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segunda-feira, 19 de março de 2018

A Lei é Implacável

Título no Brasil: A Lei é Implacável
Título Original: The Doolins of Oklahoma
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Gordon Douglas
Roteiro: Kenneth Gamet
Elenco: Randolph Scott, George Macready, Louise Allbritton
  
Sinopse:
Bill Doolin (Randolph Scott) é um bandoleiro no velho oeste americano. Membro da quadrilha dos Daltons ele escapa da morte após chegar atrasado em um encontro com os demais membros de seu bando. Na fuga, para sobreviver, acaba matando um homem. Depois desse crime se torna um homem procurado vivo ou morto pela lei. Eventualmente forma um novo grupo, mas os anos de violência e crimes o esgotam completamente. Assim tenta assumir uma nova vida, com uma nova identidade. O passado porém está prestes a voltar para assombrar novamente sua vida.

Comentários:
O eterno cowboy do cinema Randolph Scott se consagrou como o eterno homem do oeste, bom e íntegro. Em raras ocasiões interpretou vilões ou bandoleiros. Aqui temos um exemplo. Ele interpreta um fora-da-lei, um criminoso conhecido e perseguido que em determinado momento  de sua vida fica farto de tudo. Cansado de fugir e arriscar sua vida ele assim conhece uma boa mulher, Elaine Burton (Virginia Huston), que também sonha em formar uma família para viver feliz no resto de sua vida. Era justamente o que Bill deseja. usando um nome falso, Bill Daley, ele começa a reconstruir sua vida numa pequena e pacata cidade do oeste. Pretende se casar com Elaine e esquecer seu passado de crimes. A lei porém se mostra implacável pois seguindo seus rastros o xerife Sam Hughes (George Macready) descobre seu paradeiro. Para piorar os antigos membros de seu bando também descobrem onde Bill está vivendo. Aos poucos ele acaba percebendo que seus sonhos de felicidade estão prestes a virar poeira. "The Doolins of Oklahoma" é um western da década de 1940 que já traz por antecipação o visual, timing e o roteiro típicos da década que nascia, os anos 1950, um dos períodos mais produtivos do faroeste americano em toda a sua história.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de março de 2018

A Bela do Yukon

Poucos conhecem esse filme de Randolph Scott. É interessante relembrar que Scott não atuou apenas em faroestes ao longo da carreira. Ele também se saiu muito bem nos chamados "filmes de champagne" (como os críticos da época costumavam dizer). Essas eram produções mais refinadas, geralmente passadas na alta classe, com roteiros românticos, mas ao mesmo tempo leves. Uma espécie de novela do antigo cinema americano. Pois bem, aqui há a fusão desses dois estilos: o western e a trama mais sofisticada. O personagem central nem é o interpretado por Randolph Scott. Ele é o dono da casa de shows de variedades de uma cidadezinha do velho oeste. Ele chegou nesse lugar depois de ter problemas legais em Seattle. Com fama de trambiqueiro acabou precisando ir embora. Na nova cidade acabou se dando bem, montando seu saloon que também funcionava como cassino e casa de shows com muitas garotas dançando ao estilo francês.

Uma delas é Belle De Valle (Gypsy Rose Lee); No começo ela finge não conhecer Honest John Calhoun (Randolph Scott), mas na verdade são velhos conhecidos, mais do que isso, amantes de outros tempos. O roteiro assim vai se desenvolvendo, mostrando vários números musicais e um ou outro momento de ação. Não há tiroteios ou duelos. Logo no começo do filme vem um aviso muito bem humorado informando aos espectadores que aquele não seria um faroeste de tiros e perseguições a cavalo. É na verdade até mesmo uma comédia de costumes, mostrando a vida nessa cidadezinha. O mais divertido é que em determinado ponto o personagem de Randolph Scott resolve abrir um banco na cidade! Logo ele que sempre foi acusado de enganar os outros em seu passado! O absurdo vem depois quando sua agência é assaltada por ninguém menos do que o próprio xerife da cidade! Tudo bem divertido. No geral é um filme de que gostei bastante. A produção não é classe A porque o filme foi rodado durante a II Guerra e os estúdios já não tinham os mesmos recursos de antes, mas nada consegue atrapalhar esse filme champagne saboroso passado no velho oeste americano.

A Bela do Yukon (Belle of the Yukon, Estados Unidos, 1944) Direção: William A. Seiter / Roteiro: Houston Branch, James Edward Grant / Elenco: Randolph Scott, Gypsy Rose Lee, Dinah Shore / Sinopse: Randolph Scott interpreta um cowboy que resolve dar no pé de sua cidade Seattle após alguns problemas com a lei. Ele é considerado um sujeito pouco honesto, dado a pequenos tranbiques. Na nova cidade ele resolve montar uma casa de shows e variedades, assumindo uma nova identidade, Honest John Calhoun. Tudo caminha bem até a chegada da bailarina Belle De Valle (Gypsy Rose Lee) que conhece muito bem o passado nada lisonjeiro e honesto de Calhoun. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Música original ("Sleighride in July" de Jimmy Van Heusen e Johnny Burke) e Melhor Trilha Incidental (Arthur Lange).

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Maldade

Título no Brasil: Maldade
Título Original: The Thundering Herd
Ano de Produção: 1933
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Jack Cunningham
Elenco: Randolph Scott, Judith Allen, Buster Crabbe, Noah Beery, Raymond Hatton, Blanche Friderici

Sinopse:
Dois caçadores rivais se reencontram em um lugar selvagem e hostil, com índios determinados a exterminarem todos os caçadores brancos de búfalos que se encontram em seus territórios. E a rivalidade não se limita ao comércio de pele, mas também aos assuntos do coração, pois ambos são apaixonados pela mesma mulher.

Comentários:
Randolph Scott voltou a trabalhar com o diretor Henry Hathaway no western "Maldade" (The Thundering Herd, Estados Unidos, 1933). O roteiro era novamente escrito por Zane Grey, que era tão popular entre os fãs de filmes de faroeste que seu nome conseguia até mesmo um grande destaque nos posters dos filmes que chegavam nos cinemas. O enredo não poderia ser mais referente às mitologias do velho oeste norte-americano. Scott interpretava um caçador de búfalos chamado Tom Doan. Ele, ao lado de seus homens, caçavam búfalos para lucrar com a venda de suas peles, que na época valiam pequenas fortunas. O trabalho porém era uma verdadeira luta de sobrevivência em terras hostis. Além dos ladrões de peles, sempre dispostos a matar os caçadores, havia ainda a presença perigosa de guerreiros das tribos locais. No elenco o filme ainda trazia a bela Judith Allen e Buster Crabbe, veterano em filmes de faroeste da época.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Domador de Motins

Mais um bom faroeste com o astro do western Randolph Scott. Aqui ele interpreta um tipo incomum em sua filmografia. Scott é Ned Britt. No passado ele fora um pistoleiro temido no velho oeste, principalmente no norte do Texas. Com o tempo ele passou a entender que seria morto mais cedo ou mais tarde pois sempre haveria alguém tentando ter a honra de ter matado o mais rápido do gatilho. Assim ele decide abandonar as armas, se dedicando a ser um jornalista. Isso mesmo. Com uma prensa mecânica em uma carruagem, Ned e sua pequena equipe se tornam jornalistas itinerantes, indo de cidade em cidade para publicar seu pequeno diário.

Depois de muito rodar ele acaba parando em sua terra natal, a pequena Fort Worth, no mesmo Texas que um dia deixou para tentar o começo de uma nova vida. Seu retorno acaba também trazendo problemas. Sua antiga namorada (e amor de sua vida) está para casar com o seu melhor amigo. Para piorar tudo, a presença de alguém disposto a publicar um jornal na cidade logo desperta ódios, principalmente dos bandidos e malfeitores da região. A liberdade de imprensa já existia nos Estados Unidos naqueles tempos pioneiros, porém não eram poucos os jornalistas que acabavam sendo mortos por aquilo que escreviam. Afinal de contas o oeste ainda era selvagem.

O interessante é que o personagem de Scott evita a todo custo em voltar a usar as armas. Ele acredita sinceramente que o poder das palavras é mais forte e imponente do que o poder das armas de fogo. Sua relutância em voltar ao velho estilo - de acertar todas as rivalidades com um cano fumegante - logo o deixa vulnerável contra os facínoras de Fort Worth. Ele só muda de ideia mesmo quando seu sócio é morto covardemente na própria sede do jornal Fort Worth Star que dirige. A partir daí não sobra outra alternativa. O velho e bom Randolph Scott então resolve acertar as contas ao velho estilo, em duelos face a face (algo que certamente fez a festa dos fãs do ator na época).

Embora seja um western bem na média do que Scott era acostumado a estrelar - ou seja, uma fita B, mas com muito bom gosto e com todos os elementos necessários presentes - o que mais me chamou a atenção nesse filme foi o bom roteiro, com inúmeras reviravoltas envolvendo todos os personagens. Ora Scott pensa contar com seu velho amigo, ora descobre que está entrando em uma verdadeira cilada, com traição à vista. E para não faltar nada mesmo, o filme ainda traz ótimas sequências de ação, como a corrida em direção a uma locomotiva em chamas e uma grande sequência de acerto de contas de Scott com todos os vilões do filme. Em suma, um faroeste para fã do gênero nenhum colocar defeito. Scott era realmente muito eficiente nesse tipo de produção. Bons tempos aqueles.

Domador de Motins (Fort Worth, EUA, 1951) Direção: Edwin L. Marin / Roteiro: John Twist / Elenco: Randolph Scott, David Brian, Phyllis Thaxter / Sinopse: Após viajar numa caravana em que um garotinho morre esmagado depois do estouro incontrolável de uma manada, o cowboy e jornalista Ned Britt (Scott) decide voltar para sua terra natal, Fort Worth. Lá reencontra o grande amor de seu passado e seu antigo melhor amigo,  Blair Lunsford (David Brian), um homem que se tornou extremamente rico, com ambições políticas. O problema é que ele parece ter enriquecido através de métodos ilegais e ilícitos. Será que a amizade entre Ned e Blair sobreviverá agora que tudo parece ter mudado na velha cidade?

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de novembro de 2017

A Volta dos Homens Maus

Título no Brasil: A Volta dos Homens Maus
Título Original: Return of the Bad Men
Ano de Produção: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Ray Enright
Roteiro: Charles O'Neal, Jack Natteford
Elenco: Randolph Scott, Robert Ryan, George 'Gabby' Hayes, Anne Jeffreys
  
Sinopse:
Uma quadrilha formada por alguns dos mais infames pistoleiros do velho oeste como Billy The Kid, Sundance Kid, os irmãos Youngers e os irmãos Daltons se unem para promover uma série de ações criminosas em pequenas cidades do território de Oklahoma. Uma jovem chamada Cheyenne (Anne Jeffreys) resolve também se unir ao bando, mas durante um assalto a banco acaba sendo atingida por um tiro certeiro em seu ombro. Após cavalgar por várias horas ela acaba indo parar na fazenda do rancheiro aposentado Vance (Randolph Scott) que resolve lhe ajudar. Como é uma garota muito jovem ainda, Vance entende que ela deve largar o mundo do crime, para dar um novo rumo em sua vida.

Comentários:
Mais um bom filme da carreira de Randolph Scott. Inicialmente o fã de western pode vir a pensar que se trataria de uma espécie de sequência de "A Terra dos Homens Maus" de 1946, também estrelado por Randolph Scott. É uma visão equivocada. São dois filmes diversos, com personagens diferentes. O único elo de ligação vem dos roteiros que se aproveitam de bandidos famosos do velho oeste para contar suas estórias. No filme anterior, por exemplo, havia o bando de Jesse James. Já aqui os roteiristas trouxeram outros nomes conhecidos como Billy The Kid (pouco aproveitado) e Sundance Kid (como um pistoleiro com ares de psicopatia). Uma das coisas que mais gostei desse filme foi seu roteiro, muito bem desenvolvido, com ênfase em todos os personagens. O Vance de Randolph Scott, por exemplo, acaba tendo dois interesses românticos na estória. Ora ele se interessa pela jovem cowgirl Cheyenne, ora pretende se casar com a bela e recatada Madge Allen (Jacqueline White). 

A melhor parte acontece quando resolve aceitar o convite para se tornar xerife em uma cidade recém inaugurada, durante a corrida da colonização no Oklahoma. Naqueles tempos as terras do oeste eram doadas pelo governo a quem chegasse primeiro (um fato histórico que foi bem aproveitado em muitos filmes de faroeste ao longo dos anos). Como dono da estrela de prata ele precisa limpar a região dos foras-da-lei e bandoleiros em geral. Uma coisa nada fácil de se conseguir. Agora em termos de elenco quem se destaca mesmo é o veterano George 'Gabby' Hayes. Com seu jeito bem peculiar, servindo como alívio cômico, ele acaba roubando a cena como um dono de banco que acaba se tornando alvo do bando de criminosos. Suas cenas são bem divertidas e Gabby acaba mesmo chamando todas as atenções para si. Por fim, para completar o pacote, a cena final acontece numa cidade fantasma, que na verdade serve de esconderijo para o bando de criminosos. Em suma, não falta mesmo nada nesse bem tradicional western americano da década de 40. Miais um belo momento da filmografia do grande Randolph Scott.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Rua dos Conflitos

Título no Brasil: Rua dos Conflitos
Título Original: Abilene Town
Ano de Produção: 1946
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Edwin L. Marin
Roteiro: Ernest Haycox, Harold Shumate
Elenco: Randolph Scott, Ann Dvorak, Edgar Buchanan, Rhonda Fleming, Lloyd Bridges
  
Sinopse:
1870. A guerra civil deixa rastros de morte e destruição por toda a nação norte-americana. Em Abilene (uma conhecida cidade do velho oeste, famosa por suas belas planícies) o xerife Dan Mitchell (Randolph Scott) tenta colocar ordem e justiça pelas vastas terras da região. O lugar passa por um conflito violento envolvendo colonos e criadores de gado que decidem contratar pistoleiros violentos para impor seu ponto de vista a todos os moradores da cidade.

Comentários:
Um filme estrelado pelo astro do western Randolph Scott atuando como um bravo e honesto xerife do velho oeste já é um bom motivo para se assistir. Some-se a isso o bom roteiro e o elenco de apoio acima da média (que conta inclusive com um jovem Lloyd Bridges como o líder dos colonos) e você terá no mínimo uma boa diversão. Não é uma grande produção, na verdade foi um faroeste de orçamento mediano bancado pela United Artists. O estilo procura ser o de diversão familiar, sem muita violência ou cenas de impacto. Um filme tipicamente produzido para as matinês de cinema que faziam grande sucesso na década de 1940. Há um pouco de romance, com o personagem de Scott disputando o coração de duas mulheres, a garota de um saloon (interpretada por Ann Dvorak) e a de uma jovem mocinha, Rhonda Fleming (bem carismática e diria até encantadora). Enquanto o xerife luta contra os bandidos ainda há espaço para um pouco de música, com um bom número musical a cargo da atriz Ann Dvorak. Tudo um tanto leve e ameno. Essa cidade de Abilene sempre surgia em filmes de faroeste porque historicamente ela foi um centro de carga e descarga de grandes carregamentos de gado. Depois que as manadas eram enviadas para todo o país (em vagões de trem), os cowboys, pistoleiros e todos os tipos violentos que povoavam o oeste americano ficavam na cidade, pelos saloons, causando todos os tipos de confusões. Ser xerife de um lugar assim definitivamente não era algo fácil. O diretor Edwin L. Marin trabalhou em vários filmes ao lado de Randolph Scott e morreu precocemente, com apenas 52 anos de idade. Uma perda lamentada muito pelo ator que perdeu um de seus mais leais colegas de trabalho.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de setembro de 2017

Audácia Entre Adversários

Título no Brasil: Audácia Entre Adversários
Título Original: Wild Horse Mesa
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Harold Shumate
Elenco: Randolph Scott, Sally Blane, Fred Kohler, Lucille La Verne, Charley Grapewin, James Bush

Sinopse:
O roteiro desse western é bem interessante, mostrando os conflitos e lutas de um rancheiro chamado Chane Weymer (Randolph Scott). Ele é um homem de bem, honesto, que apenas deseja tocar sua vida em uma região inóspita, bem no meio do deserto do Arizona, mas que para isso terá que enfrentar vilões e facínoras.

Comentários:
O diretor Henry Hathaway voltou a pedir ao estúdio que contratasse Randolph Scott para mais um faroeste. Ele havia assinado para trabalhar na direção da adaptação para as telas de cinema do romance de Zane Grey. Em sua visão apenas Scott tinha os atributos para interpretar o personagem principal, um cowboy chamado Chane Weymer. O filme iria se chamar "Wild Horse Mesa" (no Brasil recebeu o título de "Audácia Entre Adversários"). As filmagens foram feitas em locações desérticas, algo que exigiu muito do elenco e da equipe técnica. Scott ficou bem amigo da estrela do filme, Sally Blane. Essa aproximação (que não passava de simples amizade) acabou caindo nas revistas de fofocas, onde se dizia que os dois atores estavam tendo um caso no set de filmagens. "Pura mentira, mas que ajudava a promover o filme" - relembraria anos depois o próprio ator. "Wild Horse Mesa" foi sucesso de bilheteria. Ainda hoje é cultuado pelos fãs do gênero western. Um bom filme certamente, embora não fugisse muita da mitologia auto centrada que os estúdios de cinema tinham criado para os filmes de faroeste. Havia o mocinho, a mocinha que seria conquistada, os vilões malvados e, é claro, a exuberância dos cenários naturais. A diferença é que o filme foi dirigido pelo grande e talentoso cineasta Henry Hathaway que iria se notabilizar em Hollywood pela diversidade de filmes que dirigiu. Embora tenha feito também grandes filmes de western, inclusive ao lado de John Wayne, esse cineasta procurava ser o mais eclético possível, passeando por todos os tipos de filmes, sem ficar preso a nenhum gênero.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A Herança do Deserto

Título no Brasil: A Herança do Deserto
Título Original: Heritage of the Desert
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Harold Shumate
Elenco: Randolph Scott, Sally Blane, J. Farrell MacDonald, David Landau, Gordon Westcott, Guinn 'Big Boy' Williams

Sinopse:
Adam Naab (J. Farrell MacDonald) é um fazendeiro, antigo bandoleiro e pistoleiro, que tem ambições de dominar todo o condado em que vive no Arizona. Ele tenta comprar as terras do rancheiro Jack Hare (Randolph Scott), mas esse se recusa a vender seu rancho. Pior do que isso, Naab deseja também a garota de Jack. Com isso a situação vai se tornando cada vez mais tensa até o inevitável duelo final.

Comentários: 
Depois de vários filmes mais sofisticados, chiques, produções do tipo "bolhas e champagne", finalmente Randolph Scott foi contratado para atuar em um faroeste. "A Herança do Deserto" de  Henry Hathaway trazia Randolph Scott como um cowboy envolvido bem no meio de uma disputa de terras no velho oeste americano. Ele fotografou muito bem com seus trajes de pistoleiro. O roteiro também foi um presente pois era bem escrito, com cenas marcantes. Produzido pela Paramount Pictures, filmado no próprio rancho da companhia, esse foi o primeiro grande sucesso de bilheteria de sua carreira. Um filme bem importante, que determinaria os rumos da filmografia do ator nas próximas décadas. O interessante é que por essa época Scott ainda não havia decidido se dedicar apenas aos filmes de faroeste. Ele tinha a ideia de apenas esporadicamente participar desse tipo de filme, porém com o tempo ele foi percebendo que as bilheterias de seus filmes de western eram bem superiores aos dos dramas e romances. Assim viu que o público o queria ver mesmo em trajes de cowboy, caminho do qual iria se dedicar mais com o passar dos anos.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de junho de 2017

O Romântico Defensor

Título no Brasil: O Romântico Defensor
Título Original: Albuquerque
Ano de Produção: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ray Enright
Roteiro: Gene Lewis
Elenco: Randolph Scott, Barbara Britton, George 'Gabby' Hayes, Lon Chaney Jr
  
Sinopse:
Com roteiro adaptado do romance "Dead Freight for Piute", de Luke Short, o filme "O Romântico Defensor" conta a estória de Cole Armin (Randolph Scott), um cowboy texano que vai até a cidade de Albuquerque para trabalhar ao lado de seu tio, John Armin (George Cleveland). um bem sucedido homem de negócios na região. Durante a viagem a diligência onde se encontra é assaltada por uma quadrilha de bandidos. Quando finalmente chega em seu destino acaba descobrindo que seu tio John teve participação no roubo. Em pouco tempo tio e sobrinho entram em choque por causa do crime ocorrido, ficando em lados opostos da lei.

Comentários:
"Albuquerque" é um western ao velho estilo onde tudo funciona muito bem. O roteiro é caprichado, bem desenvolvido, criando situações ora mais dramáticas, ora mais bem humoradas. O lado romântico também não é deixado de lado e aqui Randolph Scott corteja a mocinha Celia Wallace (Catherine Craig). O elenco de apoio é excepcionalmente bom com destaque para George Cleveland como o tio Armin, um vilão mais cerebral do que visceral (tanto que não pega em armas, apenas planeja de longe formas de prejudicar o seu sobrinho). George 'Gabby' Hayes, um veterano nas telas com quase 200 filmes também está excelente como Juke, um velho barbudo e ranzinza que trabalha para o personagem de Randolph Scott. Ele funciona muito bem como alívio cômico dentro da trama. Outro ponto de destaque no elenco de apoio é a presença do ator Lon Chaney Jr, tão conhecido dos fãs de filmes de terror clássicos da Universal, em seu auge! "Albuquerque" ficou muito conhecido pelo público americano por causa das inúmeras reprises televisivas ao longo de todos esses anos. Na década de 50 a Paramount, produtora do filme, negociou com a Universal a venda dos direitos autorais de mais de 700 faroestes, todos para serem exibidos no canal NBC no período vespertino. "Albuquerque" fazia parte desse pacote. Passando constantemente na TV norte-americana o filme foi criando uma espécie de intimidade com o público, se tornando uma obra muito conhecida e querida entre os fãs americanos de western. Até no Brasil o filme também foi bem reprisado nos primórdios da TV brasileira. Por aqui quando em sua exibição na extinta TV Tupi a produção recebeu o título pomposo de "O Romântico Defensor". Enfim é isso. "Albuquerque" certamente tem todos os ingredientes que fazem um bom western. Além disso seu clima nostálgico é completamente irresistível. Um faroeste dos bons que merece ser conhecido pelos fãs do gênero.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Randolph Scott - Domador de Motin

Mais um bom faroeste com o astro do western Randolph Scott. Aqui ele interpreta um tipo incomum em sua filmografia. Scott é Ned Britt. No passado ele fora um pistoleiro temido no velho oeste, principalmente no norte do Texas. Com o tempo ele passou a entender que seria morto mais cedo ou mais tarde pois sempre haveria alguém tentando ter a honra de ter matado o mais rápido do gatilho. Assim ele decide abandonar as armas, se dedicando a ser um jornalista. Isso mesmo. Com uma prensa mecânica em uma carruagem, Ned e sua pequena equipe se tornam jornalistas itinerantes, indo de cidade em cidade para publicar seu pequeno diário.

Depois de muito rodar ele acaba parando em sua terra natal, a pequena Fort Worth, no mesmo Texas que um dia deixou para tentar o começo de uma nova vida. Seu retorno acaba também trazendo problemas. Sua antiga namorada (e amor de sua vida) está para casar com o seu melhor amigo. Para piorar tudo, a presença de alguém disposto a publicar um jornal na cidade logo desperta ódios, principalmente dos bandidos e malfeitores da região. A liberdade de imprensa já existia nos Estados Unidos naqueles tempos pioneiros, porém não eram poucos os jornalistas que acabavam sendo mortos por aquilo que escreviam. Afinal de contas o oeste ainda era selvagem.

O interessante é que o personagem de Scott evita a todo custo em voltar a usar as armas. Ele acredita sinceramente que o poder das palavras é mais forte e imponente do que o poder das armas de fogo. Sua relutância em voltar ao velho estilo - de acertar todas as rivalidades com um cano fumegante - logo o deixa vulnerável contra os facínoras de Fort Worth. Ele só muda de ideia mesmo quando seu sócio é morto covardemente na própria sede do jornal Fort Worth Star que dirige. A partir daí não sobra outra alternativa. O velho e bom Randolph Scott então resolve acertar as contas ao velho estilo, em duelos face a face (algo que certamente fez a festa dos fãs do ator na época).

Embora seja um western bem na média do que Scott era acostumado a estrelar - ou seja, uma fita B, mas com muito bom gosto e com todos os elementos necessários presentes - o que mais me chamou a atenção nesse filme foi o bom roteiro, com inúmeras reviravoltas envolvendo todos os personagens. Ora Scott pensa contar com seu velho amigo, ora descobre que está entrando em uma verdadeira cilada, com traição à vista. E para não faltar nada mesmo, o filme ainda traz ótimas sequências de ação, como a corrida em direção a uma locomotiva em chamas e uma grande sequência de acerto de contas de Scott com todos os vilões do filme. Em suma, um faroeste para fã do gênero nenhum colocar defeito. Scott era realmente muito eficiente nesse tipo de produção. Bons tempos aqueles.

Domador de Motins (Fort Worth, EUA, 1951) Direção: Edwin L. Marin / Roteiro: John Twist / Elenco: Randolph Scott, David Brian, Phyllis Thaxter / Sinopse: Após viajar numa caravana em que um garotinho morre esmagado depois do estouro incontrolável de uma manada, o cowboy e jornalista Ned Britt (Scott) decide voltar para sua terra natal, Fort Worth. Lá reencontra o grande amor de seu passado e seu antigo melhor amigo,  Blair Lunsford (David Brian), um homem que se tornou extremamente rico, com ambições políticas. O problema é que ele parece ter enriquecido através de métodos ilegais e ilícitos. Será que a amizade entre Ned e Blair sobreviverá agora que tudo parece ter mudado na velha cidade?

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de maio de 2007

Bombardeio

Título no Brasil: Bombardeio
Título Original: Bombardie
Ano de Produção: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Richard Wallace
Roteiro: John Twist
Elenco: Pat O'Brien, Randolph Scott, Anne Shirley, Eddie Albert, Walter Reed, Robert Ryan

Sinopse:
Um major da Força Aérea dos Estados Unidos tenta convencer seus superiores que uma forte operação de bombardeio nas principais cidades da Alemanha e do Japão conseguirá antecipar o fim da II Guerra Mundial. Filme com roteiro baseado em fatos históricos reais.

Comentários:
Durante a II Guerra Mundial esse tipo de operação foi bem comum, usando tanto pelos países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália) como pelos países aliados (Estados Unidos, Inglaterra e demais países ocidentais). Só que o mundo mudou. Hoje em dia esse tipo de operação é vista com muitas reservas. Isso para não adentrar no campo penal em termos de direito internacional. Alguns até mesmo advogam que seria um crime de guerra. Afinal despejar bombas e mais bombas sobre populações civis, destruindo sem foco, matando mulheres, crianças e idosos, definitivamente não parece ser algo civilizado. Porém quando esse filme foi produzido tudo era visto sob um viés de patriotismo exagerado (afinal o filme foi produzido e lançado em plena guerra). O que vale mesmo nos dias atuais são suas boas cenas, algumas reais. Várias delas seriam reaproveitadas em documentários históricos sobre a II Guerra.

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de abril de 2007

Roberta

Título no Brasil: Roberta
Título Original: Roberta
Ano de Produção: 1935
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: William A. Seiter
Roteiro: Jerome Kern, Otto A. Harbach
Elenco: Irene Dunne, Fred Astaire, Ginger Rogers, Randolph Scott, Helen Westley, Luis Alberni

Sinopse:
John Kent (Randolph Scott) é um jogador de futebol americano que resolve ir até Paris para celebrar seu noivado. Uma vez lá, reencontra sua tia, que agora é uma famosa estilista de moda na capital francesa. Também conhece o casal formado por Huck (Fred Astaire) e Scharwenka (Ginger Rogers), modelos e dançarinos que vivem se provocando um ao outro. Filme indicado ao Oscar na categoria "Melhor Canção Original" pela música "Lovely to Look at" de Jerome Kern, Dorothy Fields e Jimmy McHugh

Comentários:
Excelente comédia musical romântica com a inesquecível dupla Fred Astaire e Ginger Rogers. O casal não estrela o filme (esse papel cabe à diva Irene Dunne), mas eles certamente roubam o show todas as vezes em que dançam pelos salões de Paris. Fred Astaire foi seguramente o melhor dançarino dos anos de ouro dos musicais americanos. Fino, elegante e muito técnico, ele deixava a plateia encantada com seus impecáveis passos de dança. Sua parceira Ginger Rogers também era fenomenal, embora tenha sido muitas vezes subestimada. Curiosamente eles, que faziam juntos maravilhosas cenas de dança, não se gostavam pessoalmente e viviam brigando nos bastidores dos musicais que estrelavam (o roteiro tira uma casquinha disso). Além dessa dupla que já justificaria a existência desse elegante musical, ainda temos de brinde o ator Randolph Scott, que se notabilizou pelos vários faroestes que estrelou, mas que também tinha um ótimo timing para comédias e filmes mais leves como esse. Uma prova está justamente aqui, em suas cenas. Scott inclusive confessava reservadamente a amigos que adorava esse tipo de filme, com muita música, figurinos luxuosos e roteiros espirituosos e bem trabalhados. Porém o fato é que seu tipo combinava melhor mesmo com filmes de western. Assim deixo a dica desse "Roberta", um filme dos tempos em que o cinema americano era pura magia e melodia.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Randolph Scott


O ator Randolph Scott foi um dos grandes astros dos filmes de faroeste em sua fase de ouro. Astro popular nas matinês ele decidiu em determinado momento da carreira que iria se dedicar exclusivamente ao gênero western, algo raro em se tratando de estrelas de Hollywood. No total atuou em mais de 100 produções. Abaixo, já veterano, ele brinca ao lado do ator Joel McCrea no set de filmagens de "Pistoleiro do entardecer"de 1962, filme que marcou a despedida de Scott do mundo do cinema.


domingo, 26 de novembro de 2006

Perfil: Randolph Scott

Randolph Scott foi ator, produtor e galã numa carreira que contabilizou mais de uma centena de filmes, se tornando em sua época um dos mais populares atores de Hollywood. George Randolph Crane nasceu em 23 de janeiro de 1898 em Orange County, Virgínia, filho de uma família tradicional da região. Quando era adolescente seus pais se mudaram para a tradicional e elegante cidade de Charlotte na Carolina do Norte. Depois de se alistar no exército e prestar serviço militar durante a Primeira Guerra Mundial, Scott voltou para sua casa resolvendo retomar seus estudos na Georgia Tech. Lá começou a praticar esportes e se tornou um bom jogador de futebol americano. Depois transferiu-se para a Universidade da Carolina do Norte onde se formou em engenharia, se especializando na área têxtil e de maquinário pesado. Sua ambição era entrar nas florescente indústria local. Mas o destino tinha outros planos para o futuro engenheiro.

Enquanto estava na Faculdade, Scott resolveu tentar realizar um velho sonho de entrar para o mundo do cinema. Através de um amigo, Jack Heath, resolveu procurar o milionário Howard Hughes, na época um conceituado produtor de cinema, além de ser um dos industriais mais ricos dos EUA. Era um magnata com fama de lunático que gostava de lançar novas carreiras. Esse seu lado “mecenas” se destacava bastante em sua personalidade. Hughes gostou de Randolph e lhe deu uma carta de apresentação para a Fox, onde ele finalmente conseguiu ser escalado para seu primeiro papel, em "Call The Far" de 1929. Por essa época chamou a atenção de Cecil B. DeMille que o mandou para uma escola de teatro em Pasadena para adquirir experiência como ator. Lá acabou sendo contratado para ser o treinador de diálogo e dublê do grande astro Gary Cooper que simpatizou com ele o escalando para participar de seu novo filme, "The Virginian". Eram fisicamente parecidos e Scott agarrou com unhas e dentes a oportunidade.

A Paramount sentiu um grande potencial no jovem cowboy e assim o contratou. Sua voz suave e agradável, com seu forte sotaque sulista, era justamente o que o estúdio andava procurando. Para adquirir experiência a Paramount escalou o ator para filmes dos mais diferentes gêneros, desde romances, até filmes de aventura, passando até mesmo por comédias. Assim ele foi aparecendo em vários filmes do estúdio, sempre em papéis coadjuvantes. Além de adquirir costume com os sets de filmagens, Scott foi também ficando conhecido do público em geral. Por essa época fez amizade e se tornou grande amigo de outro ator aspirante ao estrelato, Cary Grant. Era a década de 1930, havia muita confiança entre ambos que um dia seriam grandes astros. Para economizar nas despesas, que não eram poucas, resolveram irem morar juntos por um período. Se tornaram tão próximos e camaradas que após algum tempo surgiram boatos infundados de que teriam tido um relacionamento homossexual, fato nunca comprovado que deve ser encarado como mera fofoca maldosa.

O momento de virada em sua carreira aconteceu quando realizou o western "O Último dos Moicanos", em 1936. Logo todos perceberam e ele também, que aquele era o caminho a seguir. O sucesso viria mesmo nos faroestes que a partir desse ponto iria estrelar pelos anos seguintes. Após realizar vários faroestes B, Scott novamente surgiu em um grande clássico do gênero. Ao lado de Tyrone Power e Henry Fonda apareceu no grande sucesso de público e crítica, “Jesse James”. De fato esse pode ser considerado seu último papel realmente coadjuvante pois a partir desse ponto de sua carreira seu nome iria ficar cada vez mais em evidência, o transformando finalmente em um ator de ponta que estrelaria seus próprios filmes. No mesmo ano interpretou Wyatt Earp em “Frontier Marshall” e conseguiu um grande sucesso de bilheteria. Desse momento em diante Randolph Scott iria colecionar um grande sucesso atrás do outro, sempre no gênero western. A estrela acabara de nascer nas marquises dos cinemas.

Scott ainda participaria de filmes de outros gêneros como Capitão Kid, mas seu caminho estava traçado. Seria no western que ele seguiria fiel e firme até o fim de sua carreira no cinema. Ao lado de seu eterno companheiro de cena, o cavalo palomino Stardust, Randolph estrelou uma sucessão de bons filmes de western que logo se tornaram êxitos. A partir de 1946 ele se especializou nesse tipo de filme e os faroestes viriam em série nos anos seguintes, fazendo com que o ator fosse um dos mais reconhecidos e populares do gênero.

A partir dessa fase de sua carreira ele conseguiria seus maiores sucessos de bilheteria em produções como Albuquerque, Águas Sangrentas, Colt 45, Fúria ao Entardecer, O Homem Que Luta Só, Sete Homens Sem Destino, O Resgate do Bandoleiro, O Entardecer Violento, A Sétima Cavalaria, Cavalgada Trágica e vários outros que são exemplos perfeitos do tipo de produção que fizeram sua fama e sucesso, o transformando em um homem muito rico pois a certa altura de sua carreira se tornou ele próprio produtor de seus filmes de western. Seus melhores filmes seguramente foram àqueles que rodou ao lado do talentoso diretor Budd Boetticher, um verdadeiro artesão do gênero. Com roteiros bem escritos e argumentos inteligentes a dupla fez alguns dos grandes faroestes da época.

Em 1962 Randolph Scott resolveu pendurar as esporas. Se considerava satisfeito, com 105 filmes no currículo. O cinema estava mudando lentamente e ele sentiu que fazia parte de uma geração passada. Sua despedida de Hollywood não poderia ter sido mais gloriosa. Ao lado do diretor Sam Peckinpah rodou “Pistoleiros do Entardecer” até hoje considerado uma das obras primas do cinema americano. Depois desse filme resolveu se aposentar definitivamente. Estava com 64 anos de idade, relativamente jovem, mas tomou a decisão de se retirar e nunca mais voltou atrás. Ao longo dos anos seguintes surgiram muitos convites para uma última participação nas telas, mas Randolph educadamente declinou. Ele sabia que estava saindo por cima e não queria comprometer sua imagem. Inteligente, se tornou um homem de investimentos, lucrando muito com aplicações financeiras bem sucedidas no mercado de ações. Também se dedicou em seus últimos anos a uma antiga paixão: o golf. Não era raro ver Scott jogando nos principais clubes da Califórnia. Retirou-se dos holofotes e viveu assim, tranquilo, até seus últimos momentos ao lado de amigos e família. O velho cowboy morreu em 1987 em seu bucólico rancho. Apesar de tantos anos fora da tela sua morte foi bem divulgada pela imprensa mundial mostrando pela última vez que ele foi realmente um dos mais queridos ídolos de Hollywood em sua chamada era de ouro.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

A Coleção Classic Western

Nos Estados Unidos estão sendo lançados todos os anos títulos em DVDs mais do que interessantes. São verdadeiras coleções de filmografia dos grandes astros do faroeste. A série "Classic Western" consegue juntar cinco ou seis filmes de grandes atores em coleções que fazem a festa dos fãs desse gênero cinematográfico. Pena que no Brasil nenhuma distribuidora ou selo ainda se interessou em bancar esse tipo de lançamento nas lojas. Seria muito interessante, principalmente se fossem lançados em grandes magazines como as Lojas Americanas, etc.

No mercado americano esses lançamentos não custam caro. Ao contrário disso possuem praticamente o mesmo preço de um DVD convencional de um filme novo. Isso torna o produto muito mais convidativo e atraente para os fãs de cinema clássico. Afinal comprar cinco ou seis filmes de Randolph Scott pelo preço de um filme normal é algo bem atrativo para o consumidor.

E no meio desses novas coleções que vão chegando ao mercado também surge a pergunta sobre quais astros seriam mais colecionáveis. Bem, no topo de tudo não poderia deixar de citar John Wayne. Ele obviamente fez todos os tipos de filmes ao longo da carreira, mas se destacou mesmo por seus filmes de faroeste. Aqui também vale um comentário adicional. John Wayne tem muitos clássicos do cinema ao lado do diretor John Ford, por exemplo. Esses grandes clássicos ganham edições próprias e de forma em geral não são incluídas nessas edições que reúnem cinco ou seis filmes em um box só. Nesse tipo de coletânea são reunidos filmes menores de John Wayne.

Já no caso de Randolph Scott, Alan Ladd, Audie Murphy isso não acontece. Os mais populares filmes deles são reunidos ao lado de filmes menores, menos conhecidos, sem problema algum. Isso facilita bastante a vida do colecionador que vai pacientemente em sites como o IMDB para verificar a lista de suas filmografias. Aos poucos eles vão completando as coleções, seguindo ano por ano os filmes lançados por esses astros do passado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Randolph Scott - Comanche Station

Esse western de 1960 recebeu no Brasil o título de "Cavalgada Trágica". Por essa época o ator Randolph Scott já estava pensando em se aposentar, afinal eram anos e anos dedicado ao cinema. Como ele produzia seus próprios filmes também já estava numa situação financeira excelente. Era um homem rico por causa das aplicações que fez e pela fortuna que ganhou com seus faroestes. Nesse filme Scott interpreta um cavaleiro errante que procura encontrar sua esposa. Não é demais lembrar que muitas mulheres brancas foram raptadas por comanches durante a conquista do oeste.

Assim o filme procura resgatar esse tipo de crime que era bem habitual entre os pioneiros. Praticamente todos conheciam uma história assim, acontecida com alguém próximo. Numa dessas cavalgadas ele acaba então encontrando uma mulher branca em terras selvagens, mas não sua esposa e sim uma outra pioneira. Inclusive com preço de resgate por seu retorno sã e salva.

Essa produção acabaria sendo a penúltima da carreira de Randolph Scott. Ele só faria apenas mais um filme, sua despedida, dois anos depois, no clássico "Pistoleiros ao Entardecer". Também marcou a despedida de uma longa e bem sucedida parceria com o diretor Budd Boetticher. O velho cineasta havia encontrado um porto seguro com Scott. Ele produzia e o contratava para dirigir seus filmes de western. O resultado dessa dupla de talentos daria origem a alguns dos melhores filmes de faroeste dos anos 1950. Dando total liberdade ao diretor, mesmo sendo o produtor executivo das fitas, Randolph Scott acertava em cheio pois os filmes se diferenciavam principalmente pelo realismo, alto que não era tão presente em filmes da época.

Cavalgada Trágica (1960)
Comanche Station
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Burt Kennedy
Elenco: Randolph Scott, Nancy Gates, Claude Akins, Skip Homeier, Richard Rust

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de novembro de 2006

Randolph Scott - 6 Classic Westerns

Nos Estados Unidos chegou nas lojas esse DVD bem interessante. Na verdade é praticamente um box, já que são seis filmes estrelados por Randolph Scott. E o melhor de tudo, o preço é bem convidativo, nada fora do normal. Mostra bem como o mercado americano é muito superior ao brasileiro, onde praticamente nada do ator foi lançado nos últimos anos. Pois bem, aqui temos os seguintes filmes de Scott para apreciação de seus fãs: "Obrigado a Matar" (1955), "O Resgate do Bandoleiro" (1957), "Entardecer Sangrento" (1957), "Fibra de Heróis" (1958), "O Homem que Luta Só" (1959) e finalmente "Cavalgada Trágica" (1960).

Não há muito material extra, até porque quando os filmes foram feitos não era costume dos estúdios de Hollywood produzir os chamados "Making Off". O que o fã de western terá de novo é a presença dos trailers originais, além da reprodução dos posters dos filmes que foram fixados nos cinemas quando os filmes chegaram nas telas pela primeira vez. Dando uma olhada na reação e críticas lá nos Estados Unidos pude também perceber que muitos desses jovens jornalistas não conhecem muito a fundo o legado de Randolph Scott. Bom, não deixa de ser um pouco interessante ler a opinião de alguém que está tendo contato com os filmes do ator apenas agora, mais de 60 anos depois da produção original dos filmes.

Numa das resenhas que li um crítico escreveu: "São filmes de curta duração, geralmente de uma hora e trinta minutos ou uma hora e vinte. Os personagens são clichês em sua maioria, mas isso não quer dizer que os filmes não sejam bons. Algumas cenas demoram para acontecer, para ter um desfecho. Porém em cada filme há pelo menos duas boas cenas com tiros e duelos. A edição geralmente chama atenção pois é sempre bem feita. A fotografia também. São filmes de western bem eficientes". Esse tipo de lançamento em DVD é bem importante porque apresenta esses filmes clássicos de western para toda uma nova geração de cinéfilos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

A Volta dos Homens Maus

Mais um bom western estrelado por Randolph Scott. Ele interpreta um rancheiro que decide vender seu gado, sua propriedade, para ir embora, para outra cidade, onde está prestes a acontecer uma nova corrida ao ouro. Antes disso porém uma quadrilha de assaltantes a banco invade uma pequena cidade. No grupo se encontra até mesmo uma mulher, Cheyenne (Anne Jeffreys), que durante uma fuga acaba sendo baleada, indo parar no rancho de Scott.

Ele decide ajudá-la. Não apenas a escondendo da patrulha que a persegue, como também pedindo ajuda ao médico local. Curada, ela decide finalmente se redimir daquela vida. Outro personagem interessante do filme - e o alívio cômico - vem do personagem interpretado pelo ator George 'Gabby' Hayes. Ele fez muitos filmes ao lado de John Wayne e John Ford, sempre interpretando velhinhos matutos e bons de briga. Aqui ele esbanja a mesma linha de humor que o tornou conhecido nos filmes de faroeste daquela época.

Outro ponto que vai chamar a atenção dos fãs de western vem da quadrilha de assaltantes a banco. Ela é formada por lendas do velho oeste como Billy The Kid, Sundance Kid, os irmãos Dalton. Clato que os roteiristas desse filme fizeram uma salada geral, juntando personagens históricos reais em um mesmo bando. Na realidade eles viveram em épocas e lugares diferentes e nunca se conheceram de fato. Porém para esse filme todos foram reunidos em prol da diversão do público. De maneira em geral gostei muito dessa produção. É bem realizado, tem um bom roteiro e um desfecho que segue a tradição de muitos filmes de western, com direito a um duelo bem no meio de uma cidade fantasma localizada no deserto.

A Volta dos Homens Maus (Return of the Bad Men, Estados Unidos, 1948) Direção: Ray Enright / Roteiro: Charles O'Neal, Jack Natteford / Elenco: Randolph Scott, Robert Ryan, Anne Jeffreys, George 'Gabby' Hayes, Jacqueline White / Sinopse: Quadrilha de pistoleiros e foras-da-lei se reúne em uma pequena cidadezinha do velho oeste para roubar o banco local. Enquanto isso um rancheiro decide vender tudo para entrar na corrida ao ouro que está sendo organizada rumo ao novo estado da Califórnia.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Pistoleiros do Entardecer (1962)

1. Esse foi o filme final da carreira de Randolph Scott. Ele se aposentou afirmando que esse era o filme ideal para marcar sua despedida. Gostou tanto do resultado que acreditava que não faria algo melhor para se despedir das telas. Ele tinha razão, o filme ainda hoje é considerado um dos melhores faroestes dos anos 60.

2. Inicialmente Randolph Scott foi contratado para atuar como Judd e Joel McCrea como Westrum, mas assim que as filmagens começaram eles perceberam que estavam nos personagens errados. Depois de debaterem o assunto com o diretor os papéis foram finalmente trocados.

3. Os planos iniciais do estúdio contavam com John Wayne e Gary Cooper como os astros do filme, mas antes das filmagens começarem o astro Cooper foi internado com sérios problemas de saúde (ele tinha câncer). Depois de meses de adiamento finalmente veio a terrível notícia: o ator havia falecido. Com isso Wayne pediu para sair do projeto e a MGM precisou escalar dois outros atores para o filme. Randolph Scott e Joel McCrea então foram finalmente contratados.

4. Esse roteiro era tão bom que em meados dos anos 80 o ator Charlton Heston comprou os direitos autorais para realizar um remake. Ele queria Clint Eastwood como seu parceiro em cena, mas infelizmente o projeto não foi adiante. Não por causa de Eastwood, que até considerou o convite muito bom, mas sim por Heston que enfrentava problemas de saúde.

5. A intenção de Joel McCrea também era a de se aposentar após esse filme, mas ao contrário de Randolph Scott, que realmente nunca mais atuou, ele resolveu voltar em 1976 para uma despedida definitiva no bom filme "Mustang Selvagem". Para muitos McCrea teve que deixar a aposentadoria de lado por problemas financeiros. 

6. Randolph Scott queria Budd Boetticher, seu velho amigo, como diretor do filme. Esse porém não poderia aceitar por já estar comprometido com outro filme, rodado no México. Assim o estúdio se voltou para Sam Peckinpah que prontamente aceitou o convite. Seu trabalho foi considerado essencial para que o filme se tornasse um dos grandes clássicos da história do western americano.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Frank Sinatra, Gary Cooper e Randolph Scott


Uma foto rara e no mínimo estranha: o cantor Frank Sinatra vestido de índio ao lado do cowboy Gary Cooper. Nada poderia ser tão surreal e ao mesmo empo engraçado e divertido...Abaixo a mesma dupla encontra outro ícone do faroeste, o eterno cowboy Randolph Scott, aqui de terno e gravata, como mandava a etiqueta da época.