terça-feira, 18 de setembro de 2018

The Remains

Filme de terror até muito bom que inexplicavelmente segue sendo inédito no Brasil. A história é recorrente nesse tipo de filme. Uma família em busca de uma nova casa acaba arranjando uma pechincha: uma casa espaçosa, velha, antiga, mas espaçosa, por um preço inacreditavelmente baixo (dica importante: desconfie de casas sendo vendidas por preços baixos demais porque sempre tem coisa por trás!). Eles fecham o negócio. Assim que chegam na nova residência descobrem algumas coisas estranhas, pequenos fenômenos que vão surgindo nas sombras, nos quartos escuros, nas portas entreabertas. O que estaria acontecendo?

Investigando mais sobre a história da velha casa descobrem que ali no passado viveu uma médium que invocava em sessões de espiritismo os espíritos de pessoas mortas. Bom, basta ler as escrituras para saber que não se deve invocar os mortos, porque no final das contas não são as almas dos familiares que entram em contato, mas sim espíritos enganadores, malignos, demoníacos, se fazendo passar por eles. Uma vez aberta essa porta tudo pode acontecer... e é justamente isso que acontece no filme. O roteiro pode até não ser muito original ou trazer grandes novidades, mas no final das contas funciona direitinho. Assista de noite, de madrugada, com as luzes apagadas. Vai funcionar ainda mais. Boa diversão e bons sustos.

The Remains (The Remains, EUA, 2016) Direção: Thomas Della Bella / Roteiro: Thomas Della Bella / Elenco: Todd Lowe, Brooke Butler, Lisa Brenner / Sinopse: Uma família (pai viúvo e três filhos) compra uma velha casa vitoriana por um preço muito bom, bem abaixo do mercado. O que eles nem desconfiam é que o lugar foi palco de mortes horríveis no passado e segue sendo assombrado por espíritos demoníacos. Com história baseada em fatos reais.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

A Menina que Roubava Livros

O filme narra a história dessa mocinha que vive na Alemanha no auge do nazismo. Ela é uma jovem que adora livros e vai morar com um casal adotivo numa pequena cidade. São pessoas boas e pobres, tendo que sobreviver a cada dia, ainda mais no pior período histórico político de seu país, justamente quando Hitler e seu partido de fanáticos sobem ao poder. E como todo regime que se propõe a ser autoritário logo começam a surgir as perseguições contra os judeus. E é justamente um judeu que é escondido nos porões de sua casa.

Com excelente produção que recria a época em que se passa o enredo, tudo é de muito bom gosto. A garota, frágil, entrando na adolescência, pode ser vista até mesmo como uma alegoria daquela mocinha representando na verdade todo o povo alemão. O elenco de apoio é excelente, contando com, entre outros, o talentoso Geoffrey Rush. A protagonista também é igualmente talentosa. Pouca gente já ouviu falar de Sophie Nélisse, mas é bom guardar seu nome. Penso que a jovem tem muito futuro no cinema. Em tempo: a trilha sonora é maravilhosa, composta pelo premiado John Williams e chegou a concorrer ao Oscar.

A Menina que Roubava Livros (The Book Thief, Estados Unidos, Alemanha, 2013) Direção: Brian Percival / Roteiro: Michael Petroni, baseado no romance de Markus Zusak / Elenco: Sophie Nélisse, Geoffrey Rush, Emily Watson, Ben Schnetzer, Oliver Stokowski / Sinopse: Uma jovem garota vai morar com um casal alemão durante a II Guerra Mundial. Em uma nova escola, conhecendo novas amizades, ela precisa conviver com uma realidade dura, de destruição e morte, enquanto seus pais adotivos escondem no porão um judeu chamado Max (Oliver Stokowski) que procura sobreviver à perseguição nazista contra seu povo.

Pablo Aluísio.

Hostis

A história do filme se passa em 1892. Um capitão linha dura da cavalaria dos Estados Unidos é designado para uma nova missão que ele simplesmente odeia ter que cumprir. O comando determina que o Capitão Joseph J. Blocker (Christian Bale) escolte um líder tribal indígena em direção a uma reserva onde ele terá que baixar sua guarda, deixar de liderar guerreiros da tribo contra os brancos e viver seus últimos dias de velhice em paz. Para o veterano capitão seria bem melhor dar um tiro na cabeça desse chefe, uma vez que no passado ele mesmo já havia enfrentado sua tribo. Pelas atrocidades que presenciou seria bem melhor matar logo aquele desgraçado!

Só que o governo americano naquela altura já não queria mais prolongar as guerras indígenas. A pacificação seria então o melhor caminho a seguir. A pacificação com todas as nações de índios seria a linha política a seguir dali em diante. O filme assim se desenvolve, mostrando o Capitão no comando de um pequeno grupo de militares americanos que deveriam garantir a segurança do velho indígena. No caminho até seu destino final o roteiro explora a extrema antipatia entre aqueles dois homens que no passado tinham lutado em campos opostos dos campos de batalha. "Hostis" tem um roteiro muito bom, excelente reconstituição de época e uma mensagem de pacifismo e tolerância, acima de tudo. O elenco conta não apenas com o sempre eficiente Christian Bale, mas também com Ben Foster, um dos mais subestimados atores do cinema americano, aqui em papel pequeno, mas ao seu modo também marcante.

Hostis (Hostiles, Estados Unidos, 2017) Direção: Scott Cooper / Roteiro:  Scott Cooper, Donald E. Stewart / Elenco: Christian Bale, Rosamund Pike, Ben Foster, Scott Shepherd, Jonathan Majors / Sinopse: Capitão da cavalaria é designado para levar um velho e doente chefe indígena e sua família para uma reserva no Colorado. Ele odeia isso, simplesmente por odiar nativos em geral. Para ele servir de escolta para o inimigo seria o maior dos absurdos, Porém, ordens são ordens, e ele parte em sua jornada rumo ao destino final. No caminho acaba encontrando guerreiros cheyennes, fazendeiros armados e clima hostil.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de setembro de 2018

Tomb Raider: A Origem

Essa é a terceira vez que tentam trazer para o cinema a personagem dos games Lara Croft. Nas duas anteriores ela foi "interpretada" pela Angelina Jolie. Nenhum dos dois filmes funcionou em minha opinião. Eram filmes bem produzidos e tudo mais, porém com roteiros básicos demais para se levar á sério. Tentando melhorar agora o roteiro tem um pouquinho mais de consistência, desenvolvendo até aspectos da personalidade de Croft. Nesse novo filme a aventureira é interpretada pela atriz sueca Alicia Vikander. Provavelmente você vai se lembrar dela do bom filme de ficção "Ex_Machina", onde a garota interpretava uma androide que chegava na conclusão que os seres humanos seriam dispensáveis. Agora Alicia dá vida a uma Lara Croft bem jovem, que tenta superar o desaparecimento do pai, há sete anos sumido, após participar de uma expedição.

Juntando as pistas ela resolve então ir na ilha perdida no mar do Japão onde seu pai desapareceu. Ele estava em busca de uma tumba de uma suposta deusa da morte. Dizia-se que ela espalhava a destruição e a morte em tudo que tocasse. Se ela voltasse do mundo dos mortos seria a destruição completa da humanidade. Com uma lenda dessas, acabou atraindo o interesse também de pessoas inescrupulosas. Assim Lara precisa não apenas encontrar seu pai como também sobreviver a todos os perigos e vilões nessa expedição.

Eu gostei desse filme. A influência dos filmes de Indiana Jones é quase completa, até porque a própria personagem dos games é uma espécie de versão feminina do arqueólogo mais famoso do cinema. Mesmo assim é algo que funciona. O filme se mostra menos ansioso do que os anteriores, o que significa que as coisas vão acontecendo com mais calma, com melhor desenvolvimento da história. De maneira em geral é um bom produto pipoca de pura diversão. Além disso não vai aborrecer os fãs de games. Ficou tudo dentro das expectativas.

Tomb Raider: A Origem (Tomb Raider, Estados Unidos, 2018) Direção: Roar Uthaug / Roteiro: Geneva Robertson-Dworet, Alastair Siddons / Elenco: Alicia Vikander, Dominic West, Walton Goggins / Sinopse: A jovem Lara Croft (Alicia Vikander) decide ir atrás do pai, desaparecido há sete anos numa ilha pouco conhecida dos mares do Japão. Ele estava em busca da tumba de uma antiga divindade japonesa antiga, a deusa da morte e da destruição.

Pablo Aluísio.

8 Mile: Rua das Ilusões

O cantor Eminem é um sujeito insuportável para muitas pessoas. Embora não goste particularmente de seu gênero musical, não tenho nada contra a sua pessoa. Assim resolvi conferir esse seu primeiro filme, cujo roteiro é baseado na sua própria vida pessoal. Basicamente é a história de um rapaz americano pobre, com uma mãe problemática, que tenta vencer na vida de algum jeito. A resposta para aquela vida que parecia ser sem nenhum futuro ou perspectiva vem pela música. Mesmo sendo um gênero musical essencialmente negro, o Eminem conseguiu despontar no meio, se destacando pelo talento nas rimas das músicas de rap.

Os temas são os mais variados possíveis, mas todos aparentam ter algum sentido autobiográfico. Assim ele canta sobre a sua pobreza, sobre o fato de pertencer a uma família disfuncional e os problemas que precisa enfrentar envolvendo a própria mãe. O filme foi de certa forma bem recebido pela crítica. Embora o Eminem nunca tenha sido ator na vida, ele acabou acertando ao optar por não tentar representar, mas sim apenas aparecer de forma natural na tela. Acabou funcionando bem. O filme venceu o Oscar de melhor música, escrita pelo próprio cantor. Não poderia ter tido sorte melhor em sua estreia no cinema.

8 Mile: Rua das Ilusões (8 Mile, Estados Unidos, 2007) Direção: Curtis Hanson / Roteiro: Scott Silver / Elenco: Eminem, Brittany Murphy, Kim Basinger / Sinopse: Jimmy 'B-Rabbit' Smith (Eminem) é um rapaz pobre que mora em uma periferia barra pesada. A vida é sufocante, ainda mais por causa de sua mãe, uma mulher problemática. A salvação acaba vindo pela música. Filme premiado no Oscar na categoria de Melhor Música Original ("Lose Yourself" de Eminem e Jeff Bass).

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de setembro de 2018

Quadrilha de Sádicos

O diretor Wes Craven não foi apenas o criador da franquia "A Hora do Pesadelo" e da série cinematográfica "Pânico". Ele também foi o cineasta por trás de vários filmes de terror que ganharam o status de cult movies com o passar dos anos. Esse "Quadrilha de Sádicos" foi seu primeiro filme a ter repercussão mundial. Hoje em dia é considerado um verdadeiro clássico do gênero terror mais violento, dando origem a um remake e a uma continuação (também dirigida por Craven). O roteiro tem clara inspiração de outro filme famoso de terror dos anos 70, "O Massacre da Serra Elétrica".

O enredo vai pelo mesmo caminho. Uma família em viagem por uma região distante e deserta acaba se desviando de sua rota, indo parar em um lugar ainda mais inóspito. Ali foram realizados testes nucleares, então a chance de encontrar alguém seria praticamente nula. Só que para o azar da família existem sim pessoas morando naquele lugar. Pior do que isso, são psicopatas cruéis, assassinos em série, doentes mentais turbinados pela radiação que existe naquelas colinas. O filme é obviamente bem violento. Craven por sua vez demonstra, ainda em uma fase bem inicial da carreira, que já era um mestre em filmes com cenas desse tipo. Se você gosta da filmografia desse cineasta então "The Hills Have Eyes" é simplesmente obrigatório em sua coleção de filmes de terror.

Quadrilha de Sádicos (The Hills Have Eyes, Estados Unidos, 1977) Direção: Wes Craven  / Roteiro: Wes Craven / Elenco: Suze Lanier-Bramlett, Robert Houston, John Steadman / Sinopse: Típica família norte-americana perde o caminho durante uma viagem pelo deserto. Acabam indo parar em um lugar desabitado (assim pensam eles), mas que na verdade é o lugar onde mora um grupo de psicopatas violentos e sanguinários.

Pablo Aluísio.

À Prova de Fogo

Tem até algumas boas cenas de ação, mas o roteiro não se preocupa em desenvolver isso, mas sim uma história de drama e redenção envolvendo um bombeiro. Ele trabalha salvando vidas, o que por si só já é uma grande fonte de stress. Isso tudo acaba se refletindo em seu casamento que vai de mal a pior a cada dia. Algo aliás que acontece muito. Uma vez casados a faísca da paixão se apaga, só sobrando mesmo o cotidiano nada agradável do dia a dia, os compromissos, as brigas, os desaforos, erc. Assim ele decide que vai tentar recuperar seu casamento prestes a falir, uma vez que se considera cristão e não quer se separar.

Guiado por um livro, ele tenta a recuperação de seu matrimônio por 40 dias! Pois é, o filme é de certa forma um guia para pessoas casadas que estão passando por esse tipo de situação. Nos intervalos surgem alguns incêndios e alguns momentos de tensão, mas nada muito relevante. É um filme interessante, porém dirigido mesmo para um público bem específico. Como puro cinema se torna apenas um filme mediano, que sente a necessidade de passar uma mensagem para o seu público alvo.

À Prova de Fogo (Fireproof, Estados Unidos, 2008) Direção: Alex Kendrick / Roteiro: Alex Kendrick / Elenco: Kirk Cameron, Erin Bethea, Ken Bevel / Sinopse: Bombeiro tenta sobreviver na perigosa profissão ao mesmo tempo em que embarca numa tentativa de recupração de seu casamento em crise durante 40 dias. Caso isso não dê certo só restará a ele mesmo o divórcio. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

O Clube dos Meninos Bilionários

Esse filme é baseado em fatos reais. A história se passa em 1983. Dois jovens, amigos da época da escola, decidem abrir uma empresa de investimentos chamada BBC. Eles prometem rendimentos de 50% de lucro em apenas 3 semanas - algo improvável, até impossível, para quem conhece mercado financeiro. Porém eles tinham lábia e começam a enganar um grupo de rapazes ricos e estúpidos que começam a jogar milhões em suas mãos. E como bem sabemos nesse tipo de enredo sempre tem um tubarão maior e mais esperto para passar a perna em todos esses patos que pensam ser predadores. O sujeito se chama Ron Levin (Kevin Spacey). Ele vê esse bando de moleques de vinte e poucos anos lidando com milhões de dólares e decide que vai passar todos eles para trás. É um homem experiente de Wall Street, sabe lidar com o mercado, tanto oficial como não, e logo percebe que pode faturar muito com aqueles garotos inexperientes.

Esse filme é considerado o maior fracasso comercial de 2018. Deu um prejuízo enorme para os produtores, tudo porque trouxe Kevin Spacey para o elenco. Ele virou um nome maldito depois de sofrer inúmeras acusações de assédio sexual em Hollywood. Spacey sempre foi um dos mais talentosos atores da indústria, mas como agora sabemos também sempre foi um crápula, um mau-caráter. Usava de sua posição de poder para assediar jovens atores em começo de carreira, ganhando favores sexuais em troca de escalação no elenco de seus filmes. Agora está pagando o alto preço por seu comportamento condenável.

O filme, tirando tudo isso do meio do caminho, me pareceu apenas OK. Não merecia muito sucesso de público e crítica, mas também não merecia ser o maior fracasso do ano. Tem um roteiro que procura desenvolver bem sua história e só derrapa mesmo na parte final quando tudo se transforma numa série de crimes cometidos pelos principais personagens. Aí nessa parte penso que o filme perde muito, pois as coisas vão acontecendo sem muito capricho. Pode ser o último filme de Spacey, por isso não deixo de indicar. Vá sem esperar grande coisa, apenas para conhecer uma história interessante, que não vai se arrepender.

O Clube dos Meninos Bilionários (Billionaire Boys Club, Estados Unidos, 2018) Direção: James Cox / Roteiro: James Cox, Captain Mauzner / Elenco: Ansel Elgort, Kevin Spacey, Taron Egerton, Emma Roberts / Sinopse: Dois amigos da escola, após sua formatura, decidem abrir uma empresa de investimentos. Eles não possuem a experiência necessária para lidar com algo assim, mas mesmo assim vão em frente. Várias pessoas resolvem investir neles, sem saber que estão prestes a perder tudo!

Pablo Aluísio.