terça-feira, 20 de abril de 2021

Sob a Névoa da Guerra

Título no Brasil: Sob a Névoa da Guerra
Título Original: The Fog of War
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Classics
Direção: Errol Morris
Roteiro: Errol Morris
Elenco: Robert McNamara, John F. Kennedy, Fidel Castro, Lyndon B. Johnson, Nikita Khrushchev, Richard Nixon     

Sinopse:
O documentário histórico "The Fog of War: Eleven Lessons from the Life of Robert S. McNamara" é baseado na história do Secretário de Defesa dos Estados Unidos durante os anos de 1961 a 1968, durante as presidências de John F. Kennedy e Lyndon B. Johnson.  

Comentários:
Robert S. McNamara era considerado um gênio da raça quando assumiu o posto de Secretário de Defesa do governo JFK. Porém qual foi o seu verdadeiro legado? Esse documentário discute essa questão. Em meu ponto de vista não foi nada positivo. O fato histórico incontestável é que McNamara foi um dos responsáveis por afundar os Estados Unidos na guerra do Vietnã. Com o objetivo oficial de impedir que aquele país se tornasse comunista ele enviou milhares de jovens americanos para morrerem nas selvas úmidas e tropicais daquele país distante e que no fundo não tinha a menor importância para os Estados Unidos. Foi um erro histórico que levou os americanos para a pior derrota militar de sua história. Assim, embora esse filme tente, em alguns momentos elogiar McNamara, não o vejo de forma positiva, de maneira nenhuma. Se ele era tão gênio e inteligente como diziam na época por que cometeu um erro tão primário? O custo de sua falta de visão global custou caro para a América. Em minha opinião ele simplesmente foi um vilão da história e nada muito além disso.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de abril de 2021

As Estrelas Brilham na Cidade

Título no Brasil: As Estrelas Brilham na Cidade
Título Original: The Chaperone
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Fibonacci Films
Direção: Michael Engler
Roteiro: Julian Fellowes, Laura Moriarty
Elenco: Elizabeth McGovern, Haley Lu Richardson, Géza Röhrig, Victoria Hill, Campbell Scott, Blythe Danner

Sinopse:
Durante a década de 1920 a jovem adolescente Louise Brooks vai até Nova Iorque para estudar dança em uma das melhores escolas do país. Como é menor de idade, sua mãe pede para que a senhora Norma Carlisle (Elizabeth McGovern) a acompanhe. Na grande cidade Norma vai atrás de seu próprio passado.

Comentários:
Você conhece Louise Brooks? Já ouviu falar dela? Ela foi uma das atrizes mais populares da era do cinema mudo. Foi uma das grandes estrelas daquele período da história do cinema americano. Esse filme aqui conta os primeiros passos de sua carreira, quando ainda era bem jovem e foi estudar dança moderna em Nova Iorque. Ao seu lado foi também a madame Norma Carlisle pois Brookes era jovem demais para ir para Nova Iorque sozinha. Só que Norma também tinha muitos interesses em ir até lá. No passado ela foi órfã em uma das instituições católicas de Nova Iorque. Assim ela aproveita para tentar descobrir que eram os seus pais biológicos. E de quebra, mesmo sendo uma mulher casada, com um casamento de fachada, acaba encontrando um novo amor. Filme muito bom, calcado na história dessa diva do cinema mudo. O roteiro é especialmente indicado para quem adora saber mais sobre a história do cinema e também para quem é fã da série "Downton Abbey". A personagem interpetada pela atriz Elizabeth McGovern tem suas semelhanças com Lady Cora Crawley que ela interpretou na popular série inglesa.

Pablo Aluísio.

Amor a Toda Prova

Título no Brasil: Amor a Toda Prova
Título Original: Crazy, Stupid, Love
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Glenn Ficarra, John Requa
Roteiro: Dan Fogelman
Elenco: Steve Carell, Ryan Gosling, Julianne Moore, Emma Stone, Marisa Tomei, Analeigh Tipton

Sinopse:
A vida de um marido de meia-idade muda drasticamente quando sua esposa lhe pede o divórcio. Então ele parte para uma nova vida. A partir daí vai precisar aprender tudo de novo para conquistar as mulheres e para isso contará com a ajuda de um amigo, "especialista" nessa questão. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator (Ryan Gosling).

Comentários:
Quem poderia imaginar que uma parceria entre Steve Carell e Ryan Gosling iria funcionar? Pois deu muito certo, nesse filme que agrada pelas boas atuações e também pelo bom roteiro. A velha situação de homens mais velhos que precisam voltar para o "mercado", em busca de mulheres, após um divórcio desastroso. Praticamente todo mundo conhece uma história assim. Curiosamente quem surge mais engraçado em cena é justamente Ryan Gosling que interpreta o amigo mais jovem que vai dar dicas para seu amigo mais velho, aqui sendo vivido por Steve Carell, que fez a carreira interpretando homens sérios, envolvido em situações absurdas. O elenco coadjuvante, com destaque para a talentosa Emma Stone, também adiciona muito ao filme. Enfim, um exemplo de que se pode fazer boas comédias românticas com roteiros inteligentes.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de abril de 2021

Na Mira do Perigo

Título no Brasil: Na Mira do Perigo
Título Original: The Marksman
Ano de Produção: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Cutting Edge Group
Direção: Robert Lorenz
Roteiro: Chris Charles, Danny Kravitz
Elenco: Liam Neeson, Jacob Perez, Juan Pablo Raba, Teresa Ruiz, Katheryn Winnick, Jose Vasquez

Sinopse:
Um rancheiro americano todos os dias vê imigrantes ilegais tentando pular a cerca que separa os países dos Estados Unidos e México. O velho problema da imigração que já dura há anos. Só que naquela manhã algo sai completamente errado. Uma mãe e seu filho fogem de traficantes de um violento cartel de drogas. E o rancheiro decide proteger o menino, mesmo que isso lhe custe muito caro!

Comentários:
Depois do governo Trump e sua perseguição contra imigrantes, Hollywood resolve tratar a questão. O roteiro do filme obviamente foge de maiores questões sociais, mas coloca no mesmo barco um americano que ama a bandeira tentando salvar um menino, imigrante ilegal, cuja mãe foi morta por traficantes. Liam Neeson, que trabalha mais do que todo mundo na indústria cinematográfica americana, decidiu atuar nesse filme como uma resposta a Trump e sua política de imigração. O resultado foi um bom filme, embora não saia da rotina dos filmes de ação mais recentes do ator. Aliás aqui cabe uma observação interessante. Achei a história por demais parecida com o novo filme de Tom Hanks. Tire o contexto histórico do velho oeste de "Relatos do Mundo" para perceber que as histórias são extremamente semelhantes, ou seja, homem adulto ao lado de uma criança em busca de seus parentes após a morte de seus pais. E também há vilões tentando matar a dupla durante sua jornada. Quem é esse roteirista que andou repetindo o roteiro dos filmes alheios? Pois é, parece que andou levando à sério demais aquela famosa frase do Lavoisier...

Pablo Aluísio.

A Caixa

Título no Brasil: A Caixa
Título Original: The Box
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Richard Kelly
Roteiro: Richard Kelly, Richard Matheson
Elenco: Cameron Diaz, James Marsden, Frank Langella, James Rebhorn, Holmes Osborne, Gillian Jacobs

Sinopse:
Um casal  recebe uma estranha caixa em sua casa. Eles não sabem quem mandou aquilo. Em cima da caixa há um botão. Um homem se apresenta e lhes faz uma proposta. Caso apertem o botão receberão 1 milhão de dólares. Porém não é só isso. Caso apertem o botão uma pessoa morrerá. Eles vão sacrificar a vida desse ser humano apenas por dinheiro?

Comentários:
Filme esquisito, coloca esquisito nisso. No começo a premissa parece interessante. Um jogo onde o que está na berlinda é a ética daquele casal formado por pessoas comuns. Por 1 milhão de dólares eles apertariam um botão mesmo sabendo que isso iria significar a morte de uma pessoa? Ora, ora... para muitas pessoas isso não seria problema. Afinal vivemos em um mundo cruel. Porém para os protagonistas isso vira uma questão crucial. Pois bem, esse filme começa bem, com o que eu gosto de chamar de roteiro tese, onde um ponto de vista tenta ser provado. Porém a coisa sai dos trilhas. Depois de um tempo o roteiro viaja fartamente na maionese. Entram teorias da conspiração e até ETs para explicar tudo o que acontece. É dose pra leão. O espectador precisa ter uma cumplicidade fora do comum para embarcar no enredo proposto por esse roteiro. Mesmo que você goste de Sci-fi vai ser complicado engolir tanta maluquice. Assim me senti assistindo a um episódio de "Além da Imaginação" escrito por um roteirista internado em um hospício. Olha o tamanho do problema...

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de abril de 2021

Radioactive

O filme conta a história de um casal de cientistas no começo do século XX que começou a realizar uma série de pesquisas em metais raros de se encontrar na natureza. Eles descobriram que havia elementos instáveis em sua composição. Na verdade descobriram dois elementos desconhecidos pela ciência até então, o Rádio e o Polônio. Esses dois elementos irradiavam radiação, algo ainda novo para os cientistas. Eram radioativos, causavam grandes problemas de saúde em quem os manipulasse sem proteção.

Isso porém só seria descoberto algum tempo depois. Marie Curie (Rosamund Pike), por exemplo, pegava pedaços de Rádio com as mãos nuas. Seu marido Pierre Curie (Sam Riley) não demorou muito a ficar doente. Antes de morrer ele venceu o prêmio Nobel, embora os créditos das descobertas também eram em grande parte de sua esposa. As pesquisas seguiram em frente. As descobertas do casal deram origem ao surgimento da tecnologia nuclear. Foi uma revolução científica. Elementos nucleares poderiam ser usados tanto para o bem (como no tratamento de câncer) como para o mal (com a invenção da bomba atômica).

O filme é muito bem produzido e roteirizado, mostrando os principais momentos da vida dos cientistas. Também resgata a importância de Marie Curie que no fundo era a verdadeira mente pensante do casal. Outro aspecto muito positivo do roteiro é que ele não apenas mostra as primeiras pesquisas como também onde tudo aquilo iria parar. Assim o espectador também é levado no tempo, mostrando entre outros momentos o ataque nuclear americano sobre duas cidades japonesas durante a II Guerra Mundial, o uso da radioatividade em tratamentos médicos e também o desastre na usina nuclear de Chernobyl, considerado o pior da história. Excelente filme enfim, vale todas as recomendações, em especial para quem se interessa pela história da ciência.

Radioactive (Estados Unidos, França, Inglaterra, 2019) Direção: Marjane Satrapi / Roteiro:Jack Thorne, Lauren Redniss / Elenco: Rosamund Pike, Sam Riley, Yvette Feuer, Katherine Parkinson, Harriet Turnbull, Mirjam Novak / Sinopse: O filme conta a história do casal de cientistas Currie que no começo do século XX desenvolveram uma série de pesquisas com elementos instáveis, dando origem à tecnologia nuclear tal como conhecemos nos dias atuais. Filme premiado pela Women Film Critics Circle Awards.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de abril de 2021

O Retorno de Ben

Título no Brasil: O Retorno de Ben
Título Original: Ben Is Back
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Black Bear Pictures
Direção: Peter Hedges
Roteiro: Peter Hedges
Elenco:  Julia Roberts, Lucas Hedges, Courtney B. Vance, Kathryn Newton, Rachel Bay Jones, David Zaldivar

Sinopse:
Após ficar meses internado em uma clínica de recuperação de drogados, o jovem Ben retorna para a casa de sua mãe. É um retorno complicado. Antes de ser internado Ben se envolveu em todos os tipos de problemas, chegando inclusive a traficar drogas para sustentar seu vício. E a tensão só aumenta quando antigos conhecidos de seu passado voltam para assustar e ameaçar seus familiares.

Comentários:
Filme muito bom, drama estrelado por Julia Roberts que toca em assunto importante. A questão da dependência química é muito mais ampla. Ela não atinge apenas a vida do viciado, mas também de todos os seus familiares, não raro colocando em risco a vida de todos. Com a droga vem também o traficante e as dívidas não pagas. E quem não paga a traficante, já sabe, corre grande risco de ser morto. A atriz Julia Roberts interpreta a mãe do Ben, o jovem que procura escapar de seu passado. O filme assim explora a dor das mães que precisam lidar com os problemas, inúmeros deles, que envolvem filhos que são viciados em drogas. Não raro eles entram na criminalidade para manter o vício, para pagar dívidas. E uma vez no mundo do crime é complicado escapar desse meio. Embora o protagonista queira deixar a sarjeta que sua vida virou no passado, ela sempre volta para assombrá-lo. E há também a eterna tentação, que faz com que ele lute dia a dia para não ter uma recaída. Fazia tempo que não assistia filmes com Julia Roberts. Ela havia dado mesmo um tempo na carreira. Aqui, nesse seu retorno, acertou na escolha de um bom roteiro. Enfim, um drama de que gostei bastante.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Menina de Ouro

Um ano após Charlize Theron ganhar seu Oscar de melhor atriz por "Monster" chegou a vez de Hilary Swank levantar a estatueta por esse drama "Menina de Ouro". Certamente estamos aqui na presença de um dos mais controvertidos filmes de Clint Eastwood. A trama em si e seu desenrolar não foge muito do que estamos acostumados a ver em filmes sobre boxe. A diferença central surge na conclusão do filme que deixou muitas pessoas aborrecidas pelo clímax nada feliz. Certamente "Menina de Ouro" não é uma produção de fácil digestão. Há muito que Clint Eastwood abandonou as soluções fáceis e os epílogos rotineiros. Aqui ele ousou contar uma estória nada edificante, daquelas que os espectadores saem do cinema com a alma lavada. Na verdade o público levou mesmo foi um choque de realidade cruel no desfecho do enredo. A trama para quem ainda não conhece é a seguinte: Frankie Dunn (Clint Eastwood) é um treinador veterano que aceita treinar a jovem Maggie Fitzgerald (Hilary Swank). Ela está disposta a tudo para se tornar uma lutadora de boxe profissional. Frankie, após muita insistência por parte da atleta, resolve acreditar em seu potencial. Ao lado do treinamento também acaba surgindo uma bela amizade entre ambos. Há muito que o velho treinador não vê sua filha. Extremamente fechado no modo de ser, é complicado para ele manter um bom relacionamento com sua própria filha. Assim sua aproximação com Maggie acaba criando um reflexo do tipo de envolvimento que gostaria de ter com sua distante família.

O elenco de apoio é excelente. Morgan Freeman está em cena, com toda aquela dignidade que lhe é peculiar. Hilary Swank também está muito bem mas sua atuação seria mesmo digna de um Oscar? Há uma velha máxima dentro da Academia que diz que todo ator que interprete qualquer personagem com problemas físicos ou mentais tem grande chance na disputa pelo Oscar. Não entrarei em maiores detalhes sobre o destino da personagem de Hilary Swank para não estragar o final de quem ainda não assistiu "Menina de Ouro", mas fica claro que seu papel caiu como uma luva nessa definição. Hilary Swank defende seu trabalho com unhas e dentes mas devo confessar que naquele ano minha favorita era mesmo Catalina Sandino Moreno por "Maria Cheia de Graça", um filme socialmente muito relevante, tocando em um assunto importante. Infelizmente a premiação do Oscar tem muita política envolvida e dessa forma uma atriz latina jamais tiraria o Oscar de Hilary, ainda mais porque "Menina de Ouro" acabou vencendo todos os prêmios importantes da Academia naquele ano. Em suma, temos aqui um filme corajoso realmente, com temática instigante e final surpreendente. Provavelmente muita gente vá torcer o nariz para a ética (ou falta dela) na conclusão do filme mas mesmo assim essa obra é um ótimo representante daquele tipo de produção que nos mostra que nem todos os finais são felizes.

Menina de Ouro  (Million Dollar Baby, Estados Unidos, 2004) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Paul Haggis / Elenco: Clint Eastwood, Hilary Swank, Morgan Freeman, Jay Baruchel, Mike Colter, Lucia Rijker / Sinopse: Jovem garota é aceita por veterano treinador de boxe. Seu sonho é se tornar uma lutadora profissional do esporte. Seu caminho até lá porém não será feito de flores. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Filme, Direção, Melhor Atriz (Hilary Swank) e Ator Coadjuvante (Morgan Freeman).

Pablo Aluísio.