domingo, 10 de fevereiro de 2008

O Superman Gay

A DC Comics informou nessa semana que nas próximas edições do Superman ele vai se descobrir gay, ou melhor dizendo, bissexual. Bastou a notícia se espalhar para surgir todo os tipos de comentários indignados. Muita gente dizendo que isso era um absurdo, que era uma anarquia, que era uma conspiração comunista mundial... Calma! Não é nada disso. Tem que se entender direito tudo antes de sair acreditando em todo tipo de teoria da conspiração maluca da internet. Não é bem assim, não é bem por aí.

Na verdade o personagem que se descobre gay não é o Superman, o Clark Kent que todos conhecemos, mas sim seu filho, um adolescente chamado Jon Kent. Há vários anos que ele existe nas aventuras do Superman nos gibis. Agora ele se apaixona por um amigo da escola. E dá um beijo na boca dele. Claro, para os leitores mais reacionários foi como se o apocalipse tivesse chegado no mundo dos quadrinhos. Quanta besteira! É um personagem de ficção que será exatamente aquilo que a editora e os roteiristas quiserem.

Não é a primeira vez que um personagem se revela gay. Nesse ano mesmo revelou-se que o Robin também era gay. Essa é uma maneira da DC Comics trazer diversidade e inclusão das minorias em suas histórias em quadrinhos. O Thor, por exemplo, virou uma mulher no ano passado. Vários personagens negros também surgiram ou então antigos personagens que eram brancos se tornaram negros nessa nova fase. Sob esse ponto de vista tudo é válido. É importante criar uma mentalidade longe do preconceito, principalmente em relação às crianças. Que elas aprendam a respeitar as minorias desde a infância. Isso é correto, isso é bonito.

Por outro lado  não podemos também deixar de entender que isso faz parte igualmente de uma boa estratégia de marketing. O Superman é gay? Ora, isso vai criar muita polêmica, como já tem criado de ontem para hoje. E polêmica, como todo mundo sabe, vende! Todo mundo agora vai querer comprar os quadrinhos do Superman que sai do armário. Foi assim também quando transformaram o Capitão América em um... Nazista! Pois é, meus caros. Há quantos anos você não parava para falar dos quadrinhos do Superman? As vendas andavam em baixa, processo natural para um personagem tão antigo. Agora, todo mundo está falando do Superman. É claro que o Superman gay vai vender muitas revistas! Amigos, amigos, negócios à parte, não é mesmo?

Pablo Aluísio.

Thor

Thor
O interessante do Thor é que ele na realidade não foi um personagem criado pela Marvel. O Thor é fruto de uma mitologia antiga, dos povos do norte da Europa. Esses povos antigos veneravam Thor como um deus real, eles faziam cultos em honra a ele e acreditava em sua real existência em um mundo de deuses. Imagine, é como se povos do futuro transformassem Jesus em um personagem de quadrinhos, com super poderes e tudo mais. Essa, embora estranha, é uma boa analogia do que aconteceu com o Thor.

Eu sempre fico imaginando aqueles vikings cruzando os mares (dizem que foram os primeiros europeus a chegarem na América do Norte), remando em seus barcos velozes, pedindo proteção a Thor. E vem da arqueologia também sua imagem que chegou nos quadrinhos. Desenhos muito antigos já mostravam o deus Thor com seu famoso martelo. O que Stan Lee fez para criar esse personagem? Ora, nada! Ele apenas levou toda essa mitologia para os gibis e... mais nada.

No Brasil o gibi do Thor (assim como aconteceu com o Homem de Ferro) nunca se firmou nas bancas. Era um título que nascia e logo era cancelado, para depois tentar mais uma de suas dezenas de renascimentos... Personagem dos  mais conhecidos da Marvel, nunca se firmou como um grande vendedor de revistas em quadrinhos.

Nos últimos anos o Thor que conhecemos foi deixado um pouco de lado, surgindo uma versão feminina do personagem. Tudo para adequar as publicações da Marvel com os novos tempos, tempos de diversidade e empoderamento feminino. Dessa leva essa versão feminina do Thor foi uma das únicas que foi elogiada pelos críticos. Sucesso de vendas, pelo menos nos Estados Unidos, conseguiu trazer um certo fôlego de renovação para esse velho personagem. Pois é, os deuses do passado geralmente se transformam em pura mitologia no presente.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Homem de Ferro

Homem de Ferro
Esse personagem é outro da linha de montagem do Stan Lee. Editor da Marvel, ele acabava sendo creditado como o autor de muitos desses super-heróis, mesmo que na prática isso não fosse necessariamente verdade. Stan Lee era um picareta? Eu prefiro ver sob outro ponto de vista. Digamos que era a mentalidade da época, o jogo que tinha que ser jogado. O pobre desenhista muitas vezes dividia o crédito para ver sua criação ser publicada. Essa era a verdade! Em termos gerais, olhando para o passado, eu sempre conheci o Homem de Ferro. Ainda criança tive um boneco de plástico dele. Depois cheguei a comprar alguns gibis.

Eu sempre achei o Homem de Ferro um personagem meio trágico, um tanto agonizante. Na versão original ele era um homem à beira da morte que sobrevivia por causa de sua armadura. Seu coração estava sempre no fio da navalha e isso me dava um certo sentimento de agonia quando ele enfrentava um personagem forte e poderoso, como o Hulk! Olhando sob esse ponto de vista ele era mesmo o mais vulnerável de todos os personagens da Marvel - que coisa não é mesmo?

Assim como o Batman, também havia uma identidade secreta de um milionário por trás. O Tony Stark era uma versão dos anos 60 do antigo bilionário americano Howard Hughes que morreu louco, cheio de fezes e urina em seu quarto de alto luxo em Las Vegas. Como era muito rico ninguém ousava lhe desafiar. Assim ele foi ficando louco sem que ninguém pudesse ajudar. Pensando assim percebo que o Homem de Ferro da vida real era tão ou mais trágico que o personagem dos gibis da Marvel.

Embora fosse um personagem tão conhecido a verdade é que no Brasil o Homem de Ferro nunca conseguiu trazer altum tipo de estabilidade em suas publicações. Era sempre uma tentativa capenga de lançar uma nova linha de gibis do personagem. Geralmente a coisa toda pareva no meio do caminho, por causa das vendas fracas. Isso mudou um pouco com os filmes para o cinema, mas hoje em dia voltou a ser como antes. Muito provavelmente ao entrar em uma banca nos dias de hoje você também não consiga comprar um gibi do personagem.

Pablo Aluísio.

O Batman Que Ri

Para quem estava em busca de um novo vilão no universo do Batman, temos agora esse Batman Que Ri! Isso mesmo, um Bruce Wayne de outra dimensão que é exposto a um estranho produto químico que o torna um vilão insano. Então ele vem ao universo do verdadeiro Batman e toca o terror. Até mandar corpos de outros Bruces Waynes, de dimensões paralelas ele faz! O interessante desse novo personagem é que ele é tão louco como o próprio Coringa. E o Batman para enfrentá-lo inala uma substância corporal do próprio Coringa para virar um opositor à altura dele. E nesse processo também vai enlouquecendo.

Achei estranho? Claro que sim. O sujeito é um misto perturbador entre Batman e o Coringa. Tem o uniforme do homem-morcego, mas também o sorriso louco de seu principal vilão. Ao redor dos olhos uma barra de metal. No mundo real ele obviamente não iria enxergar nada, mas como é um produto de nanquim o mais importante é mesmo a imagem - e essa ficou muito forte, temos que admitir. No saldo geral a trama se sustenta pelas seis edições. Não cai, mas também não traz maior originalidade. É o Batman enfrentando mais um vilão, ficando muito louco nessa disputa.

O Batman que Ri 1 - A Casa do Riso - Parte 1
Roteiro: Scott Snyder
Desenho: Jock
Editora: DC Comics

Pablo Aluísio. . 


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A Ultima Caçada De Kraven

Esse quadrinhos é considerado um dos melhores já publicados pela Marvel. Foi lançado originalmente nos anos 80, mas desde a primeira edição foi sendo relançado sempre foi em edições especiais, encadernados, etc. O roteiro foi escrito pelo aclamado J. M. DeMatteis, Pois bem, recentemente tudo foi compilado e lançado no Brasil em edição de luxo. Por isso resolvi conferir e ler pela primeira vez, já que falavam tão bem, resolvi verificar com meus próprios olhos.

O vilão é um caçador russo chamado Kraven. Ele fazia parte de uma família aristocrata que após a revolução precisou fugir para o Ocidente. Ao longo dos anos o Kraven viu seus pais perderem tudo, até a dignidade. Ele foi para a selva e lá adquiriu essa personalidade violenta e indomável.

De volta ao mundo civilizado ele decide então ir atrás do maior dos prêmios, caçando o Homem-Aranha. Esse combate entre o herói e o bizarro vilão rende excelentes momentos e até hoje é lembrado porque o Kraven mandou literalmente o Aranha para a cova! Pois é, por um período o Homem-Aranha se viu morto e enterrado. Sem dar spoilers antecipo que não curti muito a forma que esse problema foi resolvido.

O Homem-Aranha nunca poderia ser morto em uma revista em quadrinhos. De certo modo foi uma golpe publicitário colocando nas capas das edições ele saindo da tumba, etc. Há um segundo vilão na história, o Ratus, um sujeito modificado geneticamente que além de ser um serial killer, também é canibal. Esse tom mais violento e adulto desse gibi provavelmente foi o que o elevou a ter todos esse status como um dos melhores do herói. Só que hoje em dia, passados tantos anos, já não vi o mesmo impacto. Pelo contrário, considerei o material até mesmo um tanto convencional. Deve ser o efeito do passar dos anos. Para sentir o impacto desse quadrinhos só mesmo voltando nos anos 80, algo que obviamente é impossível.

Pablo Aluísio.

Space Ghost

O personagem do Space Ghost foi criado em 1966 para uma série de animações feitas para a TV pelos estúdios Hanna-Barbera. Criador de desenhos famosos como Os Flintsontes, Os Jetsons, Manda-Chuva, entre outros, os produtores procuravam por personagens do tipo herói tais como os da Marvel e da DC Comics.

Assim, usando o Batman como fonte de inspiração, foi criado esse Space Ghost pelo desenhista Alex Toth. De 1966 a 1968 a série foi exibida no canal CBS. No Brasil também faria sucesso, sendo exibida nos principais canais de TV aberta do país.

E como nada se cria, tudo se recicla, o fantasma do espaço retornou, agora em uma série de revistas em quadrinhos da editora DC Comics, que comprou seus direitos de publicação recentemente. O personagem tinha virado um tipo de piada desde a exibição da série "Space Ghost Coast to Coast" pelo canal Cartoon. Ali ele era um improvável apresentador de Talk Show. Agora a DC quer resgatar o Space Ghost da galhorfa total, o elevando novamente a status de herói espacial.

Curiosamente os profissionais da DC tiveram que recriar suas origens, já que na animação original dos anos 60 não havia nada de muito profundo escrito sobre ele. Era apenas um herói bacana que viajava pelo espaço e soltava raios pelas mãos, através de um bracelete. Na DC eles remodelaram tudo, criaram uma história no passado, antes de virar o Space Ghost, mostrando até mesmo suas esposa e sua família, etc. Pelo visto a editora anda apostando nessa criação para a TV que agora pode, quem sabe, virar um sucesso de vendas da DC. E os estúdios de Hollywood também estão de olho para provavelmente fazer um filme com o personagem nos próximos anos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Quadrinhos + Faroeste

Bolsilivros de Faroeste
- Quando eu era um simples adolescente, um estudante Marista, eu tive uma breve coleção de livros de bolso de faroeste. Esses livrinhos de papel jornal e bonitas capas eram chamados de "bolsilivros". Outro dia me peguei pensando, será que ainda existem nas bancas pelo Brasil afora? Acredito que não, infelizmente. Isso porque eu sempre vi essa literatura de bolso como uma entrada no mundo dos livros em geral. O leitor de bolso certamente um dia se tornaria um leitor de livros maiores - como se deu no meu caso!

Hoje em dia sei que esse tipo de publicação foi herdeira, de modo em geral, das pulps americanas. A diferença era apenas de tema. A chamada Pulp Fiction trazia histórias bem fantasiosas, de magia, espada e bruxaria. Ora, o famoso personagem Conan surgiu na literatura pulp. E esses livrinhos eram chamados de pulp justamente por causa do papel que eram impressos. Pulpa. Além disso eles também eram vendidos a preços bem baratinhos.

Eu tive bolsilivros na década de 80. Por isso não saberia dizer o preço que custavam na época, mas fazendo um exercício de comparação penso que em dinheiro de hoje eles não custariam mais de 5 reais. E muitos desses livros eram escritos em série. Os autores brasileiros tinham seus nomes trocados por nomes estrangeiros, para parecer que eram materiais americanos. Que coisa, não é mesmo? Mas enfim, curtia muito esses livrinhos, se um dia encontrar por aí para comprar o farei, nem que seja para apenas matar a saudade desses tempos. 

O Homem-Aranha e o Clone!
Eu nunca tive muita tradição em comprar quadrinhos. Poucas vezes, ao longo da minha vida, comprei essas revistinhas. Nem quando era jovem, adolescente, na idade ideal para esse tipo de coleção. Na época preferia comprar revistas de cinema (ainda falarei muito disso por aqui). Uma exceção em minha memória foi alguns gibis que comprei do Homem-Aranha.

Não me recordo direito se isso foi nos anos 80 ou nos anos 90. Mas sim, fiz coleção de gibis do Spider Man. E aqui vale um pequeno contexto daquela época. Quem publicava as revistinhas era a editora Abril. Os gibis eram em papel jornal. Formato pequeno. Hoje em dia esse tipo de edição é chamada de "formatinho".

Pois bem, comecei a comprar as revistas em quadrinhos com a intenção de colecionar mesmo. Só que dei azar. Na época a Abril estava publicando a saga do clone no Brasil. O Homem-Aranha não era mais o Peter Parker, mas outro cara, que para diferenciar do Aranha tradicional usava uma espécie de moleton nas costas. Eu comprei várias revistinhas, mas o fato é que o material era fraco e não tardou para que eu largasse a coleção. Engraçado essas revistas se perderam no tempo, não tenho mais. Guardava dentro de uma caixa de sapato. Pois é, o culpado de tudo foi o tal clone. Se sua saga não fosse tão ruim talvez hoje eu tivesse uma grande coleção de quadrinhos daquela época. 

O Batman dos anos 80
Ainda nessa linha de memórias de quadrinhos, eu me recordo de também ter comprado revistinhas em quadrinhos do Batman nos anos 80 e 90. Também eram publicadas pela Abril Jovem em formato pequeno, o conhecido formatinho. Minhas lembranças do Batman nessa época são boas. Ao contrário das revistinhas do Homem-Aranha que eram meia-boca, os quadrinhos do Batman eram coisa fina, classe A.

Eu me lembro de uma edição em particular que ele enfrentava o Pantera Negra. Não era uma grande história, apenas um quebra-pau daqueles, mas a arte era muito boa. Fora isso também tenho lembranças que as revistas do Batman eram muito escuras! O que isso significa? Eu não sei se era culpa das edições da época, do papel jornal ou da impressão, mas realmente algumas histórias eram tao escuras que não se via nada, nem o Batman. Só dava para ler os balões, porque afinal eram brancos!

Eu também me recordo de ter lido "A Piada Mortal", que naquela época era uma novidade e tanto nas bancas. Essa ideia de "Graphic Novel" surgiu justamente naquela época. As edições eram caprichadas, em papel melhor, nada de papel jornal. Também eram mais caras. Outro aspecto que devo lembrar é que houve uma certa bagunça nas revistas do Batman no Brasil. Elas duravam um ano, dois, depois eram canceladas e começavam do zero. Isso irritava o colecionador. Bem ao contrário dos Estados Unidos onde, pelo que eu saiba, jamais foram canceladas nesses anos todos de publicação.

Pablo Aluísio.

Star Wars: Darth Vader - O Nono Assassino

Pois é, o universo "Star Wars" saiu dos cinemas e invadiu outros campos da cultura pop, entre eles o mundo dos livros e dos quadrinhos. Aliás a literatura envolvendo "Star Wars" se expandiu tanto e deu origem a tantos livros que até mesmo seu criador, George Lucas, confessou recentemente em entrevistas que nem ele consegue acompanhar mais! Definitivamente não está fácil para ninguém! E assim chegamos nesse "Star Wars Darth Vader - O Nono Assassino" que você pode encontrar tanto em forma de livro como em quadrinhos.

Apesar de girar em torno de um dos personagens mais celebrados da saga, o vilão Darth Vader, o fato é que esse "O Nono Assassino" não me surpreendeu muito! Na verdade achei o enredo meio banal, diria até preguiçoso. O roteiro, digamos assim, gira em torno de uma vingança. Vader mata um jovem e seu pai jura que vai matar o vilão negro. Vader já havia sofrido oito atentados a sua vida no passado e agora é enviado o nono assassino para dar cabo de sua vida. Será que conseguirá? Ou será exterminado como os demais?

Momentos memoráveis são poucos. Talvez a melhor ideia venha quando Vader desce em um planeta habitado por estranhas criaturas que o recebem quase como se ele fosse uma espécie de Messias ou enviado pelos céus. Uma alegoria que tenta pegar carona na lenda dos Maias que receberam os colonizadores espanhóis como deuses quando eles chegaram no novo mundo. Fora isso tudo soa um pouco sem originalidade. Vader enfrenta seus inimigos e obviamente por ter grande poder do lado negro da força os elimina em série. Em relação aos quadrinhos não gostei muito da arte. Achei banal. Então é basicamente isso. Dentro desse universo paralelo que corre sobre "Star Wars" esse Nono Assassino passa longe de ser um produto imperdível.

Título: Star Wars: Darth Vader - o Nono Assassino
Autores: Stephen Thompson, Iván Fernández
Editora: Panini Books
Data de Lançamento: 2016

Pablo Aluísio.