quinta-feira, 11 de julho de 2019

Amnésia

Quando esse filme chegou no Brasil, ainda no mercado de vídeo, basicamente ninguém por aqui conhecia o diretor Christopher Nolan. Poder-se dizer por isso que esse foi o filme que abriu as portas para ele dentro da indústria cinematográfica dos Estados Unidos, fazendo inclusive que ele fosse escalado algum tempo depois para dirigir "Batman Begins", a fita que definitivamente iria mudar sua carreira para sempre. Pois bem, nada poderia prever uma trajetória de tanto sucesso, a não ser o talento e a enorme criatividade desse roteiro. Escrito a quatro mãos, ao lado do irmão Jonathan Nolan, essa produção realmente chamou a atenção do público e da crítica quando foi lançada. Logo no começo, pela estrutura da linha narrativa, descobrimos que não se tratava de um roteiro comum. Bem ao contrário disso, Nolan sofisticava a narrativa ao estilo mosaico, indo até suas últimas consequências.

A trama dá inúmeras reviravoltas, com pedaços de estória que vão aos poucos se complementando, fazendo sentido. Não é um filme que indicaria para pessoas que estivessem apenas em busca de uma diversão, um passatempo de fim de noite. Ao contrário disso Nolan exigia bastante do espectador, fazendo com que ele de fato prestasse atenção ao que estava acontecendo na tela. Nada muito óbvio e fácil de pegar. O elenco não traz nenhuma grande estrela de Hollywood, mas isso definitivamente não faz falta nenhuma. Guy Pearce aqui tem provavelmente a melhor interpretação de sua filmografia. Enfim, um filme especialmente indicado para pessoas inteligentes que gostem de ser desafiadas por aquilo que assistem.

Amnésia (Memento, Estados Unidos, 2000) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Christopher Nolan, Jonathan Nolan / Elenco: Guy Pearce, Carrie-Anne Moss, Joe Pantoliano / Sinopse: Leonard (Guy Pearce) tenta desvendar o que teria acontecido com sua esposa, brutalmente assassinada, ao mesmo tempo em que tenta colocar uma ordem em suas confusas memórias pessoais. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Original (Christopher Nolan e Jonathan Nolan) e Melhor Edição (Dody Dorn). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Roteiro.

Pablo Aluísio.

No Limite do Silêncio

Título no Brasil: No Limite do Silêncio
Título Original: The Unsaid
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: New Legend Media
Direção: Tom McLoughlin
Roteiro: Christopher Murphey, Miguel Tejada-Flores
Elenco: Andy Garcia, Vincent Kartheiser, Trevor Blumas, Chelsea Field, Linda Cardellini, Peter Hanlon

Sinopse:
Um adolescente aparentemente normal carrega segredos perturbadores e inconfessáveis que obrigam um psiquiatra a desenterrar o terrível passado dele, através de um complicado acompanhamento de seu estado mental e psicológico.

Comentários:
Andy Garcia sempre foi um bom ator. E fez muitos filmes que poucos conhecem. Filmes bons, com boas tramas, mas que geralmente só foram exibidos em canais a cabo, sumindo da programação após um tempo. Esse "The Unsaid" é uma espécie de thriller de suspense psicológico, investindo bastante no personagem do psiquiatra Dr. Michael Hunter, interpretado por Garcia. Embora trate dos problemas mentais de seus pacientes ele mesmo carrega dentro de si um grande trauma decorrente do passado, envolvendo seu filho. Andy Garcia de barba grande e grisalha convence planamente em seu papel que só é prejudicado porque o roteiro se rendeu a certos clichês recorrentes em filmes desse gênero. Mesmo assim, com pequenos e pontuais deslizes, ainda é um bom filme para se assistir. Só vai ser complicado mesmo achar uma cópia para ver nos dias de hoje, pois como disse ele só foi exibido no Brasil em canais a cabo. Não tenho notícia que algum dia tenha sido lançado em DVD em nosso país.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Nunca Mais

Título no Brasil: Nunca Mais
Título Original: Enough
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Michael Apted
Roteiro: Nicholas Kazan
Elenco: Jennifer Lopez, Billy Campbell, Tessa Allen, Juliette Lewis, Dan Futterman, Fred Ward

Sinopse:

A garçonete Slim Hiller (Jennifer Lopez) acredita que tirou a sorte grande ao se casar com um homem que ela considera perfeito, só que o passar do tempo revela a verdadeira face de um relacionamento completamente abusivo.Agora ela tentará reconstruir sua vida.

Comentários:
Filme completamente incomum dentro da filmografia da atriz e cantora pop Jennifer Lopez. Ela que sempre procurou por filmes mais leves, comédias românticas em sua maioria, aqui aceitou interpretar uma mulher vítima de abuso sexual e psicológico do próprio marido dentro de um casamento infernal. Aquele tipo de romance que inicialmente parecia perfeito, mas que depois de um tempo se torna uma enorme decepção. Casamentos infelizes, aliás, que parecem ser a cada dia a regra e não a exceção. Na época em que esse filme foi lançado a  Jennifer Lopez estava tendo vários atritos com a imprensa, principalmente por causa das invasões de privacidade por parte da imprensa marrom em sua vida pessoal. Essa briga acabou azedando o lançamento do filme, ainda mais depois que os jornalistas lhe deram o "Framboesa de Ouro" de pior atriz da década! Maldade pura. Embora ela não seja mesmo uma grande atriz, o fato é que até consegue levar um filme sozinha adiante. Esse aqui me agradou, tem bom argumento e explora uma realidade muitas vezes cruel na vida de muitas mulheres. Até mesmo a Lopez me pareceu bem em cena. Assim se o tema lhe interessa deixo a dica. Esqueça os "prêmios" Framboesas de Ouro e assista pela temática que o filme explora.

Pablo Aluísio.

A Sombra de um Homem

Título no Brasil: A Sombra de um Homem
Título Original: The Salton Sea
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: D.J. Caruso
Roteiro: Tony Gayton
Elenco: Val Kilmer, Vincent D'Onofrio, Adam Goldberg, Peter Sarsgaard, R. Lee Ermey, Anthony LaPaglia

Sinopse:
Após a morte da esposa Danny Parker (Kilmer) tenta arranjar um jeito de ganhar a vida e para isso vale de tudo, até mesmo entrar no arriscado e perigoso mundo do crime.

Comentários:
Depois de um começo muito promissor no cinema, com vários sucesso de bilheteria, o ator Val Kilmer viu a qualidade de seus filmes decair ano após ano. Dos jovens astros dos anos 80 ele certamente foi um dos mais atingidos pela decadência em sua carreira. Isso não quer dizer que apesar do pouco sucesso ele não tenha realizado bons filmes nesse período de baixa. Um dos que mais gostei foi esse "The Salton Sea" que mostra o outro lado do "sonho americano", mostrando os viciados em drogas, os moradores de rua, os criminosos do baixo clero. As ruas de Los Angeles com toda a sua pobreza, toda a sua cota de pessoar marginalizadas, tentando sobreviver um dia de cada vez. Isso porém não significa que seja um drama ou nada parecido. Tem sua dose de cenas de ação (mal feitas, é bom dizer) e também há um espaço para um pouco de humor. Mesmo assim com toda essa mistura a coisa ainda funciona. Claro, Val Kilmer estava longe de seus dias de sucesso, mas tentava manter sua carreira de ator ainda viva.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de julho de 2019

Amor & Amizade

Gosta de Jane Austen? Então vou deixar a dica desse filme aqui, uma adaptação de um de seus livros menos conhecidos chamado "Lady Susan". A estória é mais do que interessante, até porque mostra-se incrivelmente atual. Não importa que o livro tenha sido escrito há mais de 200 anos (sua data exata de escrita é 1794), mas sim que apresente um enredo que mostra que em muitos aspectos a sociedade continua a mesma, com pessoas interesseiras e dispostas a tudo para vencer na vida. Na trama conhecemos duas mulheres, mãe e filha. Elas estão arruinadas financeiramente. Nessa época vitoriana como uma mulher viúva e sua filha poderiam subir ou pelo menos se manter na mesma escala social? Muito simples, arranjando maridos, obviamente de preferência bem ricos.

Assim Lady Susan Vernon (Kate Beckinsale) começa fazer de tudo para que sua filha Frederica (Morfydd Clark) arranje um marido rico, o mais rapidamente possível. A moça porém não quer nem ouvir falar de casar com o ricaço Sir James Martin (Tom Bennett) já que definitivamente ela não o ama de jeito nenhum. E assim se desenrola a estória. Manipulações sociais de todos os lados, mulheres que só estão de olho no dinheiro dos futuros maridos, fofocas, traições, puxadas de tapete, parentes que são serpentes. O livro de Jane Austen, como frisei, foi escrito há séculos, mas mantém o mesmo frescor porque afinal mostra um lado nada lisonjeiro da alma humana. Por fim dois aspectos que merecem menção. O primeiro é que embora seja um filme bem realizado, não se trata de uma grande superprodução. É algo mais modesto e sutil. Segundo observação é que Kate Beckinsale consegue estar muito bem em sua atuação. Declamando longos diálogos, sem perder o fôlego, ela deixa claro que não é apenas boa para interpretar vampiras nos filmes com a marca "Anjos da Noite". Ela tem talento de verdade, se tiver dúvidas não deixe de conferir esse "Amor & Amizade".

Amor & Amizade (Love & Friendship, Estados Unidos, Inglaterra, França, 2016) Direção: Whit Stillman  / Roteiro: Whit Stillman / Elenco: Kate Beckinsale, Chloë Sevigny, Xavier Samuel, Morfydd Clark, Stephen Fry, Tom Bennett / Sinopse: Na era vitoriana, mãe e filha tentam arranjar maridos ricos pois estão arruinadas financeiramente. Sendo o caminho mais fácil elas tentam dar o velho e conhecido golpe do baú.

Pablo Aluísio. 

Teenagers: As Apimentadas

Olhando para trás chego na conclusão que já vi cada filme na minha vida que vou te contar... Esse aqui se me recordo bem vi na TV a cabo logo quando esse sistema começou a se popularizar no Brasil. Muito provavelmente conferi na HBO, mas hoje em dia passados tantos anos já não tenho como ter certeza. Pois bem, voltando ao assunto principal. Essa comédia adolescente romântica explora o universo das chamadas cheerleaders. Nos Estados Unidos elas são extremamente populares nos colégios. No Brasil isso não é tão presente. Por aqui são mais conhecidas como animadoras de torcidas. O curioso é que o tradutor do título nacional parece ter se enrolado. Ao invés de chamar o filme de "Cheerleaders" ele chamou o filme de "Teenagers" que significa adolescentes em português. Trocou tudo e na tradição de péssimos títulos nacionais cometeu mais uma gafe.

O roteiro é bem bobinho, mostrando um grupo de garotas colegiais que se dedicam de corpo e alma a uma competição nacional que vai eleger as melhores animadoras de torcidas dos Estados Unidos. Como se pode perceber é coisa bem de americano mesmo. Sem querer ser muito cínico e já sendo o filme só não é um desperdício total de tempo, paciência e dinheiro porque afinal de contas tem a Kirsten Dunst de shortinho dançando muito nas quadras de esportes. Nada mal, especialmente indicado para o público hétero de plantão que vai dar a desculpa de que está conhecendo melhor uma "tradição americana" apenas para ver as pernas da Kirsten Dunst! O importante é disfarçar um pouquinho, não é mesmo?

Teenagers: As Apimentadas (Bring It On, Estados Unidos, 2000) Direção: Peyton Reed / Roteiro: Jessica Bendinger / Elenco: Kirsten Dunst, Eliza Dushku, Jesse Bradford / Sinopse: Grupo de adolescentes colegiais resolve se dedicar ao máximo para vencer uma popular competição nacional que vai eleger as melhores animadoras de torcidas da América. Filme indicado ao MTV Movie Awards e ao Teen Choice Awards.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

As Branquelas

Título no Brasil: As Branquelas
Título Original: White Chicks
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio:  Revolution Studios
Direção: Keenen Ivory Wayans
Roteiro: Keenen Ivory Wayans, Shawn Wayans
Elenco: Marlon Wayans, Shawn Wayans, Busy Philipps, Frankie Faison, Lochlyn Munro, John Heard

Sinopse:
Dois tiras negros precisam se disfarçar para prender uma quadrilha de sequestradores. Para isso eles mudam radicalmente de aparência, assumindo a identidade de duas loiras ricas e patricinhas, frequentadoras da alta roda da cidade. Filme indicado no Framboesa de Ouro na categoria de pior filme do ano!

Comentários:

Esse é aquele tipo de filme que de tão ruim acaba se tornando divertido, engraçado. A ideia é tão sem noção que espanta. Dois atores negros usando forte maquiagem para se parecerem com loiras burras e estúpidas, do tipo Paris Hilton. Maquiagem essa que deixou eles bem esquisitos, é bom dizer.  Enfim, a família Wayans realmente pagou para ver pois a reação poderia ser tão negativa que eles poderiam até mesmo sofrer um processo ou algo assim. Felizmente a imprensa entendeu o espírito do filme - que de polêmico não tem nada, é até bobinho - para abaixar as armas. Melhor para os irmãos já que foi um sucesso inesperado de bilheteria. Custou meros 30 milhões de dólares e faturou nas bilheterias 200 milhões! Receita de filme grande! Isso prova também que o público nem sempre quer consumir algo de qualidade ou importância artística. Muitas vezes eles só querem dar algumas gargalhadas com material podreira. Se é isso que você está procurando então pode encarar "White Chicks" sem medos ou preconceitos.

Pablo Aluísio.

Ataque das Loiras

Título no Brasil: Ataque das Loiras
Título Original: Blonde and Blonder
Ano de Produção: 2007
País: Canadá
Estúdio: Rigel Entertainment
Direção: Dean Hamilton, Bob Clark
Roteiro: Rolfe Kanefsky, Dean Hamilton
Elenco: Pamela Anderson, Denise Richards, Emmanuelle Vaugier, Meghan Ory, Joey Aresco, Garry Chalk

Sinopse:
Dee Twiddle (Anderson) e Dawn St. Dom (Richards) são duas loiras burras que acabam sendo confundidas com outra dupla, de assassinas profissionais. Isso cria uma série de confusões e mal entendidos.

Comentários:

É ruim demais. É ruim de doer. É incrível acreditar que algum produtor teve a coragem de investir dinheiro em algo tão ruim. O filme se propõe a ser uma comédia nonsense com duas protagonistas que se valem de sua loirice e burrice para escapar das piores situações. Só que tudo é tão sem graça que chega a ser constrangedor. Pamela Anderson mais parece uma boneca inflável. Como seu talento é bem escasso ela se utiliza de seus óbvios dotes físicos para manter o interesse do espectador chocado com tanta ruindade. Assim a loira ao estilo bombshell desfila decotes, cada vez menores, para mostrar seus peitos turbinados por silicone. E acabou, it´s over, isso é o máximo que você vai encontrar nessa fitinha de quinta categoria. E para não dizer que não dei risadas, dei duas. A primeira ao descobrir o tamanho da ruindade desse filme tosco. A segunda na cena do mensageiro retardado do hotel. É tão idiota que tive que rir, mesmo contra a vontade! Santo filme ruim, Batman!

Pablo Aluísio.