hit "Burning Love". Era uma velha sugestão da RCA Victor, tentando fazer Elvis gravar músicas mais embaladas, alegres, não ficando tão restrito apenas às baladas românticas e ao material country. A outra gravada nesse mesmo dia foi "Fool" que no ano seguinte se tornaria a música de trabalho do disco "Elvis".
E para finalizar essas curtas, porém extremamente bem sucedidas faixas, Elvis terminou seu trabalho no dia 29 com a gravação da imortal "Always on My Mind" seguida da também excelente "It's a Matter of Time". Fazendo um panorama em cima da seleção de repertório é impossível negar que todas essas músicas tinham algo em comum e retratavam de certa maneira o momento emocional que Elvis vinha passando em sua vida. Até parecia que o cantor queria compartilhar com todos os fãs a triste realidade de um casamento destruído, fracassado. O fim de um sonho romântico que não se concretizou.
Pablo Aluísio.
No total ele gravou poucas músicas - sete apenas - porém nos chama a atenção até hoje a qualidade das faixas e a boa receptividade que essas canções tiveram depois. Na primeira noite de trabalho Elvis gravou apenas três músicas. Os trabalhos começaram com "Separate Ways" que havia sido escolhida pelo produtor para ser o lado A do próximo single de Elvis. Por essa razão resolveram caprichar bem nos arranjos, trazendo belos solos de violão. A letra era bem significativa para Elvis naquela ocasião pois ele estava bem no meio do turbilhão de problemas causados por seu divórcio da esposa Priscilla.
Logo após vieram as não tão marcantes "For the Good Times" e "Where Do I Go from Here?". Essas ficaram um bom tempo arquivadas, sendo que a última, por exemplo, só veio a ser lançada tempos depois no disco "Elvis", também conhecido como "The Fool Album". Essa primeira noite foi considerada pouco produtiva pelo produtor Felton Jarvis pois ele tinha planos de gravar pelo menos seis, sete faixas, até o dia amanhecer, mas Elvis não parecia tão disposto.
No dia seguinte Elvis foi ainda menos produtivo. Ele só gravou duas canções. Parecia um pouco cansado das longas viagens e dos concertos sem fim. Mesmo assim puxou energia para uma das canções mais populares dos anos 70, o hit "Burning Love". Era uma velha sugestão da RCA Victor, tentando fazer Elvis gravar músicas mais embaladas, alegres, não ficando tão restrito apenas às baladas românticas e ao material country. A outra gravada nesse mesmo dia foi "Fool" que no ano seguinte se tornaria a música de trabalho do disco "Elvis".
E para finalizar essas curtas, porém extremamente bem sucedidas faixas, Elvis terminou seu trabalho no dia 29 com a gravação da imortal "Always on My Mind" seguida da também excelente "It's a Matter of Time". Fazendo um panorama em cima da seleção de repertório é impossível negar que todas essas músicas tinham algo em comum e retratavam de certa maneira o momento emocional que Elvis vinha passando em sua vida. Até parecia que o cantor queria compartilhar com todos os fãs a triste realidade de um casamento destruído, fracassado. O fim de um sonho romântico que não se concretizou.
Pablo Aluísio.
domingo, 26 de junho de 2005
Elvis Presley - Os Primeiros Anos - Parte 2
Elvis Presley sempre foi um cara muito tímido. Em seus anos de colegial ele nunca se destacou muito no círculo social dos estudantes de sua classe. As únicas coisas que chamavam a atenção nos corredores da escola eram seus cabelos e suas roupas, que fugiam do padrão. Ele porém nunca se comportou como um rebelde sem causa ao estilo James Dean. No fundo era um estudante calado, educado e completamente na dele.
Assim quando Elvis se viu diante de um microfone nos estúdios da Sun Records ele ficou um pouco intimidado. A velha timidez apareceu mais uma vez. Elvis e seu violão foram gravados. Ele interpretou "My Happiness" de um jeito muito acanhado, com uma vozinha tímida, quase desaparecendo. A secretária da Sun que atendeu Elvis naquela tarde chegou a comentar anos depois: "Elvis foi provavelmente a pessoa mais tímida que já havia entrado na Sun até aquele momento!".
O produtor e dono da Sun Records Sam Phillips não estava no estúdio naquela tarde. Por isso a secretária Marion Keisker resolveu anotar em um pequeno bloco de notas a frase: "Elvis Presley, bom cantor de baladas, entrar em contato. Fone...". Elvis ficou surpreso ao ouvir Marion dizendo que iria passar seu nome para Sam, para quem sabe algum dia ele for chamado para um teste. Tudo era possível. Então Elvis pagou quatro dólares pela gravação e saiu com o primeiro disco de Elvis Presley da história. Um pequeno acetato com um selo tosco, batido a máquina de escrever, trazendo apenas o nome da música e do cantor. Tudo meio mal feito, amador.
Elvis jogou o acetato no banco de seu caminhão e voltou para casa pois o expediente na companhia de energia de Memphis havia chegado ao fim. No começo Elvis pensou que Marion estava apenas sendo gentil, dizendo que iria indicar seu nome para Sam Phillips. Ela era uma dessas senhorinhas simpáticas, sempre pronta a dizer algo agradável. Elvis porém estava errado, Marion havia falado sério. Quando Sam chegou ao estúdio ela lhe disse que um rapaz muito interessante tinha aparecido na Sun naquela tarde para gravar um disquinho. Era um garoto apenas, sem banda, tocando apenas com seu violão. Um lobo solitário. Sam disse de pronto: "Ligue para ele então! Vamos fazer uma audição!". Sam vivia dizendo: "O dia que encontrar um branco que cante como um negro eu vou ficar rico!". Será que Elvis Presley era essa pessoa?
Pablo Aluísio.
Assim quando Elvis se viu diante de um microfone nos estúdios da Sun Records ele ficou um pouco intimidado. A velha timidez apareceu mais uma vez. Elvis e seu violão foram gravados. Ele interpretou "My Happiness" de um jeito muito acanhado, com uma vozinha tímida, quase desaparecendo. A secretária da Sun que atendeu Elvis naquela tarde chegou a comentar anos depois: "Elvis foi provavelmente a pessoa mais tímida que já havia entrado na Sun até aquele momento!".
O produtor e dono da Sun Records Sam Phillips não estava no estúdio naquela tarde. Por isso a secretária Marion Keisker resolveu anotar em um pequeno bloco de notas a frase: "Elvis Presley, bom cantor de baladas, entrar em contato. Fone...". Elvis ficou surpreso ao ouvir Marion dizendo que iria passar seu nome para Sam, para quem sabe algum dia ele for chamado para um teste. Tudo era possível. Então Elvis pagou quatro dólares pela gravação e saiu com o primeiro disco de Elvis Presley da história. Um pequeno acetato com um selo tosco, batido a máquina de escrever, trazendo apenas o nome da música e do cantor. Tudo meio mal feito, amador.
Elvis jogou o acetato no banco de seu caminhão e voltou para casa pois o expediente na companhia de energia de Memphis havia chegado ao fim. No começo Elvis pensou que Marion estava apenas sendo gentil, dizendo que iria indicar seu nome para Sam Phillips. Ela era uma dessas senhorinhas simpáticas, sempre pronta a dizer algo agradável. Elvis porém estava errado, Marion havia falado sério. Quando Sam chegou ao estúdio ela lhe disse que um rapaz muito interessante tinha aparecido na Sun naquela tarde para gravar um disquinho. Era um garoto apenas, sem banda, tocando apenas com seu violão. Um lobo solitário. Sam disse de pronto: "Ligue para ele então! Vamos fazer uma audição!". Sam vivia dizendo: "O dia que encontrar um branco que cante como um negro eu vou ficar rico!". Será que Elvis Presley era essa pessoa?
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Primeiros Anos - Parte 1
Em 1953 Elvis Presley era apenas um jovem que havia terminado o colegial. Fazia pouco tempo que ele havia começado a trabalhar em seu primeiro emprego como motorista de caminhão da companhia de eletricidade da cidade de Memphis. De vez em quando Elvis levava seu violão, o colocando no banco ao lado da cabine de seu caminhão. Enquanto a equipe consertava os fios elétricos, Elvis ficava dedilhando seu instrumento, cantando algum sucesso que ouvira nas estações de rádio.
Como era pobre, Elvis não via possibilidades de ir para uma universidade. Nos Estados Unidos as universidades eram privadas e caras e ele simplesmente não tinha dinheiro para bancar algo assim. Além disso tinha que trabalhar para ajudar no orçamento muito apertado de sua família. Elvis morava ao lado de seu pai e sua mãe em um conjunto habitacional construído pelo governo Roosevelt que tinha como objetivo justamente dar moradia para famílias de baixa renda de todo o Sul do país. Era parte do New Deal, o programa do governo que procurava levantar o país depois da grande depressão. O objetivo era ajudar as famílias mais pobres do país, um programa social de habitação popular.
Assim cursar uma universidade estava fora dos planos e das possibilidades de Elvis. Ao contrário disso e seguindo os conselhos de seu pai ele se matriculou em um curso técnico para se tornar eletricista. Seu pai Vernon, um homem que havia trabalhado nos campos de algodão, sabia como era importante aprender uma profissão, além disso como ele uma vez disse ao filho: "Esses eletricistas ganham muito bem Elvis! Entre um conserto e outro eles enchem os bolsos!". Embora gostasse de cantar e tocar violão, não passava pela cabeça de Elvis se tornar um músico profissional. A classe artística era mal vista naqueles tempos, coisa de vagabundos da Beale Street, a rua onde se concentrava os bares de Memphis.
Embora não tivesse planos de ser um dia alguém que viesse a viver de sua música, Elvis tinha curiosidade em saber como soaria sua voz em um disco! Sua curiosidade acabaria o levando a tentar a sorte ao ver um anúncio da Sun Records, pequeno selo musical de Memphis, que fazia discos caseiros para quem pagasse o valor cobrado. Ao passar pelo estúdio viu o anúncio e decidiu gravar uma versão de uma velha canção chamada "My Happiness" de 1933. Durante muitos anos se espalhou a lenda de que Elvis teria gravado esse disquinho para dar de presente para sua mãe, mas isso não foi verdade. A família Presley não tinha vitrola e nem sua mãe estava fazendo aniversário naquela época. A verdade pura e simples é que Elvis tinha curiosidade e queria ouvir sua voz gravada em um acetato! Será que sua voz ficaria bem numa gravação?
Pablo Aluísio.
Como era pobre, Elvis não via possibilidades de ir para uma universidade. Nos Estados Unidos as universidades eram privadas e caras e ele simplesmente não tinha dinheiro para bancar algo assim. Além disso tinha que trabalhar para ajudar no orçamento muito apertado de sua família. Elvis morava ao lado de seu pai e sua mãe em um conjunto habitacional construído pelo governo Roosevelt que tinha como objetivo justamente dar moradia para famílias de baixa renda de todo o Sul do país. Era parte do New Deal, o programa do governo que procurava levantar o país depois da grande depressão. O objetivo era ajudar as famílias mais pobres do país, um programa social de habitação popular.
Assim cursar uma universidade estava fora dos planos e das possibilidades de Elvis. Ao contrário disso e seguindo os conselhos de seu pai ele se matriculou em um curso técnico para se tornar eletricista. Seu pai Vernon, um homem que havia trabalhado nos campos de algodão, sabia como era importante aprender uma profissão, além disso como ele uma vez disse ao filho: "Esses eletricistas ganham muito bem Elvis! Entre um conserto e outro eles enchem os bolsos!". Embora gostasse de cantar e tocar violão, não passava pela cabeça de Elvis se tornar um músico profissional. A classe artística era mal vista naqueles tempos, coisa de vagabundos da Beale Street, a rua onde se concentrava os bares de Memphis.
Embora não tivesse planos de ser um dia alguém que viesse a viver de sua música, Elvis tinha curiosidade em saber como soaria sua voz em um disco! Sua curiosidade acabaria o levando a tentar a sorte ao ver um anúncio da Sun Records, pequeno selo musical de Memphis, que fazia discos caseiros para quem pagasse o valor cobrado. Ao passar pelo estúdio viu o anúncio e decidiu gravar uma versão de uma velha canção chamada "My Happiness" de 1933. Durante muitos anos se espalhou a lenda de que Elvis teria gravado esse disquinho para dar de presente para sua mãe, mas isso não foi verdade. A família Presley não tinha vitrola e nem sua mãe estava fazendo aniversário naquela época. A verdade pura e simples é que Elvis tinha curiosidade e queria ouvir sua voz gravada em um acetato! Será que sua voz ficaria bem numa gravação?
Pablo Aluísio.
sábado, 25 de junho de 2005
Elvis Presley - O Fim do casamento de Elvis e Priscilla - Parte 2
Como todo casal que termina um casamento, o tempo entre a separação de fato e a audiência de divórcio na justiça foi marcado por tensões, remorsos e brigas entre Elvis e Priscilla. Para ela foi um tempo de reencontrar sua própria liberdade. Ela adotou um figurino mais moderno, soltou os cabelos, deixou de lado aquele estilo imposto pelo ex-marido, abriu um negócio próprio e pela primeira vez em sua vida, como confidenciou em seu livro, tinha finalmente tomado as rédeas de sua vida em suas próprias mãos.
Para Elvis foi um tempo sombrio. Ele se sentiu traído por Priscilla, que ele havia escolhido para ser sua esposa. Jamais esperaria por isso. Em um primeiro momento pensou em agir com violência, mas acabou sendo aconselhado por pessoas amigas e leais, como Joe Esposito e J.D. Sumner. Esse último, com muita experiência de vida, lembrou a Elvis que ele deveria ser um bom cristão e nunca mais pensar em fazer algo de mal a Mike Stone, o amante de Priscilla. J.D. lembrou a Elvis um trecho do evangelho em que Jesus dizia que se deveria perdoar setenta vezes sete, ou seja, o perdão deveria ser ilimitado. Elvis abaixou a cabeça, fez uma oração ao lado de seu vocalista e nunca mais voltou a falar novamente em mandar matar Mike Stone.
Elvis e Priscilla só voltariam a se encontrar na justiça, na sala de audiências de seu divórcio. Eles se trataram muito bem, como se nunca tivessem se separado. Priscilla ficou alarmada pelo estado físico de Elvis. Ele parecia muito acima do peso, suando em demasia, obviamente magoado e entristecido, mas procurando não demonstrar isso. A imprensa sensacionalista fez um grande alvoroço, com muitos repórteres e jornalistas pelos corredores da vara de família. Elvis sorriu e tentou passar a imagem de que tudo estava bem. "Somos os melhores amigos agora!" - falou brevemente a uma jornalista que de súbito colocou um microfone em sua frente.
Aos advogados Elvis deu apenas um comando: "Darei tudo o que Priscilla quiser! Não quero problemas e nem brigas nesse divórcio!". E de fato Elvis cedeu a todos os pedidos da ex-mulher. Ela pediu uma generosa pensão para a filha Lisa Marie, mais um acréscimo que deveria ser depositado todos os meses para suas despesas pessoais. Priscilla alegou que Elvis a teria impedido de trabalhar e ter uma profissão enquanto eram casados e que por isso dificilmente arranjaria um emprego no mercado de trabalho pois não tinha as qualificações exigidas. Elvis não contestou. No final da audiência eles saíram de braços dados e Elvis deu um beijo de despedida na ex-mulher. O casamento, dito por muitos, como a união dos sonhos, estava definitivamente acabado.
Pablo Aluísio.
Para Elvis foi um tempo sombrio. Ele se sentiu traído por Priscilla, que ele havia escolhido para ser sua esposa. Jamais esperaria por isso. Em um primeiro momento pensou em agir com violência, mas acabou sendo aconselhado por pessoas amigas e leais, como Joe Esposito e J.D. Sumner. Esse último, com muita experiência de vida, lembrou a Elvis que ele deveria ser um bom cristão e nunca mais pensar em fazer algo de mal a Mike Stone, o amante de Priscilla. J.D. lembrou a Elvis um trecho do evangelho em que Jesus dizia que se deveria perdoar setenta vezes sete, ou seja, o perdão deveria ser ilimitado. Elvis abaixou a cabeça, fez uma oração ao lado de seu vocalista e nunca mais voltou a falar novamente em mandar matar Mike Stone.
Elvis e Priscilla só voltariam a se encontrar na justiça, na sala de audiências de seu divórcio. Eles se trataram muito bem, como se nunca tivessem se separado. Priscilla ficou alarmada pelo estado físico de Elvis. Ele parecia muito acima do peso, suando em demasia, obviamente magoado e entristecido, mas procurando não demonstrar isso. A imprensa sensacionalista fez um grande alvoroço, com muitos repórteres e jornalistas pelos corredores da vara de família. Elvis sorriu e tentou passar a imagem de que tudo estava bem. "Somos os melhores amigos agora!" - falou brevemente a uma jornalista que de súbito colocou um microfone em sua frente.
Aos advogados Elvis deu apenas um comando: "Darei tudo o que Priscilla quiser! Não quero problemas e nem brigas nesse divórcio!". E de fato Elvis cedeu a todos os pedidos da ex-mulher. Ela pediu uma generosa pensão para a filha Lisa Marie, mais um acréscimo que deveria ser depositado todos os meses para suas despesas pessoais. Priscilla alegou que Elvis a teria impedido de trabalhar e ter uma profissão enquanto eram casados e que por isso dificilmente arranjaria um emprego no mercado de trabalho pois não tinha as qualificações exigidas. Elvis não contestou. No final da audiência eles saíram de braços dados e Elvis deu um beijo de despedida na ex-mulher. O casamento, dito por muitos, como a união dos sonhos, estava definitivamente acabado.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - O Fim do casamento de Elvis e Priscilla - Parte 1
O fim do casamento de Elvis e Priscilla
Depois de longos anos de agonia, Priscilla resolveu se divorciar de Elvis. Embora o marido aparentasse estar aguentando bem o tranco de manter apenas as aparências de um matrimônio falido, Priscilla decidiu que não queria viver mais daquele jeito. Ela sabia que alguns membros da máfia de Memphis já tinham ido até Elvis para alertá-lo de que ela estava sendo vista em restaurantes com outros homens e por isso se sentia como que se estivesse aprisionada numa farsa. Ela não aceitava que os amigos de Elvis ficassem bisbilhotando sua vida pessoal e íntima. Além disso há muito tempo o casamento tinha acabado na prática. Elvis não a procurava mais sexualmente, ambos passavam pouco tempo juntos e ela já havia percebido que Elvis inventava mil desculpas para simplesmente não ficar mais ao seu lado. Era o fim.
Some-se a tudo isso o fato de que Priscilla estava apaixonada por Mike Stone, o instrutor de karatê que ironicamente havia sido indicado pelo próprio Elvis. Eles começaram a sair juntos depois das aulas, iam em lanchonetes, cinemas, restaurantes e em pouco tempo Priscilla ficou perdidamente apaixonada por ele. Como Elvis não lhe dava atenção, Mike estava sempre por perto para apoiá-la. O casamento de Elvis e Priscilla estava tão destruído que ela montou um ninho de amor na Califórnia, alugou um apartamento para se encontrar com Mike Stone e passava dias com o novo namorado, sem nenhum tipo de problema por parte de Elvis que mal lhe ligava para saber onde estava.
Depois de muito pensar Priscilla confrontou Elvis em seu apartamento de Las Vegas, durante uma de suas temporadas. "Elvis eu vou deixar você!" - ela disse com convicção. Elvis, deitado na cama, com o cabelo despenteado, meio grogue por causa das pílulas para dormir, não entendeu direito. "O que você está querendo dizer com isso?" - perguntou atordoado. "Eu quero dizer que o casamento acabou, estou indo embora! Quero o divórcio!". Elvis ficou boquiaberto com aquilo. Ok, ele sabia que o casamento ia de mal a pior, mas algo tão radical como aquela decisão de sua esposa o deixou em estado de choque. Meio aturdido com a notícia Elvis ainda encontrou as palavras para perguntar: "O que aconteceu? Perdi você para outro homem?". Lágrimas vieram aos seus olhos, mas o diálogo além de tenso foi curto. Priscilla deu as costas e foi embora.
Elvis ficou mal, muito mal. A mulher que ele havia investido grande parte de sua vida acabava com tudo ali na sua frente, sem qualquer tipo de tentativa de reconciliação ou retorno. Priscilla parecia decidida! Era o fim! No começo Elvis ficou sem saber como reagir. Em um primeiro momento ele ficou realmente destruído emocionalmente, porém aos poucos foi descobrindo toda a verdade! Priscilla sim o havia trocado por outro homem e ele era Mike Stone, o professor de arte marciais que Elvis havia indicado a ela. Desnecessário dizer que Elvis ficou furioso com tudo aquilo! "Desgraçado! Desgraçado! Mike Stone deve morrer! Tragam meu rifle e minhas pistolas! Junte todos, vamos acabar com esse miserável!" - gritava o cantor em sua suíte de Las Vegas enquanto seus homens de confiança corriam para todos os lados atrás das armas de fogo. A tempestade estava apenas começando.
Pablo Aluísio.
Depois de longos anos de agonia, Priscilla resolveu se divorciar de Elvis. Embora o marido aparentasse estar aguentando bem o tranco de manter apenas as aparências de um matrimônio falido, Priscilla decidiu que não queria viver mais daquele jeito. Ela sabia que alguns membros da máfia de Memphis já tinham ido até Elvis para alertá-lo de que ela estava sendo vista em restaurantes com outros homens e por isso se sentia como que se estivesse aprisionada numa farsa. Ela não aceitava que os amigos de Elvis ficassem bisbilhotando sua vida pessoal e íntima. Além disso há muito tempo o casamento tinha acabado na prática. Elvis não a procurava mais sexualmente, ambos passavam pouco tempo juntos e ela já havia percebido que Elvis inventava mil desculpas para simplesmente não ficar mais ao seu lado. Era o fim.
Some-se a tudo isso o fato de que Priscilla estava apaixonada por Mike Stone, o instrutor de karatê que ironicamente havia sido indicado pelo próprio Elvis. Eles começaram a sair juntos depois das aulas, iam em lanchonetes, cinemas, restaurantes e em pouco tempo Priscilla ficou perdidamente apaixonada por ele. Como Elvis não lhe dava atenção, Mike estava sempre por perto para apoiá-la. O casamento de Elvis e Priscilla estava tão destruído que ela montou um ninho de amor na Califórnia, alugou um apartamento para se encontrar com Mike Stone e passava dias com o novo namorado, sem nenhum tipo de problema por parte de Elvis que mal lhe ligava para saber onde estava.
Depois de muito pensar Priscilla confrontou Elvis em seu apartamento de Las Vegas, durante uma de suas temporadas. "Elvis eu vou deixar você!" - ela disse com convicção. Elvis, deitado na cama, com o cabelo despenteado, meio grogue por causa das pílulas para dormir, não entendeu direito. "O que você está querendo dizer com isso?" - perguntou atordoado. "Eu quero dizer que o casamento acabou, estou indo embora! Quero o divórcio!". Elvis ficou boquiaberto com aquilo. Ok, ele sabia que o casamento ia de mal a pior, mas algo tão radical como aquela decisão de sua esposa o deixou em estado de choque. Meio aturdido com a notícia Elvis ainda encontrou as palavras para perguntar: "O que aconteceu? Perdi você para outro homem?". Lágrimas vieram aos seus olhos, mas o diálogo além de tenso foi curto. Priscilla deu as costas e foi embora.
Elvis ficou mal, muito mal. A mulher que ele havia investido grande parte de sua vida acabava com tudo ali na sua frente, sem qualquer tipo de tentativa de reconciliação ou retorno. Priscilla parecia decidida! Era o fim! No começo Elvis ficou sem saber como reagir. Em um primeiro momento ele ficou realmente destruído emocionalmente, porém aos poucos foi descobrindo toda a verdade! Priscilla sim o havia trocado por outro homem e ele era Mike Stone, o professor de arte marciais que Elvis havia indicado a ela. Desnecessário dizer que Elvis ficou furioso com tudo aquilo! "Desgraçado! Desgraçado! Mike Stone deve morrer! Tragam meu rifle e minhas pistolas! Junte todos, vamos acabar com esse miserável!" - gritava o cantor em sua suíte de Las Vegas enquanto seus homens de confiança corriam para todos os lados atrás das armas de fogo. A tempestade estava apenas começando.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 24 de junho de 2005
Elvis Presley - Elvis On Tour - Parte 2
Elvis On Tour - Parte 2
Sobre o filme o diretor ainda considerou: "Era muito material filmado para um filme de no máximo 90 minutos. Meu primeiro copião tinha 4 horas! Uma pena porque muito material rico foi cortado mesmo! Pegamos cenas incríveis de Elvis mas que não aproveitamos porque não havia espaço na metragem. A aparência física de Elvis também nos deu muito trabalho. Em um show ele aparecia jovem, bonito, bronzeado e esbelto, mas no dia seguinte ele se apresentava gordo, pálido, suado e com a aparência nada saudável. Fiquei perplexo em acompanhar tamanha mudança física em tão pouco espaço de tempo. Era uma situação de altos e baixos, ao limite. Mas tirando isso, essa experiência atrás das câmeras foi muito produtiva para o meu trabalho de diretor. E depois foi muito instrutivo participar de um projeto desses. Posso dizer com certeza que todos os documentários de shows que foram lançados depois de Standing Room Only – esse era o seu nome inicial, do qual gosto muito – beberam de sua fonte. Basta dar uma olhada nos projetos dos Rolling Stones e do Led Zeppelin. Sem dúvida nos copiaram!"
Quando lançado o filme foi muito bem elogiado pela crítica americana e muito disso se deu em decorrência de seu visual inovador e dinâmico. A revista Rolling Stone não poupou elogios e afirmou que "Finalmente havia sido lançado o primeiro filme de Elvis Presley". O coronel Parker já estava por essa época em negociações com a TV para a realização de um grande especial com Elvis, que iria ser transmitido via satélite para o mundo. Por isso pressionou os produtores para lançarem "Elvis On Tour" logo, pois caso contrário o filme iria acabar se transformando em concorrência para o especial de TV.
O pior aconteceu com a trilha sonora do filme. Parker simplesmente resolveu cancelar seu lançamento, pois ele estava mesmo apostando em dois outros projetos de discos gravados ao vivo – um no Madison Square Garden e outro do especial via satélite – e por essa razão se tornava inviável o lançamento de mais um disco ao vivo. Três discos iguais, com apresentações ao vivo de Elvis, seriam demais para o mercado! Mas uma coisa é certa: todo esse trabalho acabou valendo muito a pena. Quando foram anunciados os nomes dos filmes que iriam concorrer ao Globo de Ouro - o segundo mais prestigiado prêmio da indústria cinematográfica dos Estados Unidos, atrás apenas do Oscar - "Elvis On Tour" estava presente na lista, disputando na categoria de "melhor documentário do ano".
Elvis, bastante nervoso, acompanhou a noite de premiação de sua suíte no Las Vegas Hilton. Quando o mestre de cerimônias finalmente leu o nome do ganhador de melhor documentário do ano de 1972 – "Elvis On Tour" de Pierre Adidge e Bob Abel – Elvis deu um pulo da poltrona e simplesmente explodiu de felicidade! Não havia espaço dentro da suíte para tamanha comemoração por parte de Elvis e dos caras da Máfia de Memphis! O Rei também não deixou barato e nessa mesma noite deu uma das maiores festas que Las Vegas já presenciou! Todos correram para cumprimentá-lo e lhes dar os parabéns. Elvis não se conteve de tanta alegria e entre abraços, lágrimas e risos anunciou com muito orgulho que finalmente havia vencido o Globo de Ouro. Era a primeira vez que um filme de Elvis Presley ganhava um prêmio dessa importância. Foi uma das maiores glórias de sua já tão gloriosa carreira. Elvis estava mais do que nunca... Triunfal!
Pablo Aluísio.
Sobre o filme o diretor ainda considerou: "Era muito material filmado para um filme de no máximo 90 minutos. Meu primeiro copião tinha 4 horas! Uma pena porque muito material rico foi cortado mesmo! Pegamos cenas incríveis de Elvis mas que não aproveitamos porque não havia espaço na metragem. A aparência física de Elvis também nos deu muito trabalho. Em um show ele aparecia jovem, bonito, bronzeado e esbelto, mas no dia seguinte ele se apresentava gordo, pálido, suado e com a aparência nada saudável. Fiquei perplexo em acompanhar tamanha mudança física em tão pouco espaço de tempo. Era uma situação de altos e baixos, ao limite. Mas tirando isso, essa experiência atrás das câmeras foi muito produtiva para o meu trabalho de diretor. E depois foi muito instrutivo participar de um projeto desses. Posso dizer com certeza que todos os documentários de shows que foram lançados depois de Standing Room Only – esse era o seu nome inicial, do qual gosto muito – beberam de sua fonte. Basta dar uma olhada nos projetos dos Rolling Stones e do Led Zeppelin. Sem dúvida nos copiaram!"
Quando lançado o filme foi muito bem elogiado pela crítica americana e muito disso se deu em decorrência de seu visual inovador e dinâmico. A revista Rolling Stone não poupou elogios e afirmou que "Finalmente havia sido lançado o primeiro filme de Elvis Presley". O coronel Parker já estava por essa época em negociações com a TV para a realização de um grande especial com Elvis, que iria ser transmitido via satélite para o mundo. Por isso pressionou os produtores para lançarem "Elvis On Tour" logo, pois caso contrário o filme iria acabar se transformando em concorrência para o especial de TV.
O pior aconteceu com a trilha sonora do filme. Parker simplesmente resolveu cancelar seu lançamento, pois ele estava mesmo apostando em dois outros projetos de discos gravados ao vivo – um no Madison Square Garden e outro do especial via satélite – e por essa razão se tornava inviável o lançamento de mais um disco ao vivo. Três discos iguais, com apresentações ao vivo de Elvis, seriam demais para o mercado! Mas uma coisa é certa: todo esse trabalho acabou valendo muito a pena. Quando foram anunciados os nomes dos filmes que iriam concorrer ao Globo de Ouro - o segundo mais prestigiado prêmio da indústria cinematográfica dos Estados Unidos, atrás apenas do Oscar - "Elvis On Tour" estava presente na lista, disputando na categoria de "melhor documentário do ano".
Elvis, bastante nervoso, acompanhou a noite de premiação de sua suíte no Las Vegas Hilton. Quando o mestre de cerimônias finalmente leu o nome do ganhador de melhor documentário do ano de 1972 – "Elvis On Tour" de Pierre Adidge e Bob Abel – Elvis deu um pulo da poltrona e simplesmente explodiu de felicidade! Não havia espaço dentro da suíte para tamanha comemoração por parte de Elvis e dos caras da Máfia de Memphis! O Rei também não deixou barato e nessa mesma noite deu uma das maiores festas que Las Vegas já presenciou! Todos correram para cumprimentá-lo e lhes dar os parabéns. Elvis não se conteve de tanta alegria e entre abraços, lágrimas e risos anunciou com muito orgulho que finalmente havia vencido o Globo de Ouro. Era a primeira vez que um filme de Elvis Presley ganhava um prêmio dessa importância. Foi uma das maiores glórias de sua já tão gloriosa carreira. Elvis estava mais do que nunca... Triunfal!
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Elvis On Tour - Parte 1
Elvis On Tour - Parte 1
No verão de 1972 Elvis foi informado pelo coronel Parker que a MGM estava interessada em filmar um documentário que mostrasse suas concorridas turnês pelas cidades dos Estados Unidos. A direção seria entregue a um dos maiores documentaristas em atividade e o aclamado diretor de cinema Martin Scorsese iria coordenar parte dos trabalhos de edição e montagem. Em Las Vegas, nesse mesmo mês, Elvis se encontrou pessoalmente com os produtores Pierre Adidge e Bob Abel. A conversa foi muito franca, tanto do lado de Elvis como dos produtores que lhe disseram abertamente: "Depois do sucesso do filme Woodstock entendemos Ter chegado o momento de filmar um documentário mostrando a origem de tudo isso, desse movimento social: você! Não gostamos de That's The Way It Is e seus filmes dos anos 60 foram tão ruins que ficamos até surpresos em como a MGM conseguiu comercializá-los. Apreciamos seu trabalho atual, mas preferimos as músicas que você cantava nos anos 50" Elvis, por sua vez, disse que não se sentiu muito à vontade nos estúdios da MGM durante as gravações de "That's The Way It Is" por causa das enormes câmeras de cinema que foram instaladas durante as filmagens, atrapalhando o movimento e a espontaneidade dele e do seu grupo de apoio. A conversa se prolongou e foi muito produtiva, os realizadores prometeram a Elvis que ele seria filmado por câmeras especiais, do tipo portátil e que seu raio de ação não seria limitado por falta de espaço como no caso de "That's The Way It Is". Pierre Adidge disse a Elvis, com seu forte sotaque francês, que esse filme seria produzido com a utilização do que havia de mais moderno em termos de edição de filmagem.
Tudo seria de primeira linha. Elvis deveria se mostrar de forma autêntica, agir de maneira habitual e espontânea, e não se importar com a equipe de filmagem que iria acompanhá-lo para todos os lugares. A intenção era filmar Elvis não só no palco, mas também nos camarins, no contato com os fãs, interagindo com os músicos, sem roteiros ou scripts pré determinados, tudo o que se queria captar era a verdadeira essência do mito Elvis Presley. Para tanto a equipe da MGM já começaria a gravar algumas cenas como teste nos seus próximos shows e iria acompanhá-lo nos estúdios da RCA em sua próxima sessão de gravação onde ele iria registrar novas músicas - entre elas uma tal de "Always On My Mind" e outra de um novo compositor, uma canção que Elvis tinha ouvido e gostado muito chamada "Burning Love"! A parte da direção musical ficaria inteiramente sob controle de Elvis e de seu produtor Felton Jarvis, sem intervenção do pessoal da MGM. Três dias depois Elvis se reuniu com a TCB Band e os avisou que sua próxima turnê seria filmada para o cinema. Elvis resolveu providenciar uma mudança no repertório com a introdução de novas canções nos shows. Trabalho duro pela frente!. Enquanto a RCA lançava o single "American Trilogy" - com "The First Time Ever I Saw Your Face" no lado B - Elvis começava sua turnê no leste do país, com a MGM gravando tudo o que acontecia nessa primeira rodada de shows. Elvis foi filmado dentro do avião, antes dos shows, conversando com fãs, enfim, todo o delírio que acontecia ao redor de uma turnê do rei do rock foi registrado pelo pessoal do estúdio.
Mais de 250 pessoas da equipe de filmagem acompanharam Elvis e banda nesses quinze shows realizados em várias cidades, como Buffalo, Indianapolis, Detroit, Dayton, Hampton Roads, Knoxville, Charlotte, Macon e Jacksonville. Segundo alguns membros da equipe que participaram do time da MGM mais de 40 horas de material foram filmados para "Standing Room Only" – o nome original do filme, depois mudado para "Elvis On Tour" (Elvis Triunfal no Brasil) – mas que nunca foram mostrados ao público. Shows inteiros foram filmados e não aproveitados, ficando no chão da sala de edição de Martin Scorsese. Esse precioso material pode um dia ser lançado, mas atualmente jaz nos arquivos dos estúdios MGM em Hollywood. Sem dúvida muita coisa foi gravada, mas a principal apresentação de Elvis nessa turnê ficou de fora!!! Talvez o pior erro cometido pelos produtores de "Elvis On Tour" foi não Ter filmado os shows de Elvis no Madison Square Garden em Nova Iorque. Até hoje a MGM não consegue dar uma resposta satisfatória por ter deixado passar essa apresentação – uma das mais importantes da carreira de Elvis – em branco. Como é que cometeram uma bobeada dessas? Durante a coletiva à imprensa em NY os jornalistas perguntaram a Elvis e ao Coronel porque não iriam ser filmados seus shows no MSQ? Os dois saíram pela tangente e não souberam responder a pergunta!!! – até mesmo porque essa era uma decisão da Metro e não de Elvis e nem do Coronel Tom Parker. Ninguém sabe ao certo porque essa infeliz decisão de não filmar em Nova Iorque foi tomada.
A última coisa a ser gravada para esse documentário foi uma entrevista particular que Elvis deu nos estúdios da MGM para os realizadores da película. A intenção era usar esses trechos falados entre as imagens com cenas dos shows, mas essa ideia foi abandonada depois. Essa entrevista que continua em grande parte inédita até hoje, teve mais de duas horas de duração e Elvis falou sobre tudo: a origem de sua música, seus ídolos de infância, sobre sua vida pessoal etc. Desse rico material só foi aproveitado um pequeno trecho em áudio, de alguns segundos, que foi utilizado durante as cenas de Elvis na TV americana nos anos 50. Muitos anos depois de seu lançamento, Martin Scorsese durante entrevista à revista Premiere, deu seu depoimento sobre sua participação em Elvis On Tour: "Standing Room Only foi um documentário que participei nos anos 70. Esse projeto foi filmado durante vários shows do cantor Elvis Presley pelos Estados Unidos afora. Ele acabou se tornando um grande exercício de cinema para mim porque o considero de certa forma um predecessor da linguagem dos vídeo clips atuais, da linguagem moderna da MTV. Essa edição foi muito dinâmica, quisemos mostrar um ritmo alucinante onde tudo acontecia ao mesmo tempo agora. Havia shows de Elvis em que colocávamos 12 câmeras rodando de forma simultânea, tudo focado nele e na banda, de todos os ângulos possíveis. Claro que esse vasto material se transformou num inferno na sala de montagem! No final porém acho que tudo ficou muito bom. Fiquei realmente satisfeito com o filme".
Pablo Aluísio.
No verão de 1972 Elvis foi informado pelo coronel Parker que a MGM estava interessada em filmar um documentário que mostrasse suas concorridas turnês pelas cidades dos Estados Unidos. A direção seria entregue a um dos maiores documentaristas em atividade e o aclamado diretor de cinema Martin Scorsese iria coordenar parte dos trabalhos de edição e montagem. Em Las Vegas, nesse mesmo mês, Elvis se encontrou pessoalmente com os produtores Pierre Adidge e Bob Abel. A conversa foi muito franca, tanto do lado de Elvis como dos produtores que lhe disseram abertamente: "Depois do sucesso do filme Woodstock entendemos Ter chegado o momento de filmar um documentário mostrando a origem de tudo isso, desse movimento social: você! Não gostamos de That's The Way It Is e seus filmes dos anos 60 foram tão ruins que ficamos até surpresos em como a MGM conseguiu comercializá-los. Apreciamos seu trabalho atual, mas preferimos as músicas que você cantava nos anos 50" Elvis, por sua vez, disse que não se sentiu muito à vontade nos estúdios da MGM durante as gravações de "That's The Way It Is" por causa das enormes câmeras de cinema que foram instaladas durante as filmagens, atrapalhando o movimento e a espontaneidade dele e do seu grupo de apoio. A conversa se prolongou e foi muito produtiva, os realizadores prometeram a Elvis que ele seria filmado por câmeras especiais, do tipo portátil e que seu raio de ação não seria limitado por falta de espaço como no caso de "That's The Way It Is". Pierre Adidge disse a Elvis, com seu forte sotaque francês, que esse filme seria produzido com a utilização do que havia de mais moderno em termos de edição de filmagem.
Tudo seria de primeira linha. Elvis deveria se mostrar de forma autêntica, agir de maneira habitual e espontânea, e não se importar com a equipe de filmagem que iria acompanhá-lo para todos os lugares. A intenção era filmar Elvis não só no palco, mas também nos camarins, no contato com os fãs, interagindo com os músicos, sem roteiros ou scripts pré determinados, tudo o que se queria captar era a verdadeira essência do mito Elvis Presley. Para tanto a equipe da MGM já começaria a gravar algumas cenas como teste nos seus próximos shows e iria acompanhá-lo nos estúdios da RCA em sua próxima sessão de gravação onde ele iria registrar novas músicas - entre elas uma tal de "Always On My Mind" e outra de um novo compositor, uma canção que Elvis tinha ouvido e gostado muito chamada "Burning Love"! A parte da direção musical ficaria inteiramente sob controle de Elvis e de seu produtor Felton Jarvis, sem intervenção do pessoal da MGM. Três dias depois Elvis se reuniu com a TCB Band e os avisou que sua próxima turnê seria filmada para o cinema. Elvis resolveu providenciar uma mudança no repertório com a introdução de novas canções nos shows. Trabalho duro pela frente!. Enquanto a RCA lançava o single "American Trilogy" - com "The First Time Ever I Saw Your Face" no lado B - Elvis começava sua turnê no leste do país, com a MGM gravando tudo o que acontecia nessa primeira rodada de shows. Elvis foi filmado dentro do avião, antes dos shows, conversando com fãs, enfim, todo o delírio que acontecia ao redor de uma turnê do rei do rock foi registrado pelo pessoal do estúdio.
Mais de 250 pessoas da equipe de filmagem acompanharam Elvis e banda nesses quinze shows realizados em várias cidades, como Buffalo, Indianapolis, Detroit, Dayton, Hampton Roads, Knoxville, Charlotte, Macon e Jacksonville. Segundo alguns membros da equipe que participaram do time da MGM mais de 40 horas de material foram filmados para "Standing Room Only" – o nome original do filme, depois mudado para "Elvis On Tour" (Elvis Triunfal no Brasil) – mas que nunca foram mostrados ao público. Shows inteiros foram filmados e não aproveitados, ficando no chão da sala de edição de Martin Scorsese. Esse precioso material pode um dia ser lançado, mas atualmente jaz nos arquivos dos estúdios MGM em Hollywood. Sem dúvida muita coisa foi gravada, mas a principal apresentação de Elvis nessa turnê ficou de fora!!! Talvez o pior erro cometido pelos produtores de "Elvis On Tour" foi não Ter filmado os shows de Elvis no Madison Square Garden em Nova Iorque. Até hoje a MGM não consegue dar uma resposta satisfatória por ter deixado passar essa apresentação – uma das mais importantes da carreira de Elvis – em branco. Como é que cometeram uma bobeada dessas? Durante a coletiva à imprensa em NY os jornalistas perguntaram a Elvis e ao Coronel porque não iriam ser filmados seus shows no MSQ? Os dois saíram pela tangente e não souberam responder a pergunta!!! – até mesmo porque essa era uma decisão da Metro e não de Elvis e nem do Coronel Tom Parker. Ninguém sabe ao certo porque essa infeliz decisão de não filmar em Nova Iorque foi tomada.
A última coisa a ser gravada para esse documentário foi uma entrevista particular que Elvis deu nos estúdios da MGM para os realizadores da película. A intenção era usar esses trechos falados entre as imagens com cenas dos shows, mas essa ideia foi abandonada depois. Essa entrevista que continua em grande parte inédita até hoje, teve mais de duas horas de duração e Elvis falou sobre tudo: a origem de sua música, seus ídolos de infância, sobre sua vida pessoal etc. Desse rico material só foi aproveitado um pequeno trecho em áudio, de alguns segundos, que foi utilizado durante as cenas de Elvis na TV americana nos anos 50. Muitos anos depois de seu lançamento, Martin Scorsese durante entrevista à revista Premiere, deu seu depoimento sobre sua participação em Elvis On Tour: "Standing Room Only foi um documentário que participei nos anos 70. Esse projeto foi filmado durante vários shows do cantor Elvis Presley pelos Estados Unidos afora. Ele acabou se tornando um grande exercício de cinema para mim porque o considero de certa forma um predecessor da linguagem dos vídeo clips atuais, da linguagem moderna da MTV. Essa edição foi muito dinâmica, quisemos mostrar um ritmo alucinante onde tudo acontecia ao mesmo tempo agora. Havia shows de Elvis em que colocávamos 12 câmeras rodando de forma simultânea, tudo focado nele e na banda, de todos os ângulos possíveis. Claro que esse vasto material se transformou num inferno na sala de montagem! No final porém acho que tudo ficou muito bom. Fiquei realmente satisfeito com o filme".
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 23 de junho de 2005
Elvis Presley - Discografia Americana - 1970
ÁLBUNS / LPs LANÇADOS EM 1970:
1. LET´S BE FRIENDS
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
Músicas: STAY AWAY, JOE / IF I'M A FOOL (FOR LOVING YOU) / LET'S BE FRIENDS / LET'S FORGET ABOUT THE STARS / MAMA / I'LL BE THERE (IF YOU EVER WANT ME) / ALMOST / CHANGE OF HABIT / HAVE A HAPPY /
Obs: Nenhum Single foi extraído deste disco.
2. ON STAGE - FEBRUARY 1970
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
SEE SEE RIDER / RELEASE ME (AND LET ME LOVE AGAIN) / SWEET CAROLINE / RUNAWAY / THE WONDER OF YOU / POLK SALAD ANNIE / YESTERDAY / PROUD MARY / WALK A MILE IN MY SHOES / LET IT BE ME (JE T'APPARTIENS) /
Single extraído deste disco:
The Wonder Of You / Mama Liked the Roses (1970)
3. WORLDWIDE GOLD AWARDS - VOL. 1
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
HEARTBREAK HOTEL / I WAS THE ONE / I WANT YOU, I NEED YOU, I LOVE YOU / DON'T BE CRUEL / HOUND DOG / LOVE ME TENDER / ANYWAY YOU WANT ME(THAT'S HOW I WILL BE) / TOO MUCH / PLAYING FOR KEEPS / ALL SHOOK UP / THAT'S WHEN YOUR HEARTACHES BEGIN / (LET ME BE YOUR) TEDDY BEAR / JAILHOUSE ROCK / TREAT ME NICE / I BEG OF YOU / DON'T / WEAR MY RING AROUND YOUR NECK / HARD HEADED WOMAN / I GOT STUNG / (NOW AND THEN THERE'S) A FOOL SUCH AS I / A BIG HUNK O' LOVE / STUCK ON YOU / A MESS OF BLUES / IT'S NOW OR NEVER / I GOTTA KNOW / ARE YOU LONESOME TONIGHT? / SURRENDER / I FEEL SO BAD / LITTLE SISTER / CAN'T HELP FALLING IN LOVE / ROCK-A-HULA BABY / ANYTHING THAT'S PART OF YOU / GOOD LUCK CHARM / SHE'S NOT YOU / RETURN TO SENDER / WHERE DO YOU COME FROM / ONE BROKEN HEART FOR SALE / (YOU'RE THE) DEVIL IN DISGUISE / BOSSA NOVA BABY / KISSIN' COUSINS / VIVA LAS VEGAS / AIN'T THAT LOVING YOU BABY / WOODEN HEART / CRYING IN THE CHAPEL / IF I CAN DREAM / IN THE GHETTO / SUSPICIOUS MINDS / DON'T CRY DADDY / KENTUCKY RAIN / (INTERVIEW) /
Obs: Este disco é a reunião da vários Singles da carreira de Elvis.
4. ELVIS CHRISTMAS ALBUM
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
BLUE CHRISTMAS / SILENT NIGHT / WHITE CHRISTMAS / SANTA CLAUS IS BACK IN TOWN / I'LL BE HOME FOR CHRISTMAS / IF EVERYDAY WAS LIKE CHRISTMAS / HERE COMES SANTA CLAUS / OH LITTLE TOWN OF BETHLEHEM / SANTA BRING MY BABY BACK (TO ME) / MAMA LIKED THE ROSES /
Singles incluídos neste disco:
Blue Christmas / Wooden Heart (1964)
Santa Claus Back in Town / Blue Christmas (1965)
If Every Day Like Christmas / How Would You Like To Be (1966)
The Wonder Of You / Mama Liked the Roses (1970)
5. ALMOST IN LOVE
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
ALMOST IN LOVE / LONG LEGGED GIRL (WITH A SHORT DRESS ON) / EDGE OF REALITY / MY LITTLE FRIEND / A LITTLE LESS CONVERSATION / RUBBERNECKIN' / CLEAN UP YOUR OWN BACKYARD / U. S. MALE / CHARRO / STAY AWAY, JOE(STAY AWAY) /
Singles incluídos neste disco:
Long Legged Girl / That's Someone You Never Forget (1967)
U.S.Male / Stay Away (1968)
A Little Less a Conversation / Almost in Love (1968)
If I Can dream / Edge of Reality (1968)
Memories / Charro (1969)
Clean Up Your Own Back Yard / The Fair is Moving On (1969)
Don't Cry Daddy / Rubberneckin' (1969)
6. THAT'S THE WAY IT IS
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
I JUST CAN'T HELP BELIEVIN' / TWENTY DAYS AND TWENTY NIGHTS / HOW THE WEB WAS WOVEN / PATCH IT UP / MARY IN THE MORNING / YOU DON'T HAVE TO SAY YOU LOVE ME / YOU'VE LOST THAT LOVIN' FEELIN' / I'VE LOST YOU / JUST PRETEND / STRANGER IN THE CROWD / THE NEXT STEP IS LOVE / BRIDGE OVER TROUBLED WATER /
Singles extraídos deste disco:
I've lost You / The Next Step is Love (1970)
You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up (1970)
SINGLES / COMPACTOS SIMPLES LANÇADOS EM 1970:
1. Kentuck Rain / My Little Friend
2. The Wonder Of You / Mama Liked the Roses
3. I've lost You / The Next Step is Love
4. You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up
5. I Really Don't Want to Know / There Goes My Everything
Pablo Aluísio.
1. LET´S BE FRIENDS
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
Músicas: STAY AWAY, JOE / IF I'M A FOOL (FOR LOVING YOU) / LET'S BE FRIENDS / LET'S FORGET ABOUT THE STARS / MAMA / I'LL BE THERE (IF YOU EVER WANT ME) / ALMOST / CHANGE OF HABIT / HAVE A HAPPY /
Obs: Nenhum Single foi extraído deste disco.
2. ON STAGE - FEBRUARY 1970
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
SEE SEE RIDER / RELEASE ME (AND LET ME LOVE AGAIN) / SWEET CAROLINE / RUNAWAY / THE WONDER OF YOU / POLK SALAD ANNIE / YESTERDAY / PROUD MARY / WALK A MILE IN MY SHOES / LET IT BE ME (JE T'APPARTIENS) /
Single extraído deste disco:
The Wonder Of You / Mama Liked the Roses (1970)
3. WORLDWIDE GOLD AWARDS - VOL. 1
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
HEARTBREAK HOTEL / I WAS THE ONE / I WANT YOU, I NEED YOU, I LOVE YOU / DON'T BE CRUEL / HOUND DOG / LOVE ME TENDER / ANYWAY YOU WANT ME(THAT'S HOW I WILL BE) / TOO MUCH / PLAYING FOR KEEPS / ALL SHOOK UP / THAT'S WHEN YOUR HEARTACHES BEGIN / (LET ME BE YOUR) TEDDY BEAR / JAILHOUSE ROCK / TREAT ME NICE / I BEG OF YOU / DON'T / WEAR MY RING AROUND YOUR NECK / HARD HEADED WOMAN / I GOT STUNG / (NOW AND THEN THERE'S) A FOOL SUCH AS I / A BIG HUNK O' LOVE / STUCK ON YOU / A MESS OF BLUES / IT'S NOW OR NEVER / I GOTTA KNOW / ARE YOU LONESOME TONIGHT? / SURRENDER / I FEEL SO BAD / LITTLE SISTER / CAN'T HELP FALLING IN LOVE / ROCK-A-HULA BABY / ANYTHING THAT'S PART OF YOU / GOOD LUCK CHARM / SHE'S NOT YOU / RETURN TO SENDER / WHERE DO YOU COME FROM / ONE BROKEN HEART FOR SALE / (YOU'RE THE) DEVIL IN DISGUISE / BOSSA NOVA BABY / KISSIN' COUSINS / VIVA LAS VEGAS / AIN'T THAT LOVING YOU BABY / WOODEN HEART / CRYING IN THE CHAPEL / IF I CAN DREAM / IN THE GHETTO / SUSPICIOUS MINDS / DON'T CRY DADDY / KENTUCKY RAIN / (INTERVIEW) /
Obs: Este disco é a reunião da vários Singles da carreira de Elvis.
4. ELVIS CHRISTMAS ALBUM
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
BLUE CHRISTMAS / SILENT NIGHT / WHITE CHRISTMAS / SANTA CLAUS IS BACK IN TOWN / I'LL BE HOME FOR CHRISTMAS / IF EVERYDAY WAS LIKE CHRISTMAS / HERE COMES SANTA CLAUS / OH LITTLE TOWN OF BETHLEHEM / SANTA BRING MY BABY BACK (TO ME) / MAMA LIKED THE ROSES /
Singles incluídos neste disco:
Blue Christmas / Wooden Heart (1964)
Santa Claus Back in Town / Blue Christmas (1965)
If Every Day Like Christmas / How Would You Like To Be (1966)
The Wonder Of You / Mama Liked the Roses (1970)
5. ALMOST IN LOVE
(RCA Camden, Estados Unidos, 1970)
ALMOST IN LOVE / LONG LEGGED GIRL (WITH A SHORT DRESS ON) / EDGE OF REALITY / MY LITTLE FRIEND / A LITTLE LESS CONVERSATION / RUBBERNECKIN' / CLEAN UP YOUR OWN BACKYARD / U. S. MALE / CHARRO / STAY AWAY, JOE(STAY AWAY) /
Singles incluídos neste disco:
Long Legged Girl / That's Someone You Never Forget (1967)
U.S.Male / Stay Away (1968)
A Little Less a Conversation / Almost in Love (1968)
If I Can dream / Edge of Reality (1968)
Memories / Charro (1969)
Clean Up Your Own Back Yard / The Fair is Moving On (1969)
Don't Cry Daddy / Rubberneckin' (1969)
6. THAT'S THE WAY IT IS
(RCA Victor, Estados Unidos, 1970)
I JUST CAN'T HELP BELIEVIN' / TWENTY DAYS AND TWENTY NIGHTS / HOW THE WEB WAS WOVEN / PATCH IT UP / MARY IN THE MORNING / YOU DON'T HAVE TO SAY YOU LOVE ME / YOU'VE LOST THAT LOVIN' FEELIN' / I'VE LOST YOU / JUST PRETEND / STRANGER IN THE CROWD / THE NEXT STEP IS LOVE / BRIDGE OVER TROUBLED WATER /
Singles extraídos deste disco:
I've lost You / The Next Step is Love (1970)
You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up (1970)
SINGLES / COMPACTOS SIMPLES LANÇADOS EM 1970:
1. Kentuck Rain / My Little Friend
2. The Wonder Of You / Mama Liked the Roses
3. I've lost You / The Next Step is Love
4. You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up
5. I Really Don't Want to Know / There Goes My Everything
Pablo Aluísio.
terça-feira, 21 de junho de 2005
Elvis Presley - Temporada em Las Vegas - Fevereiro de 1970
A segunda temporada de Elvis Presley em Las Vegas foi realizada logo no começo do ano de 1970. A primeira foi um furacão dentro da mídia, também pudera, Elvis estava há anos sem pisar em um palco para um show profissional. Durante anos ele se concentrou em seus filmes e suas respectivas trilhas sonoras. Nenhuma novidade, nada relevante. Em 1969 ele retornou e isso causou uma grande comoção na imprensa mundial.
Já nessa segunda temporada as coisas foram mais amenas. A novidade havia passado e por essa razão a cobertura da imprensa não foi tão presente. Algumas revistas especializadas em entretenimento como Variety publicaram notas discretas. Na Billboard foi publicada uma matéria muito boa, bem respeitosa sobre os shows de Elvis que estavam sendo realizados em Las Vegas. Seus macacões brancos, de peça única, chamaram bem a atenção. Era algo diferente. Fora isso nada mais foi muito explorado pela mídia da época.
Com um single novos nas lojas, "The Wonder Of You", Elvis procurou trazer várias canções de sucessos de outros artistas para seu repertório, embora mantivesse de certo modo a espinha dorsal dos concertos que tinha usado no ano anterior. Quem foi ao International hotel porém foi presenteado com as primeiras performances de Elvis em canções como "Proud Mary", "Walk a Mile In My Shoes", "Sweet Caroline", "Let It Be Me" e "Polk Salad Annie" que era tão sulista que precisava ser explicada pelo próprio Elvis em sua introdução, caso contrário ninguém entenderia nada de sua letra.
Embora morna a repercussão na imprensa, comercialmente a temporada foi um grande sucesso. Estima-se que toda a temporada teve um público estimado em 100 mil pessoas, com renda de um milhão e meio de dólares. Para os padrões atuais isso pode até parecer pouco, mas temos que entender que as instalações do hotel não eram tão amplas a ponto de receber multidões, como se Elvis estivesse se apresentando em um estádio de futebol ou algo parecido.
O L.A. Times chamou a atenção em artigo para a faixa etária do público que assistiu Elvis em Las Vegas naquela temporada. Embora existissem jovens na plateia o fato é que a maioria do público presente tinha mais de 40 anos de idade, já que Las Vegas não era um point jovem naquele tempo, pelo contrário, era mais um lugar para casais de meia idade celebrarem seus aniversários de casamento. Nessa mesma reportagem o jornalista do Times chamou a atenção para o fato de que a presença de Elvis no palco criava uma grande comoção, por causa do status inigualável de sua estrela como artista e ídolo. Em algumas apresentações, salientou o texto, Elvis tinha que esperar por minutos para que as palmas cessassem e ele pudesse finalmente cantar.
Pablo Aluísio.
Já nessa segunda temporada as coisas foram mais amenas. A novidade havia passado e por essa razão a cobertura da imprensa não foi tão presente. Algumas revistas especializadas em entretenimento como Variety publicaram notas discretas. Na Billboard foi publicada uma matéria muito boa, bem respeitosa sobre os shows de Elvis que estavam sendo realizados em Las Vegas. Seus macacões brancos, de peça única, chamaram bem a atenção. Era algo diferente. Fora isso nada mais foi muito explorado pela mídia da época.
Com um single novos nas lojas, "The Wonder Of You", Elvis procurou trazer várias canções de sucessos de outros artistas para seu repertório, embora mantivesse de certo modo a espinha dorsal dos concertos que tinha usado no ano anterior. Quem foi ao International hotel porém foi presenteado com as primeiras performances de Elvis em canções como "Proud Mary", "Walk a Mile In My Shoes", "Sweet Caroline", "Let It Be Me" e "Polk Salad Annie" que era tão sulista que precisava ser explicada pelo próprio Elvis em sua introdução, caso contrário ninguém entenderia nada de sua letra.
Embora morna a repercussão na imprensa, comercialmente a temporada foi um grande sucesso. Estima-se que toda a temporada teve um público estimado em 100 mil pessoas, com renda de um milhão e meio de dólares. Para os padrões atuais isso pode até parecer pouco, mas temos que entender que as instalações do hotel não eram tão amplas a ponto de receber multidões, como se Elvis estivesse se apresentando em um estádio de futebol ou algo parecido.
O L.A. Times chamou a atenção em artigo para a faixa etária do público que assistiu Elvis em Las Vegas naquela temporada. Embora existissem jovens na plateia o fato é que a maioria do público presente tinha mais de 40 anos de idade, já que Las Vegas não era um point jovem naquele tempo, pelo contrário, era mais um lugar para casais de meia idade celebrarem seus aniversários de casamento. Nessa mesma reportagem o jornalista do Times chamou a atenção para o fato de que a presença de Elvis no palco criava uma grande comoção, por causa do status inigualável de sua estrela como artista e ídolo. Em algumas apresentações, salientou o texto, Elvis tinha que esperar por minutos para que as palmas cessassem e ele pudesse finalmente cantar.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Elvis e James Burton
Quando Elvis e o Coronel Parker decidiram voltar aos shows regulares em 1969 logo uma dúvida surgiu entre eles: Com quem Elvis iria tocar ao vivo? Uma resposta natural seria colocar a velha banda de estúdio de Elvis de volta à ativa. Chamar novamente Scotty Moore e DJ Fontana, completando o quadro com os músicos mais regulares que vinham trabalhando com Elvis durante todos aqueles anos.
O projeto furou logo de cara quando Scotty Moore não aceitou a proposta financeira oferecida por Tom Parker. Ele achou o valor proposto pelo Coronel uma verdadeira vergonha, uma "piada". Scotty não aceitaria aquele cachê em troca da responsabilidade de tocar praticamente todas as noites ao lado de Elvis Presley em Las Vegas. Pior era ter que se responsabilizar por toda a banda perante Elvis e o empresário. Inicialmente a proposta era justamente essa, Scotty Moore traria todos os demais músicos para tocar com Elvis e a banda seria de sua total responsabilidade. Como ele disse não, a ideia inicial de ressuscitar os velhos Blue Moon Boys foi deixado de lado definitivamente.
A segunda opção seria contratar a banda que gravou ao lado de Elvis no American Studios. Seria ótimo, até porque eram todos feras, grandes instrumentistas, extremamente talentosos. O trabalho que tinham feito ao lado de Elvis ficou realmente fabuloso, merecedor de todas as críticas positivas que Elvis vinha recebendo desde que seus últimos discos chegaram nas lojas. "From Elvis in Memphis" estava aí para provar que eram excelentes profissionais. A proposta foi feita por Tom Parker, mas novamente não deu certo e pelo mesmo motivo que não havia dado certo com Scotty Moore. Os músicos do American não aceitaram os cachês propostos pelo empresário de Elvis. Eles até fizeram uma contraproposta, mas Parker riu do valor que eles pediram. Não havia chances de um acordo ser feito, tamanha era a desproporção entre a oferta do Coronel e o que a banda do American havia pedido.
A solução então foi procurar por um plano C. Quem deu a ideia foi o produtor Felton Jarvis. Ele disse a Elvis que tinha nomes interessantes para a formação de uma nova banda que poderia atuar ao lado de Elvis tanto nos estúdios como nos shows ao vivo em Las Vegas. Ele passou o telefone do guitarrista James Burton ao Coronel Parker e ficou esperando pelo melhor. Elvis já conhecia muito bem James Burton pois gostava de seu trabalho ao lado do cantor Ricky Nelson. Além, é claro, de inúmeras outras gravações que Burton havia feito em sua carreira, principalmente em Nashville, a capital mundial da country music.
O próprio James Burton relembraria anos depois: "A carreira de Ricky Nelson estava parada. Ele não queria que eu tocasse com mais ninguém pois considerava o meu estilo de tocar guitarra como parte de sua sonoridade. O problema é que eu queria tocar e com Ricky praticamente no ostracismo isso não era possível. Quando pintou a proposta de tocar com Elvis Presley nem pensei duas vezes, poderia ser uma nova fase em minha carreira". Na verdade James Burton estava tão interessado em tocar com Elvis que nem pensou nos aspectos puramente financeiros envolvidos em sua contratação. Aos poucos ele também acabou sugerindo novos nomes para a banda e Elvis os foi aceitando ou recusando de acordo com o que conhecia deles. Meio que informalmente o próprio Elvis acabou batizando o grupo de TCB Band, uma banda realmente maravilhosa que iria tocar ao seu lado até o final de sua vida, marcando para sempre o mundo da música mundial.
Pablo Aluísio.
O projeto furou logo de cara quando Scotty Moore não aceitou a proposta financeira oferecida por Tom Parker. Ele achou o valor proposto pelo Coronel uma verdadeira vergonha, uma "piada". Scotty não aceitaria aquele cachê em troca da responsabilidade de tocar praticamente todas as noites ao lado de Elvis Presley em Las Vegas. Pior era ter que se responsabilizar por toda a banda perante Elvis e o empresário. Inicialmente a proposta era justamente essa, Scotty Moore traria todos os demais músicos para tocar com Elvis e a banda seria de sua total responsabilidade. Como ele disse não, a ideia inicial de ressuscitar os velhos Blue Moon Boys foi deixado de lado definitivamente.
A segunda opção seria contratar a banda que gravou ao lado de Elvis no American Studios. Seria ótimo, até porque eram todos feras, grandes instrumentistas, extremamente talentosos. O trabalho que tinham feito ao lado de Elvis ficou realmente fabuloso, merecedor de todas as críticas positivas que Elvis vinha recebendo desde que seus últimos discos chegaram nas lojas. "From Elvis in Memphis" estava aí para provar que eram excelentes profissionais. A proposta foi feita por Tom Parker, mas novamente não deu certo e pelo mesmo motivo que não havia dado certo com Scotty Moore. Os músicos do American não aceitaram os cachês propostos pelo empresário de Elvis. Eles até fizeram uma contraproposta, mas Parker riu do valor que eles pediram. Não havia chances de um acordo ser feito, tamanha era a desproporção entre a oferta do Coronel e o que a banda do American havia pedido.
A solução então foi procurar por um plano C. Quem deu a ideia foi o produtor Felton Jarvis. Ele disse a Elvis que tinha nomes interessantes para a formação de uma nova banda que poderia atuar ao lado de Elvis tanto nos estúdios como nos shows ao vivo em Las Vegas. Ele passou o telefone do guitarrista James Burton ao Coronel Parker e ficou esperando pelo melhor. Elvis já conhecia muito bem James Burton pois gostava de seu trabalho ao lado do cantor Ricky Nelson. Além, é claro, de inúmeras outras gravações que Burton havia feito em sua carreira, principalmente em Nashville, a capital mundial da country music.
O próprio James Burton relembraria anos depois: "A carreira de Ricky Nelson estava parada. Ele não queria que eu tocasse com mais ninguém pois considerava o meu estilo de tocar guitarra como parte de sua sonoridade. O problema é que eu queria tocar e com Ricky praticamente no ostracismo isso não era possível. Quando pintou a proposta de tocar com Elvis Presley nem pensei duas vezes, poderia ser uma nova fase em minha carreira". Na verdade James Burton estava tão interessado em tocar com Elvis que nem pensou nos aspectos puramente financeiros envolvidos em sua contratação. Aos poucos ele também acabou sugerindo novos nomes para a banda e Elvis os foi aceitando ou recusando de acordo com o que conhecia deles. Meio que informalmente o próprio Elvis acabou batizando o grupo de TCB Band, uma banda realmente maravilhosa que iria tocar ao seu lado até o final de sua vida, marcando para sempre o mundo da música mundial.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 20 de junho de 2005
Elvis Presley - Casamento em crise - Parte 2
O casamento de Elvis e Priscilla Presley afundou muito rapidamente. Depois do nascimento de Lisa Marie ele virou apenas uma fachada social, sem qualquer consistência. Além dos problemas sexuais envolvendo o casal havia ainda toda uma nova situação na qual Elvis não se sentia confortável. Certa vez Elvis disparou contra o Coronel Parker quando ele o estava pressionando para se casar. Olhando o empresário nos seus olhos em seu escritório Elvis disse: "Eu não nasci para o casamento. Não é algo que eu queira. Eu não quero me casar!".
Mesmo assim o Coronel Parker fez de tudo para que Elvis se casasse com Priscilla. Para muitos autores o que levou Parker a colocar Elvis contra a parede foi um encontro nada amigável entre ele e o pai de Priscilla. A garota estava vivendo por longos anos em Graceland sem que Elvis tomasse alguma atitude definitiva em relação a ela. Já havia passado da época para que se casassem. Elvis estava com quase 35 anos e nada de assumir um compromisso mais sério. Sutilmente, de forma indireta, o pai de Priscilla deixou subentendido para Parker que se algo assim vazasse na imprensa sobre toda a verdade envolvendo sua filha e Elvis seria o fim da carreira do cantor. Afinal quando Priscilla foi morar em Graceland ela era ainda menor de idade. O Coronel ficou em pânico com a "ameaça" e resolveu pressionar Elvis para se casasse com Priscilla naquele mesmo ano. Sua influência foi tamanha que Albert Goldman em seu livro intitulou um capítulo inteiro de "O Casamento do Coronel".
Elvis tinha sérias dúvidas em relação a Priscilla. Quando ele a conheceu ela mal tinha completado 14 anos de idade e Elvis tinha sonhos de moldá-la na mulher de seus sonhos, mas tudo parecia ter dado errado. Por volta de 1965 Elvis tinha motivos para acabar o namoro, mas ele havia se colocado em uma posição extremamente complicada em que não se podia mais pular fora do barco. Trazer Priscilla para morar em Graceland o colocou em uma situação mais do que difícil, em xeque-mate mesmo. Era impossível, em determinado momento, acabar o romance, muito por causa da sempre constante ameaça da imprensa. Priscilla, uma menor de idade, sendo despejada por um ídolo do Rock mulherengo após ser enganada por anos a fio por ele - quem ficaria do lado de Elvis numa situação dessas? Ele seria destruído pelos jornais caso isso vazasse para o grande público.
Assim a coisa toda saiu do controle e quando o Coronel Parker afirmou que Elvis deveria se casar ele não encontrou outra saída. Pena que tudo no final deu muito errado. Menos de um ano depois de colocar o anel de casamento no dedo de Priscilla tudo parecia acabado entre ambos. Eles não tinham mais relações sexuais e o fato de ficar em casa por mais de dois dias enlouquecia Elvis que ligava sempre ao Coronel para que ele lhe arranjasse algum trabalho para assim ter a desculpa de ir embora de Memphis para a costa oeste. Lá Elvis havia montado uma bela casa onde ao lado de seus amigos da Máfia de Memphis continuava a levar uma vida de solteiro com muitas mulheres, festas e drogas. Era o que ele queria. Nada de ficar bancando o maridão em Graceland. Isso o deixava incomodado, chateado, entediado e deprimido, além de louco para cair fora. Em sua mente Elvis queria continuar a levar sua vida de antes. Ele estava mais do que certo em dizer que não havia sido feito para o casamento - realmente isso não fazia sua cabeça.
Como Elvis havia construído toda uma vida à parte do casamento, Priscilla resolveu fazer o mesmo. Ela também montou um belo apartamento em Marina Del Rey e lá começou a ter encontros com seus amantes ocasionais. O primeiro foi um bem apessoado senhor que conheceu na Academia de dança. Em pouco tempo se tornaram amantes e começaram a curtir longas semanas de puro romantismo no apartamento comprado e mantido com o dinheiro do próprio Elvis. Eventualmente boatos começaram a surgir entre a Máfia de Memphis e um deles chegou ao próprio Elvis. Um dos caras lhe disse que Priscilla estava mantendo um apartamento para encontros casuais com outros homens. Ao invés de procurar saber a verdade Elvis se ofendeu e despediu o rapaz. Assim Priscilla conseguiu manter sua vida dupla por anos e anos sem qualquer interferência do cantor. Enquanto isso Elvis fazia exatamente a mesma coisa em sua casa em Los Angeles. Era uma via de traição em mão dupla.
Essa situação foi mantida por causa da pequena idade de Lisa Marie. Priscilla não queria se divorciar de Elvis enquanto ela fosse tão pequena. Já Elvis não queria o fim do casamento de jeito nenhum, em época alguma. Para alguns autores ele até mesmo sabia das traições de Priscilla, mas resolveu deixar tudo para lá. Ele não a incomodaria e ela também não o atrapalharia em sua vida pessoal, em suas farras em Los Angeles. Mesmo que ouvisse de tempos em tempos rumores sobre a infidelidade de Priscilla ele procurava ignorar tudo, pensando que agindo assim os problemas iriam desaparecer e as pessoas iriam se cansar das fofocas. Ele estava errado, as coisas só pioraram. Priscilla se apaixonou pelo lutador de caratê Mike Stone e nem fazia mais muita questão de esconder que estavam tendo um caso, indo em restaurantes finos, curtindo a boa vida da Califórnia com tudo pago pelo próprio Elvis.
O Coronel Parker, uma raposa astuta, acabou descobrindo tudo por volta de 1970, mas achou a situação tão delicada que procurou não se intrometer em nada, até mesmo porque o próprio Coronel Parker tinha culpa naquele casamento falido. Ele então se preparou apenas para abafar o caso quando tudo estourasse na imprensa, afinal de contas seria extremamente prejudicial para a imagem de Elvis quando a imprensa descobrisse que ele estava sendo traído pela própria esposa! O homem perfeito, cobiçado por milhões de mulheres ao redor do mundo, não conseguia nem ao menos manter sua própria esposa na linha? E o fato de ser um corno. como qualquer outro marido comum traído, em uma sociedade tão machista como a americana dos anos 60, seria uma desmoralização pública complicada de consertar quando tudo fosse explorado pela imprensa sensacionalista! Para Parker a única saída era preparar uma estratégia de contenção de danos, apenas isso, esperando a bomba explodir nos tabloides, mais cedo ou mais tarde.
Pablo Aluísio.
Mesmo assim o Coronel Parker fez de tudo para que Elvis se casasse com Priscilla. Para muitos autores o que levou Parker a colocar Elvis contra a parede foi um encontro nada amigável entre ele e o pai de Priscilla. A garota estava vivendo por longos anos em Graceland sem que Elvis tomasse alguma atitude definitiva em relação a ela. Já havia passado da época para que se casassem. Elvis estava com quase 35 anos e nada de assumir um compromisso mais sério. Sutilmente, de forma indireta, o pai de Priscilla deixou subentendido para Parker que se algo assim vazasse na imprensa sobre toda a verdade envolvendo sua filha e Elvis seria o fim da carreira do cantor. Afinal quando Priscilla foi morar em Graceland ela era ainda menor de idade. O Coronel ficou em pânico com a "ameaça" e resolveu pressionar Elvis para se casasse com Priscilla naquele mesmo ano. Sua influência foi tamanha que Albert Goldman em seu livro intitulou um capítulo inteiro de "O Casamento do Coronel".
Elvis tinha sérias dúvidas em relação a Priscilla. Quando ele a conheceu ela mal tinha completado 14 anos de idade e Elvis tinha sonhos de moldá-la na mulher de seus sonhos, mas tudo parecia ter dado errado. Por volta de 1965 Elvis tinha motivos para acabar o namoro, mas ele havia se colocado em uma posição extremamente complicada em que não se podia mais pular fora do barco. Trazer Priscilla para morar em Graceland o colocou em uma situação mais do que difícil, em xeque-mate mesmo. Era impossível, em determinado momento, acabar o romance, muito por causa da sempre constante ameaça da imprensa. Priscilla, uma menor de idade, sendo despejada por um ídolo do Rock mulherengo após ser enganada por anos a fio por ele - quem ficaria do lado de Elvis numa situação dessas? Ele seria destruído pelos jornais caso isso vazasse para o grande público.
Assim a coisa toda saiu do controle e quando o Coronel Parker afirmou que Elvis deveria se casar ele não encontrou outra saída. Pena que tudo no final deu muito errado. Menos de um ano depois de colocar o anel de casamento no dedo de Priscilla tudo parecia acabado entre ambos. Eles não tinham mais relações sexuais e o fato de ficar em casa por mais de dois dias enlouquecia Elvis que ligava sempre ao Coronel para que ele lhe arranjasse algum trabalho para assim ter a desculpa de ir embora de Memphis para a costa oeste. Lá Elvis havia montado uma bela casa onde ao lado de seus amigos da Máfia de Memphis continuava a levar uma vida de solteiro com muitas mulheres, festas e drogas. Era o que ele queria. Nada de ficar bancando o maridão em Graceland. Isso o deixava incomodado, chateado, entediado e deprimido, além de louco para cair fora. Em sua mente Elvis queria continuar a levar sua vida de antes. Ele estava mais do que certo em dizer que não havia sido feito para o casamento - realmente isso não fazia sua cabeça.
Como Elvis havia construído toda uma vida à parte do casamento, Priscilla resolveu fazer o mesmo. Ela também montou um belo apartamento em Marina Del Rey e lá começou a ter encontros com seus amantes ocasionais. O primeiro foi um bem apessoado senhor que conheceu na Academia de dança. Em pouco tempo se tornaram amantes e começaram a curtir longas semanas de puro romantismo no apartamento comprado e mantido com o dinheiro do próprio Elvis. Eventualmente boatos começaram a surgir entre a Máfia de Memphis e um deles chegou ao próprio Elvis. Um dos caras lhe disse que Priscilla estava mantendo um apartamento para encontros casuais com outros homens. Ao invés de procurar saber a verdade Elvis se ofendeu e despediu o rapaz. Assim Priscilla conseguiu manter sua vida dupla por anos e anos sem qualquer interferência do cantor. Enquanto isso Elvis fazia exatamente a mesma coisa em sua casa em Los Angeles. Era uma via de traição em mão dupla.
Essa situação foi mantida por causa da pequena idade de Lisa Marie. Priscilla não queria se divorciar de Elvis enquanto ela fosse tão pequena. Já Elvis não queria o fim do casamento de jeito nenhum, em época alguma. Para alguns autores ele até mesmo sabia das traições de Priscilla, mas resolveu deixar tudo para lá. Ele não a incomodaria e ela também não o atrapalharia em sua vida pessoal, em suas farras em Los Angeles. Mesmo que ouvisse de tempos em tempos rumores sobre a infidelidade de Priscilla ele procurava ignorar tudo, pensando que agindo assim os problemas iriam desaparecer e as pessoas iriam se cansar das fofocas. Ele estava errado, as coisas só pioraram. Priscilla se apaixonou pelo lutador de caratê Mike Stone e nem fazia mais muita questão de esconder que estavam tendo um caso, indo em restaurantes finos, curtindo a boa vida da Califórnia com tudo pago pelo próprio Elvis.
O Coronel Parker, uma raposa astuta, acabou descobrindo tudo por volta de 1970, mas achou a situação tão delicada que procurou não se intrometer em nada, até mesmo porque o próprio Coronel Parker tinha culpa naquele casamento falido. Ele então se preparou apenas para abafar o caso quando tudo estourasse na imprensa, afinal de contas seria extremamente prejudicial para a imagem de Elvis quando a imprensa descobrisse que ele estava sendo traído pela própria esposa! O homem perfeito, cobiçado por milhões de mulheres ao redor do mundo, não conseguia nem ao menos manter sua própria esposa na linha? E o fato de ser um corno. como qualquer outro marido comum traído, em uma sociedade tão machista como a americana dos anos 60, seria uma desmoralização pública complicada de consertar quando tudo fosse explorado pela imprensa sensacionalista! Para Parker a única saída era preparar uma estratégia de contenção de danos, apenas isso, esperando a bomba explodir nos tabloides, mais cedo ou mais tarde.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Casamento em crise - Parte 1
Poucas semanas após o nascimento de Lisa Marie o casamento de Elvis e Priscilla começou a ficar em ruínas. Embora para os que os viam de fora parecesse que era o casamento dos contos de fadas as coisas iam de mal a pior dentro do palácio do Rei do Rock. O palácio real estavam em ruínas. Em 1969 a carreira de Elvis tomou um novo impulso, seus discos começaram a vender bem novamente e seu retorno aos palcos em Las Vegas levou Elvis de volta ao seio de seu público onde passou a ser novamente idolatrado pelas massas. O Elvis dos anos de baixa, quando se mostrava mais humano e carinhoso com Priscilla desapareceu. Elvis voltou a adotar uma postura arrogante com a esposa e pior do que isso, começou a trai-la com coristas de Vegas. Todas as noites uma mulher diferente passou a passar pela cama de Elvis que imediatamente decretou que a presença de esposas estava proibida durante as temporadas de shows. Ela podiam apenas comparecer na noite de estreia e encerramento. Nos demais dias Elvis e os caras da máfia de Memphis agiam como solteiros farristas na cidade que era conhecida justamente como a Cidade do Pecado!
Outro problema muito sério surgiu também dentro da vida conjugal de Elvis. Ele parou de procurar sexualmente por sua jovem esposa. Elvis tinha um problema psicológico, um trauma, que o impedia de ter relações sexuais com mulheres que já tivessem sido mães. Talvez por ser ligado demais à sua própria mãe, Elvis colocava mulheres com filhos em uma espécie de altar santo que o impedia de ter desejo sexual por elas. Obviamente Elvis deveria ter procurado por ajuda, uma terapia faria muito bem a ele, mas famoso demais para se expor jamais foi em frente nesse aspecto. Ao invés disso passou a evitar qualquer contato sexual com Priscilla que começou a ficar desesperada com a situação. Ela era apenas uma jovem saudável que também tinha desejos sexuais e não conseguia entender porque Elvis muitas vezes demonstrava ter quase um nojo de estar com ela na cama.
A situação logo se tornou insuportável para o casal. Para escapar Elvis passou a fugir para Los Angeles com uma desculpa qualquer. Valia tudo para não ficar em casa enquanto a esposa tentava de todas as formas levá-lo para a cama. A situação obviamente logo se tornou constrangedora demais para lidar. Priscilla tentava chegar perto de Elvis, lhe fazer um carinho, sensualizando para que ele transasse com ela, mas Elvis sempre saia de perto com alguma desculpa nada convincente. O jogo de sedução de Priscilla causava um grande desconforto psicológico em Elvis. Ao lado do trauma de infância de Elvis havia também um fator complicador na situação. Elvis começou a estudar muitas religiões orientais que pregavam o celibato como um processo de purificação espiritual. Assim Elvis que já não conseguia transar com a própria esposa passou a adotar uma postura de fuga do sexo pois isso o iria tornar impuro! O mais contraditório de tudo é que mesmo pensando assim Elvis não pensava duas vezes antes de levar uma dançarina qualquer para sua suíte em Las Vegas!
Assim Priscilla com apenas 23 anos de idade tinha que lidar com um marido que lhe negava sexo de todas as formas, ora alegando que estava com algum problema, ora tentando explicar a ela que isso ia contra os fundamentos de sua religião esotérica. E para jogar tudo ainda mais no caos Elvis começou a novamente abusar das drogas. O sucesso que voltou também trouxe a pressão e a tensão dos concertos, a ansiedade dos camarins, o esgotamento físico e psicológico dos shows e toda a loucura que vinha dentro do pacote de ser um rockstar. Com tudo jogando contra Priscilla começou a ir atrás de outro homem, um amante que lhe levasse para a cama, já que seu marido não parecia disposto mais a isso. Com Elvis sempre viajando, Priscilla tinha tempo e meios para levar uma vida dupla, Arranjou amantes ocasionais e depois emplacou um caso amoroso realmente sério com um instrutor de karatê chamado Mike Stone (que havia sido sugerido a ela justamente pelo próprio Elvis). Já que Elvis não comparecia mais, Priscilla resolveu lhe trair, para muitos de uma maneira tão rápida e breve que surpreendeu. Elvis assim começava a ser traído sistematicamente a partir de 1969. Enquanto se apresentava em Vegas, surgindo como o homem ideal para as mulheres que compareciam em seus shows, sua própria esposa desfrutava do leito de um amante. Era o fim do conto de fadas.
Pablo Aluísio.
Outro problema muito sério surgiu também dentro da vida conjugal de Elvis. Ele parou de procurar sexualmente por sua jovem esposa. Elvis tinha um problema psicológico, um trauma, que o impedia de ter relações sexuais com mulheres que já tivessem sido mães. Talvez por ser ligado demais à sua própria mãe, Elvis colocava mulheres com filhos em uma espécie de altar santo que o impedia de ter desejo sexual por elas. Obviamente Elvis deveria ter procurado por ajuda, uma terapia faria muito bem a ele, mas famoso demais para se expor jamais foi em frente nesse aspecto. Ao invés disso passou a evitar qualquer contato sexual com Priscilla que começou a ficar desesperada com a situação. Ela era apenas uma jovem saudável que também tinha desejos sexuais e não conseguia entender porque Elvis muitas vezes demonstrava ter quase um nojo de estar com ela na cama.
A situação logo se tornou insuportável para o casal. Para escapar Elvis passou a fugir para Los Angeles com uma desculpa qualquer. Valia tudo para não ficar em casa enquanto a esposa tentava de todas as formas levá-lo para a cama. A situação obviamente logo se tornou constrangedora demais para lidar. Priscilla tentava chegar perto de Elvis, lhe fazer um carinho, sensualizando para que ele transasse com ela, mas Elvis sempre saia de perto com alguma desculpa nada convincente. O jogo de sedução de Priscilla causava um grande desconforto psicológico em Elvis. Ao lado do trauma de infância de Elvis havia também um fator complicador na situação. Elvis começou a estudar muitas religiões orientais que pregavam o celibato como um processo de purificação espiritual. Assim Elvis que já não conseguia transar com a própria esposa passou a adotar uma postura de fuga do sexo pois isso o iria tornar impuro! O mais contraditório de tudo é que mesmo pensando assim Elvis não pensava duas vezes antes de levar uma dançarina qualquer para sua suíte em Las Vegas!
Assim Priscilla com apenas 23 anos de idade tinha que lidar com um marido que lhe negava sexo de todas as formas, ora alegando que estava com algum problema, ora tentando explicar a ela que isso ia contra os fundamentos de sua religião esotérica. E para jogar tudo ainda mais no caos Elvis começou a novamente abusar das drogas. O sucesso que voltou também trouxe a pressão e a tensão dos concertos, a ansiedade dos camarins, o esgotamento físico e psicológico dos shows e toda a loucura que vinha dentro do pacote de ser um rockstar. Com tudo jogando contra Priscilla começou a ir atrás de outro homem, um amante que lhe levasse para a cama, já que seu marido não parecia disposto mais a isso. Com Elvis sempre viajando, Priscilla tinha tempo e meios para levar uma vida dupla, Arranjou amantes ocasionais e depois emplacou um caso amoroso realmente sério com um instrutor de karatê chamado Mike Stone (que havia sido sugerido a ela justamente pelo próprio Elvis). Já que Elvis não comparecia mais, Priscilla resolveu lhe trair, para muitos de uma maneira tão rápida e breve que surpreendeu. Elvis assim começava a ser traído sistematicamente a partir de 1969. Enquanto se apresentava em Vegas, surgindo como o homem ideal para as mulheres que compareciam em seus shows, sua própria esposa desfrutava do leito de um amante. Era o fim do conto de fadas.
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de junho de 2005
Elvis Presley - Elvis e Hal Wallis
Elvis em seus anos em Hollywood ou como alguns dizem, os anos frustrantes da carreira de Elvis Presley. Essa visão é um pouco cansativa, principalmente após tantos anos, afinal tudo é válido sob um ponto de vista histórico. Certamente Elvis ganharia mais artisticamente se ele tivesse se dedicado a gravar bons discos e feito shows na Europa, no Japão, etc. Nos anos 60, com a chegada dos Beatles, teria sido uma bela rivalidade se isso tivesse acontecido.
O mundo do rock certamente ganharia muito. Porém isso não aconteceu. Elvis se concentrou em fazer filmes que hoje em dia podem ser considerados comédias românticas musicais tipicamente da safra de Hal Wallis, produtor da Paramount Pictures que após se consagrar com "Casablanca", um dos grandes clássicos da história do cinema, decidiu nos anos 50 e 60 que iria apostar em um tipo de filme mais comercial, feito em ritmo industrial.
Para isso Wallis contou com tres astros básicos para ganhar muito, mas muito dinheiro mesmo. O primeiro era o próprio Elvis Presley. Cantor de rock que num estalar de dedos poderia se tornar também um astro do cinema. É curioso porque mesmo não sendo uma cria nata de Hollywood Elvis conseguiu por alguns anos entrar na lista dos dez mais bem pagos da indústria. Nada mal para um "peixe de fora". Outro que foi usado por Wallis para encher seus cofres foi Jerry Lewis. Humorista de mão cheia que usava outro cantor (Dean Martin) como escada, acabou faturando horrores com suas comédias rápidas e bem feitas. Anos depois Lewis iria assumir o controle artístico de seus filmes e isso obviamente resultaria em um rompimento com o velho produtor que no final das contas não estava muito interessado em arte, mas sim em lucros!
E havia também John Wayne, o grande cowboy. Esse astro da velha guarda também fez uma bem sucedida parceria ao lado do produtor Wallis. Seus filmes da faroeste produzidos por Wallis eram mais simples, mais diretos ao ponto. Nada a ver com os grandes clássicos de Wayne ao lado de John Ford, um cineasta autoral e muito preocupado com a sétima arte. Sob a produção de Wallis, o velho Wayne se concentrou em fazer filmes mais baratos, mais divertidos e mais comerciais. Assim, olhando-se para trás, chegamos na conclusão que os filmes de Elvis nos anos 60 seguiam uma certa lógica da época. Além disso, vamos convir, ser associado a Hal Wallis, Jerry lewis e John Wayne certamente não era algo negativo. Pelo contrário, teve seu valor.
Pablo Aluísio.
O mundo do rock certamente ganharia muito. Porém isso não aconteceu. Elvis se concentrou em fazer filmes que hoje em dia podem ser considerados comédias românticas musicais tipicamente da safra de Hal Wallis, produtor da Paramount Pictures que após se consagrar com "Casablanca", um dos grandes clássicos da história do cinema, decidiu nos anos 50 e 60 que iria apostar em um tipo de filme mais comercial, feito em ritmo industrial.
Para isso Wallis contou com tres astros básicos para ganhar muito, mas muito dinheiro mesmo. O primeiro era o próprio Elvis Presley. Cantor de rock que num estalar de dedos poderia se tornar também um astro do cinema. É curioso porque mesmo não sendo uma cria nata de Hollywood Elvis conseguiu por alguns anos entrar na lista dos dez mais bem pagos da indústria. Nada mal para um "peixe de fora". Outro que foi usado por Wallis para encher seus cofres foi Jerry Lewis. Humorista de mão cheia que usava outro cantor (Dean Martin) como escada, acabou faturando horrores com suas comédias rápidas e bem feitas. Anos depois Lewis iria assumir o controle artístico de seus filmes e isso obviamente resultaria em um rompimento com o velho produtor que no final das contas não estava muito interessado em arte, mas sim em lucros!
E havia também John Wayne, o grande cowboy. Esse astro da velha guarda também fez uma bem sucedida parceria ao lado do produtor Wallis. Seus filmes da faroeste produzidos por Wallis eram mais simples, mais diretos ao ponto. Nada a ver com os grandes clássicos de Wayne ao lado de John Ford, um cineasta autoral e muito preocupado com a sétima arte. Sob a produção de Wallis, o velho Wayne se concentrou em fazer filmes mais baratos, mais divertidos e mais comerciais. Assim, olhando-se para trás, chegamos na conclusão que os filmes de Elvis nos anos 60 seguiam uma certa lógica da época. Além disso, vamos convir, ser associado a Hal Wallis, Jerry lewis e John Wayne certamente não era algo negativo. Pelo contrário, teve seu valor.
Pablo Aluísio.
sábado, 18 de junho de 2005
Elvis Presley - Elvis e o Baixo Elétrico
O instrumento musical da vida de Elvis sempre foi o violão. Nos Estados Unidos violões e guitarras geralmente recebem o mesmo nome, guitar, sendo que algumas vezes para distinguir eles chamam o nosso violão de "guitarra acústica" e o instrumento que conhecemos como guitarra de "guitarra elétrica". Pois bem, Elvis sempre preferiu o bom e velho violão simples, talvez até por ter sido presenteado com um pela própria mãe quando era apenas um adolescente em Memphis.
Outro instrumento que Elvis apreciava era a bateria. Pois é, fato que muitos que trabalharam ao seu lado em estúdio sempre chamaram a atenção. James Burton, por exemplo, chegou a dizer: "Elvis tinha o instinto de um baterista, estava sempre batendo em alguma coisa, isso quando não se sentava na bateria para tirar alguns sons". O curioso é que no começo não havia baterista nas bandas de Elvis, só ele ao violão, um guitarrista e um contrabaixista. Muitas vezes Elvis batia no corpo do violão para adicionar algum tipo de percussão primitiva nas gravações. Foi assim com "Dont Be Cruel".
Por falar em baixo, esse instrumento também chamou a atenção de Elvis. Isso já nos anos 50 quando ele aprendeu os acordes básicos do instrumento. É bem conhecido o fato dele ter sido o baixista de algumas faixas, entre as mais conhecidas temos "(You´re So Square) Baby I Dont Care". Bill Black estava com problemas de tocar a introdução solo, então calmamente Elvis pediu seu baixo emprestado e foi para o estúdio tentar alguma coisa. E acabou dando certo. O que ouvimos na versão oficial é o próprio Elvis tocando a linha de baixo.
Quando retornou do exército Elvis decidiu que iria levar mais à sério e começou mesmo a estudar baixo com mais dedicação. Chegou até mesmo a puxar assunto com Paul McCartney, o baixista dos Beatles, quando eles o visitaram em meados dos anos 60. Quando o Coronel Parker lhe disse que Bill Black iria deixar a banda Elvis nem pensou duas vezes e disse ao empresário: "Não se preocupe, eu posso tocar o baixo daqui em diante". Claro que como homem de frente, cantor, isso nunca aconteceu, mas ficou a curiosidade sobre o interesse de Elvis em relação a esse instrumento musical que muitas vezes foi subestimado dentro do universo da música pop.
Pablo Aluísio.
Outro instrumento que Elvis apreciava era a bateria. Pois é, fato que muitos que trabalharam ao seu lado em estúdio sempre chamaram a atenção. James Burton, por exemplo, chegou a dizer: "Elvis tinha o instinto de um baterista, estava sempre batendo em alguma coisa, isso quando não se sentava na bateria para tirar alguns sons". O curioso é que no começo não havia baterista nas bandas de Elvis, só ele ao violão, um guitarrista e um contrabaixista. Muitas vezes Elvis batia no corpo do violão para adicionar algum tipo de percussão primitiva nas gravações. Foi assim com "Dont Be Cruel".
Por falar em baixo, esse instrumento também chamou a atenção de Elvis. Isso já nos anos 50 quando ele aprendeu os acordes básicos do instrumento. É bem conhecido o fato dele ter sido o baixista de algumas faixas, entre as mais conhecidas temos "(You´re So Square) Baby I Dont Care". Bill Black estava com problemas de tocar a introdução solo, então calmamente Elvis pediu seu baixo emprestado e foi para o estúdio tentar alguma coisa. E acabou dando certo. O que ouvimos na versão oficial é o próprio Elvis tocando a linha de baixo.
Quando retornou do exército Elvis decidiu que iria levar mais à sério e começou mesmo a estudar baixo com mais dedicação. Chegou até mesmo a puxar assunto com Paul McCartney, o baixista dos Beatles, quando eles o visitaram em meados dos anos 60. Quando o Coronel Parker lhe disse que Bill Black iria deixar a banda Elvis nem pensou duas vezes e disse ao empresário: "Não se preocupe, eu posso tocar o baixo daqui em diante". Claro que como homem de frente, cantor, isso nunca aconteceu, mas ficou a curiosidade sobre o interesse de Elvis em relação a esse instrumento musical que muitas vezes foi subestimado dentro do universo da música pop.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Elvis na Internet
Fazendo uma busca no Youtube sobre Elvis pude perceber bem que o cantor, mesmo após tantos anos de sua morte, ainda continua relevante no mundo virtual, na internet. Postagens com suas músicas, clips, cenas de filmes, são muito bem visitadas no canal Youtube. Em certas postagens os números impressionam com 4, 5, 6, 10 milhões de acessos! O clip "Junkie XL, Elvis Presley - A Little Less Conversation" tem 22 milhões de visualizações!
E os comentários também são altamente positivos. Pessoas de todas as idades elogiando Elvis, sua voz, seu carisma e seu talento. Elvis é hoje em dia um consenso muito muito bem-vindo entre os que gostam de boa música. A força de sua voz rompeu barreiras de gerações, criando vínculo com os jovens de hoje em dia. Se duvida dessa informação é bom dar uma olhada nos canais de Youtube.
Os sites já não possuem tanta força. Isso é decorrência do próprio sistema evolutivo pela qual passa a internet. No começo, em seu surgimento, tivemos o auge da popularidade de sites. Depois a preferência do público foi mudando. As pessoas migraram para as redes sociais, fundaram fóruns de debate, etc. Hoje em dia um jovem médio visita basicamente suas redes sociais e depois dá uma passeada pelo Youtube para ouvir músicas, acessar os canais de seus youtubers preferidos, etc. Nesse universo Elvis ainda é uma potência em termos de popularidade.
Seus vídeos, mesmo cenas de filmes, ainda são muito procurados. CDs inteiros estão disponíveis na plataforma. Os números não mentem. Elvis ainda é muito ouvido e curtido nesse universo. Bom para os mais jovens que assim vão descobrindo a obra musical do cantor sem muitas amarras. Afinal tudo está a um click de distância, bem diferente do meu tempo, onde conseguir um disco de vinil raro de Elvis era uma verdadeira aventura arqueológica. Os tempos mudam, as mídias mudaram e a revolução da internet foi ampla. Indo de um lado para o outro a conclusão que chegamos é que Elvis Presley sobreviveu a tudo, até mesmo a essas mudanças tecnológicas.
Pablo Aluísio.
E os comentários também são altamente positivos. Pessoas de todas as idades elogiando Elvis, sua voz, seu carisma e seu talento. Elvis é hoje em dia um consenso muito muito bem-vindo entre os que gostam de boa música. A força de sua voz rompeu barreiras de gerações, criando vínculo com os jovens de hoje em dia. Se duvida dessa informação é bom dar uma olhada nos canais de Youtube.
Os sites já não possuem tanta força. Isso é decorrência do próprio sistema evolutivo pela qual passa a internet. No começo, em seu surgimento, tivemos o auge da popularidade de sites. Depois a preferência do público foi mudando. As pessoas migraram para as redes sociais, fundaram fóruns de debate, etc. Hoje em dia um jovem médio visita basicamente suas redes sociais e depois dá uma passeada pelo Youtube para ouvir músicas, acessar os canais de seus youtubers preferidos, etc. Nesse universo Elvis ainda é uma potência em termos de popularidade.
Seus vídeos, mesmo cenas de filmes, ainda são muito procurados. CDs inteiros estão disponíveis na plataforma. Os números não mentem. Elvis ainda é muito ouvido e curtido nesse universo. Bom para os mais jovens que assim vão descobrindo a obra musical do cantor sem muitas amarras. Afinal tudo está a um click de distância, bem diferente do meu tempo, onde conseguir um disco de vinil raro de Elvis era uma verdadeira aventura arqueológica. Os tempos mudam, as mídias mudaram e a revolução da internet foi ampla. Indo de um lado para o outro a conclusão que chegamos é que Elvis Presley sobreviveu a tudo, até mesmo a essas mudanças tecnológicas.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 16 de junho de 2005
Elvis Presley - Elvis e os Beatles - Parte 2
Depois de uma série de desencontros finalmente Elvis se encontrou com os Beatles. Corria o ano de 1965 e a carreira de Elvis vinha mal. Ele estava concentrado em cumprir uma série de contratos com estúdios de cinema, fazendo filmes em série, um atrás do outro. Obviamente que a fórmula iria se desgastar com os anos. E foi justamente esse momento ruim na carreira de Elvis que levou John Lennon a ir direto ao ponto ao perguntar a Presley porque ele não gravava mais rock ´n´ roll. Elvis foi pego de surpresa e se desculpou, dizendo justamente que havia uma série de contratos com Hollywood e que a falta de tempo o fazia se ausentar do cenário do rock mundial.
Tentando tranquilizar o Beatle, Elvis se saiu com essa: "Eu ainda vou gravar alguma coisa, quem sabe em breve!". Sem perder o pique, Lennon rebateu: "Ah, então esse disco eu vou comprar!". Esse diálogo de Elvis com John revelava muito do que os Beatles pensavam dele naquela época. Eles eram fãs desde os primeiros discos, quando ainda eram apenas adolescentes em Liverpool, só que agora não conseguiam mais gostar dos álbuns do cantor, justamente pela insistência em gravar o tal "material de Hollywood". De todos os Beatles o que mais gostava do velho Elvis, do roqueiro, era John Lennon. Por isso ele deu essa indireta, como que dizendo a Elvis que voltasse para o velho estilo musical que o havia consagrado nos anos 50.
Já Paul McCartney resolveu prestar atenção em coisas, digamos, periféricas. Ele ficou impressionado quando Elvis lhe mostrou um controle remoto de TV, onde ele conseguia mudar os canais da televisão sem precisar se levantar da poltrona. Na Inglaterra isso ainda não havia chegado no mercado e era como se Elvis lhe apresentasse algum tipo de tecnologia do outro mundo. Paul também se impressionou com o bronzeado de Elvis. Ele estava terminando de filmar mais um filme do Havaí, esse chamado "No Paraíso do Havaí" e estava super bronzeado, algo que pegou Paul de surpresa! "Nunca havia visto alguém com um bronze daquele! Na Inglaterra apagaram o sol! A gente estava bem pálido ao lado de Elvis" - relembraria Paul anos depois!
Já os demais Beatles ficaram meio de lado. Enquanto Elvis, Paul e John levavam um papo, George Harrison se isolou e parecia não ter ninguém para conversar. Sua atitude antissocial levou alguns presentes a antipatizarem com seu jeito calado, mas esse era de certo modo seu modo de agir. Não era à toa que ele era chamado pela imprensa de "O Beatle quieto". Ringo Starr se saiu melhor. Ele era considerado o mais simpático Beatle e por isso interagiu com todos, mas gostou particularmente mais do Coronel Parker pois esse também adorava jogos em geral. Com o empresário de Elvis, Ringo jogou bilhar, cartas e bebeu alguns drinks de whisky escocês, já que Ringo também era muito bom de copo.
Depois de algumas horas conversando com os Beatles o próprio Elvis resolveu colocar fim no histórico encontro. Ele se desculpou e disse que tinha que ir dormir pois tinha trabalho no dia seguinte, pela manhã. Os Beatles então se tocaram que era hora de ir embora. Com sua educação tipicamente sulista Elvis os acompanhou até o carro, se despediu e disse que em breve eles poderiam voltar a se encontrar pessoalmente. Curiosamente esse novo encontro jamais aconteceu. O único Beatle que voltou a ver Elvis novamente foi George Harrison muitos anos depois, quando conseguiu ser recebido por Elvis em seu camarim, durante um concerto em Nova Iorque. Os Beatles não existiam mais como grupo, porém Elvis foi cordial e educado com George, agradecendo por ele ter ido ao seu show.
Pablo Aluísio.
Tentando tranquilizar o Beatle, Elvis se saiu com essa: "Eu ainda vou gravar alguma coisa, quem sabe em breve!". Sem perder o pique, Lennon rebateu: "Ah, então esse disco eu vou comprar!". Esse diálogo de Elvis com John revelava muito do que os Beatles pensavam dele naquela época. Eles eram fãs desde os primeiros discos, quando ainda eram apenas adolescentes em Liverpool, só que agora não conseguiam mais gostar dos álbuns do cantor, justamente pela insistência em gravar o tal "material de Hollywood". De todos os Beatles o que mais gostava do velho Elvis, do roqueiro, era John Lennon. Por isso ele deu essa indireta, como que dizendo a Elvis que voltasse para o velho estilo musical que o havia consagrado nos anos 50.
Já Paul McCartney resolveu prestar atenção em coisas, digamos, periféricas. Ele ficou impressionado quando Elvis lhe mostrou um controle remoto de TV, onde ele conseguia mudar os canais da televisão sem precisar se levantar da poltrona. Na Inglaterra isso ainda não havia chegado no mercado e era como se Elvis lhe apresentasse algum tipo de tecnologia do outro mundo. Paul também se impressionou com o bronzeado de Elvis. Ele estava terminando de filmar mais um filme do Havaí, esse chamado "No Paraíso do Havaí" e estava super bronzeado, algo que pegou Paul de surpresa! "Nunca havia visto alguém com um bronze daquele! Na Inglaterra apagaram o sol! A gente estava bem pálido ao lado de Elvis" - relembraria Paul anos depois!
Já os demais Beatles ficaram meio de lado. Enquanto Elvis, Paul e John levavam um papo, George Harrison se isolou e parecia não ter ninguém para conversar. Sua atitude antissocial levou alguns presentes a antipatizarem com seu jeito calado, mas esse era de certo modo seu modo de agir. Não era à toa que ele era chamado pela imprensa de "O Beatle quieto". Ringo Starr se saiu melhor. Ele era considerado o mais simpático Beatle e por isso interagiu com todos, mas gostou particularmente mais do Coronel Parker pois esse também adorava jogos em geral. Com o empresário de Elvis, Ringo jogou bilhar, cartas e bebeu alguns drinks de whisky escocês, já que Ringo também era muito bom de copo.
Depois de algumas horas conversando com os Beatles o próprio Elvis resolveu colocar fim no histórico encontro. Ele se desculpou e disse que tinha que ir dormir pois tinha trabalho no dia seguinte, pela manhã. Os Beatles então se tocaram que era hora de ir embora. Com sua educação tipicamente sulista Elvis os acompanhou até o carro, se despediu e disse que em breve eles poderiam voltar a se encontrar pessoalmente. Curiosamente esse novo encontro jamais aconteceu. O único Beatle que voltou a ver Elvis novamente foi George Harrison muitos anos depois, quando conseguiu ser recebido por Elvis em seu camarim, durante um concerto em Nova Iorque. Os Beatles não existiam mais como grupo, porém Elvis foi cordial e educado com George, agradecendo por ele ter ido ao seu show.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Elvis e os Beatles - Parte 1
Elvis não ficou muito impressionado com os primeiros discos dos Beatles. Claro, havia boa música ali, mas nada excepcional em sua opinião pessoal. Ele comprou os primeiros LPs do selo Capitol porque tudo que fosse novidade o interessava. Elvis era um colecionador de discos e sempre que ouvia alguma música no rádio que o agradasse acabava comprando o disco. Ele gostou muito de "Yesterday", a canção romântica do disco "Help!". Anos depois ele a cantaria ao vivo em Las Vegas na sua temporada de retorno aos palcos no International Hotel.
Ao longo dos anos muitos jornalistas escreveram que Elvis estava com ciúmes do sucesso dos Beatles nos Estados Unidos. Isso nunca foi verdade. A própria Priscilla, que vivia ao seu lado, disse anos depois que Elvis sempre tinha muita generosidade com novos artistas. Sempre que eles faziam sucesso Elvis repetia a mesma frase: "Há espaço para todos na música!". Quando os Beatles chegaram em sua primeira turnê americana o impacto na mídia foi avassalador, a ponto inclusive de ter sido criada a expressão "Beatlemania". Foi inclusive os Beatles os primeiros a quebrarem o recorde de audiência de Elvis no Ed Sullivan Show.
O Coronel Parker prestou mais atenção no que estava acontecendo do que o próprio Elvis. Chegou inclusive a enviar presentes ao quarteto inglês no nome de Elvis sem que ele nem ao menos soubesse disso. Os Beatles também enviaram sinais de admiração através de entrevistas. John Lennon declarou a um jornal de Nova Iorque: "A única pessoa que que eu quero conhecer de verdade na América é Elvis Presley". Apesar das trocas de gentilezas os Beatles não se encontrariam com Elvis nessa primeira turnê. Brian Epstein, o empresário dos Beatles, telefonou ao Coronel dizendo que os Beatles queriam se encontrar pessoalmente com Elvis. Fazer amizade com o Coronel e Elvis era importante na visão de Epstein. Ele tinha remotas esperanças de um dia organizar a primeira turnê de Elvis na Inglaterra.
Foi então que Paul McCartney resolveu tomar a iniciativa de ligar para Elvis. Seu número pessoal havia sido dado pelo Coronel Parker a Brian em seu primeiro contato. Paul assim conseguiu falar com Elvis pela primeira vez. Foi uma conversa agradável, de apresentação. Eles falaram de música brevemente e Elvis disse a Paul que quando eles chegassem na Califórnia que entrassem em contato com Parker. Quem sabe eles poderiam se conhecer pessoalmente, seria uma boa ideia. Assim os primeiros contatos foram feitos, só que não seria dessa vez que o histórico encontro seria realizado. Só depois, quando os Beatles voltassem em uma nova turnê, é que eles finalmente se encontrariam face a face.
Pablo Aluísio.
Ao longo dos anos muitos jornalistas escreveram que Elvis estava com ciúmes do sucesso dos Beatles nos Estados Unidos. Isso nunca foi verdade. A própria Priscilla, que vivia ao seu lado, disse anos depois que Elvis sempre tinha muita generosidade com novos artistas. Sempre que eles faziam sucesso Elvis repetia a mesma frase: "Há espaço para todos na música!". Quando os Beatles chegaram em sua primeira turnê americana o impacto na mídia foi avassalador, a ponto inclusive de ter sido criada a expressão "Beatlemania". Foi inclusive os Beatles os primeiros a quebrarem o recorde de audiência de Elvis no Ed Sullivan Show.
O Coronel Parker prestou mais atenção no que estava acontecendo do que o próprio Elvis. Chegou inclusive a enviar presentes ao quarteto inglês no nome de Elvis sem que ele nem ao menos soubesse disso. Os Beatles também enviaram sinais de admiração através de entrevistas. John Lennon declarou a um jornal de Nova Iorque: "A única pessoa que que eu quero conhecer de verdade na América é Elvis Presley". Apesar das trocas de gentilezas os Beatles não se encontrariam com Elvis nessa primeira turnê. Brian Epstein, o empresário dos Beatles, telefonou ao Coronel dizendo que os Beatles queriam se encontrar pessoalmente com Elvis. Fazer amizade com o Coronel e Elvis era importante na visão de Epstein. Ele tinha remotas esperanças de um dia organizar a primeira turnê de Elvis na Inglaterra.
Foi então que Paul McCartney resolveu tomar a iniciativa de ligar para Elvis. Seu número pessoal havia sido dado pelo Coronel Parker a Brian em seu primeiro contato. Paul assim conseguiu falar com Elvis pela primeira vez. Foi uma conversa agradável, de apresentação. Eles falaram de música brevemente e Elvis disse a Paul que quando eles chegassem na Califórnia que entrassem em contato com Parker. Quem sabe eles poderiam se conhecer pessoalmente, seria uma boa ideia. Assim os primeiros contatos foram feitos, só que não seria dessa vez que o histórico encontro seria realizado. Só depois, quando os Beatles voltassem em uma nova turnê, é que eles finalmente se encontrariam face a face.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 15 de junho de 2005
Elvis Presley - Elvis e as Armas
Elvis Presley adorava armas de fogo! Quando era apenas um jovem adolescente ele pediu para sua mãe Gladys um revólver de presente em seu aniversário. Ela recusou e deu ao filho um violão. Com ele Elvis fez sua vida, mas nunca deixou o amor pelas armas de lado. Quando se tornou rico e famoso investiu pesado na compra de todos os tipos de armas, desde pequenos revólveres, até pistolas, rifles de grande calibre, passando até mesmo por potentes armamentos que ele adorava utilizar, fazendo de mira qualquer objeto que estivesse por perto.
Ele também era um ferrenho defensor do porte e posse de armas. Em determinado momento resumiu sua "filosofia" da seguinte forma: "Se todas as pessoas tivessem armas ninguém se meteria com ninguém. As pessoas ficariam protegidas e não haveria mais crimes". Embora fosse discreto em suas posições políticas, o fato é que Elvis tinha muita afinidade com o programa do partido republicano, o mais conservador, que lutava pelo direito de cada cidadão americano ter armas. Tudo garantido pela constituição americana. Para Elvis era um absurdo qualquer campanha que tolhesse esse direito.
Além de andar com no mínimo duas armas quando estava em turnês, Elvis mandou armar seus homens (seus seguranças) sempre quando colocava o pé na estrada para cumprir seus contratos. A morte da atriz Sharon Tate, de forma bárbara em sua casa em Los Angeles, aumentou ainda mais a paranoia de Elvis. Ele dizia que toda celebridade era um alvo em potencial de pessoas loucas. A profecia de Elvis iria se tornar realidade com John Lennon alguns anos depois, quando ele foi morto por um suposto "fã" em frente ao seu prédio em Nova Iorque.
Para seus seguranças Elvis deixava claro que qualquer ameaça deveria ser respondida com extrema violência. Depois ele, Elvis, garantiria qualquer proteção contra qualquer problema judicial que viesse a acontecer. "Matem o desgraçado! Não deixem ninguém vivo que possa dizer a frase "Eu matei Elvis Presley" - costumava repetir o cantor. Sua fixação com a polícia também aumentou com os anos. Elvis tinha um sonho de infância de se tornar patrulheiro rodoviário, algo que ele correria atrás mesmo após já ser uma lenda da música. Começou a colecionar distintivos policiais com orgulho e chegou a se nomeado pelo próprio presidente Nixon como agente federal do FBI. Foi a realização de seu sonho de criança.
Pablo Aluísio.
Ele também era um ferrenho defensor do porte e posse de armas. Em determinado momento resumiu sua "filosofia" da seguinte forma: "Se todas as pessoas tivessem armas ninguém se meteria com ninguém. As pessoas ficariam protegidas e não haveria mais crimes". Embora fosse discreto em suas posições políticas, o fato é que Elvis tinha muita afinidade com o programa do partido republicano, o mais conservador, que lutava pelo direito de cada cidadão americano ter armas. Tudo garantido pela constituição americana. Para Elvis era um absurdo qualquer campanha que tolhesse esse direito.
Além de andar com no mínimo duas armas quando estava em turnês, Elvis mandou armar seus homens (seus seguranças) sempre quando colocava o pé na estrada para cumprir seus contratos. A morte da atriz Sharon Tate, de forma bárbara em sua casa em Los Angeles, aumentou ainda mais a paranoia de Elvis. Ele dizia que toda celebridade era um alvo em potencial de pessoas loucas. A profecia de Elvis iria se tornar realidade com John Lennon alguns anos depois, quando ele foi morto por um suposto "fã" em frente ao seu prédio em Nova Iorque.
Para seus seguranças Elvis deixava claro que qualquer ameaça deveria ser respondida com extrema violência. Depois ele, Elvis, garantiria qualquer proteção contra qualquer problema judicial que viesse a acontecer. "Matem o desgraçado! Não deixem ninguém vivo que possa dizer a frase "Eu matei Elvis Presley" - costumava repetir o cantor. Sua fixação com a polícia também aumentou com os anos. Elvis tinha um sonho de infância de se tornar patrulheiro rodoviário, algo que ele correria atrás mesmo após já ser uma lenda da música. Começou a colecionar distintivos policiais com orgulho e chegou a se nomeado pelo próprio presidente Nixon como agente federal do FBI. Foi a realização de seu sonho de criança.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Elvis nos anos 1970
Elvis nos Anos 70
Os arranjos das músicas de Elvis nos anos 70, principalmente aqueles que ele utilizava em seus shows de palco em Las Vegas, foram produzidas por maestros e músicos que nunca tiveram tradição no estilo anterior de Elvis, dos anos 50 e 60. Era pessoal da tradição de Frank Sinatra e Tommy Dorsey. Eles colocaram todos aqueles naipes de metais, coisa que era inteiramente anacrônica na música de Elvis Presley até aquele momento. No final das contas eles não se adaptaram a Elvis, mas o contrário, Elvis é que se adaptou ao estilo deles. Os arranjos à La Sinatra conferem um sabor nostálgico e saudosista ao som de Elvis nos seus anos finais. Com poucas exceções não havia esse tipo de arranjo na música de Elvis até aquele ponto.
É importante também lembrar da influência da Motown de Berry Gordin na música de Elvis. Esse processo começou em 1969 nas sessões do American, mas se acelerou a partir nos anos 70. Além de apresentar músicas dessa conhecida gravadora negra americana, Elvis ainda acrescentou outra coisa inédita em seus discos: um acompanhamento feminino no melhor estilo Supremes. Estou me referindo ao grupo Sweet Inspirations, é claro. Não havia esse tipo de coisa na música de Elvis do passado, se me lembro e muito as únicas participações em coro feminino de Elvis nos anos anteriores se resumia a participações da Mila Kirkham e nada mais. Os grupos vocais no passado de Elvis eram todos ao estilo mais gospel, como os Jordanaires. Acrescentar Motown, símbolo da música negra americana dos anos 60 em seus próprios discos, é sem dúvida tomar uma atitude saudosista e nostálgica.
O Uso imoderado de grupos vocais gospel de apoio também é uma atitude de quem estava mesmo voltado para o passado e não para o futuro. É bom lembrar que de certa forma o gospel apreciado por Elvis era aquele dos anos 50, começo da década de 1960, coisa simples de se constatar ao tomar conhecimento dos conjuntos que estavam ao lado de Elvis em sua última década: JD Summer por exemplo e até o Voice, mesmo sendo um grupo novo, não deixavam nunca o velho repertório para trás. Usar músicas e canções gospel estilo anos 50 e 60 é uma atitude nostálgica e pouco atualizada. Em poucas palavras: nostalgia pura.
O mais evidente retorno para os standarts musicais. O uso excessivo de suas antigas músicas ou de canções clássicas do passado. As músicas de trabalho dos discos finais de Elvis quase todas eram antigas: Unchained Melody, Promised Land, Hurt, You´ve Lost That Lovin Feeling, My Way, são as músicas que ele se utilizava em seus shows para promover seus discos recentes. Mesmo que houvesse material inédito nos discos de estúdio a postura de Elvis ao apresentar essas músicas como as de trabalho, as que divulgavam seus discos perante seus fãs, afastava qualquer dúvida de como ele dirigia sua imagem nos anos 70. É um fato de certeza que ele se posicionara definitivamente como um ídolo fundado no passado. Na minha concepção não há dúvida que Elvis tinha uma imagem completamente voltada para a nostalgia de sua geração em seus derradeiros anos.
Pablo Aluísio.
Os arranjos das músicas de Elvis nos anos 70, principalmente aqueles que ele utilizava em seus shows de palco em Las Vegas, foram produzidas por maestros e músicos que nunca tiveram tradição no estilo anterior de Elvis, dos anos 50 e 60. Era pessoal da tradição de Frank Sinatra e Tommy Dorsey. Eles colocaram todos aqueles naipes de metais, coisa que era inteiramente anacrônica na música de Elvis Presley até aquele momento. No final das contas eles não se adaptaram a Elvis, mas o contrário, Elvis é que se adaptou ao estilo deles. Os arranjos à La Sinatra conferem um sabor nostálgico e saudosista ao som de Elvis nos seus anos finais. Com poucas exceções não havia esse tipo de arranjo na música de Elvis até aquele ponto.
É importante também lembrar da influência da Motown de Berry Gordin na música de Elvis. Esse processo começou em 1969 nas sessões do American, mas se acelerou a partir nos anos 70. Além de apresentar músicas dessa conhecida gravadora negra americana, Elvis ainda acrescentou outra coisa inédita em seus discos: um acompanhamento feminino no melhor estilo Supremes. Estou me referindo ao grupo Sweet Inspirations, é claro. Não havia esse tipo de coisa na música de Elvis do passado, se me lembro e muito as únicas participações em coro feminino de Elvis nos anos anteriores se resumia a participações da Mila Kirkham e nada mais. Os grupos vocais no passado de Elvis eram todos ao estilo mais gospel, como os Jordanaires. Acrescentar Motown, símbolo da música negra americana dos anos 60 em seus próprios discos, é sem dúvida tomar uma atitude saudosista e nostálgica.
O Uso imoderado de grupos vocais gospel de apoio também é uma atitude de quem estava mesmo voltado para o passado e não para o futuro. É bom lembrar que de certa forma o gospel apreciado por Elvis era aquele dos anos 50, começo da década de 1960, coisa simples de se constatar ao tomar conhecimento dos conjuntos que estavam ao lado de Elvis em sua última década: JD Summer por exemplo e até o Voice, mesmo sendo um grupo novo, não deixavam nunca o velho repertório para trás. Usar músicas e canções gospel estilo anos 50 e 60 é uma atitude nostálgica e pouco atualizada. Em poucas palavras: nostalgia pura.
O mais evidente retorno para os standarts musicais. O uso excessivo de suas antigas músicas ou de canções clássicas do passado. As músicas de trabalho dos discos finais de Elvis quase todas eram antigas: Unchained Melody, Promised Land, Hurt, You´ve Lost That Lovin Feeling, My Way, são as músicas que ele se utilizava em seus shows para promover seus discos recentes. Mesmo que houvesse material inédito nos discos de estúdio a postura de Elvis ao apresentar essas músicas como as de trabalho, as que divulgavam seus discos perante seus fãs, afastava qualquer dúvida de como ele dirigia sua imagem nos anos 70. É um fato de certeza que ele se posicionara definitivamente como um ídolo fundado no passado. Na minha concepção não há dúvida que Elvis tinha uma imagem completamente voltada para a nostalgia de sua geração em seus derradeiros anos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de junho de 2005
Elvis Presley - Las Vegas 1969
Elvis Presley, Las Vegas, 1969
Em 1969 Elvis voltou a se apresentar ao vivo. Desde a primeira metade da década ele estava ausente dos palcos. O motivo? O Coronel Parker colocou na cabeça que os fãs só pagariam uma entrada de cinema para ver Elvis cantando se não houvesse nenhuma outra forma disso acontecer, ou seja, para fazer sucesso em Hollywood Elvis deveria cair fora do mercado de turnês e shows ao vivo! Assim Parker isolou seu artista, quase como se fosse uma figura inalcançável, o colocando em um pedestal negado a meros mortais. Depois do esgotamento da fórmula dos filmes o jeito foi mesmo retornar aos shows. Como bem analisou anos depois David Stanley: "Os filmes de Elvis não estavam mais com nada e era muito mais lucrativo e vantajoso investir em concertos ao vivo, já que a casa sempre estava cheia, com ingressos esgotados e era bem mais barato de produzir".
Assim Elvis colocou o pé na estrada novamente... ou quase isso. Uma nova banda foi contratada e os antigos músicos que tinham tocado ao seu lado por anos foram definitivamente dispensados. Praticamente não sobrou ninguém da velha turma. Scotty Moore, por exemplo, foi descartado após pedir um cachê melhor ao empresário de Elvis. O Coronel Parker também adorava Las Vegas pois era um jogador contumaz das mesas de cassinos da cidade. Assim não pensou duas vezes em unir o útil ao agradável. Fechou contrato com o recém construído International Hotel. Na hora de assinar o contrato escrito Parker dispensou qualquer tipo de documento, assinando em uma toalha de mesa do restaurante do hotel, mandando que ela fosse depois recolhida aos seus aposentos! Imagine, assinar algo tão importante assim de forma tão surreal e fora dos padrões! Coisas do velho Coronel...
A agenda era puxada, com Elvis se apresentando todas as noites. O fato de ter que trabalhar tanto não o aterrorizou, mas sim o incentivou a perder peso, pegar uma cor e se apresentar com o melhor visual possível em seu reencontro com os fãs. O show da estreia foi realmente espetacular, com Elvis muito animado e empolgado, cantando muito bem e com afinco. Por mais absurdo que isso possa parecer o fato é que a RCA Victor, gravadora de Elvis, cochilou e ao que se saiba não gravou o concerto de forma profissional (o que existem são gravações feitas da plateia, com fraca qualidade sonora, os chamados CDs Audience). Pois bem, Elvis estava com muita vontade de cantar novamente ao vivo, ele sempre afirmara que amava mesmo era o palco. A crítica elogiou bastante e todos ficaram bem animados com os resultados. Elvis tinha planos de sair logo em turnê, pelas cidades americanas e depois, quem sabe, fazer sua tão sonhada turnê internacional (recentemente Priscilla Presley declarou em uma entrevista a um jornal americano que em 1977 Elvis estava preparando os últimos acertos para fazer seus primeiros concertos na Inglaterra - algo que deixou muita gente surpresa).
Mas voltemos a 1969. Esse foi realmente um grande ano para Elvis tanto dentro dos estúdios como também em shows. A volta do contato com o público rejuvenesceu o cantor. Ele parecia muito feliz com tudo, porém a esposa Priscilla também notou uma certa mudança em seu modo de agir. Ao retornar ao pique da glória, após tantos anos em baixa, Elvis começou também a ter uma postura mais arrogante, cheio de si, segundo sua mulher. Isso acabaria dando origem a diversos problemas com o casal. Presley não parecia muito se importar com esse tipo de coisa e decretou que namoradas e esposas só poderiam ir a Las Vegas para os shows de abertura e encerramento das temporadas. Priscilla ficou de orelha em pé, desconfiada - e ela tinha razão. A volta aos palcos levou Elvis de volta para a idolatria de seus fãs. Em pouco tempo ele começaria também a afundar pra valer nos prazeres e decadências que só a chamada cidade do pecado poderia lhe oferecer.
Pablo Aluísio.
Em 1969 Elvis voltou a se apresentar ao vivo. Desde a primeira metade da década ele estava ausente dos palcos. O motivo? O Coronel Parker colocou na cabeça que os fãs só pagariam uma entrada de cinema para ver Elvis cantando se não houvesse nenhuma outra forma disso acontecer, ou seja, para fazer sucesso em Hollywood Elvis deveria cair fora do mercado de turnês e shows ao vivo! Assim Parker isolou seu artista, quase como se fosse uma figura inalcançável, o colocando em um pedestal negado a meros mortais. Depois do esgotamento da fórmula dos filmes o jeito foi mesmo retornar aos shows. Como bem analisou anos depois David Stanley: "Os filmes de Elvis não estavam mais com nada e era muito mais lucrativo e vantajoso investir em concertos ao vivo, já que a casa sempre estava cheia, com ingressos esgotados e era bem mais barato de produzir".
Assim Elvis colocou o pé na estrada novamente... ou quase isso. Uma nova banda foi contratada e os antigos músicos que tinham tocado ao seu lado por anos foram definitivamente dispensados. Praticamente não sobrou ninguém da velha turma. Scotty Moore, por exemplo, foi descartado após pedir um cachê melhor ao empresário de Elvis. O Coronel Parker também adorava Las Vegas pois era um jogador contumaz das mesas de cassinos da cidade. Assim não pensou duas vezes em unir o útil ao agradável. Fechou contrato com o recém construído International Hotel. Na hora de assinar o contrato escrito Parker dispensou qualquer tipo de documento, assinando em uma toalha de mesa do restaurante do hotel, mandando que ela fosse depois recolhida aos seus aposentos! Imagine, assinar algo tão importante assim de forma tão surreal e fora dos padrões! Coisas do velho Coronel...
A agenda era puxada, com Elvis se apresentando todas as noites. O fato de ter que trabalhar tanto não o aterrorizou, mas sim o incentivou a perder peso, pegar uma cor e se apresentar com o melhor visual possível em seu reencontro com os fãs. O show da estreia foi realmente espetacular, com Elvis muito animado e empolgado, cantando muito bem e com afinco. Por mais absurdo que isso possa parecer o fato é que a RCA Victor, gravadora de Elvis, cochilou e ao que se saiba não gravou o concerto de forma profissional (o que existem são gravações feitas da plateia, com fraca qualidade sonora, os chamados CDs Audience). Pois bem, Elvis estava com muita vontade de cantar novamente ao vivo, ele sempre afirmara que amava mesmo era o palco. A crítica elogiou bastante e todos ficaram bem animados com os resultados. Elvis tinha planos de sair logo em turnê, pelas cidades americanas e depois, quem sabe, fazer sua tão sonhada turnê internacional (recentemente Priscilla Presley declarou em uma entrevista a um jornal americano que em 1977 Elvis estava preparando os últimos acertos para fazer seus primeiros concertos na Inglaterra - algo que deixou muita gente surpresa).
Mas voltemos a 1969. Esse foi realmente um grande ano para Elvis tanto dentro dos estúdios como também em shows. A volta do contato com o público rejuvenesceu o cantor. Ele parecia muito feliz com tudo, porém a esposa Priscilla também notou uma certa mudança em seu modo de agir. Ao retornar ao pique da glória, após tantos anos em baixa, Elvis começou também a ter uma postura mais arrogante, cheio de si, segundo sua mulher. Isso acabaria dando origem a diversos problemas com o casal. Presley não parecia muito se importar com esse tipo de coisa e decretou que namoradas e esposas só poderiam ir a Las Vegas para os shows de abertura e encerramento das temporadas. Priscilla ficou de orelha em pé, desconfiada - e ela tinha razão. A volta aos palcos levou Elvis de volta para a idolatria de seus fãs. Em pouco tempo ele começaria também a afundar pra valer nos prazeres e decadências que só a chamada cidade do pecado poderia lhe oferecer.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Sessão de gravação: Charro
Em outubro de 1968 Elvis foi até os estúdios Samuel Goldwyn em Hollywood para a gravação de mais uma trilha sonora. É curioso, nessa mesma época Elvis vinha produzindo muito bem em outras sessões, principalmente no American Studios em Memphis, para outros futuros projetos, mas agora que tinha que parar tudo e voltar para gravar mais músicas para filmes, algo que não o deixava muito animado. Além disso tinha que suspender as maravilhosas sessões em Memphis, em seu lar, para viajar até a costa oeste gravar canções de bangue-bangue!
Era demais! Na verdade ele só estava ali para cumprir seu contrato. Se havia algo que Elvis se orgulhava era de sempre cumprir suas obrigações contratuais, sejam elas quais fossem. Quem produziu a sessão foi o arranjador e maestro Hugo Montenegro, especialista em temas desse tipo e que nunca havia antes trabalhado ao lado de Elvis. Como o filme era um faroeste a sessão tinha que registrar canções de filmes western, algo que deixava Elvis ainda mais preguiçoso e desanimado. Mesmo assim ele foi em frente. Essas duas primeiras noites de sessão não renderam nada de útil. Elvis estava com uma banda nova, a maioria dos músicos ele mal conhecia e isso talvez tenha deixado tudo ainda mais complicado. Assim o engenheiro Kevin Cleary relembra: "Elvis gravou apenas alguns takes de Let's Forget About the Stars e Charro. O resultado não ficou bom. Uma nova sessão foi marcada para dali algumas semanas".
Elvis foi embora e a orquestra de Hugo Montenegro providenciou a parte instrumental. Em novembro Elvis voltou para os mesmos estúdios e encontrou tudo pronto, só sendo necessário mesmo colocar sua voz e assim o fez, terminando rapidamente as duas músicas. Ao lado do cantor no estúdio havia apenas a equipe vocal de apoio (composta por Sue Allen, Allan Capps, Loren Faber, Ronald Hicklin, Ian Freebairn-Smith, Sally Stevens e Robert Zwirn). Elvis não gostava de gravar sobre uma faixa previamente gravada. Ele apreciava a troca de ideias com os músicos da banda dentro do estúdio, além do clima de estar cantando ao lado de sua equipe musical de rotina. Ele queria sentir melhor a música, algo que não acontecia nesse tipo de sistema de gravação. De uma forma ou outra o maestro e produtor Montenegro até que realizou um bom trabalho. Ele enriqueceu o background, colocando e tirando outros instrumentos, tudo para deixar as faixas no ponto certo.
Depois os tapes foram enviados para a RCA Victor em Nova Iorque que nem se animou muito em lançá-las corretamente, afinal de contas era mais uma trilha sonora de filmes de Hollywood e esse tipo de material não animava mais aos executivos da grande multinacional do ramo fonográfico desde 1965. Logo a edição de um compacto apenas com canções de Charro foi deixado de lado. Também era impensável aproveitar aquele material em algum lançamento mais bem elaborado. As músicas seriam usadas nos cinemas, mas no mercado tinham pouca chance de fazer sucesso. Assim foram arquivadas para serem lançadas depois como meros tapas buracos dos discos e singles futuros (como a própria faixa título Charro que iria se tornar lado B do single Memories no ano seguinte).
Sessão de gravação da trilha sonora Charro
Data de gravação: 15 de outubro e 25 a 27 de novembro de 1968
Local de gravação: Samuel Goldwyn Studio, Hollywood, California
Produção: Hugo Montenegro
Engenheiros de som: Kevin Cleary
Músicos: Elvis Presley (vocais), Tommy Tedesco (guitarra), Ralph Grasso (guitarra), Howard Roberts (guitarra), Raymond Brown (baixo), Max Bennett (baixo), Carl O'Brian (bateria), Emil Radocchia (percussão), Don Randi (piano), The Hugo Montenegro Orquestra.
Pablo Aluísio.
Era demais! Na verdade ele só estava ali para cumprir seu contrato. Se havia algo que Elvis se orgulhava era de sempre cumprir suas obrigações contratuais, sejam elas quais fossem. Quem produziu a sessão foi o arranjador e maestro Hugo Montenegro, especialista em temas desse tipo e que nunca havia antes trabalhado ao lado de Elvis. Como o filme era um faroeste a sessão tinha que registrar canções de filmes western, algo que deixava Elvis ainda mais preguiçoso e desanimado. Mesmo assim ele foi em frente. Essas duas primeiras noites de sessão não renderam nada de útil. Elvis estava com uma banda nova, a maioria dos músicos ele mal conhecia e isso talvez tenha deixado tudo ainda mais complicado. Assim o engenheiro Kevin Cleary relembra: "Elvis gravou apenas alguns takes de Let's Forget About the Stars e Charro. O resultado não ficou bom. Uma nova sessão foi marcada para dali algumas semanas".
Elvis foi embora e a orquestra de Hugo Montenegro providenciou a parte instrumental. Em novembro Elvis voltou para os mesmos estúdios e encontrou tudo pronto, só sendo necessário mesmo colocar sua voz e assim o fez, terminando rapidamente as duas músicas. Ao lado do cantor no estúdio havia apenas a equipe vocal de apoio (composta por Sue Allen, Allan Capps, Loren Faber, Ronald Hicklin, Ian Freebairn-Smith, Sally Stevens e Robert Zwirn). Elvis não gostava de gravar sobre uma faixa previamente gravada. Ele apreciava a troca de ideias com os músicos da banda dentro do estúdio, além do clima de estar cantando ao lado de sua equipe musical de rotina. Ele queria sentir melhor a música, algo que não acontecia nesse tipo de sistema de gravação. De uma forma ou outra o maestro e produtor Montenegro até que realizou um bom trabalho. Ele enriqueceu o background, colocando e tirando outros instrumentos, tudo para deixar as faixas no ponto certo.
Depois os tapes foram enviados para a RCA Victor em Nova Iorque que nem se animou muito em lançá-las corretamente, afinal de contas era mais uma trilha sonora de filmes de Hollywood e esse tipo de material não animava mais aos executivos da grande multinacional do ramo fonográfico desde 1965. Logo a edição de um compacto apenas com canções de Charro foi deixado de lado. Também era impensável aproveitar aquele material em algum lançamento mais bem elaborado. As músicas seriam usadas nos cinemas, mas no mercado tinham pouca chance de fazer sucesso. Assim foram arquivadas para serem lançadas depois como meros tapas buracos dos discos e singles futuros (como a própria faixa título Charro que iria se tornar lado B do single Memories no ano seguinte).
Sessão de gravação da trilha sonora Charro
Data de gravação: 15 de outubro e 25 a 27 de novembro de 1968
Local de gravação: Samuel Goldwyn Studio, Hollywood, California
Produção: Hugo Montenegro
Engenheiros de som: Kevin Cleary
Músicos: Elvis Presley (vocais), Tommy Tedesco (guitarra), Ralph Grasso (guitarra), Howard Roberts (guitarra), Raymond Brown (baixo), Max Bennett (baixo), Carl O'Brian (bateria), Emil Radocchia (percussão), Don Randi (piano), The Hugo Montenegro Orquestra.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 13 de junho de 2005
Elvis Presley - Charro
Título no Brasil: Charro
Título Original: Charro
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: National General Pictures
Direção: Charles Marquis Warren
Roteiro: Charles Marquis Warren, Frederick Louis Fox
Elenco: Elvis Presley, Ina Balin, Victor French
Sinopse:
Jess Wade (Elvis Presley) é falsamente acusado de ter roubado um canhão das forças revolucionárias mexicanas. Para então limpar seu nome e restabelecer a justiça ele resolve tentar encontrar os verdadeiros culpados, um bando de criminosos e bandoleiros que espalham terror por onde passam. "Charro!" é o último western da filmografia do cantor e ator Elvis Presley (1935 - 1977) que em pouco tempo deixaria Hollywood para se dedicar exclusivamente à sua carreira como cantor em Las Vegas.
Comentários:
Existem filmes que nem deveriam existir. Lamento dizer, mas esse é o caso de Charro! O filme foi claramente uma tentativa de levantar a carreira do cantor Elvis Presley no cinema. Ele que havia começado tão bem em Hollywood na década de 1950, estrelando bons filmes musicais - e alguns clássicos como "Balada Sangrenta" de 1958 - acabou perdendo o rumo na década seguinte. Os estúdios não se interessavam mais com qualidade e assim Elvis foi jogado em fitas comerciais com baixo teor artístico, realizadas em ritmo industrial. Em média três filmes por ano, sem qualquer capricho em termos de roteiro, atuação ou direção. Quando os anos 60 foram chegando ao fim, Elvis e seu empresário tentaram renovar um pouco sua estagnada carreira cinematográfica e "Charro!" foi certamente um dos veículos que foram usados nessa direção. Infelizmente não deu certo.
Embora seja um faroeste americano o filme tenta seguir os passos da estética do chamado Western Spaghetti, com ênfase nos filmes italianos de bangue-bangue, como aqueles estrelados por Franco Nero, naquele período desfrutando do auge de sua popularidade. O problema básico era que Elvis Presley não era Franco Nero e nem Charro era Django. Mesmo de barba o grande astro do Rock não consegue convencer em seu papel. A produção mais lembra um telefilme, com orçamento restrito e problemas de ambientação. O roteiro também tem várias falhas, pois foi praticamente escrito no calor das filmagens. Enfim, nem o astro da música precisava de um filme assim em seu currículo e nem o mundo do Western estava precisando de uma cópia americana de filmes italianos de faroeste. Como eu disse, essa é realmente uma produção que não precisava ter existido.
Pablo Aluísio.
Título Original: Charro
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: National General Pictures
Direção: Charles Marquis Warren
Roteiro: Charles Marquis Warren, Frederick Louis Fox
Elenco: Elvis Presley, Ina Balin, Victor French
Sinopse:
Jess Wade (Elvis Presley) é falsamente acusado de ter roubado um canhão das forças revolucionárias mexicanas. Para então limpar seu nome e restabelecer a justiça ele resolve tentar encontrar os verdadeiros culpados, um bando de criminosos e bandoleiros que espalham terror por onde passam. "Charro!" é o último western da filmografia do cantor e ator Elvis Presley (1935 - 1977) que em pouco tempo deixaria Hollywood para se dedicar exclusivamente à sua carreira como cantor em Las Vegas.
Comentários:
Existem filmes que nem deveriam existir. Lamento dizer, mas esse é o caso de Charro! O filme foi claramente uma tentativa de levantar a carreira do cantor Elvis Presley no cinema. Ele que havia começado tão bem em Hollywood na década de 1950, estrelando bons filmes musicais - e alguns clássicos como "Balada Sangrenta" de 1958 - acabou perdendo o rumo na década seguinte. Os estúdios não se interessavam mais com qualidade e assim Elvis foi jogado em fitas comerciais com baixo teor artístico, realizadas em ritmo industrial. Em média três filmes por ano, sem qualquer capricho em termos de roteiro, atuação ou direção. Quando os anos 60 foram chegando ao fim, Elvis e seu empresário tentaram renovar um pouco sua estagnada carreira cinematográfica e "Charro!" foi certamente um dos veículos que foram usados nessa direção. Infelizmente não deu certo.
Embora seja um faroeste americano o filme tenta seguir os passos da estética do chamado Western Spaghetti, com ênfase nos filmes italianos de bangue-bangue, como aqueles estrelados por Franco Nero, naquele período desfrutando do auge de sua popularidade. O problema básico era que Elvis Presley não era Franco Nero e nem Charro era Django. Mesmo de barba o grande astro do Rock não consegue convencer em seu papel. A produção mais lembra um telefilme, com orçamento restrito e problemas de ambientação. O roteiro também tem várias falhas, pois foi praticamente escrito no calor das filmagens. Enfim, nem o astro da música precisava de um filme assim em seu currículo e nem o mundo do Western estava precisando de uma cópia americana de filmes italianos de faroeste. Como eu disse, essa é realmente uma produção que não precisava ter existido.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Joe É Muito Vivo
Título no Brasil: Joe é Muito Vivo
Título Original: Stay Away, Joe
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Tewksbury
Roteiro: Dan Cushman, Michael A. Hoey
Elenco: Elvis Presley, Burgess Meredith, Joan Blondell, Katy Jurado
Sinopse:
A vida é uma grande curtição para Joe Lightcloud (Elvis Presley). Jovem e extrovertido ele ganha a vida em campeonatos de rodeio pelo oeste americano. Mestiço com bastante orgulho de sua origem nativa, Joe retorna para a reserva na qual nasceu e foi criado para provar para amigos e familiares que também pode ter uma atitude mais madura, com responsabilidades. Mas será mesmo que o bom e velho Joe está disposto a cumprir todas as suas promessas?
Comentários:
"Stay Away, Joe" sempre foi considerado um dos piores filmes de Elvis Presley. Na realidade foi uma produção realizada a toque de caixa, quase sem estrutura nenhuma, com um orçamento pequeno (quase mínimo) que mal sequer tinha um roteiro pronto quando começaram as filmagens. O clima de bagunça e desorganização no set foi tamanho que o próprio Elvis passou várias vezes por cima do poder do diretor ao colocar seus próprios amigos da Máfia de Memphis em cenas que nem estavam no script original. Michael A. Hoey, o roteirista, lembrou anos depois que de repente Elvis se levantava de sua cadeira e dizia: "Vamos fazer uma cena de briga agora!" - só que tal cena sequer existia no roteiro do filme. Mesmo assim ela era filmada! Em suma, uma bagunça e anarquia completas. Isso é facilmente percebido no filme, cujo enredo é disperso e mal estruturado. Elvis canta aqui e acolá, mas sempre com aquele tipo de atitude de desinteresse completo. O clima é de pastelão ao estilo dos antigos filmes dos Três Patetas, mas sem a mesma graça que outras comédias do tipo. A qualidade da produção deixa tanto a desejar que a própria MGM estudou a possibilidade de tirar seu nome dos créditos, tamanha a falta de relevância artística da fita. A carreira do diretor Peter Tewksbury só não foi destruída completamente porque o próprio Elvis deu uma força a ele um ano depois para dirigir mais um de seus filmes, a comédia musical romântica "Lindas Encrencas: As Garotas". Provavelmente Elvis gostou da liberdade que ele dava durante as filmagens, algo impensável para um cineasta sério como Michael Curtiz, por exemplo. Pena que esse tipo de coisa não se revertia em boa qualidade no resultado final. Em termos gerais não há como escapar pois "Joe é Muito Vivo" realmente é bem ruim, mais fraco do que o que os demais filmes com Elvis Presley nessa mesma época, que inclusive passavam longe de serem considerados bons. Um desperdício completo.
Pablo Aluísio.
Título Original: Stay Away, Joe
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Tewksbury
Roteiro: Dan Cushman, Michael A. Hoey
Elenco: Elvis Presley, Burgess Meredith, Joan Blondell, Katy Jurado
Sinopse:
A vida é uma grande curtição para Joe Lightcloud (Elvis Presley). Jovem e extrovertido ele ganha a vida em campeonatos de rodeio pelo oeste americano. Mestiço com bastante orgulho de sua origem nativa, Joe retorna para a reserva na qual nasceu e foi criado para provar para amigos e familiares que também pode ter uma atitude mais madura, com responsabilidades. Mas será mesmo que o bom e velho Joe está disposto a cumprir todas as suas promessas?
Comentários:
"Stay Away, Joe" sempre foi considerado um dos piores filmes de Elvis Presley. Na realidade foi uma produção realizada a toque de caixa, quase sem estrutura nenhuma, com um orçamento pequeno (quase mínimo) que mal sequer tinha um roteiro pronto quando começaram as filmagens. O clima de bagunça e desorganização no set foi tamanho que o próprio Elvis passou várias vezes por cima do poder do diretor ao colocar seus próprios amigos da Máfia de Memphis em cenas que nem estavam no script original. Michael A. Hoey, o roteirista, lembrou anos depois que de repente Elvis se levantava de sua cadeira e dizia: "Vamos fazer uma cena de briga agora!" - só que tal cena sequer existia no roteiro do filme. Mesmo assim ela era filmada! Em suma, uma bagunça e anarquia completas. Isso é facilmente percebido no filme, cujo enredo é disperso e mal estruturado. Elvis canta aqui e acolá, mas sempre com aquele tipo de atitude de desinteresse completo. O clima é de pastelão ao estilo dos antigos filmes dos Três Patetas, mas sem a mesma graça que outras comédias do tipo. A qualidade da produção deixa tanto a desejar que a própria MGM estudou a possibilidade de tirar seu nome dos créditos, tamanha a falta de relevância artística da fita. A carreira do diretor Peter Tewksbury só não foi destruída completamente porque o próprio Elvis deu uma força a ele um ano depois para dirigir mais um de seus filmes, a comédia musical romântica "Lindas Encrencas: As Garotas". Provavelmente Elvis gostou da liberdade que ele dava durante as filmagens, algo impensável para um cineasta sério como Michael Curtiz, por exemplo. Pena que esse tipo de coisa não se revertia em boa qualidade no resultado final. Em termos gerais não há como escapar pois "Joe é Muito Vivo" realmente é bem ruim, mais fraco do que o que os demais filmes com Elvis Presley nessa mesma época, que inclusive passavam longe de serem considerados bons. Um desperdício completo.
Pablo Aluísio.