sexta-feira, 6 de março de 2015

O Sobrevivente

Cada ator famoso do gênero ação na década de 80 procurou trilhar um caminho próprio que acabasse caracterizando sua filmografia. Os filmes de Stallone, por exemplo, sempre flertaram com situações mais dramáticas como Rocky e até mesmo em Rambo - Programado para Matar. Já Chuck Norris era o rei das produções mais simples, de orçamentos modestos e cenas impossíveis. Entre eles Arnold Schwarzenegger foi o que mais flertou com a Ficção Cientifica. Como se não bastasse ter estrelado o clássico do gênero "O Exterminador do Futuro", ele alcançaria grande sucesso ainda com "Predador" e "O Vingador do Futuro", dois clássicos Sci-Fi daqueles anos. Assim não foi surpresa para ninguém quando surgiu com esse estranho "O Sobrevivente" (que no Brasil foi lançado também com seu título original, The Running Man). O roteiro era baseado na obra de Stephen King que curiosamente usou de um de seus pseudônimos quando o texto foi lançado,

Quando assisti recentemente "Jogos Vorazes" me lembrei imediatamente desse "The Running Man". O argumento é praticamente o mesmo. Em um futuro distante  Ben Richards (Arnold Schwarzenegger) se vê em um terrível jogo mortal onde terá que sobreviver a inúmeros combates e lutas.O diferencial é que tudo é consumido pelo povo em geral como simples diversão, numa verdadeira releitura das antigas arenas romanas de gladiadores. Assim tudo não passaria de um grande Game Show, na mais pura tradição do pão e circo para as massas empobrecidas e alienadas. Agora que você leu a sinopse de "O Sobrevivente" me diga com sinceridade: Existe alguma diferença com "Jogos Vorazes"? Eu sinceramente acho que não. O filme é bem realizado, tem boa produção e direção segura de Paul Michael Glaser, que curiosamente vinha do mesmo mundo da TV que criticava no filme. Tendo dirigido os sucessos "Miami Vice" e "Starsky e Hutch" ele certamente sabia lidar com o tema. Embora tenha sido lançado no auge da carreira do ator Arnold Schwarzenegger o filme, para surpresa de todos, não conseguiu fazer o sucesso esperado. Talvez o tema tenha soado muito complexo para aquele universo de filmes de ação da década de 80 ou então o público não comprou a ideia. De qualquer modo a produção funciona tanto como filme de ação como de Sci-Fi e merece ser redescoberto pelos fãs de ambos os gêneros. No fundo é uma crítica corrosiva sobre a futilidade reinante em nossos canais de TV, tal como o sucesso "Jogos Vorazes".


O Sobrevivente (The Running Man, Estados Unidos, 1987) Direção: Paul Michael Glaser / Roteiro: Steven E. de Souza baseado na obra de Stephen King / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Maria Conchita Alonso, Yaphet Kotto, Jim Brown, Jesse Ventura / Sinopse: Em um futuro distante Ben Richards (Arnold Schwarzenegger) se vê em um terrível jogo mortal onde terá que sobreviver a inúmeros combates e lutas. Tudo não passando de um Game Show realizado para entreter as massas ociosas e desocupadas.

Pablo Aluísio.

Wolverine - Imortal

Título no Brasil: Wolverine - Imortal
Título Original: The Wolverine
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: James Mangold
Roteiro: Mark Bomback, Scott Frank
Elenco: Hugh Jackman, Will Yun Lee, Tao Okamoto, Hal Yamanouchi

Sinopse:
Logan (Hugh Jackman), mais conhecido como Wolverine, vai à terra do sol nascente, o Japão, para se envolver numa complicada conspiração corporativa, cujas consequências poderão lhe atingir diretamente. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Adaptação de Quadrinhos.

Comentários:
Uma tentativa de recomeçar uma franquia própria para o personagem Wolverine da trupe X-Men. O primeiro filme acabou não agradando a ninguém, nem ao público e nem à crítica. Assim o diretor James Mangold tomou a sábia ideia de simplificar tudo, cortando personagens e investindo em um enredo mais enxuto, embora eficiente. Com ares de Graphic Novel esse novo filme do Wolverine finalmente caiu nas graças do público (foi a terceira maior bilheteria do ano) e da crítica, que definitivamente gostou do que viu. Some-se a isso o fato da história se passar no Japão e você terá realmente um bom filme, valorizado pelos cenários bonitos e direção de arte de bom gosto. Como se sabe o personagem Logan (mais uma vez interpretado por Hugh Jackman) sempre foi o mais popular mutante dessa saga em quadrinhos e como hoje vivemos a época de ouro das adaptações de heróis para o cinema, ele certamente não poderia ficar de fora. Em suma, uma boa diversão que agradará em cheio aos fãs dos X-Men.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Os Cinco Rapazes de Liverpool

Mesmo depois de tantos anos de seu lançamento (e lá se vão 21 anos de sua estréia!) ainda considero o melhor filme já feito sobre os Beatles no cinema. O mais famoso grupo de rock da história aqui surge como um bando de jovens amigos, que ainda não sabiam direito o que fariam da vida, mas que nesse meio tempo resolveram apostar no velho sonho de fazer sucesso no mundo da música. O interessante é que nessa fase eles eram cinco e não quatro, como foram imortalizados. O roteiro assim foca na figura de Stuart Sutcliffe (Stephen Dorff), o quinto Beatle, que para muitos ainda segue sendo um completo desconhecido. Grande amigo pessoal de John Lennon, ele foi incorporado aos Beatles por causa de sua amizade, embora não soubesse tocar direito nenhum instrumento. Na verdade ele sonhava ser artista plástico e se casar com sua namorada, a bela Astrid Kirchherr (Sheryl Lee), embora o destino lhe reservasse outro caminho.

A história dessa grande amizade é o foco principal dessa produção que contou ainda com uma maravilhosa trilha sonora, que procurou revitalizar o som que o grupo tinha na época, quando eles foram para a Alemanha lutar por alguns trocados, tocando em boates cavernosas e bares de strip-tease. Nunca os Beatles foram tão humanos e próximos de nós como nesse filme, um verdadeiro clássico moderno que mostra acima de tudo que é possível se fazer um grande filme sobre alguns dos maiores mitos do olimpo da música mundial. Um belo retrato de uma amizade que rompeu a barreira do tempo.

Backbeat - Os 5 Rapazes de Liverpool (Backbeat, Inglaterra, Alemanha, 1994) Direção: Iain Softley / Roteiro: Iain Softley, Michael Thomas / Elenco: Stephen Dorff, Sheryl Lee, Ian Hart. / Sinopse: O filme resgata a história dos Beatles em seus primórdios. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Musical.

Pablo Aluísio. 

Quatro Casamentos e Um Funeral

Uma comédia romântica realmente saborosa, com excelente roteiro, explorando justamente a vida de um grupo de amigos, cujas vidas são mudadas exatamente em quatro casamentos e um funeral. O roteiro é muito bem elaborado porque praticamente funciona como flashes da vida desses personagens centrais. Entre eles se destaca obviamente a relação conturbada e indefinida entre Charles (Hugh Grant) e Carrie (Andie MacDowell). Como se trata de uma produção britânica você já sabe que terá pela frente o melhor do humor inglês, com todo aquele clima de sofisticação que é de repente afrontado pelas mais bizarras situações. Daí vem o humor, desse choque e contraste entra uma postura fina e tradicional e o modo de ser mais grotesco revelado dentro dos relacionamentos amorosos e de amizade.

Essa comédia acabou transformando o ator Hugh Grant em um astro. Seu estilo tipicamente britânico acabou caindo no gosto do grande público, inclusive do americano, já que as mulheres acabaram suspirando por seu ar tímido e atrapalhado, que acabava se revelando um charme irresistível para o público feminino. Bom para ele, que depois desse sucesso cruzou o Atlântico e começou uma bem sucedida carreira na América, colecionando sucessos e mais sucessos de bilheteria (embora hoje em dia ele esteja em baixa, praticamente aposentado). Mesmo assim ainda vale muito a pena rever o filme, pois ele não envelheceu em nada, mantendo-se ainda muito divertido e engraçado, com ótima trilha sonora.

Quatro Casamentos e Um Funeral (Four Weddings and a Funeral, Inglaterra, 1994) Direção: Mike Newell / Roteiro: Richard Curtis / Elenco: Hugh Grant, Andie MacDowell, James Fleet / Sinopse: Comédia romântica de sucesso nos anos 90, com toques de puro humor negro inglês. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Hugh Grant).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de março de 2015

RoboCop

Título no Brasil: RoboCop
Título Original: RoboCop
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Columbia Pictures
Direção: José Padilha
Roteiro: Joshua Zetumer, Edward Neumeier
Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton

Sinopse:
Alex Murphy (Joel Kinnaman) é um policial que cumpre muito bem suas funções, tanto que acaba descobrindo um jogo sujo envolvendo tiras como ele. Antes que denuncie o esquema acaba sofrendo um atentado a bomba que deixa seu corpo destroçado. Isso acaba se tornando uma ótima oportunidade para que um projeto de unir homem e máquina em prol da lei seja revitalizado, surgindo daí RoboCop, o modelo ideal do policial do futuro.

Comentários:
Remakes via de regra são bem desnecessários, a não ser que o material original dê margem para uma nova releitura, mais atualizada e moderna. O primeiro filme com o policial do futuro soava muito interessante na década de 80. Era um filme de ficção policial que não se resumia a apresentar a mais pura ação descerebrada, pois tinha um interessante argumento por trás (a mudança da estrutura estatal da segurança pública para o mundo corporativo). "RoboCop" assim seria a materialização da transformação pelo qual a sociedade passava na época (inclusive sob o ponto de vista tecnológico). Até hoje é considerado um bom filme, muito coeso e bem realizado. Então chegamos a esse novo remake. Houve mesmo alguma necessidade em realizar essa obra? Sinceramente depois de assistir cheguei na conclusão que não! O cineasta José Padilha é sem dúvida talentoso, basta lembrar de "Tropa de Elite", mas aqui ele foi controlado completamente pela máquina industrial do cinema americano. No fundo não há nada de autoral nessa revisão. Ora, se o novo RoboCop não traz maiores novidades (o roteiro segue praticamente o mesmo, sem traços do diretor em seu conceito) para que refazer o que já tinha ficado tão bom? No papel principal de Alex Murphy temos o ator Joel Kinnaman, que interpreta o policial noiado da boa série "The Killing". Se não surpreende, pelo menos não atrapalha. Sua atuação é uma das poucas novidades dignas de nota. Assim chegamos na conclusão que o novo "RoboCop" não tinha mesmo razão para existir.

Pablo Aluísio.

A Liga Extraordinária

Título no Brasil: A Liga Extraordinária
Título Original: The League of Extraordinary Gentlemen
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Stephen Norrington
Roteiro: James Robinson, baseado na obra de Alan Moore
Elenco: Sean Connery, Stuart Townsend, Peta Wilson, Tony Curran

Sinopse:
Um grupo de personalidades marcantes do mundo da literatura resolve se unir para enfrentar uma grande ameaça contra a humanidade. O aventureiro Allan Quatermain (Sean Connery), o lendário Capitão Nemo (Naseeruddin Shah), a sedutora Mina (Peta Wilson) do romance "Drácula", Dr. Henry Jekyll e Edward Hyde (Jason Flemyng) de "O Médico e o Monstro" e até mesmo Dorian Gray (Stuart Townsend), saído diretamente das páginas escritas por Oscar Wilde, entre outros, estão nessa perigosa aventura. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Fantasia, Melhor Atriz Coadjuvante (Peta Wilson) e Melhor Figurino.

Comentários:
"The League of Extraordinary Gentlemen" por ser uma adaptação da Graphic Novel de Alan Moore causou grande expectativa nos fãs de HQs. Infelizmente Hollywood ainda não conseguiu captar todas as nuances dos quadrinhos para as telas de cinema. Mudanças são realizadas em nome de um maior potencial comercial e partes do enredo são alterados em prol do ego dos atores. Isso acaba de uma maneira ou outra desfigurando a essência da obra original. Foi justamente isso que aconteceu mais uma vez aqui. Inicialmente o próprio Alan Moore rejeitou o filme. Tentou até mesmo tirar seus nomes dos créditos. Depois, para piorar ainda mais, o ator Sean Connery entrou em atritos com o diretor e o estúdio. Connery queria ainda mais espaço para seu personagem Allan Quatermain, mas o roteiro tentava em vão trazer o aspecto mais coletivo da Graphic Novel original. No meio de tantos problemas de produção o filme acabou saindo truncado, mal dividido, o que acabou desagradando tanto o público como a crítica. Em termos de produção, direção de arte, efeitos especiais e figurino, não há o que reclamar. Tudo é muito bem realizado, de acordo com uma película que custou mais de oitenta milhões de dólares. O problema realmente é de roteiro, esse se mostra muitas vezes sem salvação. Como fracassou comercialmente o filme hoje em dia serve apenas como curiosidade, uma amostra que a fusão entre quadrinhos e cinema nem sempre dá muito certo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de março de 2015

As Pontes de Madison

Título no Brasil: As Pontes de Madison
Título Original: The Bridges of Madison County
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, Malpaso Productions
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Richard LaGravenese
Elenco: Clint Eastwood, Meryl Streep, Annie Corley
  
Sinopse:
Junho de 1965. Francesca Johnson (Meryl Streep) é surpreendida com um estranho em sua fazenda. Robert Kincaid (Clint Eastwood) é um fotógrafo profissional que trabalha para a revista National Geographic que está ali para tirar fotos das famosas pontes de Madison. Francesca inicialmente estranha sua presença, mas depois concorda em lhe mostrar a região. Seu marido e seus filhos estão fora, no estado vizinho de Illinois, e ela decide se tornar a guia informal de Kincaid pelas redondezas. Desse convívio de apenas quatro dias entre uma reprimida esposa e dona de casa e um jornalista livre e com espírito de aventura começa a surgir uma inesperada paixão. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Atriz (Meryl Streep).

Comentários:
Muitos ficaram realmente surpresos com a sensibilidade mostrada por Clint Eastwood nesse (já considerado clássico nos dias de hoje) "As Pontes de Madison". Logo Clint, que sempre foi mais conhecido por interpretar sujeitos durões nas telas, surgir com um roteiro tão romântico como esse! Era mesmo de admirar. Baseado na novela escrita por Robert James Waller o roteiro era de uma singeleza ímpar, mas conseguia transmitir muito em cima de uma pequena história que parecia ser bem simples. Basicamente vemos o encontro de um fotógrafo e uma dona de casa em plenos anos 1960. Ela é infeliz no casamento. Ele se interessa por ela assim que a conhece. Obviamente há uma clara paixão despertando entre eles, mas tudo fica muito reprimido e soterrado por causa das convenções sociais da época. Assim o argumento discute de forma subliminar os limites que não podem ser ultrapassados dentro de uma sociedade conservadora como a americana. Até que ponto deve-se deixar a felicidade de lado apenas para obedecer a esse tipo de imposição social? 

O elenco está ótimo. Quem poderia dizer que uma atriz tão respeitada (e oscarizada) como Meryl Streep iria se dar tão bem com Clint em cena? Pois é justamente isso que acontece. A química entre eles salta aos olhos. Outro ponto de destaque nesse romance temporão é o trabalho do excelente diretor de fotografia Jack N. Green. Ele transformou o cenário do enredo em um personagem indireto. O filme que foi todo rodado no lindo estado americano do Iowa conseguiu transpor para o espectador todo o bucolismo ao redor, valorizando ainda mais o romance contido dos personagens centrais. Um trabalho primoroso. Enfim, "The Bridges of Madison County" é uma bela aula de cinema, mostrando de forma cabal que maravilhosos filmes de romance podem surgir das situações mais inesperadas. O que vale mesmo no final das contas é o sentimento verdadeiro envolvido.

Pablo Aluísio.

Armadilha

Título no Brasil: Armadilha
Título Original: Entrapment
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox Film
Direção: Jon Amiel
Roteiro: Ronald Bass, Michael Hertzberg
Elenco: Sean Connery, Catherine Zeta-Jones, Ving Rhames
  
Sinopse:
Robert MacDougal (Sean Connery) é um sofisticado ladrão de obras de arte que aplica seus golpes em museus de alta segurança mundo afora. Virginia Baker (Catherine Zeta-Jones) é uma agente de seguros enviada para descobrir se ele está envolvido com o roubo de um importante quadro que vale milhões. Após conhecer Robert melhor acaba aceitando fazer uma improvável dupla ao seu lado! Juntos se unem para realizar um bilionário golpe financeiro no mercado econômico mundial. Filme vencedor do Blockbuster Entertainment Awards na categoria de Melhor Atriz - Filmes de ação (Catherine Zeta-Jones). Filme indicado ao Framboesa de Ouro nas categorias de Pior Atriz (Catherine Zeta-Jones) e Pior Elenco (Sean Connery e Catherine Zeta-Jones).

Comentários:
Eu sempre vi esse filme como um símbolo de que a carreira de Sean Connery tinha realmente chegado ao fim. O astro que havia experimentado uma maravilhosa ressurreição como ator nos anos 80 já não tinha mais muito o que fazer no cinema. Em busca de se tornar comercialmente viável para os estúdios, Connery de certa maneira acabou vendendo sua alma artística, se tornando mais um astro genérico de filmes de ação sem maior consistência. Tudo bem que o filme tem uma produção interessante com uso de excelentes efeitos visuais (como a cena em que eles tentam passar por um corredor cheio de lasers), mas eles por si só não valem por todo o filme. Provavelmente um dos poucos motivos para se gostar mesmo de "Armadilha" seja a bonita presença da bela Catherine Zeta-Jones! Ela, temos que confessar, está linda no filme! Tudo valorizado ainda mais por seu sensual figurino de couro negro - algo que deixará os fãs mais fetichista em êxtase! Sua personagem chamada Virginia Baker é vazia e sem conteúdo, como o próprio roteiro, mas esse pecado é deixado de lado por causa de sua beleza morena marcante. Uma visão fútil, é verdade, mas que na falta de méritos melhores acaba se sobressaindo. E por falar em falta de conteúdo... o nome do diretor inglês Jon Amiel nos créditos já antecipava de antemão o que poderíamos esperar do filme, ou seja, quase nada. Afinal de contas ele havia assinado coisas como "O Homem Que Sabia de Menos" e "O Núcleo - Missão ao Centro da Terra", o que deixava mais do que claro que ele nunca fora mesmo nenhum Orson Welles.

Pablo Aluísio.