Esse filme me ganhou já nos primeiros momentos. Eu gosto muito de filmes assim, cujas histórias se passam nessas universidades centenárias na Inglaterra. Que lugares bonitos! Ali você sente mesmo a valorização da arte, da cultura, da educação e do aprendizado. E tem a tradição maravilhosa que se materializa nos prédios históricos, com aquela arquitetura antiga e clássica, todos belíssimos exemplos do mais fino bom gosto. Como tudo isso faz falta em países como o Brasil onde a boçalidade, a ignorância e a estupidez parecem ser sempre o Menu do dia a dia. Mas voltemos ao filme.
A história, baseada em fatos reais, conta a história de uma jovem. Ela é de família modesta, foi criada por uma mãe solo. A vida, como se poderia prever, é dura, conflituosa, com muita falta de recursos. Só que a jovem se esforça para melhorar na vida. Ela é estudiosa, aplicada, quer ir para a universidade dos seus sonhos. Com ótimas notas ela chega lá! Acaba recebendo uma bolsa de estudos da prestigiada universidade de Oxford. Ao chegar naquele lugar tudo parece maravilhosa. Ela se torna estudante de literatura inglesa (não tem coisa mais chic do que isso!). Só que como é uma bela jovem logo chega também as questões do coração. Um rapaz da mesma universidade tem bastante interesse nela, mas definitivamente não vai ser fácil chegar nela de uma maneira ou outra. A garota quer se aplicar nos estudos, não em namoros ocasionais!
Filme romântico muito bom, com maravilhosa direção de fotografia. Adorei tudo, do roteiro, do elenco jovem, dos belos cenários. Tudo de muito bom gosto e o mais especial de tudo, é um filme romântico que não faz pouco caso da inteligência do espectador. Pelo contrário. O respeita, acima de tudo. Com isso ganha muitos pontos a favor. Está mais do que recomendado!
Anatomia de uma Queda ★★★
Esse filme foi bem badalado em seu lançamento, chegando a fazer bonito no Oscar. A história é relativamente bem simples. Um homem cai da janela de sua casa. Uma janela alta, perigosa. Ao cair morrer imediatamente. A política é chamada e começam as investigações. O que começa como um inquérito sobre uma queda acidental logo muda de rumo. Uma jovem que esteve na casa minutos antes da queda relata uma certa tensão entre o homem que morreu e sua esposa. Era um casal em crise há muitos anos, principalmente depois que o filho deles sofreu um acidente e perdeu a visão. Além disso ela teria um passado de traição dentro do casamento. A esposa, para complicar ainda mais, teria traído o marido com outra mulher. Dinamite pura!
Então a esposa é indiciada como a assassina. Vai a julgamento. No tribunal do Júri o promotor público precisa provar que ela realmente empurrou o marido da janela. Ele caiu em cima de uma pequena estrutura de madeira, fazendo a queda ainda mais mortal. E assim se desenvolve o filme, se tornando logo um interessante drama de tribunal. O roteiro sabiamente manipula o espectador, que ora crê que ela é inocente, para logo depois desconfiar de suas reais intenções. Como eu já analisei, temos aqui um bom filme de tribunal. Não é para todo tipo de público, mas quem gosta de filmes jurídicos vai ser sem dúvida uma boa opção.
Divórcio dele, Divórcio dela ★★★
Não deixa de ser uma ironia termos a existência de um filme como esse. Explico. Elizabeth Taylor e Richard Burton casaram e se divorciaram tantas vezes em suas vidas que já até perdemos a conta. Então de divórcio eles entendiam bem. E o filme foi realizado quando eles já estavam maduros, coroas mesmo. Foi uma espécie de avaliação do que aconteceu com eles próprios ao longo da vida. A razão que leva um casamento à ruína é exposta sob o ponto de vista do marido e depois da esposa. Dando origem a duas partes bem distintas que se unem para formar um todo bem coerente. A mesma história, mas sob pontos de vista bem diferentes.
O filme foi produzido inicialmente para ser lançado nos cinemas, mas o corte final se revelou longo demais. Então os produtores fizeram um acordo com uma emissora de televisão da época e acabou exibindo o filme em duas partes separadas, uma após a outra, em dias distintos. Primeiro, o fim do casamento no olhar do marido, interpretado por Burton, depois a mesma crise sobre o olhar da esposa, na pele de uma ainda bonita Elizabeth Taylor. Eu gostei do resultado. Tem uma edição bem diferente, com idas e vindas entre passado e presente. Por isso o espectador precisa de atenção redobrado. Penso que algo assim funcionaria melhor no cinema, já que na TV costumamos perder a concentração. De qualquer forma está valendo. É um bom drama sobre relacionamentos perdidos, à beira da falência completa.
Pablo Aluísio.
Cinema Review - Edição XXVI
ResponderExcluirPablo Aluísio.