sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Tinha Que Ser Você

Título no Brasil: Tinha Que Ser Você
Título Original: Last Chance Harvey
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Overture Films
Direção: Joel Hopkins
Roteiro: Joel Hopkins
Elenco: Dustin Hoffman, Emma Thompson, Kathy Baker, Richard Schiff, Liane Balaban, James Brolin

Sinopse:
Harvey Shine (Hoffman) é um pianista que ganha a vida escrevendo músicas para comerciais. Ele vai a Londres para o casamento da filha e descobre que ela já não o considera tanto, preferindo que seu padastro assuma as honrarias de sua cerimônia. Desiludido, ele acaba conhecendo a inglesa Kate Walker (Thompson) e se apaixona por ela.

Comentários:
Um bom filme que valoriza o romantismo já em um momento mais avançado da vida das pessoas. Os dois protagonistas, o casal central, já ultrapassou a fase da vida de namorar, conhecer alguém e se casar. O personagem de Dustin Hoffman já não tem mais tantas ilusões. Ele é divorciado, um tanto distante da filha que vai se casar e tem um clima pesado com a ex-mulher. Reencontrar a antiga família já não é um motivo de felicidade há anos. A personagem de Emma Thompson também tem seus problemas pessoais. É uma solteirona que vive sendo pressionada pela mãe idosa para se casar. Além disso carrega um trauma pois anos antes fez um aborto que a deixou com um grande sentimento de culpa. O curioso é que o roteiro, mesmo com esses personagens dramáticos, consegue levar o filme numa certa leveza. Nada é trágico ou melodramático demais, pelo contrário. O casal principal vai tentando se agarrar a uma última chance de ser feliz (como o título original do filme sugere), mas sem aquela coisa de derramar muitas lágrimas. Foi uma boa opção pois assim o filme se salvou de ser mais um daqueles dramalhões chatos. No geral gostei de tudo, mas especialmente das boas atuações de Hoffman e Thompson que nunca derrapam e nem caem na vala comum do novelão piegas.

Pablo Aluísio.

Shadowheart

Título no Brasil: Shadowheart
Título Original: Shadowheart
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Desert Moon Pictures
Direção: Dean Alioto
Roteiro: Dean Alioto, Peter Vanderwall
Elenco: Angus Macfadyen, Justin Ament, Marnie Alton, Tonantzin Carmelo, Michael Spears, William Sadler

Sinopse:
O filho de um pastor vê o pai ser assassinado de forma covarde e injusta. Os anos passam e ele se torna um caçador de recompensas. Sua chance de fazer justiça surge quando ele encontra um cartaz de procura-se vivo ou morto trazendo justamente a foto do assassino de seu pai.

Comentários:
Fazer cinema é algo caro. Não se faz cinema com pouco dinheiro. Ainda mais em um gênero como o western em que se necessita de recursos para recriar os figurinos de época, as cidades de madeira, as diligências, etc. Esse faroeste aqui foi rodado com pouco mais de 10 mil dólares! Isso é praticamente nada em termos de indústria americana de cinema. Por isso a falta de um orçamento mínimo faz toda a diferença desde as primeiras cenas. Não que a história não seja boa, ela é interessante, mas a pobre produção incomoda muito a cada cena. O espectador sente a falta de melhores cenários, boa reconstituição de época, etc. Quem sabe algum dia um grande estúdio venha a se interessar por esse roteiro e aí sim teremos um filme de faroeste com potencial. Enquanto isso não acontece é melhor ignorar essa fraca produção que não vai a lugar nenhum.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Uma Segunda Chance

Título no Brasil: Uma Segunda Chance
Título Original: Regarding Henry
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Mike Nichols
Roteiro: J.J. Abrams
Elenco: Harrison Ford, Annette Bening, Michael Haley, Bruce Altman, Elizabeth Wilson, Donald Moffat

Sinopse:
O advogado Henry Turner (Harrison Ford) é conhecido por sua arrogância e frieza. Bem sucedido, rico e influente, ele pouco dá atenção até mesmo para sua família. Sua atitude muda após um assalto. Ele é ferido na cabeça, quase morre e decide finalmente ver o mundo de uma maneira diferente.

Comentários:
Harrison Ford dominou o mundo do cinema nas décadas de 1970 e 1980. Foram inúmeros sucessos de bilheteria. Nos anos 90 ele procurou diversificar mais sua carreira, procurando por roteiros melhores, diferentes do que ele vinha fazendo ano após ano. Esse filme aqui é um exemplo dos rumos diferentes que ele tentou seguir. É um filme, como se pode notar claramente pela sinopse, sobre as mudanças de personalidade que uma pessoa pode sofrer ao longo da vida após momentos de trauma físico e psicológico. No caso o ator interpreta um advogado cheio de si mesmo, egocêntrico e vazio, que se acha melhor do que as outras pessoas. Durante um assalto em um supermercado ele sai gravemente ferido e sobrevive. A perspectiva de encarar a morte assim tão de perto o faz mudar, só que haveria ainda espaço para isso? Ele então passa a conquistar todos aqueles que ele esnobou antes do ocorrido e nisso o filme vai tecendo sua história. Alguns poderiam dizer que a mensagem é de auto ajuda barata, mas penso que as intenções aqui justificaram os meios. O filme é bom, passa uma mensagem otimista e é bem realizado. Penso que diante de tudo isso já está de bom tamanho.

Pablo Aluísio.

A Costa do Mosquito

Título no Brasil: A Costa do Mosquito
Título Original: The Mosquito Coast
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Peter Weir
Roteiro: Paul Schrader
Elenco: Harrison Ford, Helen Mirren, River Phoenix, Jason Alexander, Jadrien Steele, Rebecca Gordon

Sinopse:
Allie Fox (Harrison Ford) é um inventor e cientista dado a utopias que decide levar toda a sua família para uma região isolada da América Central. Ele pretende construir um invento que irã mudar toda a história da humanidade! Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Harrison Ford) e Melhor Trilha Sonora Original (Maurice Jarre).

Comentários:
Para quem havia interpretado Han Solo e Indiana Jones foi uma surpresa e tanto quando Harrison Ford surgiu com esse filme nos cinemas em meados dos anos 80. Era uma proposta bem diferente, enfocando um pouco no humor e no drama de um personagem sonhador, dado a utopias, que resolvia levar toda a sua família para um experimento em uma região distante e praticamente incivilizada. Eu particularmente gostei do filme. Esse foi aquele projeto que Ford fez por amor à arte mesmo, sem se importar se seria sucesso ou não, até porque o filme não fez boa bilheteria, chegando a dar prejuízo para o estúdio, mesmo com orçamento modesto e contido. Nas locadoras de vídeo a fita se saiu melhor porque o público foi conhecendo o filme aos poucos, em um típico caso de propaganda positiva boca a boca. Já para os dias atuais um dos atrativos é a presença do jovem River Phoenix. Dito como um potencial astro do futuro nos anos 80 ele teve uma morte trágica e preocce, causada por uma overdose de drogas. Foi um choque para seu fã clube juvenil que tinha grandes apostas em seu futuro. Algo que infelizmente nunca chegou a acontecer. O roteiro foi baseado no romance escrito por Paul Theroux.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Sintonia de Amor

Título no Brasil: Sintonia de Amor
Título Original: Sleepless in Seattle
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Nora Ephron
Roteiro: Jeff Arch, Nora Ephron
Elenco: Tom Hanks, Meg Ryan, Ross Malinger, Bill Pullman, Rita Wilson, Victor Garber,

Sinopse:
Sam Baldwin (Tom Hanks) é um viúvo que tenta reconstruir sua vida após perder sua esposa. Annie Reed (Meg Ryan) é uma ouvinte de um programa de rádio que acaba conhecendo a história de Sam, se apaixonando por ele platonicamente. Algum tempo depois eles prometem se encontrar para dar início a uma grande história de amor.

Comentários:
Esse filme é na verdade um remake, uma refilmagem de um clássico do passado chamado "Tarde Demais Para Esquecer". Se no filme original tínhamos a dupla romântica formada pelo casal Cary Grant e Deborah Kerr. aqui temos a "namoradinha da América" Meg Ryan se apaixonando por Tom Hanks. O curioso é que Hanks que havia chegado ao sucesso com comédias escrachadas acabou se saindo muito bem em seu personagem. Ele e Meg Ryan formaram uma parceria de sucesso no cinema dos anos 90, com excelentes resultados comerciais nas bilheterias. Outro fato curioso é que o amor da vida do ator também esteve nesse filme, mas no caso não foi Meg Ryan, mas sim Rita Wilson que estava no elenco coadjuvante. Eles acabariam se casando. O filme acabou ganhando duas indicações ao Oscar, de melhor roteiro adaptado e melhor música (com a bela canção "A Wink and a Smile"). No mais é um filme bonito, que lida bem com seu romantismo, sem soar datado ou cafona. Tudo está muito bem encaixado nessa nova versão de uma antiga história de amor. Só não vale comparar com o clássico original, porque aí também seria pedir demais dos deuses do cinema.

Pablo Aluísio.

Linhas Cruzadas

Um filme feito por elas e para elas. Aqui a atriz Diane Keaton decidiu adaptar o livro escrito por Delia Ephron para o cinema. O interessante é que o roteiro acabaria sendo escrito também pela autora, o que criou um clima de autenticidade forte para o que se viu na tela depois. E partindo de seu prestígio pessoal Diane Keaton decidiu trazer um bom elenco para seu filme. Tudo feito na base da amizade pessoal. Convite de amigas para amigas. A primeira que aceitou participar foi a "namoradinha da América" (pelo menos até os anos 90) Meg Ryan. Ela já vinha tentando levantar sua carreira que vinha de mal a pior. A segunda a embarcar no projeto foi Lisa Kudrow. Vinda do sucesso da série "Friends" ela procurava consolidar sua carreira no cinema (algo que efetivamente nunca se concretizou, infelizmente).

Elas interpretavam três irmãs que descobriam após alguns anos que seu pai estava passando por inúmeros problemas, inclusive estando internado em um hospital de Los Angeles. Assim a reunião familiar se tornava inevitável. O filme procurou ter humor, mas sem esquecer também de desenvolver a personalidade de cada personagem, tudo colocando em primeiro plano a obsessão delas por longos telefonemas. Funcionou? Mais ou menos. Não é no final das contas um dos filmes mais memoráveis das carreiras delas. Obviamente Ryan e Lisa já fizeram coisas bem melhores. E nem vou falar de Diane Keaton pois seus filmes ao lado de Allen já ficariam anos luz desse filme meio esquecível. Então é isso, se gosta dessas atrizes arrisque, mas vá sabendo que não encontrará nada de muito relevante ou marcante. É um filme que funciona como mero passatempo e nada muito além disso.

Linhas Cruzadas (Hanging Up, Estados Unidos, 2000) Direção: Diane Keaton/ Roteiro: Delia Ephron / Elenco: Diane Keaton, Meg Ryan, Lisa Kudrow / Sinopse: Três irmãs, muitos problemas, vidas sentimentais confusas e um pai em um leito de hospital. Filme baseado no best-seller escrito por Delia Ephron, feito especialmente para o público feminino.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

A Aparição

Título no Brasil: A Aparição
Título Original: L'apparition
Ano de Produção: 2018
País: França, Bélgica
Estúdio: Curiosa Films
Direção: Xavier Giannoli
Roteiro: Xavier Giannoli, Jacques Fieschi
Elenco: Vincent Lindon, Galatéa Bellugi, Patrick d'Assumçao, Alicia Hava, Anatole Taubman, Elina Löwensohn

Sinopse:
O Vaticano decide contratar os serviços do jornalista investigativo Jacques Mayano (Vincent Lindon) para trabalhar ao lado de um grupo de investigadores que pesquisam sobre uma nova aparição da Virgem Maria no sudeste da França. Afinal haveria mesmo algum fundo de verdade em tudo o que estaria acontecendo?

Comentários:
O cinema francês está em ótima fase. Aqui o roteiro explora a questão da fé, de como a igreja Católica lida com aparições modernas de Nossa Senhora. No filme uma jovem francesa chamada Anna (Galatéa Bellugi) alega estar recebendo visitas da Virgem Maria. A história logo se espalha e peregrinos começam a lotar a cidade onde ela mora. Claro que sempre quando isso acontece o Vaticano forma um comitê de investigação, para determinar se as aparições possuem algum fundo de verdade ou se são apenas fraudes ou farsas. O protagonista é um jornalista, um homem sem ligação direta com a Igreja que aceita o serviço para investigar, ao lado de outros pesquisadores, sobre o que de fato estaria acontecendo. E aí o roteiro tem excelentes caminhos para expor sua estória. O cético jornalista começa a se aproximar da vidente e também começa a trilhar uma ampla investigação sobre seu passado, onde viveu, com quem conviveu, se já teve relacionamentos amorosos, etc. As surpresas então começam a aparecer, criando um mosaico bem interessante da jovem. Por falar na personagem da garota que afirma ver a Virgem Maria, temos um excelente trabalho de atuação da atriz Galatéa Bellugi. Mesmo com poucos e pontuais diálogos ela convence plenamente em seu papel de "santa" dos tempos modernos. Assista ao filme e tire suas próprias conclusões sobre esses fenômenos religiosos que de tempos em tempos surgem na Europa e em outros países de formação e tradição católica.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Spinning Man - Em Busca da Verdade

Título no Brasil: Spinning Man - Em Busca da Verdade
Título Original: Spinning Man
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Film Bridge International
Direção: Simon Kaijser
Roteiro: Matthew Aldrich, George Harrar
Elenco: Guy Pearce, Pierce Brosnan, Minnie Driver, Alexandra Shipp, Odeya Rush. Jamie Kennedy

Sinopse:
Evan Birch (Pearce), um professor universitário de filosofia, passa a ser considerado suspeito da morte de uma jovem em um lago da região após o policial J. Malloy (Brosnan) encontrar algumas provas ligadas a ele. Teria sido o professor o verdadeiro assassino?

Comentários:
Outro bom filme que passou despercebido no Brasil. É aquele tipo de roteiro ideal para o público que gosta de desvendar mistérios envolvendo assassinatos. Aqui temos esse pacato professor universitário que se vê envolvido na morte de uma garota menor de idade. Contra ele pesam algumas provas como fios de cabelo da vítima que são encontrados em seu carro e um histórico de envolvimentos com alunas e meninas bem mais jovens do que ele. Algo que o fez ser demitido de seu último emprego, além de abalar bastante seu casamento. Até mudar de cidade ele teve que mudar, para evitar maiores escândalos dentro da comunidade onde vivia com a família. Pierce Brosnan, o ex-James Bond, aqui assumindo seus cabelos grisalhos e sua idade, vai atrás de pistas e encontra muitos elos de ligações entre o professor que passa a ser o principal suspeito e a garota que foi morta com requintes de crueldade. O roteiro manipula (e diverte) o espectador até o final. Ora somos convencidos que o suspeito é de fato o assassino, ora chegamos na conclusão contrária, a de que ele não teve nada a ver com a morte. Só no final é que o mistério é revelado. Assim se você aprecia esse tipo de filme, pode ir conferir sem receios. O resultado ficou muito bom.

Pablo Aluísio.