quarta-feira, 7 de maio de 2008

Elvis Presley - Elvis' Golden Records - Parte 2

Elvis Presley - Elvis' Golden Records - Parte 2
Essa foi a primeira coletânea da carreira de Elvis. Como ele iria servir o exército americano por um longo período a RCA Victor correu para colocar no mercado esse álbum que nada mais era do que uma coletânea de seus singles premiados com discos de ouro. E como Elvis estava na sua fase de maior sucesso comercial, material dourado é o que não lhe faltava. Só hits, com uma ou duas exceções. Era a consagração daquele jovem que apenas dois anos antes havia chegado na gravadora com muitas incertezas sobre seu futuro, se ia fazer sucesso ou não. A quantidade de discos de ouro vinha para confirmar que ele era realmente um campeão de vendas de discos. 

E o álbum não poderia abrir com outra música. "Hound Dog" havia se tornado conhecida nacionalmente por causa da escandalosa apresentação de Elvis na TV. Nunca havia se visto nada parecido com aquilo. Elvis rebolando escandalosamente em rede nacional, chegando nos lares de toda a América. Os jovens amaram, os mais velhos odiaram. Elvis foi chamado de delinquente, selvagem, comunista, corrompidor dos jovens e tudo o mais que se possa imaginar. Quem poderia imaginar ver na TV um branco cantando música de negros, rebolando lascivamente daquela forma? Chamem o FBI e prendam esse marginal! - Gritavam os pais indignados! Foi um choque cultural como há muito não se poderia prever. Elvis abalou as estruturas mesmo, virou notícia por todo o mundo. 

Aproveitando o embalo da polêmica, a RCA colocou no mercado Hound Dog com outro grande sucesso "Don't Be Cruel (To A Heart That's True)". Essa segunda canção era mais comportada, nada da selvageria lasciva de "Hound Dog". Na realidade poderíamos até mesmo qualificar "Don't Be Cruel" como juvenil, uma música mais palatável, bem na linha Family Friendly. Só que como Elvis estava sendo muito atacado naqueles tempos sobrou para ela também. Os mais velhos ficaram dizendo que era indecoroso um sujeito ligar para uma garota jovem, se insinuando, perguntando se ela estava sozinha naquela noite e tudo mais. Essa gente conservadora dos anos 50 via sexo em tudo mesmo! Paranoicos reprimidos!

"Jailhouse Rock" também foi acusada de selvageria. Esse é mesmo um rock visceral, talvez o melhor rock da carreira de Elvis. Título de seu terceiro filme, o primeiro no estúdio da MGM, até mesmo ironizava as críticas de que Elvis era um marginal. Assim nada melhor do que colocar o jovem cantor interpretando um presidiário nas telas. Nem preciso dizer que muitos pais proibiram seus filhos de irem ao cinema ver aquela coisa ultrajante! Queriam mesmo corromper os valores sagrados das famílias norte-americanas e blá, blá, blá... Não adiantou, os jovens compraram todos os discos e foram ao cinema, lotando as sessões do filme. "Falem mal de mim, mas falem de mim", diria o Coronel Parker com toda aquela polêmica se transformando em divulgação gratuita para seu pupilo. 

Pablo Aluísio. 

Elvis Presley - Elvis' Golden Records - Parte 1

Elvis Presley - Elvis' Golden Records - Parte 1
Nos anos 50 os singles (compactos simples com duas canções, uma no lado A e outra no lado B) eram a verdadeiras estrelas do mundo musical. Ter um disco de sucesso significava antes de tudo ter uma música tocando nas rádios e um single nas primeiras posições da parada. Geralmente esses singles tinham que contar com um grande sucesso para o lado principal e uma canção menos conhecida, mas que fosse boa o suficiente para prender a atenção do consumidor nos famosos "Lados B". Elvis Presley viveu intensamente a "era dos grandes singles". Seus maiores sucessos nunca foram lançados em álbuns e sim em singles, que geralmente ficavam de fora dos LPs. Por quê os singles eram tão importantes nesse tempo? Simplesmente porque eram baratos (custavam menos do que 1 dólar), vendiam muito e caiam como uma luva para as emissoras de rádio, que os usavam como o melhor meio de divulgação para os artistas.

Além disso a produção de singles era relativamente barata, tanto que muitas gravadoras de fundo de quintal surgiram nos EUA por essa época, entre elas a própria Sun Records de Sam Phillips. Como os custos eram baixos não havia tanto risco para um pequeno empresário montar seu próprio selo e arriscar a sorte na esperança de conseguir um grande sucesso nacional. Foi nesse ambiente que Elvis surgiu e despontou. Todos poderiam ter uma chance assim, até mesmo um caminhoneiro de Cia Elétrica, caso tivesse uma boa voz. Nesse mundo dominado pelos singles Elvis reinou absoluto. Nenhum artista conseguiu vender o número de singles que ele vendeu nos anos 50 (nem mesmo os Beatles na década seguinte). Raramente um grande single de sucesso de Elvis vendia menos do que 5 milhões de cópias! Se esse é um grande número ainda hoje imagine há 50 anos atrás! Era uma sucesso enorme, que espantou até mesmo a RCA Victor, que pressionada pela enorme demanda chegou a colocar fábricas inteiras de sua propriedade apenas para produzir singles de Elvis Presley.

Nesse ínterim os LPs (álbuns com 10 ou 12 músicas) eram considerados secundários pela indústria, pois ao contrário dos singles eram caros e não estavam ao acesso de qualquer um, principalmente de um adolescente cheio de espinhas na cara vivendo da mesada do pai. Os álbuns geralmente eram utilizados para as gravações de maior duração como óperas! Não era o meio ideal para um cantor de público jovem, pois muitas vezes esses nem tinham dinheiro suficiente para comprar um Long Playing. A série Golden Records foi bolada pelo Coronel como uma forma de reunir os maiores singles de Elvis em um álbum. Provavelmente se você fosse um adolescente dos anos 50 nem iria comprar esse disco, pois já teria todos os singles de Elvis que foram reeditados aqui. Mas como todos sabemos o Coronel sempre procurava ganhar mais e aproveitar o produto até o esgotamento dele. Então Parker simplesmente uniu todos os compactos campeões em um só álbum.

Além disso Elvis estava para passar por uma grande reviravolta em sua vida pessoal e o Coronel procurava se precaver levantando alguns trocados a mais. Por isso é importante analisar o que estava ocorrendo com Elvis nesta época. No mesmo mês que este LP era lançado (março de 1958) Elvis começava seu serviço militar nas forças armadas norte americanas. Foi o acontecimento mais comentado pela imprensa no período trazendo enorme publicidade para o cantor. De inicio Elvis foi despachado para Fort Hood no Texas e depois completou seu serviço na Alemanha. Ele iria ficar um longo tempo sem gravar e fazer filmes e por isso a RCA resolveu lançar esta reunião de seus principais sucessos. E assim nasceu o disco "Elvis Golden Records". A primeira coletânea dos sucessos da carreira de Elvis Presley reúne músicas que fizeram parte de singles que atingiram enorme sucesso quando lançadas.

Este é o primeiro da série "Golden Records" que iriam contar com mais três discos que seguiam a mesma filosofia. Com a consolidação do LP foi necessário reunir os principais hits da carreira de Elvis neste formato, pois a maioria delas só havia sido lançadas antes como singles. Desta forma estão reunidas aqui verdadeiras pérolas do inicio do Rock'n'Roll e as mais conhecidas músicas do anos cinquenta, pois sem nenhuma sombra de dúvida esta foi a década de ouro da carreira de Elvis. Aqui esta a nata do período antes dele servir o exército, em que o Rei virou a história da música popular pelo avesso O disco "Elvis Golden Records" chegou ao terceiro lugar nas paradas, uma posição muito boa pois o LP só apresentava músicas já lançadas anteriormente. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Elvis Presley - King Creole - The End

Elvis Presley - King Creole - The End
Finalizando os textos sobre o filme Balada Sangrenta vamos tecer alguns comentários sobre os resultados comerciais desse momento da carreira de Elvis. Pois bem, o filme e sua trilha sonora fizeram bastante sucesso comercial. O disco logo recebeu o disco de ouro. A RCA Victor fez um belo serviço de marketing nas lojas de discos da época, com posters e material promocional. Como Elvis, naquele momento, era o cantor mais popular dos Estados Unidos, não foi tão complicado assim fazer essa divulgação. Os vários fãs clubes de Elvis por todo o mundo também ajudaram muito nessa promoção. 

Curiosamente a trilha sonora tinha uma sonoridade que procurava soar como o jazz de New Orleans e esse tipo de gênero musical já não era o mais popular naquela época. Fazer as músicas se tornarem hits das rádios jã não foi tão fácil. Ainda assim Trouble e até mesmo a música título King Creole se destacaram nas emissoras da época. A música do single Hard Headed Woman também tocou, mas teve vida curta. De maneira em geral não agradou tanto, apesar dos esforços da gravadora. 

O filme foi igualmente bem sucedido. Quando chegou nos cinemas o diretor Michael Curtiz enviou um telegrama para Elvis felicitando por seu trabalho. Curtiz havia ficado muito preocupado durante as filmagens pois afinal Elvis não era um ator profissional. Assim o cineasta teve que trabalhar bem de perto ao lado de Elvis nas cenas. Afinal ele estava assinando aquela obra cinematográfica e as coisas tinham que ser bem feitas. No final, para seu alívio, tudo deu certo. 

Elvis, por sua vez, nem teve tempo de celebrar o sucesso duplo de King Creole porque ele estava atarefado com os preparativos do serviço militar. Seus dias de James Dean estavam acabados e agora ele seria um recruta como outro qualquer do exército americano. De astro de cinema para recruta Zero. Sem dúvida não foi fácil para Elvis fazer essa complicada transição em sua vida pessoal e profissional.

Pablo Aluísio. 

Elvis Presley - King Creole - Outros Lançamentos

King Creole - Outros Lançamentos
Depois da exibição nos cinemas em 1958 o filme King Creole (Balada Sangrenta) só voltaria a ser exibido na TV americana, no canal CBS em 1966. Depois disso o filme ainda foi reprisado algumas vezes, principalmente pelo canal ABC, mas em horários alternativos. Como a TV colorida estava chegando no mercado dos Estados Unidos as emissoras programavam os filmes em preto e branco para as madrugadas. No Brasil o filme foi exibido pela primeira vez pela TV Tupi, em 1968, dez anos depois que foi exibido nos cinemas. 

Com a popularização dos videocassetes na década de 1980 vários filmes antigos também ganharam suas versões nesse novo formato. Os filmes de Elvis eram lançados em grandes pacotes contendo vários títulos, inclusive em preços promocionais para locadoras de vídeo e também como venda direta ao colecionador. Nos Estados Unidos praticamente todos os filmes de Elvis foram lançados em VHS. Dois pacotes se destacavam, um com os filmes da MGM e outro com os filmes da Paramount. 

Quando o DVD tomou o lugar do VHS os mesmos filmes foram relançados nesse formato nos Estados Unidos. Agora com capas mais bem trabalhadas, de acordo com a época, onde os posters oficiais originais foram devidamente deixados de lado por sem antigos e pouco comerciais para esse novo mercado. Novamente a MGM saiu na frente, colocando à venda todos os filmes de Elvis nesse estúdio. A Paramount lançou logo depois seu pacote, com King Creole entre os títulos disponíveis. 

No Brasil os filme de Elvis da MGM e da Paramount foram comprados pela Rede Globo na década de 1970. E foram exibidos muitas vezes na Sessão da Tarde, algo que continuou nos anos 80. Como King Creole era um filme em preto e branco não era exibido nessa sessão vespertina, mas em 1988 quando o filme completou 40 anos de seu lançamento original ele foi exibido na Globo na Sessão Classe A que passava nas madrugadas de quarte-feira. Era uma sessão especial apenas com filmes clássicos em preto e branco. O filme também chegou a ser exibido no canal Telecine Cult, já na era dos canais pagos. Por fim o filme também ganharia uma versão em VHS quando foi lançado no Brasil ao lado de outros títulos da Paramount como Feitiço Havaiano, Saudades de um Pracinha, Garotas e Mais Garotas, O Seresteiro de Acapulco e No Paraíso do Havaí. 

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Elvis Presley - King Creole nos Cinemas

King Creole nos Cinemas
O filme King Creole (Balada Sangrenta, no Brasil) chegou aos cinemas dos Estados Unidos em 3 de julho de 1958. A estreia contou com uma noite de gala em Los Angeles, com o diretor Michael Curtiz e o elenco do filme, menos Elvis. Ele nunca apareceu para uma première de seus filmes. Uma coisa lamentável, mas na mentalidade tacanha do Coronel Parker, Elvis só apareceria em pública se fosse remunerado. Ele havia dito certa vez: "Se quiserem ver Elvis que paguem um ticket de bilheteria nos cinemas!". Nada era de graça para o velho empresário. 

No Brasil o filme chegou no final de ano, em dezembro, com exibições em cinemas no Rio, São Paulo, Salvador e Recife. Depois foi sendo exibido nas semanas seguintes em várias capitais do país. Naquele tempo os filmes literalmente viajavam pelo país. Grandes rolos de película que as distribuidoras levavam de cidade em cidade para exibição nos cinemas. Primeiro nas capitais, depois na cidades do interior. A distribuidora nacional alugava os rolos para os donos de cinema. Se desse boa bilheteria, o filme continuava em cartaz por mais uma semana. Em Sáo Paulo o filme ficou em cartaz por três semanas, no Rio de Janeiro, por um mês. 

Nos Estados Unidos o filme foi bem elogiado pela crítica. De maneira em geral os jornalistas norte-americanos especializados em cinema gostaram do que viram. Elogiaram Michael Curtiz, que era um diretor respeitado e sobrou elogios até mesmo para Elvis. A mídia em geral deu destaque ao lançamento do filme e ele foi muito bem sucedido nas bilheterias, a tal ponto que a Paramount Pictures quis assinar um contrato de sete anos com Elvis. Isso só não aconteceu porque o cantor tinha outros problemas a resolver. 

Ele havia sido convocado pelo Exército americano para prestar serviço militar. Naquela época, antes da Guerra do Vietnã, o serviço militar ainda era obrigatório. O governo americano até entendeu a situação de Elvis e por isso ofereceu a ele uma alternativa, de serviços promocionas e shows gratuitos para as tropas estacionadas no exterior, algo que vários artistas tinham feito no passado. Só que o Coronel Parker disse não! Como ele já havia dito antes, Elvis jamais iria se apresentar de graça. Com isso Elvis se alistou e foi servir o exército, como um recruta comum. 

Pablo Aluísio. 

Elvis Presley - King Creole - Discografia Brasileira

King Creole - Discografia Brasileira
Para surpresa geral dos fãs brasileiros a trilha sonora do filme foi lançada junto com a chegada do filme nos cinemas. Foi a primeira vez que isso aconteceu pois os discos costumavam chegar com 1 ano de atraso nas lojas de discos. E de forma em geral o álbum brasileiro também era bem fiel ao original norte-americano. Apenas mexeram um pouquinho na ordem das músicas. "Lover Doll", por exemplo, foi deslocada, abrindo o lado B do disco nacional. Nada demais, apenas uma pequena mudança que não interferia em nada na audição.

Depois desse lançamento nos anos 1950 o disco ficou muitos anos fora de catálogo, só voltando ao mercado brasileiro em 1982 no pacote do selo Pure Gold. Há quem reclamasse da qualidade sonora dessa edição, mas eu procuro ver pelo lado positivo. Com selo amarelo da RCA o álbum voltava em uma nova edição para os fãs brasileiros de Elvis. Mudaram um pouco a capa, mudando alguns detalhes da direção de arte original. Em minha opinião a capa ficou até mais bonita. 

Depois disso não houve mais edições em vinil. As músicas do filme só voltariam ao nosso mercado em uma edição em CD por volta de 1992. Uma edição até bem simples, sem luxos. O que mais senti falta foi das fotos do filme que vinham na contracapa das edições em vinil. Foi uma versão econômica demais em meu ponto de vista. Um pouco mais de capricho cairia muito bem. 

Por fim a última vez que tive conhecimento de um lançamento nacional com essas músicas do King Creole foi no Box The King of Rock n Roll que trazia todas as gravações de Elvis feitas nos anos 1950. E claro que essas músicas do Balada Sangrenta também foram incluídas. Curioso é que no box dos anos 60 houve uma separação em dois boxes. Em um apenas músicas de estúdio, no outro as músicas de filmes. Na edição dos anos 50 isso não aconteceu, foi tudo junto e misturado. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 4 de maio de 2008

Elvis Presley - King Creole - Sessão de Gravação

Elvis Presley - King Creole - Sessão de Gravação
Essa sessão de gravação foi bem atípica na carreira de Elvis. Como as músicas do filme eram de sonoridade jazz, o estúdio contratou todo um grupo de jazz de New Orleans para gravar as músicas ao lado de Elvis. Foi a primeira gravação da carreira do cantor onde se reuniu mais de 20 músicos dentro do estúdio para gravar as músicas. Muita gente circulando dentro do Radio Recorders, em West Hollywood, Califórnia. Por ser um trabalho bem diferenciado havia um novo produtor na sala de controle. Era a primeira vez que Elvis trabalharia com Walter Scharf que na realidade trabalhava para a Paramount Pictures. 

E o quadro de músicos era realmente amplo. Da turma básica de Elvis  havia Scotty Moore, Blll Black e DJ Fontana. A RCA Victor enviaria de Nova Iorque o pianista Dudley Brooks. O Jordanaire Neal Matthews também tocou baixo em algumas das faixas. Além de trabalhar também no vocal de apoio junto de seus colegas do The Jordanaires. A cantora Kitty White faria o primeiro dueto na discografia de Elvis. Ela foi até o estúdio cantar junto a Elvis na canção "Crawfish". 

Do terceiro grupo de músicos havia a turma do jazz. A grande maioria deles era de New Orleans e estava na Califórnia contratados especialmente pela RCA para tocar no disco. Teddy Buckner tocou trompete. Mahlon Clark atuou no clarinete. Justin Gordon fez ótimas performances em seu sax. Elmer Schneider recebeu elogios por seu trombone. Ray Siegel tocou tuba. Hoyt Hawkins completava o naipe de metais. 

As sessões de gravações foram realizadas em meados de janeiro de 1958. Depois de prontas as gravações masters foram enviadas para a sede da RCA Victor em Nova Iorque para a produção das cópias da trilha sonora e para a Paramount Pictures em Hollywood onde elas seriam usadas nas cenas do filme. Inclusive os roteiristas teriam que ouvi-las antes para encaixar nas respectivas cenas. E assim o trabalho foi concluído, pelo menos na parte musical. Faltava agora ir para o set de filmagens. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 3 de maio de 2008

Elvis Presley - Elvis' Christmas Album - Sessão de Gravação

Elvis' Christmas Album - Sessão de Gravação
Elvis ainda estava acertando os detalhes finais da trilha sonora de Jailhouse Rock quando foi levado para os estúdios da RCA na Califórnia para a gravação de um punhado de músicas natalinas. Era um projeto que fugia bastante da imagem que ele tinha naquele ano. Veja, Elvis havia herdado a coroa de rebeldia que um dia pertenceu a James Dean e isso se consolidava muito bem até mesmo no cinema. Só que de repente, meio do nada, ele entrava em estúdio para gravar músicas de natal. Foi algo que realmente pegou muita gente de surpresa. 

Elvis, que era rápido no gatilho no que dizia respeito aos estúdios de gravação de seus discos, terminou tudo em apenas 3 noites no Radio Recorders, em West Hollywood, na Califórnia. Ele finalizou tudo rapidamente entre os dias 5 a 7 de setembro de 1957. A produção dessa sessão ficou a cargo de Steve Sholes. O veterano produtor não interferiu muito. E isso se reflete nas músicas. Se não fosse a temática das letras poderíamos dizer que o materal era bem de acordo com a sonoridade de Elvis na época. Havia rock, blues e pop, sem problemas. O diferencial é que nas letras ele falava de Papai Noel e coisas de natal, mas no geral, as canções eram bem joviais. Um jovem fã de Elvis ouviria o álbum numa boa, sem problemas. E essa era sem dúvida a intenção da RCA Victor. 

Esse disco contou apenas com a banda habitual de Elvis, os que estavam sempre ao seu lado gravando o material dito convencional. Assim Bill Black estava no contrabaixo, Scotty Moore na guitarra e DJ Fontana na bateria. Esse era o núcleo duro dos músicos de Elvis, aqueles que estavam com ele desde os tempos da Sun Records. 

A novidade veio na presença de Millie Kirkham. Dona de uma voz maravilhosa, ela se juntou aos Jordanaires para trazer um lado feminino nos vocais de apoio. E completando a equipe, Dudley Brooks veio para tocar o piano. Nas primeiras gravações de Elvis na RCA o próprio cantor havia tocado piano em algumas sessões, mas isso seria trabalhoso demais para ele, que ainda atuava muito na criação dos arranjos das músicas. Assim, pelo menos nessa sessão, ele apenas atuou como cantor, mas claro, sem deixar de lado seu trabalho informal como produtor e arranjador de todas as músicas. 

Pablo Aluísio.