Páginas

domingo, 6 de março de 2005

Elvis Presley - Elvis e June Juanico

June Juanico conheceu Elvis Presley no verão de 1955 em Biloxi, Mississippi. Na época Elvis ainda não era o cantor mundialmente conhecido que viria a se tornar. De fato era apenas um cantorzinho country que se apresentava antes das grandes estrelas da noite. Após seu show Elvis gostava de circular no meio do público, para conhecer garotas e assistir aos grandes astros que viriam após ele. Foi assim que acabou conhecendo June. Após algumas trocas de olhares ela resolveu tomar a iniciativa de se aproximar, Elvis então a segurou pelo braço e disse: "Olá, onde você está indo?". Juanico relembra: "As garotas achavam Elvis lindo mas eu não o conhecia. Quando começamos a conversar a primeira coisa que eu quis saber foi qual era o seu nome verdadeiro. Eu achava que Elvis era seu nome artístico. Elvis ficou surpreso com minha pergunta e disse: 'Esse é o meu nome verdadeiro, eu me chamo Elvis Aaron Presley!'. Achei estranho pois nunca tinha ouvido falar de alguém chamado Elvis".

Elvis então a levou para passear pela feira (era uma exposição rural de gado em Biloxi) e os dois pareceram se entrosar muito bem juntos. Um fato chamou muito a atenção de Elvis segundo June. "Elvis ficou surpreso porque eu disse que meus pais eram divorciados! Ele nunca tinha conhecido uma garota de pais divorciados. Ele me disse que achava aquilo horrível pois quando se casasse com alguém queria que fosse para sempre, como tinha que ser!". Nesse primeiro encontro June tinha 17 anos e Elvis 20 mas ele não se preocupou muito com isso e a convidou para ir até Memphis onde morava. June aceitou e poucas semanas depois foi visitar Elvis na sua cidade. Conheceu seus pais, Gladys e Vernon, e se deu bem com eles. June recorda bem do clima familiar da família Presley: "Gladys era uma mulher de personalidade muito forte. Ela gostou de mim porque a ajudei nos afazeres domésticos. Mostrei que sabia cozinhar, lavar e cuidar da casa. Gladys me disse que eu era uma boa moça e que Elvis precisava de alguém que cuidasse dele". Com a bênção de Gladys o namoro seguiu em frente. Como era Elvis como namorado? "Elvis era muito atencioso e respeitoso. Eu era virgem e ele parecia disposto a respeitar minha condição. Jamais me levou a fazer nada que eu não quisesse".

O namoro entre Elvis e June seguiu sem maiores problemas até surgir duas pessoas na vida do cantor que atrapalharia seus planos ao lado do namorado. A primeira era o empresário de Elvis, o Coronel Parker. June relembra: "O Coronel Parker queria que Elvis se relacionasse com mulheres famosas, atrizes e dançarinas, para que assim saísse nos jornais e revistas. Eu era uma jovem comum, anônima. Sempre que Elvis ia para a estrada cumprir seus shows o Coronel arranjava para que ele se encontrasse com alguma starlet e fosse parar nas colunas sociais". Outro que acabou abalando o namoro entre June e Elvis foi o ator Nick Adams. "Nick Adams se tornou amigo de Elvis e muitas vezes agia como uma pessoa inconveniente. Se metia em seus assuntos particulares e vivia se auto convidando para ir jantar e passar o fim de semana na casa de Elvis! Eu não gostava daquilo. Depois começou a incentivar Elvis a se encontrar com a estrela de cinema Natalie Wood. O que eu poderia fazer a respeito? Nada!" concluiu June Juanico.

Conforme Elvis foi se tornando mais famoso os encontros entre eles foram ficando cada vez mais raros. Elvis sempre estava na estrada fazendo shows ou filmes. Gradualmente o romance foi se esvaziando até June entender que tudo havia acabado. June só voltaria a ver novamente seu ex-namorado na década de 60 em um cinema de Memphis. Elvis estava acompanhado de sua nova namorada, Priscilla, uma adolescente que ele havia conhecido na Alemanha quando estava servindo o exército. O encontro foi inesperado mas Elvis se portou bem, sendo educado e gentil com ela. Quando soube em 1977 que Elvis havia morrido por causa do consumo de drogas ela ficou perplexa e surpresa. "Nunca tinha visto Elvis tomar qualquer tipo de droga em todo o tempo que fui sua namorada! Não sei como isso pode ter acontecido".

Vinte anos depois da morte de Elvis ela então decidiu contar seu romance com o cantor no livro "Elvis in the Twilight of Memory". O livro foi definido por alguns como um "diário de classe de uma jovem no High School" (o equivalente ao nosso ensino médio). Embora tenha criado certa repercussão alguns especialistas em Elvis como Peter Guralnick acabaram elogiando a obra. No final das contas é mais um registro de alguém que viveu ao lado de Elvis logo no começo de sua carreira e presenciou eventos e fatos que ficaram registrados na memória. O texto tem vários clichês românticos mas serve como fonte de consulta e registro histórico, tendo sua importância, certamente. No lançamento do livro ela falou sobre Elvis concluindo: "Eu tive uma vida maravilhosa, dois filhos e netos. Amei meu marido mas nunca deixei de amar Elvis também. Nunca fui capaz de deixar de amar ele".

Pablo Aluísio.

Um comentário: