segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Green Card

Título no Brasil: Green Card - Passaporte para o Amor
Título Original: Green Card
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Peter Weir
Roteiro: Peter Weir
Elenco: Gérard Depardieu, Andie MacDowell, Bebe Neuwirth, Gregg Edelman, Robert Prosky, Jessie Keosian

Sinopse:
Georges (Gérard Depardieu) é um imigrante francês que decide ficar nos Estados Unidos após seu visto perder a validade. Com isso logo fica ilegal naquele país. Sua saída seria conseguir o Green Card, mas para isso ele teria de se casar com uma americana. E ele realmente embarca em um casamento de fachada com Brontë (Andie MacDowell), para logo depois se descobrir apaixonado verdadeiramente por ela. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro original (Peter Weir).

Comentários:
Gérard Depardieu foi para os Estados Unidos e aí não teve jeito. Ele teve que dançar conforme a música tocada pelo cinemão americano mais comercial. Nada de filmes de arte, cult-movies, grandes pretensões artísticas, nada mais disso. Quando se entra para a indústria de cinema do Tio Sam o mais importante passa a ser fazer bilheteria, nada muito além disso. E esse filme é mais do que comercial. Não deixa de ser irônico o fato de que Gérard Depardieu caiu direto nos braços da Touchstone Pictures, companhia cinematográfica que pertencia ao grupo Disney. Era o selo do ratinho mais famoso do mundo que produzia filmes para toda a família. Os filmes da Touchstone criaram, de certa forma, o selo "family friendly" dentro da indústria de entretenimento, então nada de muito polêmico, nem forte e nem dramático demais poderia entrar nessa linha de filmes. Assim esse "Green Card" não passa de água com açúcar. E a presença da atriz Andie MacDowell ajudou a suavizar ainda mais o tom. Enfim, para quem sempre estava acostumado a ir para uma outra direção em sua carreira, esse "Green Card" foi mesmo uma mudança e tanto de rumos para Gérard Depardieu.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de agosto de 2020

Domino

Título no Brasil: Domino
Título Original: Domino
Ano de Produção: 2019
País: Dinamarca, França
Estúdio: Backup Media, Saban Films
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Petter Skavlan
Elenco: Nikolaj Coster-Waldau, Guy Pearce, Søren Malling, Paprika Steen, Emrin Dalgic, Eriq Ebouaney

Sinopse:
Após a morte do parceiro, um policial da força de investigação da polícia da Dinamarca, decide descobrir o crime por conta própria. Ela vai até a Espanha para encontrar e prender o assassino e uma vez lá descobre que o criminoso tem envolvimento com o Estado Islâmico e o terrorismo internacional.

Comentários:
É muito decepcionante quando você assiste a um novo filme de um diretor que sempre gostou e esse se revela de péssima qualidade. É o caso desse thriller policial europeu chamado "Domino". O diretor Brian De Palma, de tantos filmes excelentes, parece que caiu em um abismo de filmes ruins. Esse é dos piores. Complicado entender como um cineasta como esse, que no passado chegou a ser comparado com Alfred Hitchcock, conseguiu cair tanto. Esse filme não é apenas ruim, mas cansativo e mal feito. Há cortes abruptos, revelando desleixo na edição final, A história é mal contada, cheio de buracos narrativos. Além de cenas que deveriam explorar suspense e tensão, mas que no final só são risíveis. Parece que depois de sucessivos fracassos comerciais no cinema americano, Brian De Palma só consegue espaço agora no cinema europeu, em pequenas companhias cinematográficas, que não estão interessadas em qualidade. Uma grande pena encontrar um mestre do cinema em situação tão ruim e delicada. Espero que ele um dia dê uma volta por cima na carreira, que hoje em dia está decisivamente em declínio completo.

Pablo Aluísio.

Querelle

Título no Brasil: Querelle
Título Original: Querelle
Ano de Produção: 1982
País: Alemanha, França
Estúdio: Planet Film, Albatros Pictures
Direção: Rainer Werner Fassbinder
Roteiro: Rainer Werner Fassbinder
Elenco: Brad Davis, Franco Nero, Jeanne Moreau, Laurent Malet, Günther Kaufmann, Burkhard Driest

Sinopse:
Querelle (Brad Davis) é um marinheiro belga que durante uma viagem acaba se envolvendo com pessoas do submundo em portos europeus. Traficantes de drogas, assassinos, fugitivos da justiça, todos os tipos marginalizados acabam esbarrando com ele em sua jornada. Filme premiado no Venice Film Festival.

Comentários:
Esse é um filme muito interessante. Produzido na década de 1980, é uma adaptação do romance escrito por Jean Genet. O diretor Rainer Werner Fassbinder fez um filme bem diferente do convencional, a começar de seu protagonista, um marinheiro que dentro de um ambiente de marginalidade acaba se tornando também ele um marginal. O filme tem uma fotografia saturada, para realçar bem esse ambiente em que ele passa a viver, ou a visitar, porque em cada porto ele encontra algo diferente. E em busca de novas experiências sexuais vale tudo, inclusive o amor de outros homens. O ator Brad Davis havia sido revelado ao grande público por causa do excelente "O Expresso da Meia-Noite", ótimo drama dirigido pelo cineasta Alan Parker (recentemente falecido). Considerado um belo galã, muito promissor, inclusive dentro do cinema americano, ele viu sua carreira acabar cedo porque contraiu AIDS em uma época em que essa doença era uma sentença de morte. Segundo algumas informações na época de sua morte ele, em sua vida privada, era homossexual, embora sua esposa tenha defendido que essa informação não condizia com a verdade. De qualquer maneira esse filme acabou se tornando um belo retrato de seu talento, mesmo ainda bem jovem. PS: E pensar que pouco após a morte do Brad Davis outro galã de nome Brad iria começar uma das mais populares carreiras de Hollywood. Sim, estou me referindo ao Brad Pitt. São ironias do destino.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de agosto de 2020

Doce Virginia

Um casamento ruim pode gerar inúmeros problemas. Veja o caso desse filme. Uma esposa insatisfeita, que já não aguenta mais a indiferença e a violência de seu marido, decide que chegou a hora de contratar um assassino profissional para executá-lo. Um sujeito chamado Elwood (Christopher Abbott) aceita 50 mil dólares pelo "serviço". E ele realmente não perde tempo. Mata não apenas o marido dela, como também dois outros homens que estava ao seu lado em um restaurante. Serviço feito, é hora de receber o pagamento. Só que a ex-esposa descobre que o falecido marido não lhe deixou nada, a não ser dívidas e mais dívidas. E agora, como ela vai pagar o assassino?

O criminoso fica esperando seu dinheiro e decide se hospedar em uma pequeno hotel da região, um daqueles estabelecimentos de beira de estrada, bem comuns nos Estados Unidos. O lugar se chama "Doce Virginia". Esse é gerenciado por Sam Rossi (Jon Bernthal). No passado ele foi campeão de rodeios, mas depois de levar muitas quedas e ter um rouro caindo por cima dele, sua carreira acabou. Agora ele vive dentro do possível, gerenciando aquele hotel, colocando caras violentos para fora, de vez em quando salvando alguma prostituta em apuros que dá o azar de pegar um cliente violento e abusivo. No começo sua aproximação com o novo hóspede Elwood é bem amigável, mas isso seguramente vai durar pouco. Afinal ele é um criminoso, um assassino profissional e não vai tardar para que tudo acabe em uma explosão de violência. Bom filme, gostei. Inicialmente todos os personagens são bem desenvolvidos, para só depois haver uma conexão entre todos eles. Boa direção, elenco afinado, em um thriller que não decepciona.

Doce Virginia (Sweet Virginia, Canadá, 2017) Direção: Jamie M. Dagg / Roteiro: Paul China, Benjamin China / Elenco: Jon Bernthal, Christopher Abbott, Imogen Poots / Sinopse: Sam Rossi (Jon Bernthal), gerente de um hotel de beira de estrada chamado "Doce Vírginia" não sabe, mas seu novo hóspede é na realidade um assassino profissional que está na cidade para receber o dinheiro de um crime que cometeu. E essa aproximação, inicialmente amigável, pode se tornar bem violenta e explosiva.

Pablo Aluísio.

Henry & June

Título no Brasil: Henry & June
Título Original: Henry & June
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Philip Kaufman
Roteiro: Philip Kaufman
Elenco: Fred Ward, Uma Thurman, Kevin Spacey, Maria de Medeiros, Richard E. Grant, Juan Luis Buñuel

Sinopse:
Baseado no livro escrito por Anaïs Nin, o filme "Henry & June" conta a história do romance e erotismo vivido pela autora com o escritor Henry Miller e sua esposa June. Em plena década de 1930 eles decidiram ampliar seus horizontes eróticos e sexuais. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de fotografia (Philippe Rousselot). 

Comentários:
Esse filme conta uma história real de um triângulo amoroso que aconteceu em Paris, durante o ano de 1931. Os envolvidos eram escritores e poetisas, que decidiram romper com o moralismo e o pensamento conservador que existia na época. Nada de relacionamentos tradicionais, com casais chatos que procuravam seguir uma determinada cartilha de comportamento. Como intelectuais que eram, eles perceberam que tudo aquilo não passava de meras convenções sociais e como tais deveriam ser rompidas, sem culpas e nem pecados. O cineasta Philip Kaufman sempre foi conhecido por assinar obras cinematográficas mais autorais e também mais intelectualizadas. Aqui ele quis levar para a tela um evento envolvendo artistas que sempre admirou em sua vida. O resultado ficou muito bom, bem produzido, com um elenco acima da média. Na época se falou muito do fato do filme, que tinha tanto potencial nesse sentido, ter ficado de fora das principais categorias do Oscar. Parece que isso de deu pelo teor erótico de seu roteiro, considerado acentuado demais pela Academia. Um falso moralismo de seus membros. Uma pena. Assim se escreveu mais um capítulo na longa lista de injustiças do Oscar. Como cinema "Henry & June" é um primor.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

À Espera dos Bárbaros

Gostei desse filme. É uma bem elaborada crítica contra o sistema colonial. O cenário é um forte localizado bem no meio do deserto, na fronteira mais externa do império. Bom, antes de mais nada cabe uma informação. O filme erra ao não informar a época, nem a nacionalidade do exército invasor. De qualquer forma, temos a figura do colonizador. É um símbolo. E tudo corre relativamente bem. O comandante do forte é um homem sensato, já velho, calejado pela experiência. Identificado apenas como "o magistrado" ele trata bem todos os povos daquela região. Interpretado pelo ator veterano Mark Rylance, ele é o verdadeiro protagonista do filme.

Tudo muda com a chegada de um novo coronel chamado Joll (Johnny Depp). O sujeito é arrogante, perverso e com ar de superioridade. A pura boçalidade de um colonizador que acredita que todos os nativos são seres inferiores a ele. O militar acredita numa suposta superioridade racial e cultural sobre todos e as coloca em cima da mesa. Também é obcecado, acreditando que está para se formar uma grande rebelião contra o forte. Tudo pura ilusão de sua cabeça. Ele então começa sistematicamente uma série de torturas e barbaridades cometidas contra os locais. Mata pessoas idosas, cega mulheres jovens, agride e humilha os homens, tudo em suas sessões de tortura sem fim. Pura insanidade. Um jovem oficial, igualmente psicopata, interpretado pelo ator Robert Pattinson, faz todo o serviço sujo. Enquanto tortura, ri de forma sádica.

Assim o filme desfila a tragédia de se tornar membro de um grupamento militar nas mãos de um completo imbecil. Depp, que pelo visto em seus últimos filmes, está se especializando em interpretar vilões, está muito bem em seu papel. Porém quem merece aplausos de fato é o veterano Mark Rylance como o sensato magistrado. Em uma época em que isso era solenemente ignorado por forças de ocupação, ele defende os direitos humanos das populações locais. A fina ironia do roteiro é que os invasores chamam os nativos de "bárbaros", porém a verdadeira barbaridade é cometida pelos colonizadores, mostrando a verdade face dessa moeda histórica que até os dias de hoje ainda incomoda.

À Espera dos Bárbaros (Waiting for the Barbarians, Estados Unidos, Itália, 2019) Direção: Ciro Guerra / Roteiro: J.M. Coetzee / Elenco: Mark Rylance, Johnny Depp, Robert Pattinson / Sinopse: Um oficial de um país colonizador começa a cometer barbaridades e torturas contra as populações locais de uma região distante e inóspita do império, causando revolta e indignação por onde passa.

Pablo Aluísio.

Piratas do Caribe: O Baú da Morte

Título no Brasil: Piratas do Caribe - O Baú da Morte
Título Original: Pirates of the Caribbean - Dead Man's Chest
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio
Elenco: Johnny Depp, Orlando Bloom, Keira Knightley, Bill Nighy, Jonathan Pryce, Jack Davenport

Sinopse:
Jack Sparrow (Johnny Depp) precisa recuperar o coração de Davy Jones para evitar escravizar sua alma. E isso não vai ser fácil já que outros estão na mesma busca, cada um com seu próprio interesse pessoal. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhores efeitos especiais (John Knoll, Hal T. Hickel e equipe). Também indicado nas categorias de melhor mixagem de som e melhor edição de som.

Comentários:
Aqui vai uma pequena confissão que tenho em relação a esses filmes. Eu vi todos, alguns inclusive no cinema, mas na maioria das vezes, puxando apenas pela memória, nao consigo mais diferenciar uns dos outros. Isso em meu ponto de vista significa duas coisas. Primeiro que os filmes são muito parecidos entre si, sem maiores inovações. Segundo, que nunca chegaram a me marcar de nenhuma maneira. São filmes altamente comerciais, o Depp ficou muitas vezes milionário, é uma franquia cinematográfica bilionária... porém, não faria muita diferença se não existissem. Pelo menos no meu caso particular. Se vale por alguma coisa, em termos de cinema, poderia dizer que pelo menos resgataram um velho filão que andava morto e enterrado, a dos filmes de piratas, das aventuras dos sete mares, mesmo que bastante modificados, usando e abusando de efeitos especiais de última geração. De qualquer forma a Disney, produtora do filme, pouco se importou com todos esses detalhes. Essa produção de 200 milhões de dólares faturou mais de 1 bilhão de dólares nas bilheterias. Esse sim é um grande baú, só que de dinheiro!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Amor e Inocência

Título no Brasil: Amor e Inocência
Título Original: Becoming Jane
Ano de Produção: 2007
País: Inglaterra
Estúdio: HanWay Films,
Direção: Julian Jarrold
Roteiro: Kevin Hood
Elenco: Anne Hathaway, James McAvoy, Julie Walters, James Cromwell, Maggie Smith, Anna Maxwell Martin

Sinopse:
O filme conta a história da juventuda da escritora de romances Jane Austen (Anne Hathaway). Filha de um pregador de modestas posses, ela passa a ser pressionada a se casar com um jovem herdeiro de grande fortuna. Só que seu coração pertence a um advogado de Londres chamado Tom Lefroy (James McAvoy). Roteiro baseado nas cartas pessoais de Austen.

Comentários:
Sempre apreciei muito a obra da escritora Jane Austen. No cinema seus livros deram origem a pelo menos cinco grandes filmes e inúmeras adaptações ao longo de todos esses anos. Esse belo filme aqui parte de um outro ponto de vista. Ao invés de adaptar os famosos livros românticos da escritora, agora a sua própria vida serve de material. Ao longo de sua vida ela também escreveu inúmeras cartas que anos depois de sua morte foram compiladas por historiadores e estudiosos de literatura na Inglaterra. E foi justamente essas cartas que deram origem ao roteiro do filme. Por essa razão não há como contestar os fatos históricos narrados nessa película. Tudo corresponde a uma verdade histórica ou pelo menos à interpretação dos fatos partindo da própria mente de Jane Austen. Assim ela viu os acontecimentos de sua vida. Essas eram as suas impressões pessoais das pessoas que viveram ao seu lado. E esse foi sentimento de amor em relação ao homem que poderia ter se tornado seu marido. E o mais curioso de tudo é que ao final do filme, que é excelente, repito, chegamos na conclusão de que sua vida real foi igualzinha aos seus próprios livros de romance. A mais pura expressão da arte imitando a vida ou da vida imitando a arte. Com Jane Austen não havia muita separação entre essas duas realidades.

Pablo Aluísio.