terça-feira, 19 de novembro de 2019

Rajadas de Ódio

Muitas vezes a paz é simplesmente impossível. Isso é o que tenta mostrar o excelente western "Rajadas de Ódio". Na trama somos apresentados a Johnny MacKay (Alan Ladd) que é enviado pelo presidente Grant para uma região remota do Oeste com o objetivo de pacificar o local. Para isso ele deve usar de todos os meios diplomáticos possíveis, inclusive procurando pessoalmente o chefe rebelde conhecido como "Capitão Jack" (Charles Bronson). Os problemas começam logo na viagem aonde sua diligência é atacada e uma das passageiras, uma senhora inocente, é morta covardemente por um dos homens de Jack.

A partir daí as coisas parecem ir de mal a pior. Embora com toda a boa vontade do mundo Johnny enfrentará muitas dificuldades em alcançar a paz simplesmente porque esse não é o desejo do Capitão Jack e seu bando de Apaches selvagens. Quando uma das partes não aceita e nem quer a paz ela se torna simplesmente impossível. Uma das coisas mais corajosas de "Rajadas de Ódio" é o fato de seu roteiro ser extremamente bem intencionado, pacifista, muito ideológico, algo que realmente chama a atenção em um faroeste da década de 1950.

O elenco é liderado pelo sempre correto Alan Ladd. Seu personagem, um delegado de paz, vem bem a calhar aos tipos que Ladd geralmente interpretava em seus filmes. Ele sempre aparecia em cena como o bom Cowboy, de boa índole e coração de ouro mas que na necessidade também sabia usar de suas armas para impor novamente a ordem no local. Esse tipo de personagem faz parte da mitologia do velho oeste em vários filmes, livros e histórias e Alan Ladd encarnava com perfeição esse tipo de "cavalheiro de esporas".

O filme foi dirigido pelo competente Delmer Daves, um diretor que sempre gostei. Fino e elegante fez vários faroestes para os estúdios Warner, todos com muita competência. Pouco tempo depois da realização desse "Rajadas de Ódio" encontraria em Glenn Ford uma grande parceria em westerns de sucesso. Em conclusão indico esse bem intencionado faroeste para os apreciadores de bons roteiros, principalmente os que trazem em seu conteúdo uma mensagem subliminar positiva e edificante. Nesse aspecto a mensagem de "Rajadas de Ódio" tocará fundo nos pacifistas por convicção.


Rajadas de Ódio (Drum Beat, Estados Unidos, 1954) Direção: Delmer Daves / Roteiro: Delmer Daves / Elenco: Alan Ladd, Charles Bronson, Audrey Dalton, Marisa Pavan / Sinopse: Na trama somos apresentados a Johnny MacKay (Alan Ladd) que é enviado pelo presidente Grant para uma região remota do Oeste com o objetivo de pacificar o local. Para isso ele deve usar de todos os meios diplomáticos possíveis, inclusive procurando pessoalmente o chefe rebelde conhecido como "Capitão Jack" (Charles Bronson).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Shameless - Nona Temporada

Passo a publicar nessa postagem os reviews da nona temporada de Shameless. Gosto muito dessa série, tanto que venho acompanhando com regularidade há anos. Apesar do escracho geral considero tudo bem roteirizado, produzido e o mais importante, com um humor (por vezes, negro) que faz rir com um pouco de culpa por trás. Enfim, "Shameless" venceu bem o teste do tempo. É uma das minhas séries preferidas até hoje. Segue abaixo as resenhas e resumos de cada episódio.

Shameless 9.02 - Mo White!
Mo White é o velho político que Frank quer ressuscitar. Aposentado, ele representou, pelo menos para Frank e seus amigos de bar, os velhos valores que foram deixados para trás. Os dois candidatos de Chicago são nada representativos para Frank. Uma é uma mulher negra. O outro é um latino. Onde está a representação do americano branco? Para Frank a solução é ir no passado e tirar o velho Mo da aposentadoria, mas claro, com Frank também levando o seu, óbvio! E o resto da meninada? Fiona tenta emplacar uma carreira de sucesso no ramo imobiliário. Lip tem receios de ser padrinho de um novo cara no AA. Carl, que precisa fazer trabalho voluntário, vai parar numa espelunca que sacrifica animais! E finalmente a ruivinha Debbie tenta levantar a bandeira da igualdade salarial no machista ramo da construção civil. Ou seja, tudo no caos rotineiro e peculiar da família Gallagher! Salvem-se quem puder! / Shameless 9.02 - Mo White! (Estados Unidos, 2018) Direção: Erin Feeley / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.

Shameless 9.03 - Weirdo Gallagher Vortex
Esse episódio tira várias ondas com os conservadores de direita dos Estados Unidos. Tem um sujeito candidato conservador ao parlamento, mas que esconde um problemão em seu passado: ele se envolveu com uma garota de 15 anos de idade e chegou a ser preso. Um hipócrita de direita, algo até bem comum, mas enfim. Só que Frank está mais interessado com o dinheiro arrecadado na campanha, que ele obviamente usa para pagar suas velhas contas de bar. Ian Gallagher quer encontrar Deus, por isso ele vai em várias religioões procurando por uma resposta, mas tudo em vão. Por fim Fiona compra um terreno para investir, só que ela pode estar entrando numa fria. Detalhe importante: o próximo episódio é o de número 100 da série! Caramba! / Shameless 9.03 - Weirdo Gallagher Vortex (Estados Unidos, 2018) Direção: Kat Coiro / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.

Shameless 9.04 - Do Right, Vote White!  
Mo White é um velho político corrupto, com sintomas de ser um pedófilo, além de ser racista e safado. Claro que Frank Gallagher vai fazer sua campanha. Tudo por dinheiro. E ele coloca uns criminosos velhos, todos racistas, para intimidar quem chegar para votar. Um absurdo! E a turma do "Jesus Gay" parte para a porrada, só vendo a loucura. Mas esse episódio não é epanas sobre campanhas eleitorais. Carl Gallagher recebe o desafio de um duelo, com outro jovem que queria ir para West Point. Ian Gallagher tem que correr de um grupo de homofóbicos, irados com sua campanha do "Jesus Gay". Debbie Gallagher começa um relacionamento gay, mas as coisas não parecem dar certo e Lip descobre, do pior jeito, que não dá para se meter na vida de uma mãe e sua filhia, mesmo que ela seja viciada em drogas e prostituta. / Shameless 9.04 - Do Right, Vote White! (Estados Unidos, 2018) Direção: Mark Mylod / Roteiro: John Wells / Elenco:  William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White. 

Shameless 9.05 - Black-Haired Ginger
Frank Gallagher vai parar no hospital por problemas hepáticos, afinal está sempre enchendo a cara. Lá receitam para ele um medicamento genérico que lhe causa impotência! E o Frank fica pra lá de bolado com essa situação! Muito divertido. Lip Gallagher quase tem uma recaída quando entra em um pequeno mercadinho e vê brilhantes garrafas de vodka expostas à venda. Para segurar a vontade de beber ele compra um grande pacote de cigarros! Carl Gallagher se mete em confusão ao se envolver com a filha de um veterano, diretor de West Point. A garota é uma vadia que transa com qualquer um que lhe aparece pela frente. Ian Gallagher vai a julgamento por ter queimado uma van. Ele tem duas saídas, ou assume tudo e corre o risco de ficar 10 anos na prisão ou então alega que tem problemas de insanidade e se safa. Só que essa segunda opção iria também significar o fim do movimento Jesus Gay! / Shameless 9.05 - Black-Haired Ginger(Estados Unidos, 2018) Direção: William H. Macy / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White. 

Shameless 9.06 - Face It, You're Gorgeous  
Esse episódio tem a participação especial da atriz Courteney Cox da série "Friends". Ela interpreta uma - ora vejam só! - atriz de séries e comerciais de TV que tem muitos problemas com bebidas. Caberá ao Lip impedir que ela corra até o bar mais próximo para encher a cara. Já Ian vai finalmente para a prisão cumprir sua pena. Um momento complicado para ele. Será que o ator vai se afastar da série? Por fim a Fiona, pobre Fiona, descobre que seu namorado na verdade é um homem casado, com um filho pequeno. Ela segue o GPS do seu celular e descobre tudo. Claro, fica arrasada e bate com o carro por causa da grande decepção. Foi confiar em homem casado e galinha, deu nisso! / Shameless 9.06 - Face It, You're Gorgeous (Estados Unidos, 2018) Direção: Allison Liddi-Brown / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White, Courteney Cox.

Shameless 9.07 - Down Like the Titanic
Afundando feito o Titanic. Assim pode ser resumida a vida de Fiona depois que ela descobriu que o cara que namorava era casado e tinha filhos. Ela perdeu o controle, bateu o carro, se machucou e ficou numa fossa profunda. Só que como tudo na vida, o ruim nunca vem desacompanhado. Ela ainda perde o prédio de pequenos apartamentos que havia feito uma hipoteca. A coisa só vai de mal a pior. E Frank? Esse não tem jeito, acaba se envolvendo com uma psicoterapeuta com problemas mentais. Durante o dia tudo bem, mas quando a noite vai chegando ela fica uma vontade danada de esfaquear quem estiver por perto! E o Frank foi avisado sobre isso pelo ex-marido dela. Agora o risco é todo seu! / Shameless 9.07 - Down Like the Titanic (Estados Unidos, 2018) Direção: Silver Tree./ Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White. 

Shameless 9.08 - The Apple Doesn't Fall Far from the Alibi
Frank é um lixo, todos sabem disso. Então quando ele é envolvido numa doação de sêmen para sua namorada louca, não resta outra saída do que pedir que seu filho mais jovem se masturbe, para que ele possa enganar todo mundo. Já Fiona fica completamente perdida. Ela perde o prédio de apartamentos que tencionava transformar em seu sonho de sucesso pessoal. De volta à casa com seus irmãos só lhe resta beber para esconder o grande fracasso de seus planos para o futuro. E tudo segue caótico em sua casa paterna. A conta de luz é cortada por falta de pagamento, os irmãos são todos desorganizados, e Frank, bom, Frank continua desmaiado pelo chão da casa, em algum quarto ou no meio do corredor mesmo. / Shameless 9.08 - The Apple Doesn't Fall Far from the Alibi (Estados Unidos, 2019) Direção: Zetna Fuentes / Roteiro:  John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White. 

Shameless 9.09 - BOOOOOOOOOOOONE!
Nesse episódio os roteiristas aproveitaram para tirar uma onda contra os imigrantes latinos que vão para os Estados Unidos de forma ilegal. Episódio recomendado para brasileiro com complexo de vira-latas. E quem é esse tal de Boone? Ele foi namorado da loirinha que o Lip está namorando. O cara é do exército, meio metido, totalmente babaca. E a Fiona não supera suas perdas. Ela rouba as ferramentas do ex-namorado (que era casado) e joga todas elas nas janelas de sua casa, quebrando tudo, no meior barraco que se possa imaginar. Afinal ela é uma verdadeira Gallagher! Shameless 9.09 - BOOOOOOOOOOOONE! (Estados Unidos, 2019) Direção: Loren S. Yaconelli / Roteiro: Philip Buiser / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen.  

Shameless 9.10 - Los Diablos!
Uma marca de bebida barata resolve fazer uma espécie de concurso para escolher "o pobre" perfeito para ser o símbolo da marca. Claro que Frank entra na jogada. Logo agora que sua nova mulher está grávida de seis de uma vez só! Uma grande enrascada. E as confusões da família continuam. Fiona é demitida da lanchonete onde trabalhava. Ela há tempos vinha dando vexame, confrontando os demais empregados, constrangendo os clientes. Então se descobre que ela bebeu demais e fechou o estabelecimento à noite, sendo aquele um lugar 24 horas. Acaba no olho da rua. E pensa que esse é a única confusão que ela se mete? Que nada, ela também arranjar uma briga com uma nova vizinha do bairro, acusada de ter sido racista com seu irmão adotado. Acaba o episódio sendo levada para a cadeia. Não está fácil para ninguém mesmo! / Shameless 9.10 - Los Diablos! (Estados Unidos, 2019) Direção: Iain B. MacDonald / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White. 

Shameless 9.11 - The Hobo Games
Frankie quer porque quer ganhar aquela competição para escolher o maior vagabundo, o melhor pobretão de Chicago. E ele é um forte candidato, só que na última hora, na competição do trem em movimento, em que o vagabundo tem que pular em um vagão aberto, ele perde o equilibrio e cai. Fim dos sonhos de Frankie. Fim também da paternidade de seus seis novos filhos. Ele aceita 10 mil dólares do ex-marido de sua mulher e cai fora. Nada diferente do que era esperado para Frankie. Já Lip e Fiona entram em guerra. Ela dá bebida para um dos caras que Lip ajuda no AA. A coisa toda pega muito mal. A discussão se torna feia e Lip diz que Fiona deve deixar a casa; Mas como? Ela está desempregada, sem grana, sem nada. O baixo astral é geral. / Shameless 9.11 - The Hobo Games (Estados Unidos, 2019) Direção: Iain B. MacDonald / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White. 

Shameless 9.12 - You'll Know the Bottom When You Hit It
Fione vive seu inferno astral. Ela não está apenas desempregada, como também perdida na vida, bebendo muito. Acaba se "associando" com Frankie para vender produtos de necessidade em uma Chicago que sofre um blackout. Esse episódio tem um clima de total falta de esperança para ela, até a cena final quando finalmente decide ir para o AA pela primeira vez. Ela amanhece ao lado de Frankie, numa tremenda ressaca, cheirando a bebida e percebe que chegou a hora de dar a volta por cima. Afinal a Fiona já passou por tanta coisa nessa vida. Por fim vi pela primeira vez Frankie agindo e falando coisas bem importantes. Ele, pelo visto, tem mais consciência de si mesmo do que muita gente pensa. E é justamente por isso que o episódio se chama "Você conhecerá o fundo quando acertá-lo"!. É a mais pura verdade! / Shameless 9.12 - You'll Know the Bottom When You Hit It(Estados Unidos, 2019) Direção: Shari Springer Berman / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy; Emmy Rossum; Jeremy Allen White. 

Shameless 9.13 - Lost
O episódio se chama "Perdido". E quem está perdido? Bom, praticamente toda a família Gallagher. Fiona tenta se recuperar da fase de beber demais. Ela tem problemas com a lei. Para escapar da prisão passa a frequentar o AA, ao mesmo tempo em que arranja um emprego qualquer (péssimo por sinal). Só na última cena do episódio é que tudo parece mudar, para melhor! Já Frank acaba indo parar no hospital com uma fratura exposta na perna. Ele clama por drogas pesadas, claro! E a ruivinha Debbie tem uma decepção amorosa. Ela está afim da ex-namorada de seu irmão, tenta dar um beijo nela, mas é rejeitada! Tempos complicados... / Shameless 9.13 - Lost (Estados Unidos, 2018) Direção: Iain B. MacDonald / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White. 

Shameless 9.14 - Found
E assim chegamos ao final da temporada. E o que acontece no final da série Shameless? Pelo menos nessa temporada, claro. O acontecimento mais marcante é a partida de Fiona. Ela decide ir embora. Cansou, está farta de tudo, de todas as confusões familiares. Ela visita o irmão na prisão e fala de seus planos de ir embora para longe, para morar em outro lugar. E ele dá todo o apoio para ela. Afinal Fiona praticamente criou aquela família caótica sozinha pois sua mãe tinha problemas com droga e Frank, bem é o Frank! O episódio assim termina em clima de despedida. Eu particularmente gostei de tudo. Será que a atriz Emmy Rossum que interpreta Fiona simplesmente cansou da série após nove temporadas e resolveu dar um tempo, deixando tudo para trás? Isso só veremos mais à frente. / Shameless 9.14 - Found (Estados Unidos, 2019) Direção: John Wells / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.

Pablo Aluísio.

The Rookie

The Rookie 1.01 - Pilot
Antes de qualquer coisa não vá confundir essa série "The Rookie" com outra série policial chamada "Rookie Blue". São programas diferentes. "Rookie Blue" inclusive já chegou ao seu final. "The Rookie" começou a ser exibido em 2018. O principal personagem aqui se chama John Nolan (Nathan Fillion). A idade certa para entrar na polícia de Los Angeles para ser um patrulheiro é por volta dos vinte e poucos anos. Só que John se alista no departamento beirando os 40 anos! Muitas das situações vem justamente daí, do fato de haver um policial novato (Rookie) com essa idade. O seu comandante, por exemplo, não parece gostar nada disso. Nesse primeiro episódio ele sai para seu primeiro dia como policial nas ruas. Logo de manhã atende uma chamado de violência doméstica. É a vida de cão dos moradores mais pobres de L.A. Uma chamada considerada de rotina por patrulheiros mais veteranos, mais experientes. O pior vem mais tarde. Na segunda chamada as coisas complicam e ele precisa enfrentar uma troca de tiros, bem no meio da rua, com traficantes de drogas. Achei a série bem mediana. Realmente não tem nada demais, nada acima da média. O canal ABC aliás é bem conhecido nos Estados Unidos por de forma geral produzir séries desse tipo. Apenas mais uma série para exibir na sua grade de programação./ The Rookie 1.01 - Pilot (Estados Unidos, 2018) Estúdio: ABC Studios / Direção: Liz Friedlander / Roteiro: Alexi Hawley / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones, Titus Makin Jr, Mercedes Mason, Melissa O'Neil
  
The Rookie 1.02 - Crash Course
A série segue nesse segundo episódio sem grandes novidades. O policial John Nolan (Nathan Fillion) tem uma nova parceira, uma mulher negra que estuda para se tornar detetive do departamento. Ela não gosta muito de Nolan, até porque uma série de azares e imprevistos vão acontecendo durante o dia. E nas chamadas eles são enviados para resolver diversos casos pela cidade. Um deles envolve um homem forte e surtado que começa a quebrar tudo dentro de uma igreja. Em outra situação precisa enfrentar a arrogância de uma dupla de detetives que se irrita com ele. E o pobre Nolan apenas ajudou a resolver um dos casos. Coisas da vida. Outro momento bem mais ou menos dessa série policial. Os personagens são pouco desenvolvidos e os roteiros passam longe de serem inovadores ou impressionantes. São apenas medianos, para sumir dentro da programação do canal ABC nos Estados Unidos. Um programa vespertino para fechar a grade, nada mais do que isso. / The Rookei 1.02 - Crash Course (Estados Unidos, 2018) Direção: Adam Davidson / Roteiro: Alexi Hawley / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.

The Rookie 1.03 - The Good, the Bad and the Ugly
Durante uma abortagem no metrô um ladrão rouba 10 mil dólares. Algo que pega mal dentro do departamento, principalmente para o "rookie" (o novato quarentão). Por isso ele é colocado para escanteio. Na segunda chamada do dia ele e sua parceira são designados apenas para fazer o perímetro de uma operação maior, só que os os criminosos fortemente armados escapam do cerco, passando por eles, que vão atrás. O roteiro do episódio também brinca com os personagens, fazendo com que todos respondam a seguinte pergunta: se não fossem tiras, o que fariam de suas vidas? / The Rookie 1.03 - The Good, the Bad and the Ugly (Estados Unidos, 2018) Direção: Greg Beeman / Roteiro: Alexi Hawley, Ally Seibert / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.  

The Rookie 1.04 - The Switch
O que poderia ser pior para um policial das ruas do que congelar sempre que houvesse uma troca de tiros? É justamente isso que acontece com um dos novatos, um jovem policial negro que não consegue reagir quando os bandidos mandam chumbo quente em sua direção. O veterano que compartilha a patrulha com ele sabe que assim o novato não terá futuro com a farda do policial e lhe dá um ultimato... ou deixa de ser covarde e enfrenta fogo contra fogo ou então ele colocará sua covardia no relatório, o que significará dispensa desonrosa em sua ficha. Fica a opção sobre a mesa. Ou fica e enfrenta a bandidagem ou então pede para sair. / The Rookie 1.04 - The Switch (Estados Unidos, 2018) Direção: Toa Fraser / Roteiro: Alexi Hawley, Vincent Angell / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones. 

The Rookie 1.05 - The Roundup
Essa série policial das mais convencionais já está na quarta temporada nos Estados Unidos? É de cair o queixo mesmo! De minha parte penso que não vou seguir em frente. No máximo verei mais alguns episódios dessa primeira temporada e já está de bom tamanho. A série não é ruim, longe disso, mas também não traz maiores surpresas. É bem quadradinha para falar a verdade! Nesse episódio aqui é feita uma espécie de competição entre os policiais de Los Angeles. Algo que me soou bem equivocado já que  o vencedor seria aquele que prendesse mais pessoas - olha que perigo uma coisa dessas! De qualquer maneira é até um bom passatempo, muito embora essa coisa de tira armado competindo com outros tiras para ver quem prende mais gente nas ruas é simplesmente absurdo em meu ponto de vista. / The Rookie 1.05 - The Roundup (Estados Unidos, 2018) Direção: Nelson McCormick / Roteiro: Alexi Hawley / Elenco:    Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones; 

The Rookie 1.06 - The Hawke
Pois é, apesar da série ser meio capenga, sigo assistindo. Nesse episódio temos um caso curioso. O que poderia acontecer quando um dos oficiais policiais da cidade se torna um criminoso fugitivo? E o pior é que ele foi instrutor na academia de vários daqueles policiais que saem em sua perseguição pelas ruas da cidade. Tudo começa com um caso de violência doméstica. O tal oficial descobre sua esposa na cama com outro homem. A partir daí surge uma escalada de violência. Ele pega seu filho e sai fugitivo de seus próprios ex-companheiros de farda. Mais do que complicado. O protagonista em particular tinha uma grande amizade com ele. Imagine a saia justa. É a tal coisa, apesar dessa série não ser grande coisa é a única que ainda não larguei mão. Algumas vezes os episódios funcionam bem, outras vezes não. Vou seguindo em frente, quero chegar pelo menos até o décimo episódio para decidir que sigo em frente ou não! Joguem os dados da sorte! / The Rookie 1.06 - The Hawke (Estados Unidos, 2018) Direção: Timothy Busfield / Roteiro: Alexi Hawley / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.

The Rookie 1.07 - The Ride Along
O "novato mais velho do mundo" (péssima e preconceituosa essa frase usada no roteiro do episódio) precisa escoltar em sua patrulha diária, um diretor de cinema especializado em filmes policiais e de ação. O tal sujeito quer ver o mundo real, como são as operações policiais pelas ruas de Los Angeles. Péssima ideia. Ele se mete nas operações e na maioria das vezes se dá muito mal. O Rookie porém segue em frente, sendo o mais cordial e cuidadoso possível com sua presença, afinal ele não pode deixar o cineasta se machucar de jeito nenhum. Como pano de fundo temos a delicada questão envolvendo um tira e sua esposa, pega com quilos de cocaína para revender. Policial casado com traficante. Algo poderia ser pior do que isso? / The Rookie 1.07 - The Ride Along (Estados Unidos, 2018) Direção: Cherie Nowlan / Roteiro: Alexi Hawley / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones. 

The Rookie 1.08 - Time of Death
O tira John Nolan mata um criminoso durante uma perseguição policial pelas ruas de Los Angeles. Ele fica abalado. Nunca havia matado uma pessoa antes. Só que como policial de rua, patrulheiro, ele deveria lidar melhor com a situação, uma vez que faz parte do serviço de tiras. É um trabalho que muitas vezes pode colocar o profissional numa situação de vida ou morte. Só que Nolan precisa lidar também com outro problema. O bandido morto tinha um irmão, também criminoso, que logo avisa que vai se vingar. Na última cena desse episódio ele é atacado de surpresa e quando termina ele está sendo levado, inconsciente, pelo bandido. Será que vai ser morto? / The Rookie 1.08 - Time of Death (Estados Unidos, 2018) Direção: Michael Goi / Roteiro: Michael Goi / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.

The Rookie 1.09 - Standoff 
O policial Nolan escapa da morte, mas não escapa da corregedoria, uma vez que se envolveu num caso de assassinato durante o serviço. Diante disso ele é transferido para o atendimento ao público e fica surpreso com a quantidade de pessoas malucas que vão até a delegacia de polícia em busca da solução dos mais diversos problemas aleatórios. Seus colegas de farda saem em busca de um sujeito, um traficante de drogas que tentou matar a mãe de um dos patrulheiros. Eles acabam encurralados em um edifício residencial debaixo de fogo pesado. O traficante usa armamento pesado contra eles, além disso utiliza um dispositivo de silenciamento do equipamento de comunicação dos policiais. Uma verdadeira cilada mortal. A série vem melhorando muito, começou meio capenga, mas tem me agradado ultimamente. / The Rookie 1.09 - Standoff (Estados Unidos, 2019) Direção: John Terlesky / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz

The Rookie 1.10 - Flesh and Blood
O departamento de polícia te Los Angeles inicia um programa onde em patrulha saem em dupla um veterano e um novato. John Nolan acaba sendo escolhido para sair em dupla com seu próprio chefe,  o que não deixa de ser uma questão bem delicada e em algumas situações até a mesma constrangedora. Em uma chamada onde há vazamento de gás em uma casa, Nolan acaba salvando o chefe da morte, o que de certa forma muda a relação entre eles e olha que o veterano oficial sempre pegou em seu pé. O que mais me chamou atenção é esse episódio rompe com a história que estava sendo contada nos episódios anteriores, que eram muito mais dramáticos, já esse daqui tem até mesmo uma certa dose elevada de humor. / The Rookie 1.10 - Flesh and Blood (Estados Unidos, 2019) Direção: Jessica Yu / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.

The Rookie 1.11 - Redwood
O vice presidente dos Estados Unidos decide visitar Los Angeles, o que cria serviço extra de todos os tipos para os policiais da cidade, eles precisam cuidar do trânsito e evitar que pessoas com histórico de ameaças ao político saiam nas ruas com artefatos perigosos ou armas. Um dos destaques deste episódio ocorre quando uma das policiais tenta apartar uma briga de duas mulheres que vivem nas ruas, são drogadas e uma delas acaba dando uma seringada na barriga da policial, algo muito perigoso, pois ela poderia se contaminar com várias doenças. / The Rookie 1.11 - Redwood (Estados Unidos, 2019) Direção: Sylvain White / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.

The Rookie 1.12 - Heartbreak
Episódio do Dia dos Namorados. Você pode pensar que por essa razão, esse é um episódio romântico, mas esqueça isso. Para os policiais de Los Angeles, o Dia dos Namorados é um dia de muitos problemas a resolver na sociedade. Casais brigam, pessoas ficam revoltadas, crimes são cometidos. E o pior de tudo, é que há um aspecto de apreensão dentro da polícia de Los Angeles. Curiosamente, Nolan acaba atraindo a atenção de uma mulher que ele salvou da morte durante um acidente de trânsito. Ela fica meio obcecada por ele, se torna uma stalker. Pior do que isso, a mulher parece ter problemas psicológicos. Depois que perdeu o marido está com tendências suicidas. Um problema e tanto nas mãos do policial Nolan. / The Rookie 1.12 - Heartbreak (Estados Unidos, 2019) Direção: Carol Banker / Elenco: Nathan Fillion, Alyssa Diaz, Richard T. Jones.

The Rookie 1.16 
O novato mais velho da polícia de Los Angeles precisa ficar vivo após ser jurado de morte por um líder de gangue na cidade. Ele supostamente teria passado a mão indevidamente em sua mãe durante uma abordagem policial. É uma boa série embora seja enquadrada tranquilamente no feijão com arroz que a ABC produz em sua programação. 

Pablo Aluísio.

Loucos e Perigosos

Talvez seja a hora de Bruce Willis se aposentar. Até porque se for para continuar trabalhando em filmes como esse, é melhor ir cuidar dos netinhos mesmo. O velho Bruce interpreta um detetive particular que trabalha em Venice Beach. Ele ganha a vida resolvendo pequenos casos, como traições, etc. Até que um traficante de drogas rouba seu cãozinho de estimação. A partir daí o veterano detetive fará de tudo para recuperar o animal. O roteiro não se leva à sério em nenhum momento. Tudo é feito como se fosse uma comédia leve, com algumas cenas de ação aqui e acolá. Nada muito bem feito ou inspirador. Na realidade o filme é tão descartável que não vale a pena nem conferir por curiosidade.

Há cenas claramente constrangedoras. Numa delas o detetive de Willis foge de um grupo barra pesada, tudo no script desse tipo de filme, algo bem clichê, isso se ele não fugisse em cima de um skate, completamente nu, pelas ruas de Venice Beach. Nada engraçado, bem na base da vergonha alheia. O roteiro obviamente tenta criar alguma identidade com o público mais jovem, por isso coloca o sexagenário Willis em situações, digamos, joviais, juvenis! Não funciona. Até mesmo o bom ator John Goodman está deslocado. Ele faz o papel de um pequeno comerciante de Venice que está se divorciando. A ex-mulher vai ficar com tudo, inclusive com sua pequenina loja de materiais esportivos. Agora ruim mesmo, de doer, é a presença do péssimo Jason Momoa como um traficante de drogas da região. Não consigo entender como um ator tão ruim consegue fazer tantos filmes em Hollywood. Depois de destruir Conan, ele deveria ter sumido do mapa. Porém ai está Momoa desfilando sua completa falta de talento. O filme que já não é grande coisa se torna ainda pior com sua presença.

Loucos e Perigosos (Once Upon a Time in Venice, Estados Unidos, 2017) Direção: Mark Cullen / Roteiro: Mark Cullen, Robb Cullen / Elenco: Bruce Willis, John Goodman, Jason Momoa / Sinopse: Velho detetive de Venice Beach fará de tudo para recuperar seu cachorrinho de estimação que vai parar nas mãos de uma gangue de traficantes de drogas da cidade. Ao mesmo tempo tenta dar uma força para seu amigo, que está se divorciando, passando por apuros financeiros.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de novembro de 2019

O Predestinado

Título no Brasil: O Predestinado
Título Original: Predestination
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Michael Spierig, Peter Spierig
Roteiro: Michael Spierig, Peter Spierig
Elenco: Ethan Hawke, Sarah Snook, Noah Taylor, Christopher Sommers, Kuni Hashimoto, Christopher Bunworth

Sinopse:
Em um futuro com alta tecnologia uma agência do governo envia agentes para o passado com o objetivo de evitar grandes atentados terroristas. Um deles porém acaba rompendo com as regras, mudando o passado, interferindo no presente e comprometendo todo o futuro.

Comentários:
Eu vou resumir esse filme de forma bem irônica. Imagine que os roteiristas da franquia "De Volta Para o Futuro" tomassem ácido e resolvessem escrever um novo roteiro. Provavelmente o resultado sairia parecido com esse filme. Certamente é um roteiro que vai surpreender muitas pessoas. A viagem no tempo já deu origem a diversas produções ao longo dos anos, porém devo dizer que poucas foram tão longe. Os personagens de passado, presente e futuro estão completamente interligados. O espectador vai pegar pistas ao longo de todo o filme e no final vai ficar impressionado por ter sido "enganado" pelos desdobramentos da trama. Não vou estragar surpresas e nem entregar o grande pulo do gato desse roteiro, mas devo deixar uma pista sutil sobre isso. Temos basicamente dois personagens principais. Eles conversam em um bar! Agora, quando assistir ao filme os veja com olhos de lince. Possa ser que não sejam dois ou três na verdade... talvez sejam quatro no final das contas... ou talvez seja apenas um! Achou confuso? Bom, quando assistir ao filme você certamente vai entender o que escrevi aqui. Enfim, um roteiro complexo, muito bem elaborado, que vai deixar muita gente de queixo caído. Parece simples o que se vê na tela, mas isso é apenas uma leve impressão, ou melhor dizendo, uma falsa impressão!

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de novembro de 2019

Vita & Virginia

Mais um filme que explora parte da vida da escritora Virginia Woolf. O melhor já feito sobre ela, em minha opinião, segue sendo "As Horas", onde Nicole Kidman a interpretava com talento e sensibilidade. Agora o roteiro mostra o relacionamento homossexual que ela teve com outra escritora, Vita Sackville-West. Elas se conheceram quase por acaso, embora Vita já tivesse esse desejo há anos. Havia uma espécie de competição entre elas no mundo da literatura. Enquanto Virginia Woolf escrevia livros mais intelectualizados, Vita apostava em romances populares. Claro que assim ela também se tornava muito mais bem sucedida (pelo menos do ponto de vista comercial) do que a colega de profissão.

Vita também já tinha um passado de escândalos por se envolver com mulheres, embora fosse casada com um diplomata inglês. Já Virginia tentava manter um casamento que para muitos era de fachada. O interessante é que apesar de ter óbvia atração por pessoas do mesmo sexo, Woolf não queria acabar com seu casamento. Ela via no marido um fator de equilíbrio em sua vida pessoal. Mesmo assim se atirou de corpo e alma em uma paixão enlouquecedora por Vita, a ponto inclusive de transformá-la em personagem de seus livros, algo que não passou despercebido pela sociedade conservadora da época, causando mais um grande escândalo. E para as demais pessoas o que mais chocava é que ambos os maridos pareciam saber muito bem que suas esposas se relacionavam em um namoro lésbico, mas nada faziam para acabar com isso.

O filme é bem produzido, mas o roteiro apresenta alguns problemas no meu ponto de vista. Os diálogos soam truncados e pouco naturais. Acontece que os roteiristas tiraram a maioria dos diálogos das escritoras de seus próprios livros. Não ficou natural. Uma coisa é a palavra escrita, bem lapidada, outra bem diferente é o falar do dia a dia. Certamente nem Vita e nem Virginia falavam daquele jeito. Ficou um pouco estranho, embora para os leitores da obras delas crie uma curiosidade a mais. Outro ponto que achei fora da curva foi a caracterização da atriz Elizabeth Debicki. Ela interpretou Virginia, só que seu biotipo nada tem a ver com a escritora. Enquanto Elizabeth é alta, loira, de olhos azuis, Virginia era bem mais baixinha, de cabelos pretos. O espectador assim vai ter que fazer um esforço a mais para acreditar que ela é Virginia Woolf. Algo que não é nada bom para um filme biográfico e de história como esse. A atriz é visivelmente talentosa, mas ficou mesmo um pouco fora de contexto por essa razão. Fora isso indico a produção para quem aprecia as biografadas.

Vita & Virginia (Inglaterra, Irlanda, 2018) Direção: Chanya Button / Roteiro: Eileen Atkins / Elenco: Gemma Arterton, Elizabeth Debicki, Isabella Rossellini / Sinopse: Roteiro baseado em fatos históricos reais. O filme resgata a paixão lésbica que surgiu entre duas escritoras famosas no começo do século XX, envolvendo Virginia Woolf e Vita Sackville-West. Filme indicado no British Independent Film Awards na categoria de Melhor Atriz (Elizabeth Debicki).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

A Vingança de Frank James

Esse filme foi uma espécie de sequência do clássico "Jesse James". Tudo se passa após a morte de Jesse James, ou seja, o enredo desse filme começa a partir do final do filme anterior. O elenco é excelente! A "Vingança de Frank James” traz vários atores do primeiro filme, embora também haja mudanças em relação ao elenco original. A ausência mais sentida é justamente a de Randolph Scott e Nancy Kelly pois seus personagens foram eliminados da trama dessa sequência. O ponto positivo fica com Henry Fonda que no papel de Frank James assume o filme como protagonista. Ele repete seu bom desempenho do filme anterior e segura muito bem as pontas. Um novo personagem é acrescentado na estória, Eleanor Stone, uma jovem jornalista que se interessa pela história dos irmãos James. Ela é interpretada pelo correta Gene Tierney. Outro destaque é a ótima interpretação de Henry Hull, o dono do jornal e advogado que vai ao tribunal defender Frank James.

O roteiro de “A Vingança de Frank James” toma várias liberdades com a história original. Embora Frank tenha sido realmente inocentado de todas as acusações (em dois e não em apenas um julgamento como se vê no filme) ele não teve qualquer ligação com a morte de Robert Ford, assassino de seu irmão Jesse James. No roteiro aqui Frank James sai no encalço de Robert Ford dentro de um estábulo. Na história real Ford foi morto em seu Saloon por um sujeito que queria ter a honra de matar o homem que matou Jesse James. Mesmo com a pouca fidelidade histórica o roteiro de “A Vingança de Frank James” é muito bem escrito, contando uma longa história sem se tornar cansativo e enfadonho. Além disso consegue se fechar muito bem em si mesmo. Tudo muito bem arranjado, mesmo que misture fatos reais com eventos meramente fictícios.

Houve uma mudança na direção. Saiu Henry King e entrou o genial Fritz Lang. Lang imprime um tom mais sério no filme mas ao mesmo tempo se mostra fiel à estrutura de dramaturgia do filme anterior. Os personagens de “Jesse James” que reaparecem aqui usam da mesma caracterização e tom, o que demonstra que Fritz Lang, apesar de ter sido um dos cineastas mais autorais da história do cinema mantém a espinha dorsal montada por Henry King em “Jesse James”. Fritz Lang foi escalado por Zanuck depois que esse teve alguns atritos com Henry King que não aceitava muito bem as inúmeras interferências do produtor em seu filme. O resultado final aqui como se nota é muito bom, mostrando que Fritz Lang também poderia ser um cineasta de estúdio, sem maiores vôos autorais como conhecemos de outros filmes seus.

Em termos de produção, nada a reclamar. Novamente se faz presente a mão forte de Darryl F. Zanuck como produtor. Embora não tenha sido creditado em “Jesse James” aqui ele fez questão de assinar o filme, fruto obviamente de seu grande sucesso. Ao lado de Fritz Lang construiu uma continuação de excelente nível. O produtor também interferiu bastante no roteiro e na escalação do elenco. Trocou alguns nomes e eliminou personagens. Foi dele inclusive a idéia de colocar cenas de “Jesse James” aqui no começo do filme (inclusive a cena da morte de Jesse, extraída da primeira produção com Tyrone Power sendo assassinado).

A Vingança de Frank James (The Return of Frank James, EUA, 1940) Direção: Friz Lang / Roteiro: Sam Hellman / Elenco: Henry Fonda, Gene Tierney, Jackie Cooper, Henry Hull, John Carradine / Sinopse: Após o assassinato de seu irmão Jesse James (Tyrone Power) o pistoleiro Frank James (Henry Fonda) decide ir atrás de seu assassino, Robert Ford (John Carradine).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Cinzas ao Vento

Anos após ser expulso de sua cidade natal, Brant Royle (Gary Cooper) retorna. O lugar agora está sob dominação do magnata do tabaco James Singleton (Donald Crisp), o mesmo homem que havia perseguido Brant e seu pai. O tempo passou, mas as velhas mágoas ainda existem. Ao conhecer um inventor de máquinas de fabricação de cigarros, Brant decide pegar algum dinheiro emprestado com seu antigo amor Sonia (Lauren Bacall) para abrir um novo negócio, justamente uma fábrica de cigarros pois ele vê uma oportunidade de ficar rico com a produção em série do produto. Com os anos Royle acaba se tornando ele próprio um magnata da indústria, embora pessoalmente não consiga superar seus velhos traumas do passado. 
 
Esse é mais um excelente drama dirigido pelo mestre Michael Curtiz. O roteiro explora a ascensão e queda de um homem que, saído da extrema pobreza, começa a subir os degraus do sucesso e da riqueza. O personagem interpretado por Cooper é um sujeito que deseja acima de tudo destruir a família Singleton, pois no passado eles destruíram seu pai, um honesto e pacato plantador de tabaco. O tempo passa e ele volta para sua vingança, mas acaba sendo traído também por seus sentimentos pois se apaixona justamente pela filha de seu pior inimigo, a bela e perigosa Margaret Jane Singleton (interpretada pela atriz Patricia Neal que tinha um affair com Cooper na época das filmagens). É a velha questão do chamado triângulo amoroso.

A prestativa e apaixonada Sonia (Bacall) ama e faz de tudo por Royle (Cooper), mas ele ama outra pessoa, a fútil e ardilosa Margareth (Neal) que no fim das contas só deseja destrui-lo. O roteiro foi escrito inspirado no romance de Foster Fitzsimmons. O livro, um autêntico drama romântico sulista, tem todos os elementos que não poderiam faltar nesse tipo de literatura. Há um protagonista que vira vítima de seu próprio sucesso, amores não correspondidos, traições e até um interessante  discurso sobre os poderosos monopólios que iam surgindo dentro da nascente economia industrial norte-americana na virada do século XIX. Essa transformação industrial do sul após a guerra civil aliás é um dos aspectos mais peculiares do filme.

O protagonista interpretado por Gary Cooper é um industrial que aos poucos vai perdendo sua humanidade, tudo corroído pela ganância e pela sede de poder e dominação. Além disso o fato de ser um homem que fica extremamente rico popularizando o cigarro (ao invés do charuto que era o mais popular até então) o torna ainda mais culpado por seus atos e decisões. E por uma dessas ironias do destino o próprio Gary Cooper morreria anos depois exatamente por sofrer de um câncer de pulmão incurável causado pelo fumo excessivo. Na época os danos à saúde causados pelo tabaco ainda eram desconhecidos pela ciência. Muitos, como Cooper, acabariam perdendo a vida exatamente por ignorarem o mal que estavam fazendo para o seu próprio organismo.

Cinzas ao Vento (Bright Leaf, Estados Unidos, 1950) / Estúdio: Warner Bros / Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Ranald MacDougall / Elenco: Gary Cooper, Lauren Bacall, Patricia Neal, Donald Crisp, Jeff Corey, Taylor Holmes / Sinopse: Esse clássico do cinema conta a história de Brant Royle (Gary Cooper). No passado ele havia sido expulso de sua terra natal, mas agora está de volta e começa a se tornar um prospero homem de negócios.

Pablo Aluísio.