segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

O Documento Holcroft

Título no Brasil: O Documento Holcroft 
Título Original: The Holcroft Covenant 
Ano de Lançamento: 1985 
País: Reino Unido 
Estúdio: Thorn EMI Screen 
Direção: John Frankenheimer 
Roteiro: Edward Anhalt, George Axelrod
Elenco: Michael Caine, Anthony Andrews, Victoria Tennant, Lilli Palmer, Mario Adorf, Michael Lonsdale 

Sinopse: 
Um arquiteto, de origem alemã, descobre que seu pai, general do exército durante a II Guerra Mundial, escondeu uma grande fortuna ao lado de outros oficiais do III Reich. Agora, a fortuna cai em suas mãos, mas não há o que celebrar pois ele passa a ser perseguido por inimigos conhecidos e também ocultos, colocando em risco sua vida. Roteiro baseado no livro homônimo de Robert Ludlum, publicado em 1978. 

Comentários:
A história do filme mantém o interesse, mas fica claro desde o começo que há problemas no ritmo em que a história é contada. Em determinados momentos nada de muito interessante acontece, ficando quase tudo bem chato. Já em outros momentos tudo parece acelerar, com atropelos no enredo. Isso tudo aconteceu não por culpa do diretor John Frankenheimer. Sua primeira versão tinha quase três horas de duração. Os executivos do estúdio não gostaram do que viram. Então saíram promovendo cortes e mais cortes, resultando tudo numa péssima edição que não raro deixa tudo confuso, ora arrastado demais, ora apressado em demasia, tentando colocar apressadamente um ponto final na história que está contando. Olha, muito cansativo! Sobram de bom no final de tudo a boa interpretação de Michael Caine e as belas paisagens das diversas cidades onde o filme foi rodado (Munique, Lindau, Berlim, Londres). Pena que nada disso seja o suficiente para salvar o filme que foi muito mal nas bilheterias quando chegou nos cinemas em meados dos anos 80. É o que acontece quando executivos tentam interferir nas obras cinematográficas de grandes cineastas. 

Pablo Aluísio.

Balas Contra a Gestapo

Balas Contra a Gestapo
Após a morte de um pequeno comerciante no bairro em que domina, o gangster 'Gloves' Donahue (Humphrey Bogart) sai em busca do assassino. O que ele não desconfia é que o assassinato não foi apenas um crime comum. Na verdade conforme o tempo passa e novas revelações vão surgindo, Gloves acaba descobrindo que um grupo de espiões da Alemanha Nazista está envolvido. A Gestapo (a violenta polícia secreta de Hitler) está infiltrada em Nova Iorque, com vários figurões em postos chaves dentro da sociedade. O problema é que por ser um gangster ninguém acredita em suas revelações. Assim ele e seus homens terão que limpar, por conta própria, as ruas da cidade. Interessante filme estrelado por Humphrey Bogart. Apesar da sinopse, que pode levar alguém a acreditar que se trata de um filme de espionagem ao velho estilo, esse "All Through the Night" tem algumas peculiaridades, apresentando até mesmo um certo bom humor, algo raro nesse tipo de produção.

Embora não possa ser considerado uma comédia, o roteiro se apoia bastante nessa situação sui generis envolvendo um criminoso (Bogart) que acaba se tornando a única salvação de Nova Iorque. Acontece que a Gestapo está secretamente atuando na cidade, planejando um grande atentado contra um importante navio de guerra da marinha americana que está ancorado no principal porto da cidade. Claro que o roteiro é meramente ficcional, servindo até mesmo como uma referência da paranoia e do medo que surgiam dentro da sociedade americana naquela época de guerra e incertezas sobre o futuro (o filme foi rodado bem no meio da Segunda Guerra Mundial). Humphrey Bogart segue seu tipo habitual. Ele é um gangster que, ironicamente, precisa sempre lidar com sua mãe, uma matrona italiana que trata o filho como se fosse uma criança. As cenas com ela (interpretada pela excelente atriz Jane Darwell) rende alguns momentos bem divertidos no filme.

O interessante é que Bogart interpreta um criminoso de bom coração, mostrando uma certa simpatia por parte de Hollywood em relação a certos gangsters da época. Seus comparsas são tipos praticamente cômicos, contando inclusive com um membro de sua gang que só se envolve em confusões, enquanto tenta passar a tão sonhada lua de mel com sua jovem noiva. Assim temos aqui um interessante filme dos anos 40 que, apesar do tema, não procura se levar muito à sério. A presença do bom e velho Bogart será certamente um dos grandes atrativos para se conferir a produção, muito embora o péssimo título nacional vá afastar alguns cinéfilos. Ignore isso e se divirta com esse filme de gangster bem diferente.

Balas Contra a Gestapo (All Through the Night, Estados Unidos, 1941) Estúdio: Warner Bros / Direção: Vincent Sherman / Roteiro: Leonard Spigelgass, Edwin Gilbert / Elenco: Humphrey Bogart, Conrad Veidt, Kaaren Verne, Peter Lorre, Jane Darwell, William Demarest /Sinopse: Um gangster de Nova Iorque passa a desconfiar que membros da Gestapo, o serviço secreto da Alemanha nazista, estão atuando na cidade, cometendo crimes e espalhando terror.

Pablo Aluísio.

Minha Vida de Cinéfilo - Texto II

Minha Vida de Cinéfilo - Texto II
Eu tenho a opinião de que quem viveu os anos 80 viveu também o auge da paixão por filmes e cinema. A era do Vídeocassete explodiu então todo mundo queria consumir filmes e filmes. Meus amigos na escola falavam sobre cinema, minha turma era muito ligada na sétima arte! Era um clima bem diferente dos dias de hoje. Havia muitas publicações de revistas no Brasil. Provavelmente a primeira revista de cinema que comprei na minha vida foi a Cinemin. Era uma boa revista, com muitas matérias interessantes. Uma revista de formato grande, que era até ruim de colecionar por isso! O papel de dentro era preto e branco, mas as capas costumavam ser muito bem feitas, bonitas. Eu me recordo da capa com Aliens, o Resgate e Jogo Bruto. Tive essas duas edições e muito mais. Infelizmente as perdi com o tempo e me arrependo muito disso!

Agora, a revista de cinema da minha vida foi a Set. Era uma publicação da Abril. Que revista boa! Colecionei ao longo dos anos, da edição 1 até a última. Era um tempo bom! Nas revistas de cinema eu ficava informado sobre os novos filmes, ao mesmo tempo que ia aprendendo a cada nova leitura. Foi a minha universidade de cinéfilo. Esse é um tempo que não existe mais! Sequer existem mais bancas de revistas e jornais agora! Eu até hoje fico chocado com essa nova realidade. Adoro a internet, mas esse meio de revistas e jornais impressos não precisava ter sido varrido do mapa como foi! Em minha opinião isso foi bem trágico para a cultura de um modo em geral. 

Por volta de 1985 eu passei a ir aos cinemas todas as semanas. Se tivesse filme bom estreando, pode ter certeza que eu estava lá. O ingresso era muito barato e não havia cinema em shopping centers. Eram ainda os velhos cinemões de bairro. Os que eu frequentava ficava no centro da minha cidade. Eles se chamavam Municipal (o melhor, com os principais lançamentos do mês) e o Plaza (onde passavam os filmes de segunda categoria). Ficavam na mesma rua, com uma pequena distância entre eles. 

Como estudava pela manhã ia aos cinemas à tarde, geralmente nas segundas ou quartas (que tinha preço promocional). Foi uma época muito feliz da minha vida. Eu era jovem, estudante, adorava cinema e música, mas não o tipo de som que a garotada da minha idade curtia. Eu gostava de Rock Clássico como Elvis Presley, os Beatles, etc. Curioso, mesmo após tantos anos eu ainda tenho o mesmo gosto musical. Acho que ninguém superou esses artistas do passado! E hoje, cinquentão, fico feliz em olhar para trás e ver que eu sempre tive um excelente gosto musical. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 30 de novembro de 2025

Os Filmes de Brad Pitt - Parte 4

A Mexicana
Não curti nem um pouco. Vi no cinema e saí insatisfeito. Pitt e Roberts não convencem e não mostram paixão nenhuma na dela. Sobra para o James Gandolfini tentar salvar o filme, mas em vão. Ele não é santo milagreiro. A mistura de filme de ação com romance não combinou muito bem. Há claras falhas de ritmo, além de uma duração que soa muito excessiva, talvez pelo fato do enredo ser bem enfadonho. É a tal coisa, até gosto de forma em geral do cinema assinado pelo diretor Gore Verbinski. 

Aqui porém ele errou na mão. Não sei se foi a pressão dos astros (da dupla central formada por Pitt e Roberts) ou então por causa do estúdio (DreamWorks, de Steven Spielberg), mas o fato é que tudo é muito artificial. Nada convincente, nada marcante. É aquele tipo de filme que, apesar dos nomes envolvidos, muitos deles bem talentosos, não existe aquela fibra que encontramos em grandes filmes. No fundo tudo é um grande exercício de vazio.

A Mexicana (The Mexican, Estados Unidos, 2001) Estúdio: Dreamworks Pictures / Direção: Gore Verbinski / Roteiro: J.H. Wyman / Elenco: Brad Pitt, Julia Roberts, James Gandolfini, J.K. Simmons, Bob Balaban / Sinopse: Um criminoso tem que ir ao México em busca de uma pistola rara e de grande valor para entregar ao seu chefe ao mesmo tempo em que tem que lidar com sua esposa que quer de todas as formas que ele abandone o mundo do crime de uma vez por todas.

Jogo de Espiões
Quando Brad Pitt começou a realmente fazer sucesso no cinema ele logo foi comparado a Robert Redford. Ambos, diziam os críticos, eram parecidos fisicamente e seguiam um mesmo estilo de personagem. Pessoalmente eu nunca achei, mas como parecia ser uma boa ideia reunir a dupla em um filme a Universal Pictures aceitou pagar os cachês milionários dos atores para que eles estrelassem esse "Spy Game". É interessante notar que quando o filme foi lançado havia um certo pensamento de que filmes sobre espiões estavam fora de moda, ultrapassados. Até porque poucos anos antes o muro de Berlim havia caído e não tinha mais muito sentido apostar nesse tipo de roteiro. Foi talvez esse o maior problema enfrentado pelo filme quando chegou aos cinemas.

A bilheteria foi morna e a repercussão nada animadora. A trama gira em torno de um agente da CIA veterano, Nathan Muir (Robert Redford), que é convocado pelo serviço de inteligência para salvar a vida do jovem espião Tom Bishop (Brad Pitt), que foi seu pupilo no passado. A "amizade" que os une é do tipo amor e ódio pois o personagem de Redford não consegue confiar plenamente em Pitt. Com uso de flashbacks em seu desenrolar o filme só se prejudica mesmo por sua falta de ritmo. Como escrevi naquela época o público não parecia mais interessado em jogos de espiões dos tempos da guerra fria. Muito provavelmente se o filme tivesse sido lançado antes, uns três anos antes, teria melhor sorte, quem sabe...

Jogo de Espiões (Spy Game, Estados Unidos, 2001) Direção: Tony Scott  / Roteiro: Michael Frost Beckner / Elenco: Robert Redford, Brad Pitt, Catherine McCormack, Marianne Jean-Baptiste / Sinopse: Um espião veterano é escalado para ajudar um episáo bem mais jovem, porém ao que tudo indica há mais interesses escusos em jogo, mesmo que muitos não saibam.

Onze Homens e um Segredo
Esse filme nasceu por acaso. O ator George Clooney estava hospedado em um hotel de Las Vegas quando assistiu na TV o clássico original com Frank Sinatra e seus amigos do rat pack. Ele então se perguntou porque ninguém tinha ainda feito um remake desse filme! Imediatamente contactou seu agente e esse saiu em busca dos direitos da obra cinematográfica. Com tudo pronto contratou o diretor Steven Soderbergh e no mesmo espírito que deu origem ao filme de Sinatra saiu convidando seus amigos mais próximos em Hollywood para fazer parte do elenco. Afinal Clooney sempre foi um dos atores mais bem relacionados dentro da indústria, tendo mesmo cacife para reunir tanta gente famosa em apenas uma produção.

Se você não tem ideia ainda do que se trata (o que acho bem difícil), o roteiro mostra um grupo de criminosos que decide roubar um grande cassino em Las Vegas. O plano, como era de se esperar, é simplesmente mirabolante, praticamente uma orquestra bem afinada formada por ladrões. O clima é bem ameno, quase levado às últimas consequências. Nenhum ator do elenco parece levar muito à sério o que acontece, o que é um ponto positivo a mais para o filme. Lançado em 2001 esse remake foi um grande sucesso de bilheteria, se tornando um blockbuster certeiro, mostrando que George Clooney tinha jeito (e sorte) também como produtor de cinema. Como deu origem a várias continuações (todas inferiores) ainda considero esse o melhor dessa nossa safra. Claro, nenhum desses novos filmes conseguiu ser mais legal e bacana do que o de Frank Sinatra e cia, mas no geral também não fez feio. É acima de tudo uma diversão bem-vinda ao estilo soft, tudo bem descompromissado.

Onze Homens e um Segredo (Ocean's Eleven, Estados Unidos, 2001) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: George Clayton Johnson, Jack Golden Russell / Elenco: George Clooney, Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon, Andy Garcia, Don Cheadle, Casey Affleck, Bernie Mac, Joshua Jackson, Steven Soderbergh / Sinopse: Danny Ocean (George Clooney) decide formar um grupo de especialistas, ladrões de bancos, para um roubo milionário em um dos maiores e mais ricos cassinos de Las Vegas. Filme indicado ao César Awards (França) na categoria de Melhor filme estrangeiro (USA) e ao Art Directors Guild.

Tróia
Alguns filmes épicos tinham tudo para se tornarem clássicos modernos da sétima arte, o problema é que muitas vezes os produtores optam por realizar blockbusters vazios que visam apenas satisfazer os desejos de uma platéia jovem e pouco interessada em história. Ao invés de contar tudo da forma mais crível possível se opta por enredos fantasiosos e baseados em cenas de ação gratuitas. Esse "Tróia" vai por esse caminho. O cineasta Wolfgang Petersen perdeu o controle sobre o filme e os executivos da Warner impuseram sua visão de realizar um filme feito meramente para alcançar grandes bilheterias na temporada mais competitiva do cinema americano. 

Ao custo de 175 milhões de dólares, "Tróia" tem tudo que a indústria americana tem de melhor a oferecer em aspectos puramente técnicos, principalmente em seus ótimos efeitos digitais, figurinos luxuosos e cenas de impacto visual. A única coisa que não tem é um bom roteiro que logo se perde em bobagens históricas. Brad Pitt, que sempre considerei um bom ator está particularmente medíocre no papel de  Aquiles e como todo o restante do elenco é fraco (alguém vai esperar alguma coisa de Orlando Bloom?) o filme deixa aquela sensação de pastel de vento. Não alimenta e nem enriquece, só engorda.

Tróia (Troy, Estados Unidos, 2004) Estúdio: Warner Bros / Direção: Wolfgang Petersen/ Roteiro: David Benioff / Elenco: Brad Pitt, Eric Bana, Orlando Bloom, Peter O'Toole / Sinopse: Baseado na obra de Homero o filme conta a história da lendária guerra de Tróia que supostamente ocorreu no ano de 1193 a.C. Um evento banal envolvendo questões familiares deu origem a um intenso conflito armado entre as poderosas cidades estados de Messênia e Tróia. Liderando os exércitos invasores surge o valente e heróico Aquiles (Brad Pitt). Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Figurino.

Doze Homens e Outro Segredo
Essa franquia de sucesso mais parece uma reunião de amigos em um fim de semana do que qualquer outra coisa. E pensar que tudo começou lá na década de 1960 quando Frank Sinatra mandou o estúdio escrever um roteiro que pudesse contar com todos os seus amigos do “bando de ratos”, a saber: Dean Martin, Sammy Davis Jr e todo o resto da trupe. O filme original também tinha esse ar descompromissado que foi repetido aqui nessa nova franquia. Só que sai Sinatra e entra George Clooney. Ator bem relacionado em Hollywood com vários amigos no meio ele conseguiu reunir um time de estrelas do primeiro escalão de Hollywood para rodar inicialmente o remake do filme de Sinatra. 

Só depois do grande sucesso daquela produção foi que o estúdio teve a oportuna idéia de realizar continuações, até porque em Hollywood o que faz sucesso vira franquia imediatamente. O dinheiro é que manda! O primeiro filme é bem realizado, com direção correta e bom roteiro mas em nenhum momento chega a ser surpreendente ou marcante. No final das contas apenas diverte – e era justamente essa a intenção de seus realizadores. Já essa seqüência para falar a verdade não traz mais nada de novo. A verdade pura e simples é que não tinham mais nenhuma estória para contar então realizaram uma espécie de remake do remake (por mais estranho que isso possa parecer!).

Aqui Danny Ocean (George Clooney) resolve viver longe do mundo da criminalidade. Casado com Tess (Julia Roberts) ele só quer mesmo paz e tranqüilidade. As coisas começam a mudar quando o ex-marido de Tess, o almofadinha Terry Benedict (Andy Garcia), resolve recuperar todo o dinheiro que lhe foi roubado pelo grupo de Danny Ocean no primeiro filme. Ao mesmo tempo Ocean resolve se precaver e muda de idéia, resolvendo reunir novamente seus comparsas para aquele que seria o super roubo de sua carreira. O alvo dessa vez porém fica na Europa. Nesse ínterim a agente do FBI Isabel Lahiri (Catherine Zeta-Jones) começa o seu acerto de contas contra Rusty (Brad Pitt), um dos membros da equipe de Ocean. Seguem-se as costumeiras perseguições, cenas espetaculares e muita ação. 

Assim temos mais do mesmo. O roteiro se concentra nos preparativos do grande assalto enquanto os demais personagens apenas passeiam em cena. Um dos problemas dessa franquia é justamente esse, o excesso de personagens. Com tanta gente em cena ao mesmo tempo nenhum papel chega a ser bem desenvolvido, nem o de Ocean (Clooney). Júlia Roberts e Catherine Zeta-Jones não acrescentam em nada ao resultado final e mais parecem penetras no clube do Bolinha de Clooney. Os atores também não parecem levar nada à sério, em especial Brad Pitt que mais parece estar de férias na Europa. Se não é para ser levado à sério então porque o espectador vai se importar? Mesmo assim até que funciona como passatempo ligeiro, leve, mesmo que você esqueça tudo o que assistiu dois minutos depois do filme terminar.

Doze Homens e Outro Segredo (Ocean's Twelve, Estados Unidos, 2004) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: George Nolfi / Elenco: George Clooney, Andy Garcia, Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon, Catherine Zeta Jones, Vincent Cassel, Don Tiffany / Sinopse: Mais uma vez o grupo liderado por Dany Ocean (George Clooney Resolve partir para um grande roubo, só que dessa vez na Europa.

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de novembro de 2025

Elvis Presley - Elvis Now - Parte 5

"We Can Make the Morning" tem um belo trabalho vocal por parte dos grupos de apoio de Elvis. Essa canção sempre considerei uma das melhores sob esse aspecto. Talvez não tenha sido tão bem recebida pelo público porque sua sonoridade destoava um pouco do que tocava nas rádios na época. "American Pie" de Don McLean era um hit nas paradas e mostrava bem o que todos estavam querendo ouvir por volta de 1972. Músicas grandiosas como essa de Elvis Presley dificilmente iriam se sobressair no mercado.

A RCA Victor porém resolveu ignorar isso e colocou a música de Jay Ramsey como lado B do novo single de Elvis. Não houve boa receptividade, fazendo com que o compacto chegasse apenas ao quadragésimo lugar entre os compactos mais vendidos, um resultado muito longe do que a gravadora pretendia. É uma pena já que definitivamente a canção era bonita e bem executada. Apenas não era a ideal para ser lançada como single naquela ocasião. De qualquer maneira acabou recebendo boas críticas por parte de revistas especializadas em música. Se não foi tão bom do ponto de vista comercial, pelo menos ganhou a simpatia dos críticos musicais.

O Lado A desse mesmo single veio com a melancólica "Until It's Time For You To Go". Essa era uma nova versão de Elvis para um sucesso de meados dos anos 60. A música havia sido escrita e lançada pela artista canadense Buffy Sainte-Marie. Ela foi uma nativa que cantando sobre paz, amor e ativismo político, conseguiu se sobressair no cenário da música naquele período. Sua versão original é bem de acordo com o movimento hippie, com apenas voz e violão, algo singelo, simples, mas ao mesmo tempo bonito e harmonioso.

Elvis de certa forma tirou a melodia de suas origens e a levou para um estilo mais country and western. Também sua banda TCB vinha nessa pegada. Elvis assim tornava a música mais palatável para o público do sul dos Estados Unidos, que tinha mais familiaridade com a sonoridade vinda de Nashville. Muito provavelmente Elvis nem tenha se inspirada na gravação original de Sainte-Marie, mas sim na versão do grupo britânico The Four Pennies. Eles a gravaram em 1965 e conseguiram transformar sua gravação em um top 20 da parada. Um feito e tanto. Pena que na voz de Elvis a música não voltou a obter muito sucesso na parada de singles. Muito provavelmente ela já havia chegado ao máximo em termos de êxito comercial com os ingleses, sete anos antes.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Sonhos de Trem

Título no Brasil: Sonhos de Trem
Título Original: Train Dreams 
Ano de Lançamento: 2025 
País: Estados Unidos 
Estúdio / Produção: Kamala Films
Direção: Clint Bentley 
Roteiro: Clint Bentley, Greg Kwedar 
Elenco: Joel Edgerton, Felicity Jones, Kerry Condon, William H. Macy, Nathaniel Arcand, Clifton Collins Jr. 

Sinopse: 
A história de um homem comum, um trabalhador chamado Robert Grainier. Quando criança, se torna órfão. Ao se tornar adulto vai trabalhar como lenhador e operário na construção de linhas de trem rumo ao oeste. Conhece uma jovem e com ela forma uma família. Constrói uma cabana no meio da floresta, mas sua felicidade é logo abalada por uma tragédia de grandes proporções. Baseado na novela Train Dreams, do escritor Denis Johnson. 

Comentários: 
Que filme ótimo! Em tempos atuais está cada vez mais raro se deparar com um filme assim, tão humano, com sentimentos tão verdadeiros! E para isso não precisa de muita coisa, a não ser uma boa história, um elenco aprimorado, uma bela direção, com lindas imagens da natureza capturadas por uma direção de fotografia inspirada. Todos os elementos que fazem um bom filme podem ser encontrados aqui. Em particular destaco não apenas o casal protagonista - estão ótimos em cena - como também a figura do velho homem trabalhador interpretado por William H. Macy. Ele é um sábio em sua própria maneira de ser. Uma sabedoria popular, fruto de anos de trabalho árduo, tudo em troca de uma vida honesta, mas igualmente muito dura. E ele tem esses pequenos pensamentos para passar aos mais jovens que queiram ouvir. Enfim, eis aqui um bom filme para se assistir na Netflix. Um tipo raro de obra cinematográfica de valor nos dias magros de bons filmes em que vivemos atualmente. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Respire

Título no Brasil: Respire
Título Original: Breathe 
Ano de Lançamento: 2024 
País: Estados Unidos 
Estúdio / Produtoras: Capstone Studios
Direção: Stefon Bristol 
Roteiro: Doug Simon 
Elenco: Jennifer Hudson, Milla Jovovich, Quvenzhané Wallis, Sam Worthington, Common, Raúl Castillo 

Sinopse:
Após mais uma tragédia ambiental mundial, o Planeta Terra perdeu parte de sua atmosfera. Com isso o Oxigênio, essencial para a respiração de todos os seres humanos, se torna um item raro, disputado com violência. Uma família sobrevive graças a uma invenção do pai, engenheiro, que construiu uma máquina de produção de Oxigênio. Só que isso vai trazer uma grave ameaça a todos eles, pois estranhos batem à porta em busca dessa máquina salvadora. 

Comentários: 
Achei bem fraco! O filme se passa em um mundo pós-apocalíptico. A justificativa agora vem da ausência ou escassez de oxigênio no planeta. Claro que algo assim iria exterminar grande parte da humanidade. E dentro da história que o filme conta, realmente exterminou. Até aí tudo bem. Só que o filme é focado numa pequena família (pai, mãe e filha) que conseguiram sobreviver. O pai, engenheiro sagaz e inteligente, construiu uma máquina que garantiu a sobrevivência delas, mas agora decide partir, porque sabe que não haverá oxigênio suficiente para 3 pessoas! Então ele se vai... e não demora muito para estranhos baterem à porta onde vivem agora sua esposa e filha... completamente sozinhas! História OK, mas sem maiores surpresas. O que não gostei mesmo foi do estilo visual do filme! Esse estilo de "filmagem amadora" me incomoda demais. Parece que estou assistindo a um Reality Show e isso definitivamente é péssimo! Eu implico mesmo com essa nova forma que alguns filmes estão adotando. É algo que me incomoda mesmo! Eu quero a película de 35mm, a clássica usada em cinema desde sempre. Um filme feito com imagem digital mixuruca não me interessa mais. Não dá, são muitos anos de cinefilia para aceitar algo assim! Quero mais que esse novo cinema digital seja engolido por um buraco negro no centro de nossa galáxia! E vou implicar cada vez mais quando encontrar filmes produzidos nesse estilo lamentável. 

Pablo Aluísio.  

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Red Rooms

Título no Brasil: Red Rooms: Obsessão Doentia 
Título Original: Red Rooms 
Ano de Lançamento: 2023 
País: Canadá 
Estúdio / Produtora: Nemesis Films Productions 
Direção: Pascal Plante 
Roteiro: Pascal Plante 
Elenco: Juliette Gariépy, Laurie Babin, Élisabeth Locas, Maxwell McCabe‑Lokos, Natalie Tannous, Pierre Chagnon 

Sinopse: 
Red Rooms são conhecidos como locais de tortura e morte online. Criminosos isanos e assassinos em séries violentos usam essas salas clandestinas no mundo virtual para mostrar seus crimes para uma série de pessoas atraídas por esse tipo de situação macabra e doentia. Quando um desses infames assassinos é preso, uma modelo chamada Kelly-Anne (Juliette Gariépy) começa a sentir uma obsessão doentia por esse caso criminal de grande repercussão na mídia. Ela sempre escondeu isso, mas sempre foi uma frequentadora assídua desse tipo de sala vermelha na net!

Comentários: 
Não é um grande filme de terror e suspense, mas curiosamente conseguiu atrair minha atenção da primeira à última cena. O tema é interessante e eu desconhecia a existência dessas salas vermelhas que dão título ao filme. É fato que a internet é mesmo de uma podridão sem limites, com lugares escuros, sombrios, frequentados por todo tipo de gente perversa e pervertida. Só não sabia que era algo tão conhecido assim no meio social, ainda mais em países tão civilizados como o Canadá (onde o filme foi produzido). O clima do filme é opressivo, com a protagonista geralmente ficando em ambientes escuros e fechados, com um notebook à sua frente. Ali, no meio virtual, ele dá liberdade para esse ser sombrio que carrega em sua mente. Aliás um ponto positivo desse roteiro é que ele nunca chega a ser violento, graficamente e visualmente falando. Ao invés disso aposta todas as suas fichas no terror psicológico e isso definitivamente é um dos aspectos mais positivos desse filme. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Vingador Impiedoso

Vingador Impiedoso
Um bom western. No enredo Blayde Hollister (Gary Cooper) é um criminoso fora-da-lei que decide se passar por delegado federal dos Estados Unidos na distante cidade de Dallas, Texas, onde ninguém o conhece. O problema é que a cidade vive uma verdadeira guerra pelo controle das terras da região que são extremamente ricas em Petróleo. Os irmãos Marlow aterrorizam os fazendeiros da região pois querem tomar posse de todas as propriedades ao redor da cidade. "Dallas" que no Brasil recebeu o título de "Vingador Impiedoso" é mais um western estrelado pelo ator Gary Cooper que aqui surge fazendo um tipo de papel incomum, a de um criminoso procurado em diversos Estados. Ex-oficial do exército Confederado, ele agora é procurado por supostos crimes cometidos durante a Guerra Civil. Como o Sul foi derrotado, ele agora tem que esconder sua verdadeira identidade para não ser condenado à forca. Seu passado o condena e por mais que ele queira um novo recomeço, isso sempre volta para assombrar seus passos.

Ao contrário de "Matar ou Morrer", o grande clássico da filmografia de Gary Cooper, esse western aqui valoriza muito mais a ação e as cenas de perseguições, tiroteios, etc, Bem ao contrário do conflito psicológico do famoso filme anteriormente citado. Cooper aliás está mais expansivo em uma caracterização que em nada lembra o famoso xerife que interpretou em "Matar ou Morrer". A cidade de Dallas que emerge do filme ainda é um local muito primitivo, que sequer tem uma sede de sua prefeitura e que é controlada com mãos de ferro por especuladores e pistoleiros. Para quem ainda duvida que os Estados Unidos é a terra dos imigrantes é bom prestar atenção na grande quantidade de personagens latinos presentes no filme. Uma sucessão de nomes hispânicos como Luíz, José e Manoel vão surgindo no transcorrer da trama. A própria mocinha do filme é uma morena com sangue latino nas veias interpretada pelo bela  Ruth Roman.

No saldo final podemos dizer que Dallas é um bangue bangue que privilegia muito mais as cenas de ação do que um roteiro mais primoroso. Em se tratando de um faroeste estrelado pelo ator Gary Cooper, eu particularmente esperava por algo mais complexo, diria até requintado. Um roteiro mais bem trabalhado. Mesmo assim, com essas pontuais falhas, diverte e entretém. Não é dos melhores trabalhos de Cooper mas merece ser redescoberto.

Vingador Impiedoso (Dallas, Estados Unidos, 1950) Direção: Stuart Heisler / Roteiro: John Twist / Elenco: Gary Cooper, Ruth Roman, Steve Cochran, Raymond Massey / Sinopse: Nos primórdios da fundação da cidade de Dallas, no Texas, um grupo de fazendeiros é intimidado pelos irmãos Marlow que desejam tomar posse de todas as terras da região, pois estão cheias de Petróleo em seu subsolo. No meio dessa luta surge na cidade um forasteiro que se diz delegado federal, mas que na realidade é um foragido e fora-da-lei em vários Estados americanos.

Pablo Aluísio.

O Tesouro dos Renegados

Título no Brasil: O Tesouro dos Renegados
Título Original: Der Schatz im Silbersee
Ano de Produção: 1962
País: Alemanha
Estúdio: Rialto Film Preben-Philipsen
Direção: Harald Reinl
Roteiro: Harald G. Petersson
Elenco: Pierre Brice, Lex Barker, Herbert Lom, Karin Dor, Marianne Hoppe, Eddi Arent

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Karl May, o filme "O Tesouro dos Renegados" conta a história do caçador Old Shatterhand (Lex Barker) que se une ao chefe apache Winnetou (Pierre Brice) para localizar o lugar onde foi enterrado um tesouro com moedas de prata.

Comentários:
Você já assistiu a um faroeste alemão? Pois é, esse gênero cinematográfico sempre foi associado ao cinema americano (onde tem suas origens) e ao cinema italiano (com o surgimento do chamado Western Spaghetti durante os anos 1960 e 1970). O curioso é que apesar de ser produzido na Alemanha esse filme até que é muito bom, inclusive com uma produção que surpreende ao público mais acostumado com faroestes. Esse personagem apache chamado Winnetou inclusive fez muito sucesso na época, dando origem a outros filmes, quadrinhos e até mesmo brinquedos para as crianças alemãs. No geral é um bom filme, porém mais direcionado para um público juvenil, já que a intenção do roteiro é mesmo divertir aos jovens, inclusive pegando elementos de clássicos da literatura juvenil, como o próprio romance "A Ilha do Tesouro". Mesmo assim, com tantos elementos misturados, o filme certamente ainda agrada, principalmente se o cinéfilo estiver em busca de curiosidades sobre o cinema europeu dos anos 1960.

Pablo Aluísio.