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sábado, 31 de maio de 2025

O Dia do Chacal

O Dia do Chacal 
Antes de qualquer coisa é bom ir avisando que essa série tem pouco ou quase nada a ver com o famoso livro original escrito por Frederick Forsyth, que aliás rendeu igualmente um bom filme para o cinema na época. A minha impressão é que apenas usaram o nome comercial já consagrado para vender no mercado algo completamente novo. Isso porque, vamos ser sinceros, tirando o fato do protagonista ser um assassino profissional, nada existe em termos de semelhança ao enredo contado no livro "O Dia do Chacal". É mesmo apenas um chamariz comercial para vender esse novo produto e nada mais. 

Dito isso, é bom também esclarecer que essa série não é ruim. Longe disso! Eu gostei, apesar dos momentos dignos de um filme de ação daqueles bem genéricos. Aliás o que estraga em grande parte a série vem dessas sequências de ação completamente mentirosas, algumas delas inclusive sem explicação adequada sobre o que teria acontecido no final. Vou dar um exemplo do que estou escrevendo. Há uma cena em que o Chacal aluga um barco e dá um tiro certeiro em seu alvo, no meio do mar. Ele mata seu objetivo e foge, sendo perseguido por lanchas policiais. Isso acontece no final de um episódio, para deixar no suspense. Algo bem velho que já se via nos antigos seriados. 

Então no episódio seguinte ele já está são e salvo. Nada lhe ocorreu de grave. Tudo bem, mas como isso aconteceu? Como ele escapou de tantos policiais que o estavam perseguindo? O roteiro nem se dá ao trabalho de explicar ao espectador. OK, eu consigo até relevar isso também, mas fica estranho, é uma falha grave de um roteiro que se viu encurralado e deu um jeitinho de escapar dessa situação sem explicar nada. Enfim, tem seus problemas de lógica, mas no final de tudo até que gostei, mas com ressalvas, como deixei bem explicado nesse texto. Vale a recomendação, mas vá com um pé atrás antes de começar a assistir. 

O Dia do Chacal (The Day of the Jackal, Estados Unidos, Reino Unido, 2024) Direção: Brian Kirk, Paul Wilmshurst / Roteiro: Ronan Bennett, Charles Cumming / Elenco: Eddie Redmayne, Lashana Lynch, Eleanor Matsuura / Sinopse: Atirador de elite do exército britânico decide mudar de rumo na vida. Larga tudo, apaga seus rastros e vira um assassino profissional especializado em apagar políticos poderosos e bilionários do ramo corporativo. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 30 de maio de 2025

As Polacas

As Polacas 
O que temos aqui é cinema brasileiro de qualidade! A história remonta ao século passado. Na ocasião, durante a primeira guerra mundial, milhares de mulheres polonesas migraram para o Brasil. Eram judias e ficaram desamparadas, muitas delas com filhos. Os maridos, na maioria das vezes, morreram na guerra. Então temos essa protagonista, uma mulher judia que chega ao Rio de Janeiro com seu filho e descobre que seu marido morreu. Viúva, sem recursos, acaba sendo presa fácil de um cafetão que administra seu próprio bordel. Um sistema de opressão completo, pois ele passou a usar o filho dela como moeda de troca e pura chantagem, chegando inclusive a separar a mãe do menino! Um drama familiar! 

Outro destaque vai para as atuações. Gostei muito da atuação do ator Caco Ciocler. Ele interpreta o dono do bordel. Um tipo de fala calma e mansa, mas que no fundo esconde uma personalidade psicopata! Grande trabalho de atuação. Valentina Herszage também merece todos os elogios. Ela dá vida à protagonista, a mulher que tenta defender seu filho enquanto acaba caindo nas garras da prostituição. Uma situação terrível. Então é isso, "As Polacas" é um filme muito bom e resgata essa história que realmente aconteceu, mostrando o sofrimento de todas essas mulheres em terra estrangeira, sofrendo todos os tipos de abusos, exploração sexual e ofensas à sua dignidade pessoal. 

As Polacas (Brasil, 2023) Direção: João Jardim / Roteiro: George Moura, Jaqueline Vargas / Elenco: Valentina Herszage, Caco Ciocler, Erom Cordeiro, Dora Freind / Sinopse: Imigrante polonesa chega ao Rio de Janeiro fugindo da guerra na Europa. Ela tem a intenção de criar um novo recomeço em sua vida ao lado do filho, um garoto de 10 anos. Só que acaba caindo nas garras de um dono de bordel que a leva para uma vida de opressão e humilhações. História baseada em fatos reais. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Lee

Lee 
Esse filme conta a história real da correspondente de guerra Lee Miller, aqui interpretada pela atriz Kate Winslet. No começo de sua carreira ela trabalhava no setor de fotografia de moda, da prestigiada revista Vogue. Só que a segunda guerra mundial começou e ela não viu outra maneira de seguir adiante. Colocou na cabeça que queria fotografar o front, a linha de frente. Então se tornou correspondente americana naquele que foi o maior e mais devastador conflito armado da história. 

E certamente tudo o que vivenciou foi um choque! Primeiro com os soldados feridos, desfigurados pela guerra. Uma de suas fotos mais famosas mostrava um desses militares completamente desfigurado. Aquele pobre diabo nunca mais iria ter uma vida normal. Agora, Lee jamais estaria preparada para o que encontrou nos campos de concentração. Pilhas de corpos de judeus mortos nessa que era uma verdadeira linha de montagem da morte. Ela jamais iria se recuperar desses momentos e suas fotos hoje em dia são consideradas de grande valor histórico e cultural para o que aconteceu naqueles dias de puro terror genocida. 

O roteiro do filme também abre espaço para mostrar sua vida pessoal. Ela se apaixonou na Europa, se casou, mas como tantas mulheres de seu tempo também viu seu marido ir para a guerra, na incerteza de que algum dia voltaria vivo dos combates. Enfim, temos aqui mais um daqueles filmes que mostram uma história que tinha que ser contada pelo cinema. Não poderia ser deixada de lado, é pura história da segunda guerra em seus momentos históricos mais decisivos. 

Lee (Lee, Estados Unidos, 2023) Direção: Ellen Kuras / Roteiro: Liz Hannah, Marion Hume / Elenco: Kate Winslet, Andy Samberg, Alexander Skarsgård / Sinopse: O filme conta a história, baseada em fatos reais, da jornalista e correspondente de guerra Lee Miller (Winslet). Durante a segunda guerra mundial ela foi para a Inglaterra e depois seguiu no front de guerra, documentando, entre outras coisas, o holocausto nos campos de concentração nazista. Indicado ao BAFTA na categoria de melhor filme britânico do ano. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 28 de maio de 2025

O Caminho do Mal

O Caminho do Mal 
Rapaz estranho volta para a escola na mesmo cidadezinha onde vivia na infância. O problema é que quando ele era criança se envolveu em um caso criminal bizarro, onde uma criança foi morta! De volta ao mesmo lugar onde viveu esse doloroso passado, ele reencontra a garota que era apaixonado. Ela está diferente, mas ainda consegue ser bem simpática com ele. As coisas vão ficando complicadas quando o playboy da escola se irrita com o novo (velho) novato. E esse cara, que parece sempre estar na dele, tem poderes especiais. O melhor é realmente não mexer com quem está quieto! 

Mais um terror adolescente. Eu até gostei, mas pela simples razão de que não estava esperando grande coisa. Se o filme contasse direitinho sua história já estava de bom tamanho. E foi o que aconteceu. É um filme bem mediano, cheio de clichês, inclusive na construção dos personagens jovens. Está lá o jogador de futebol, boçal, truculento e violento, a patricinha loira bonitinha que todo mundo quer namorar e o sujeito esquisitão, com jeito de James Dean. São antigos clichês de filmes de adolescentes. E tem até um padre excomungado pela Igreja que tem obsessão com aquela juventude, achando que um deles seja o Anticristo. Esses padrecos deveriam procurar algo melhor do que fazer em suas vidas, como projetos sociais! Brincadeiras à parte, temos aqui até um filme OK, mesmo sabendo que o roteiro tem muitos clichês, inclusive em seu forçado plot twist que não me convenceu em nada. 

O Caminho do Mal (Way of the Wicked, Estados Unidos, 2014) Direção: Kevin Carraway / Roteiro: Matthew Robert Kelly / Elenco: Vinnie Jones, Christian Slater, Emily Tennant, Matthew Robert Kelly / Sinopse: Após muitos anos, um jovem retorna para a velha escola onde estudou na infância. Só que o lugar mudou muito e agora forças sobrenaturais desconhecidas agem naquela pequena cidade. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Vivo Pela Tua Morte

Título no Brasil: Vivo Pela Tua Morte
Título Original: Vivo Per La Tua morte
Ano de Produção: 1968
País: Itália
Estúdio: B.R.C. Produzione
Direção: Camillo Bazzoni
Roteiro: Roberto Natale, Steve Reeves
Elenco: Steve Reeves, Wayde Preston, Guido Lollobrigida

Sinopse:
Mike Sturges (Steve Reeves) e seu irmão Rob são sentenciados a uma dura pena a ser cumprida na infame prisão de Yuma. Apenados por um assalto a banco, logo viram alvos dos sádicos guardas do local. Submetidos a uma cruel e brutal rotina dentro do estabelecimento prisional, resolvem tentar a fuga de todas as formas. Após várias tentativas Mike consegue finalmente escapar. Agora, novamente livre e devidamente armado, parte para a vingança contra todos os que lhe traíram no passado.

Comentários:
"Vivo Per La Tua morte" é um bom western spaghetti assinado pelo diretor Camillo Bazzoni, que aqui usou o pseudônimo  americanizado de Alex Burks. Irmão mais jovem de outro diretor bastante conhecido na Itália, Luigi Bazzoni, Camillo sempre optou por um caminho mais realista em seus faroestes. Nada de muito exagerado ou de cenas explicitamente impossíveis. Para Camillo o mais importante era valorizar os sentimentos de vingança e ódio de seus principais personagens, em uma espécie de conflito interior intenso. Talvez por isso mesmo tenha dirigido poucos filmes, pois sempre foi considerado um diretor de fotografia mais brilhante do que como diretor em geral. Aqui ele contou com a presença do ator americano Steve Reeves, que alcançou o sucesso no cinema estrelando várias fitas de baixo orçamento como o personagem da mitologia Hércules. Esse foi seu último filme, pois resolveu largar a profissão de ator para procurar por outros caminhos em sua vida. Outra curiosidade digna de menção é o fato dele ter realizado poucos faroestes, pois era mais comum realizar filmes épicos, passados na Roma ou Grécia antiga. Nos Estados Unidos o filme recebeu o título de "A Long Ride From Hell". Em suma, um Spaghetti que ainda nos dias de hoje consegue divertir e satisfazer o gosto dos fãs de filmes italianos passados no velho oeste.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Assassinato S.A.

Título no Brasil: Assassinato S.A.
Título Original: Murder, Inc.
Ano de Lançamento: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Princess Production Corporation
Direção: Burt Balaban, Stuart Rosenberg
Roteiro: Irve Tunick, Mel Goldberg
Elenco: Stuart Whitman, Peter Falk, May Britt, Henry Morgan

Sinopse:
Criminosos da máfia de Nova Iorque decidem se unir, criando uma espécie de sindicato do crime, uma organização para promover assassinatos dos inimigos da Cosa Nostra. Em pouco tempo a situação foge do controle, fazendo com que o FBI entre no jogo para prender os chefes dessa quadrilha. 

Comentários:
O roteiro tem muitos eventos de pura ficção, mas não se engane sobre isso. O núcleo da história foi mesmo baseado em fatos reais. Com o aumento da organização de várias famílias mafiosas os chefões entenderam que havia chegado o momento de se organizar. Imagine trazer os princípios do mundo corporativo para atividades do crime organizado. Pois foi justamente isso que ocorreu. E esse filme, mesmo não sendo tão preocupado em ser historicamente correto, ainda tem aspectos muito bons. É diversão pura para quem aprecia velhos filmes de gângsters. Aliás muito desse charme se perdeu com o passar dos anos. Não vemos mais filmes assim sendo produzidos nos dias de hoje, não com todo esse estilo cinematográfico. 

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de maio de 2025

Dia Zero

Dia Zero 
Embora tenha gostado dessa minissérie, esse é um daquele casos em que ficamos com a impressão de que poderia ser muito, muito melhor. Do jeito que ficou, temos apenas um passatempo OK e nada mais. O bom e velho Robert De Niro continua muito bem, apesar da idade. Firme e com convicção, defende seu personagem, um ex-presidente dos Estados Unidos, agora convocado para presidir uma comissão de investigação sobre um ataque hacker massivo promovido nos Estados Unidos, algo que criou um verdadeiro "apagão" cibernético em todo o país. E em tempos de alta tecnologia, como o que vivemos hoje, um apagão de computadores em série pode se tornar facilmente algo muito perigoso, para a segurança das pessoas e do próprio país atingido. 

O roteiro levanta a bola de temas espinhosos no mundo atual. Entre eles a polaridade política da Extrema-Direita, aliada a uma rede de fake news e desinformação como nunca se viu antes na história da humanidade, além de seus reflexos danosos no jogo do poder político. Um retrato perverso dos nossos tempos. Só que ao invés de aprofundar nesses temas, o roteiro acaba abraçando uma solução bem rotineira, com uma reviravolta que não me empolgou em nada, pelo contrário, me rendeu alguns bocejos de tédio. É isso, "Dia Zero" não cumpriu tudo aquilo que prometeu. Ficou no meio do caminho, seja por preguiça ou falta de talento do time de roteiristas. Uma boa história, com potencial, mas que ficou sem atingir tudo o que poderia alcançar. Uma pena, devo dizer. 

Dia Zero (Day Zero, Estados Unidos, 2025) Direção: Lesli Linka Glatter / Roteiro: Eric Newman, Noah Oppenheim, Michael S. Schmidt / Elenco: Robert De Niro, Jesse Plemons, Lizzy Caplan / Estúdio de Produção: Netflix / Sinopse: Os Estados Unidos sofrem um grande ataque cibernético de natureza criminosa, feita por hackers, que atinge os mais variados setores de sua sociedade. Uma comissão de investigação de alto nível é formada. Para presidir os trabalhos é chamado um ex-presidente, agora aposentado, já idoso, mas que ainda se sente em plena forma para solucionar esse caso que comprometeu a segurança nacional. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 24 de maio de 2025

Microcosmos

Título no Brasil: Microcosmos 
Título Original: Microcosmos: le peuple de l'herbe
Ano de Lançamento: 1998
País: França
Estúdio: France 2 Cinema
Direção: Claude Nuridsany, Marie Pérennou
Roteiro: Claude Nuridsany, Marie Pérennou
Elenco: Claude Nuridsany, Marie Pérennou

Sinopse:
Um documentário mostrando como é o universo dos menores seres do mundo natural, como os insetos. Com o uso de câmeras de alta tecnologia, esse filme mostra os detalhes da natureza que não podem ser vistos pelo olho humano. 

Comentários:
Assisti na época das fitas VHS. Foi um documentário até bem badalado. Eu me lembro, por exemplo, que uma matéria foi exibida no Fantástico da Rede Globo mostrando algumas das imagens. Com o interesse fui assistir ao documentário. E realmente são belas imagens, algumas delas deixaram bem surpresas as pessoas dos anos 90. Agora, não espere por uma narrativa coesa com começo, meio e fim. Na realidade o que temos aqui são as imagens em desfile e nada muito além disso. Por essa razão, embora tenha apreciado naquele ano de seu lançamento, também fiquei com um gostinho de decepção pois o documentário é apenas um desfile de imagens, como frisei. Não espere por muito conteúdo. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

A Conspiração Consumista

A Conspiração Consumista
Muito bom esse documentário que assisti na Netflix. Ele denuncia algo que está claro na frente de todos, governos, empresas e consumidores. Vivemos atualmente no mundo uma cultura de alto consumo e grande desperdício. As montanhas de produtos vendidos todos os dias pela internet viram montanhas de lixo que degradam o meio ambiente. O Plástico, esse produto infernal que não é absorvido pela natureza, está contaminando tudo. Provavelmente o copo de água que você está tomando todos os dias está cheio de plástico que vai para dentro do seu organismo dando origem a diversas doenças. Não tem saída para esse tipo de ciclo tóxico que se impôs em nosso planeta. 

O documentário também desnuda o jogo hipócrita e perverso das empresas. Elas gostam de vender a imagem de que estão preocupadas com o meio ambiente, mas como o documentário bem demonstra, isso tudo é apenas publicidade enganosa. Na maioria das vezes as grandes corporações não estão nem aí com o fato de que seus produtos vão se tornar lixo tóxico na natureza. Pelo contrário, elas incentivam ainda mais o consumo desenfreado, até porque estão visando lucros e nada mais. O meio ambiente que se degrade, que fique contaminado. O que importa é a planilha de lucros aumentando a cada novo ano. 

E outra coisa que me chamou muito atenção nesse documentário foi a tal de Obsolescência programada. Não se engane sobre isso. É algo realmente planejado pelas grandes empresas. Os produtos atualmente possuem pouco tempo de vida e de uso. São produzidos para serem descartáveis mesmo. E quando mais rápido isso acontecer, melhor! A maioria é feita para quebrar em pouco tempo, para que assim o consumidor venha a comprar a versão mais recente desse mesmo produto! E as próprias empresas se programam também para que esses produtos quebrados jamais sejam consertados. Eles querem vender novos produtos, que durem menos e não fazer produtos que sejam consertáveis! Cada dia mais usam novas tecnologias que impeçam até mesmo de serem abertos para conserto! Um absurdo completo!  O produto de hoje é o lixo do amanhã mais recente. O meio ambiente não suporta esse tipo de ciclo. E essa é uma política das próprias grandes corporações multinacionais. Pois é, meus caros. O consumismo capitalista vai acabar consumindo nosso planeta. O problema é que ele é o único que temos! 

A Conspiração Consumista (Buy Now! The Shopping Conspiracy, Estados Unidos, 2024) Direção: 
Nic Stacey / Roteiro: Nic Stacey / Elenco: Eric Liedtke, Roger Lee, Maren Costa / Sinopse: Documentário que mostra as artimanhas do mercado para vender cada vez mais produtos sem qualquer durabilidade ou qualidade, fazendo a natureza sofrer pela montanha de lixo produzido por essa sociedade consumista e fútil. 

Pablo Aluísio. 

Atentado em Oklahoma: Terror nos EUA

Título no Brasil: Atentado em Oklahoma: Terror nos EUA
Título Original: Oklahoma City Bombing: American Terror
Ano de Lançamento: 2025
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Greg Tillman
Roteiro: Greg Tillman
Elenco: Max Bennett, Tom Brokaw, Danny Brugmann

Sinopse:
Documentário da Netflix que conta a história de um ataque terrorista realizado em 1995, quando um prédio do governo federal foi destruído por uma bomba colocada dentro de um carro em Oklahoma City. O documentário mostra cenas reais da época, capturadas pelos telejornais americanos. 

Comentários:
Eu bem me lembro desse ataque terrorista. Acompanhei pelos jornais. O que mais ficou impresso na minha memória foi a fachada inteiramente destruída de um prédio federal. Uma coisa de filme mesmo! No começo pensou-se que era um ataque de terroristas islâmicos. Só que as investigações mostraram a verdade. Não se tratava de um árabe! O terrorista era um americano da gema, pior do que isso, um ex-militar que foi ao Iraque e voltou de lá muito perturbado, maluco mesmo, cheio de teorias da conspiração da Extrema-Direita daquele país. Já era um sintoma grave do que iria acontecer nos anos seguintes. Um exemplo claro do que um pensamento extremista e radical pode causar. E os Estados Unidos, pelo visto, ainda não conseguiram se livrar desse tipo de mentalidade explosiva!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

A Perseguição

Caçador e minerador (Liam Neeson) sofre acidente de avião em região inóspita do Alaska. Ao seu lado se forma um pequeno grupo de sobreviventes que tentam encontrar algum povoado ou região habitada. No caminho são atacados por uma matilha de lobos selvagens. "A Perseguição" tem todos os elementos que esperamos encontrar em filmes assim, de luta pela sobrevivência: bela fotografia (a região onde a produção foi realizada é muito bonita), bons atores, situações de risco e perigo mas faltou aquele "algo a mais". Talvez o assunto já esteja um pouco saturado no cinema ou então o problema seja com o personagem de Liam Neeson - sempre sorumbático, deprimido por causa da morte da mulher. Sem ser particularmente heróico o papel se perde no meio da nevasca não conseguindo criar vínculo com o espectador. Outro problema é a forma como o roteiro lida com os lobos - aqui muito próximos de predadores mitológicos, quase lobisomens. São malvados e cruéis, se tornando forçada sua presença em cena. O pior acontece no desfecho, quando finalmente acontece o clímax o filme termina abruptamente, sem desfecho. É aquele tipo de "final aberto" que tem se tornado modinha em Hollywood - para aborrecimento de quem quer saber o que acontece na conclusão do filme.

O diretor de "A Perseguição" é o cineasta Joe Carnahan. Seu maior êxito comercial é o terrível "Esquadrão Classe A" (também com Neeson). Aqui pelo menos ele se conteve mais e procura disponibilizar um argumento mais pé no chão, sem os arroubos de besteirol que encontramos no seu filme anterior. Pelo menos o bom senso aqui prevaleceu. Em resumo é isso. "The Grey" tinha tudo para ser muito bom mas faltou alguma coisa. Não empolga, não cativa mas pode até vir a funcionar em casa numa noite sem nada para fazer. Entretenimento regular mas esquecível.

A Perseguição (The Grey, Estados Unidos, 2012) Direção: Joe Carnahan / Roteiro: Joe Carnahan, Ian Mackenzie Jeffers / Elenco: Liam Neeson, Dermot Mulroney, Frank Grillo / Sinopse: Um avião cai no meio das paisagens mais hostis do Alasca. Os sobreviventes então tentam sobreviver em meio ao frio, ao tempo impiedoso e ao ataque de um grupo de lobos famintos e selvagens.

Pablo Aluísio.

A Odisséia

Título no Brasil: A Odisséia
Título Original: The Odyssey
Ano de Lançamento: 1997
País: Reino Unido
Estúdio: Halmark
Direção: Andrei Konchalovsky
Roteiro: Andrei Konchalovsky
Elenco: Armand Assante, Greta Scacchi, Geraldine Chaplin, Christopher Lee, Eric Roberts, Isabella Rossellini

Sinopse:
O rei guerreiro Odisseu deixa sua vida idílica no reino de Ítaca para lutar na Guerra de Troia. Depois de vencer a guerra, ele agora precisa enfrentar uma longa jornada de dez anos para retornar. Minissérie baseada na obra clássica de Homero. Vencedora de três prêmios Emmy. 

Comentários:
Minissérie muito boa, com excelente elenco, só que na época em que asssiti não gostei. E isso é fácil de explicar. No Brasil, durante os anos 90, ainda não existia televisão a cabo. Minisséries como essa, se chegassem ao nosso mercado, era através de fitas VHS. Só que uma fita não cabia tudo. No caso aqui eram seis episódios. Então eles faziam uma edição compilada e a trama ficava completamente truncada, ruim de assistir e acompanhar. Você, como rato de locadora, tinha toda a boa vontade para conhecer esses programas que não chegavam ao grande público no Brasil, mas acabava levando mesmo um produto mutilado pela edição. Uma pena! Assim, no final de tudo, só sobrava a decepção mesmo. No meu caso nunca tive a oportunidade de assistir a série na íntegra. Fiquei apenas na vontade. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

A Noite dos Lobisomens

A Noite dos Lobisomens 
Uma super Lua cheia atinge nosso planeta. O que sai disso é uma massa de lobisomens ferozes que invadem as ruas das grandes cidades. Ninguém está a salvo. Uma empresa de alta tecnologia biológica até desenvolve uma espécie de soro que pode deixar as pessoas imunes a essa transformação em larga escala, só que as pesquisas ainda estão no começo e enquanto não são concluídas esses lobisomens surgem em massa para fazer novas vítimas. 

OK, mais um filme de lobisomens. Esses monstros clássicos são os que mais sofrem na sétima arte. São centenas e centenas de filmes péssimos com essas criaturas do folclore. O Lobisomem, coitado, é o Rei dos filmes B e Z do terror atualmente! Esse filme aqui pelo menos não é um desastre cinematográfico completo. Não chega a ser colocado entre os melhores já feitos sobre o tema, mas fica ali no meio termo. É sim um filme mediano, que dá para assistir sem maiores problemas, desde que você não espere por grande coisa. 

Agora, para finalizar, devo deixar alguns elogios aqui para o design das criaturas. São poucas cenas digitais. Os bichanos são mostrados de forma analógica mesmo (ponto muito positivo!). São máscaras, faces movidas por animatronics e coisas do tipo. Isso me deixou com uma certa nostalgia dos anos 80 porque naqueles tempos não havia efeitos digitais por computação gráfica. Um acerto por parte dos produtores desse filme. Nesse aspecto o filme certamente acertou no alvo. O caminho é esse aí. 

A Noite dos Lobisomens (Werewolves, Estados Unidos, 2024) Direção: Steven C. Miller / Roteiro: Matthew Kennedy / Elenco: Frank Grillo, Katrina Law. Ilfenesh Hadera / Sinopse: Durante um evento lunar raro, que cria uma super Lua cheia, milhares de seres humanos se transformam em lobisomens. Enquanto isso, em um laboratório de alta tecnologia, se tenta criar ums soro para reverter esse processo de transformação de homens normais em monstros. 

Pablo Aluísio. 

O Clube dos Monstros

O Clube dos Monstros 
Mais um filme em que Vincent Price parece se divertir como nunca! Ele interpreta um sujeito "boa praça" que leva um amigo humano para um clube frequentado apenas por monstros! Uma vez lá decide lhe contar três histórias que vão dar origem aos três contos de terror mostrados ao longo do filme. No primeiro encontramos um sujeito solitário que vive de seu antiquário. A namorada de um criminoso decide arranjar um emprego por lá e o misterioso homem acaba se apaixonando por ela que no fundo só quer roubar os artefatos de valor. Obviamente ela vai acabar se dando mal pois o solitário dono na verdade é um descendente de vampiros!

Na segunda história temos uma estranha família. O filho sofre humilhações na escola. Ele é zombado por ser fraco, magro e feio. Só que na realidade o menino é filho de um vampiro! Nada mais, nada menos, do que o próprio Conde Drácula. Quando um padre decide ir em sua casa para colocar uma estaca no coração do velho vampiro as coisas saem imediatamente do controle. Um conto levado na base do bom humor, tal como se fosse uma sitcom dos nossos tempos. Na terceira e última história temos um diretor de cinema. Ele vai dirigir um filme de terror e procura pelas locações ideais. Acaba encontrando um vila isolada, onde vivem estranhos moradores. O lugar parece o certo pois é sombrio e estranho, mas não vai demorar muito para ele entender que ir até lá foi o maior erro de sua vida! 

Enfim, curti esse filme que mistura velhos monstros clássicos com um certo humor negro. Lançado no começo dos anos 80, quando o cinema clássico de terror já tinha passado por seu auge e estava em pleno declínio, essa produção tentou resgatar tudo de um ponto de vista de bom humor, mas também respeito com o passado. E de quebra ainda trazia números musicais, animações bem boladas (como a da stripper de esqueleto!) e um bom uso de ilustrações de alta categoria do mundo dos quadrinhos. Assim, em termos de cultura pop, por aqui há de tudo um pouco. Bem legal de assistir (ou rever) nos dias de hoje. 

O Clube dos Monstros (The Monster Club, Reino Unido, 1981) Direção: Roy Ward Baker / Roteiro: R. Chetwynd Hayes, Edward Abraham / Elenco: Vincent Price, John Carradine, Anthony Steel / Sinopse: Três histórias de terror contadas de um amigo para o outro em um estranho clube frequentado apenas por criaturas monstruosas! Trilha sonora de John Williams. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 20 de maio de 2025

A Noite dos Pistoleiros

Título no Brasil: A Noite dos Pistoleiros
Título Original: Rough Night in Jericho
Ano de Lançamento: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Arnold Laven
Roteiro: Sydney Boehm, Marvin H. Albert
Elenco: Dean Martin, Jean Simmons, George Peppard, John McIntire, Slim Pickens, Don Galloway

Sinopse:
Max Flood (Dean Martin) é um vilão e criminoso. Usando de uma quadrilha de homens violentos ele domina a pequena cidade de Jericho. Todos devem pagar sua parte, em um grande esquema de extorsão. Só que a chegada de um forasteiro e de um velho xerife, que agora trabalha em uma diligência que atravessa o deserto, pode mudar muito bem essa situação de dominação e terror. Esses homens definitivamente não vão se deixar dominar assim tão facilmente. 

Comentários:
De certa maneira esse faroeste é até bem convencional, bem de acordo com o que se produzia naquela época, segunda metade dos anos 1960. O que há de diferente é ver o cantor e ator Dean Martin interpretando um vilão na história. Desde que havia se tornado famoso, ao lado do colega Jerry Lewis, Martin sempre interpretou bons homens, personagem carismáticos. Assim ver ele aqui interpretando um sujeito bem asqueroso, vai deixar muita gente surpresa. E ao que tudo indica o próprio Dean Martin não gostou muito da experiência. Aconselhado por Frank Sinatra, ele deixou esse tipo de personagem de lado. Não caía bem para quem também tinha uma bem sucedida carreira de cantor. Afinal ele precisava vender discos. Assim podemos dizer que foi uma experiência bem singular em sua filmografia. Não demorou muito e ele retornou para sua tão conhecida e amada persona de Mr. Cool que o havia levado para a fama e o sucesso. 

Pablo Aluísio.

Wyatt Earp

Título no Brasil: Wyatt Earp
Título Original: The Life and Legend of Wyatt Earp
Ano de Produção: 1955 - 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: American Broadcasting Company (ABC)
Direção: Frank McDonald, Roy Rowland, Paul Landres
Roteiro: Frederick Hazlitt Brennan, John Dunkel
Elenco: Hugh O'Brian, Jimmy Noel, Ethan Laidlaw

Sinopse:
Wyatt Earp (Hugh O'Brian) se torna xerife de uma série de cidadezinhas no velho oeste. Durão, austero, honesto e íntegro, impõe respeito à lei por onde passa. Ao lado de seus irmãos e do amigo Doc Holliday (Douglas Fowley), enfrenta todo e qualquer tipo de fora-da-lei que cruza seu caminho. Ao chegar em Tombstone precisa enfrentar uma família de malfeitores, os Clantons, pistoleiros e bandoleiros perigosos e temidos. 

Comentários:
Essa foi a  mais longa série produzida sobre o xerife Wyatt Earp. No total foram 227 episódios, em seis temporadas exibidas com grande sucesso pelo canal americano ABC entre os anos de 1955 a 1961. Eram tempos de ouro para os fãs de faroestes, principalmente jovens e adolescentes, que tinham uma programação de qualidade para assistir após chegarem em casa, depois da escola, já que "Wyatt Earp" era exibido no horário vespertino. Nesse seriado muito popular nos Estados Unidos quem interpretava o famoso xerife de Tombstone era o ator Hugh O'Brian, um veterano que logo se tornou ídolo nos anos 50. E ser astro de TV naqueles anos não significava apenas gravar suas cenas para os episódios, mas sim também viajar para promover a série, ir em escolas e programas, sempre divulgando seu personagem e dando bons conselhos para a garotada em geral. Depois de tanto sucesso na pele do mais famoso xerife da história do oeste americano ele ainda emplacaria outros êxitos na TV como nas séries "O Homem de Virgínia" e "Perry Mason". Como era de se esperar não se deve procurar de uma série de western dos anos 50 a tão valorizada veracidade histórica. Os episódios estão mais para a literatura de bolso da época do que qualquer outra coisa. O Earp é um poço de virtude e bom mocismo que tem que enfrentar todos os dias os mais terríveis e indigestos vilões. Claro que justamente por seguir essa fórmula determinada a série tenha alcançado tanto sucesso. A lamentar apenas o fato da TV brasileira ainda ser muito primitiva nos anos 50, o que privou nossa juventude de acompanhar tudo na época. De qualquer maneira para quem deseja conhecer nunca é tarde demais pois a série tem sido lançada periodicamente em DVDs nos EUA e o objetivo final da produtora é colocar no mercado todas as seis temporadas, para deleite de todos os colecionadores do gênero.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Duas Vidas

Michel Marnet (Charles Boyer) é um playboy francês que decide, após longos anos, finalmente se casar. Obviamente que isso logo se torna uma notícia e ele decide viajar até os Estados Unidos para lá se casar com sua futura esposa americana. Na viagem acaba conhecendo casualmente Terry McKay (Irene Dunne) que embora esteja comprometida acaba jogando seu charme para seduzi-lo. O que começa como um flerte casual acaba se tornando algo mais profundo a ponto de ambos combinarem de se encontrarem em seis meses no topo do Empire State em Nova Iorque, caso seus relacionamento amorosos não criem bons frutos nesse tempo."Duas Vidas" é o filme original que deu origem a dois remakes que se tornaram bem conhecidos do público cinéfilo. O primeiro foi o clássico absoluto "Tarde Demais para Esquecer" de 1957 com Cary Grant e Deborah Kerr protagonizando essa bonita história de amor. Depois nos anos 1990 tivemos uma nova refilmagem chamada "Segredos do Coração" com Warren Beatty e Annette Bening como o casal apaixonado. Esse segundo remake contou com a preciosa participação da diva do cinema Katharine Hepburn que curiosamente quase estrelou o filme original.

Cada um desses filmes tem seus pontos fortes. "Tarde Demais para Esquecer" contava com uma maravilhosa trilha sonora e uma fotografia inspirada. "Segredos do Coração" trouxe um trabalho melhor em termos de roteiro, onde os dois personagens principais eram bem mais trabalhados do ponto de vista psicológico. Já o original "Duas Vidas" se destaca pelo elenco. Charles Boyer tinha uma finesse e elegância pessoal que casou muito bem com seu personagem. De fala suave e gestos diplomaticamente ensaiados, ele convence plenamente como um conquistador irresistível para as mulheres. Já Irene Dunne passa a impressão de ser uma mulher decidida, dona de si, que sabe muito bem que seu casamento não terá muito futuro pois está apaixonada por Michel Marnet (Boyer). Esse tipo de atitude pode até ser vista como algo comum nos dias de hoje, mas lembre-se que esse filme foi rodado na década de 1930 e naquela época uma mulher prestes a se casar com outro tinha que manter uma certa postura pessoal, caso contrário causaria um verdadeiro escândalo, criando um estigma social ruim para si.

Ouvindo seu coração, ela prefere partir para os braços de Marnet, ao invés de continuar em um relacionamento sem amor, vazio por dentro. E justamente por ter essa coragem o filme se tornou logo um sucesso de público e crítica, sendo indicado a seis Oscars, entre eles Melhor Filme, Melhor Atriz (Irene Dunne), Melhor Atriz Coadjuvante (Maria Ouspenskaya), Melhor Roteiro Original e Melhor Trilha Sonora Original. Sem dúvida um marco do cinema romântico de Hollywood e um grande avanço em termos de emancipação da mulher dentro daquele contexto histórico e social.

Duas Vidas (Love Affair, Estados Unidos, 1939) Estúdio: RKO Radio Pictures / Direção: Leo McCarey / Roteiro: Delmer Daves, Donald Ogden Stewart / Elenco: Irene Dunne, Charles Boyer, Maria Ouspenskaya / Sinopse: Um casal se apaixona e decide fazer uma espécie de pacto. Caso não sejam felizes em seus relacionamentos atuais devem se encontrar no alto do Empire State em Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

Meus Braços Te Esperam

A família Winfield se muda para uma nova casa em uma pequena cidade em Indiana. Então a jovem Marjorie Winfield (Doris Day) começa um romance com William Sherman (Gordon MacRae), seu novo vizinho que vive do outro lado da rua. Marjorie tem de aprender a dançar e agir como uma jovem e respeitada dama da sociedade. Infelizmente, William Sherman tem ideias não convencionais para a época (o enredo se passa na Primeira Guerra Mundial, embora o conflito não desempenhe nenhum papel importante para a maior parte do filme). Suas ideias diferentes, por exemplo, não incluem acreditar no casamento ou no valor do dinheiro, o que provoca um atrito imediato com o pai de Marjorie, que é o vice-presidente do banco local. Em determinado momento de sua carreira a atriz Doris Day foi apelidada de "A Virgem Profissional", isso porque interpretava geralmente mocinhas doces e ingênuas nas telas. Esse tipo de rótulo porém era pura bobagem. O que importava mesmo é que Doris Day tinha um grande talento. Ela não era apenas a jovem loira e virgem em busca do príncipe encantado em romances açucarados de seus filmes, mas também uma cantora maravilhosa, dona de uma das vozes mais bonitas da música americana. Talento puro!

Esse simpático e muito charmoso "On Moonlight Bay" traz um pouco do melhor de Day. Certamente sua personagem é mais uma no estilo "virgem intocada", mas a despeito disso o filme é um ótimo musical, com excelente repertório, onde Doris Day dá uma amostra de seu grande talento vocal. A estorinha é leve, com pitadas de comédia e romance, o que ajuda ainda mais a passar o tempo. Em tempos cínicos e violentos como os que vivemos, assistir algo assim tão bem intencionado pode soar como inocente e bobinho, mas deixe esse tipo de opinião ranzinza e preconceituosa de lado e curta mais esse belo momento da carreira da primeira e única Doris Day no cinema.

Meus Braços Te Esperam (On Moonlight Bay, Estados Unidos, 1951) Estúdio: Warner Bros / Direção: Roy Del Ruth / Roteiro: Jack Rose, Melville Shavelson / Elenco: Doris Day, Gordon MacRae, Jack Smith / Sinopse: O filme conta a história de um romance envolvendo dois jovens e os problemas que podem surgir quando o namorado tem uma visão bem diferente do mundo do pai da garota pelo qual ele está apaixonado.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de maio de 2025

Sonhos Rebeldes

Sonhos Rebeldes
Esse foi um dos primeiros filmes do Nicolas Cage! Não deixa de ser muito divertido ver ele aqui, bem jovem, com muito cabelo, tentando dar uma de descolado, embora já naqueles tempos fosse um tremendo de um esquisitão! A história do filme não tem nada de muito especial. É uma produção feita nos anos 80 para o público adolescente. Uma espécie de Romeu e Julieta para os jovens daquela época, com muitos cabelos armados, letreiros de neon e bandas com músicas de sintetizadores. 

Cage interpreta esse carinha que vive do outro lado da cidade, onde mora a classe trabalhadora, onde os jovens frequentam clubes punks! Ele se apaixona pela loirinha da parte rica da cidade. Ela é uma patricinha de alto a baixo. Imagine o tamanho do preconceito social que vai ter que enfrentar para ficar com seu novo namorado, aquele punk de butique pobretão! Olha só, realmente nada de muito especial encontrará nessa fita, mas hoje em dia, ela tem seu charme, principalmente para quem curte Nicolas Cage. Seu papel é muito divertido, ainda mais revisto hoje em dia, após tantos anos! 

Sonhos Rebeldes (Valley Girl, Estados Unidos, 1983) Direção: Martha Coolidge / Roteiro: Andrew Lane, Wayne Crawford / Elenco: Nicolas Cage, Deborah Foreman, Elizabeth Daily / Sinopse: Garota rica e mimada, cai de amores por um sujeito pobretão, que gosta de boates punks, no outro lado da cidade, onde vive a classe trabalhadora e pobre da região. 

Pablo Aluísio.

Uma Escola Muito Especial, para Garotas

Uma Escola Muito Especial, para Garotas
A década de 1980 foi o auge daquelas comédias adolescentes picantes sobre sexo entre os jovens. Não era nada muito vulgar, embora não tivesse a sofisticação dos velhos filmes do passado que ousassem juntar sexo e humor no mesmo roteiro. Esse filme aqui foi um dos primeiros exemplares desse tipo de cinema. É tão antigo, para falar a verdade, que mal me lembro dele, embora tenha assistido em uma dessas sessões madrugada adentro, ainda no tempo da TV aberta onde só existia alguns poucos canais para ver filmes. 

A história é meio banal. Garota que estuda em colégio só para meninas se apaixona por carinha que estuda em colégio só para rapazes. Isso era comum na época. Geralmente eram escolas católicas tradicionais e toda aquela baboseira que conhecemos bem. Enfim, uma comédia adolescente dos anos 80. Nada demais, mas temos que admitir que abriu a porta para um verdadeiro subgênero do cinema americano, para o bem e também para o mal porque vieram muitas porcarias no rastro dele. 

Uma Escola Muito Especial, para Garotas (Private School, Estados Unidos, 1983) Direção: Noel Black / Roteiro: Dan Greenburg, Suzanne O'Malley / Elenco: Phoebe Cates, Betsy Russell, Matthew Modine / Sinopse: Jovens loucos pelas garotas entram em escola feminina vestidos de estudantes femininas. É para piorar aquelas são escolas católicas tradicionais. O escândalo assim se torna uma questão de tempo!

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de maio de 2025

The Beatles - Rubber Soul - Parte 4

The Beatles - Rubber Soul - Parte 4
Nos anos 60 Paul McCartney teve um caso sério com a atriz Jane Asher. Para ela fez várias músicas, entre elas "I'm Looking Through You". A linda atriz inglesa ruiva realmente era o modelo da nova mulher, independente, dono do próprio nariz, profissional, etc. E Paul ficou perdidamente apaixonado por ela. Das garotas que namoravam os Beatles ela era certamente a mais bonita, interessante e inteligente. John Lennon, por exemplo, acreditava que Paul se casaria com ela, com absoluta certeza. 

O namoro foi tão sério que Paul foi morar com ela, na casa dos pais dela, mesmo não sendo casados! E isso foi no começo do namoro deles. Os pais de Jane eram intelectuais da nova era. Professores, pessoas cultas. Paul era louco por Jane, disso os demais Beatles bem sabiam. Infelizmente esse relacionamento que tinha tudo para terminar em casamento chegou ao fim por causa de um ato impensado por parte de Paul. 

Numa tarde Jane chegou em sua casa (Paul havia comprado finalmente uma casa própria em Londres) e o pegou com uma garota em seu quarto! Fou um flagrante de traição! Um grande vacilo por parte dele! Aquilo pegou muito mal e ela terminou o relacionamento. Paul ficou tão arrasado que escreveu a letra dessa música. Infelizmente era tarde demais. Ela foi embora para nunca mais voltar! Para os fãs dos Beatles pelo menos a infidelidade de Paul (e depois sua dor de cotovelo) serviram de material para belas baladas românticas por parte do Beatle. E tudo poderia ser ouvido depois nos maravilhosos álbuns do grupo. 

"What Goes On" foi creditada como sendo uma parceria entre Lennon, McCartney e Ringo! Era algo que nunca havia acontecido antes e que não mais se repetiria na discografia dos Beatles. Ela começou sendo composta por Ringo que depois pediu ajuda aos seus colegas talentosos. Uma faixa para Ringo cantar. Uma boa música, um country bem bacana, ideal para o timbre de voz do baterista. Nessa fase os Beatles sempre deixavam uma música para Ringo cantar. Uma maneira dos Beatles de valorizar o seu mais carismático e amigável integrante. 

Pablo Aluísio. 

Elvis Presley - A Date With Elvis - Parte 4

Em setembro de 1954 Elvis participou de uma das sessões mais produtivas em seus anos na Sun Records. Em apenas um dia ele gravou seis músicas! Ora, isso era mais da metade de um disco de vinil da época, algo que Sam Phillips poderia pensar em fazer, caso sua gravadora não fosse tão modesta. As sessões começaram com "I'll Never Let You Go", cujos primeiros takes nunca foram lançados e se perderam para sempre. Outra que se perdeu e nunca foi lançada foi "Satisfied". Essa gravação foi realmente uma perda e tanto pois Elvis nunca mais gravaria a música em sua carreira. As baladas "I Don't Care if the Sun Don't Shine" e "Just Because" também foram gravadas. Como se pode perceber Elvis estava com bastante energia e vontade de mostrar seu talento nessa ocasião.

Para finalizar essa sessão de gravação mais do que produtiva Elvis encerrou os trabalhos com chave de ouro ao gravar o clássico "Good Rockin' Tonight" de Roy Brown. Para o dono da Sun Records, o produtor Sam Phillips, esse foi certamente um dos pontos altos de Elvis na gravadora de Memphis. Havia apenas três músicos dentro do estúdio naquele dia. Elvis cantando e fazendo acompanhamento em seu violão. Scotty Moore na guitarra e Bill black em seu enorme contrabaixo. Não houve baterista. Não havia mais ninguém. É de se impressionar ao ouvir a faixa nos dias de hoje e perceber que apenas três músicos conseguiram um efeito tão bom. Naquele mesmo mês de setembro a gravadora se apressou para lançar o single Sun 210, o segundo de Elvis pelo pequeno selo de Memphis. Não havia tempo a perder.

Outra música dos tempos da Sun Records que a RCA Victor aproveitou para eolocar nesse álbum "A Date With Elvis" foi "I Forgot to Remember to Forget". Escrita pela dupla Stan Kesler e Charlie Feathers. É uma baladinha country que tem um título curioso, que em português significaria algo como "Eu esqueci de lembrar de me esquecer". Um trocadilho até divertido de palavras. Os Beatles, que eram grandes fãs de Elvis nesse período da Sun Records, gravariam a música em seu programa na BBC de Londres. O registro sobreviveu ao tempo e foi lançado anos depois no excelente box "The Beatles - Live at the BBC".

Finalizando essa análise do álbum "The Date With Elvis" aqui vão algumas informações adicionais. O disco foi lançado no mercado americano em agosto de 1959 com o código fonográfico LPM 2011. Foi o oitavo LP de Elvis a chegar ao mercado pela RCA Victor. Não foi um grande sucesso de vendas, chegando apenas ao trigésimo segundo lugar entre os mais vendidos. Curiosamente o disco foi lançado um mês antes na Inglaterra, onde vendeu muito bem, chegando ao quarto lugar das paradas inglesas. Elvis era adorado pelos fãs das ilhas britânicas. No Brasil o disco só chegaria ao mercado quase um ano depois, numa edição bem simples, sem todo o capricho gráfico da edição americana.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

A Última Showgirl

A Última Showgirl 
Pamela Anderson foi um dos grandes símbolos sexuais nos anos 90. Ela foi a bombshell definitiva daquela década. Tinha uma série de sucesso na TV (SOS Malibu), foi capa seis vezes da revista Playboy, sendo eleita a coelhinha mais popular de seu tempo e obviamente ganhou muito dinheiro com tudo isso. Pois bem, o tempo passou, a idade chegou e hoje em dia ela vive um verdadeiro revival em sua carreira. Está sendo considerada inclusive uma boa atriz, algo que jamais aconteceu em seu passado. 

Nesse filme Pamela interpreta uma personagem que tem claras semelhanças com sua própria vida e seu passado. É uma showgirl de Las Vegas. Décadas atrás ela foi muito popular, liderando o elenco de beldades de um show de grande sucesso naquela cidade. Só que agora ela está sendo demitida, seu show cancelado e aos 57 anos de idade não sabe mais o que fazer... para piorar sua filha, que ela não vê há muitos anos, retorna para lhe encontrar. E o encontro acaba sendo cheio de mágoas e acertos de contas com o passado, afinal em busca do sucesso e glamour ela negligenciou sua própria filha em sua infância e adolescência. 

Agora, se Pamela Anderson está bem em cena, quem acaba roubando alguns momentos de seu renascimento é justamente Jamie Lee Curtis. Nesse filme ela se despiu de qualquer vaidade pessoal, mostrando, sem pudores, os efeitos do tempo em seu rosto e em seu corpo. Assumindo a idade, o que faz muito bem. Existe uma cena em especial, em que sua personagem, que agora vive como garçonete de cassino, sobe em uma mesa. Está tocando ao fundo um velho hit dos anos 80. E lá está ela dançando, lembrando de seus tempos de showgirl quando era amada e cortejada por todos. Só que agora ninguém presta atenção nela, que fica completamente ignorada por todos que passam ao seu lado. Um momento de pura melancolia pessoal. 
 
Um triste desfecho na história dessas belas mulheres do passado, que construíram toda uma carreira em cima disso, da beleza e sensualidade, mas que agora precisam se reinventar de alguma maneira para continuar sobrevivendo. Uma lição de vida, sem dúvida. Enfim, grande filme. Recomendo a quem viveu o auge dessas divas de um passado nem tão distante assim. Haverá um pingo de melancolia em tudo, mas isso, no final das contas, só depõe mesmo a favor desse belo e triste drama. 

A Última Showgirl (The Last Showgirl, Estados Unidos, 2024) Direção: Gia Coppola / Roteiro: Gia Coppola / Elenco: Pamela Anderson, Jamie Lee Curtis, Brenda Song, Kiernan Shipka / Sinopse: Veterana showgirl de Las Vegas percebe que sua carreira está chegando ao fim quando seu show é cancelado. Ela então é demitida. Aos 57 anos de idade ela precisa recomeçar, mas as portas se fecham e sua situação fica desesperadora. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Pamela Anderson). 

Pablo Aluísio. 

O Bom Pastor

O Bom Pastor
Um filme com uma história terrível, que infelizmente foi baseada em fatos históricos reais. O drama se passa em uma região remota da Hungria, durante a segunda guerra mundial. Um caminhão do exército alemão transporta um grupo de judeus. Eles estão sendo levados para uma estação ferroviária. Um trem vai chegar para levar mais esse grupo para um campo de concentração. No meio da estrada eles param pois há uma árvore derrubada no meio do caminho. Enquanto os soldados tentam tirar ela do chão, os judeus aproveitam uma distração dos militares e fogem em direção à floresta. 

Ali mesmo, por perto, se encontra um homem muito simples, pacato, que vive de seu pequeno rebanho de ovelhas. Ele é um pastor. Imagine a situação desse senhor ao perceber o que está acontecendo. Judeus correndo pelo meio do campo, com os alemães atrás, atirando para todos os lados. O que se segue não é complicado de prever. Mais uma atrocidade nazista está prestes a acontecer. Como eu disse, temos aqui um filme com uma história terrível de acompanhar. Realmente a barbárie nazista não tinha limites como bem vemos nesse pequeno pelotão do exército alemão comandado por um major da SS, a tropa mais fanática e violenta de Hitler. Que histórias como essa jamais se repitam em nosso mundo. 

O Bom Pastor (A Pásztor, Hungria, 2019) Direção: László Illés / Roteiro: László Illés / Elenco: Miklós Székely B, Ákos Horváth, Tamás Jordán / Sinopse: Senhor idoso, homem simples, se vê no meio de uma caçada humana promovida por nazistas contra judeus na pequena propriedade rural onde vive, durante segunda guerra mundial. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Contato Visceral

Contato Visceral 
Vou logo colocando as cartas na mesa. Só vi esse filme por causa da Dakota Johnson. Além de ser bem bonita, é boa atriz. Gosto dela e de seu trabalho. Então me deparei casualmente com esse terror na Netflix e resolvi dar uma olhada. Não é nada muito marcante, mas dá um caldo, como se diz na gíria. Ela interpreta a namorada do protagonista. Esse é um barman em New Orleans. Trabalha em um daqueles bares que os americanos gostam, com sinucas e tudo mais. Um dia uma briga começa no estabelecimento. Um grupo de jovens universitários deixa o lugar, assustados com a briga, e deixam para trás um celular. O barman, interpretado pelo ator Armie Hammer, pega o celular caído no chão e leva pra casa. Sua intenção é obviamente devolver para o seu verdadeiro dono no dia seguinte.

Só que o tal celular tem um conteúdo bizarro, com fotos de rituais de magia negra, cabeças decepadas e tudo aquilo que já vimos em outros filmes de terror. Aquilo parece perturbar o barman e sua namorada (a beleza da Dakota). Em pouco tempo os dois começam a surtar um com o outro, adotando comportamentos bizarros, fora do padrão. Ele vai percebendo que seu emprego no bar está por um fio e seu relacionamento com a sua gata vai de mal a pior. De carta maneira passa a entender que ficou amaldiçoado ao ter contato com todo aquele tipo de magia negra, tão típica de New Orleans. 

Pois é, não espere por grande coisa, mas devo dizer que o filme é bem desenvolvido. Eu fiquei interessado até o fim. Fim esse que achei muito abrupto! É um daqueles roteiros que no final não vai perder tempo explicando nada para você. O espectador que tire suas próprias conclusões. No meu caso fiquei com a clara impressão que os produtores deixaram a porta aberta para futuras continuações (que até aqui ainda não aconteceram). Então é isso, um filme até bacaninha. Não vá assistir se você não curte terror de magia negra e nem tiver paciência com o horror cotidiano de um relacionamento falido. Ah, e se não gostar de baratas também não recomendo! Elas estão por todas as partes e fecham a cortina dessa história pouco usual e comum. Sim, o filme fede a baratas negras. Lamento...

Contato Visceral (Wounds, Estados Unidos, 2019) Direção: Babak Anvari / Roteiro: Babak Anvari, Nathan Ballingrud / Elenco: Armie Hammer, Dakota Johnson, Zazie Beetz, Karl Glusman / Sinopse: Após uma briga no bar onde trabalha, um barman leva para casa um celular deixado por um grupo de jovens que saiu às pressas no meio da confusão. E isso vai lhe trazer muitos problemas, inclusive de ordem sobrenatural. 

Pablo Aluísio. 

A Maldição de Frankenstein

Título no Brasil: A Maldição de Frankenstein
Título Original: The Curse of Frankenstein
Ano de Produção: 1957
País: Inglaterra
Estúdio: Hammer Films
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster
Elenco: Peter Cushing, Christopher Lee, Hazel Court, Robert Urquhart, Melvyn Hayes, Paul Hardtmuth

Sinopse:
Considerado por muitos como um louco, o Dr. Victor Frankenstein (Peter Cushing) decide realizar a maior de suas experiências. Usando de energia elétrica colhida por raios, ele acredita que dará vida a uma criatura composta de vários pedaços de corpos humanos roubados de cemitérios e necrotérios de Londres. Sua ambição é demonstrar que há possibilidade científica de gerar vida em cadáveres! 

Comentários:

Mais um filme baseado na obra imortal de Mary Shelley. Essa versão da Hammer Films, produzida no auge criativo do estúdio britânico, segue bem fiel ao texto original de Shelley. Seu enredo é bem de acordo com o livro clássico. Um dos aspectos mais curiosos dessa produção é a atuação do ator Christopher Lee como a criatura criada em laboratório pelo lunático cientista Victor Frankenstein. A maquiagem que Lee usou foge dos padrões clássicos dos filmes da Universal nos Estados Unidos. Ao invés de ter parafusos e um topo quadrado em sua cabeça, como no visual antigo, aqui os diretores da Hammer preferiram algo menos cartunesco, com Lee usando algo mais discreto, mais humano, vamos colocar assim. Ele tem um rosto deformado, porém mais de acordo com o visual de um corpo humano após sua morte. Ficou muito bom para dizer a verdade. Já Cushing surpreende ao não tentar fazer o estereótipo do cientista maluco e cruel. Ele procurou ser menos exagerado, procurando até mesmo por uma interpretação mais cuidadosa do que seria um pesquisador e cientista da era vitoriana. Então é basicamente isso. Mais um belo trabalho de direção e atuação da Hammer, um estúdio que realmente marcou história no universo da cultura pop cinematográfica mundial. Esse é aquele tipo de filme que já nasce clássico, desde seu lançamento original. Imperdível.

Pablo Aluísio~.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Nada a Perder

Título no Brasil: Nada a Perder
Título Original: American Heart
Ano de Lançamento: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Avenue Pictures
Direção: Martin Bell
Roteiro: Peter Silverman, Martin Bell
Elenco: Jeff Bridges, Edward Furlong, John Boylan

Sinopse:
Um ex-presidiário é localizado por seu filho adolescente afastado, e os dois tentam reconstruir um relacionamento e uma vida juntos em uma violenta cidade de Seattle, dominada pelo crime e pela corrupção policial.

Comentários:
O ator Jeff Bridges sempre fez bons filmes. Um exemplo vem desse drama barra pesada dos anos 90. Aqui ele interpreta esse sujeito que ficou anos atrás das grades, cumprindo pena. Quando sai, enfrenta a dura realidade de uma sociedade que não está disposta a lhe dar uma nova oportunidade. E para complicar ainda mais sua vida tem seu filho, que ele mal conhece. Tentando colocar as coisas em ordem nessa atribulada realidade que sua vida se tornou, ele vai tentando ter um bom relacionamento com o rapaz, que está perigosamente tangenciando o mundo do crime. Um triste retrato da vida imitando a arte. Quem interpreta seu filho é o jovem ator Edward Furlong (de "O Exterminador do Futuro 2"). Visto como potencial futuro astro do cinema, jogou tudo fora por causa das drogas. Pois é, no mundo real nem sempre temos finais felizes. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Caçadores de Lobos

Título no Brasil: Caçadores de Lobos
Título Original: The Wolf Hunters
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: William F. Broidy Pictures Corporation
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: James Oliver Curwood, Scott Darling
Elenco: Kirby Grant, Jan Clayton, Edward Norris

Sinopse:
O herói e guarda da polícia florestal montada Rod Webb (Kirby Grant) enfrenta inúmeros desafios para manter a região onde vive longe de caçadores de lobos, malfeitores e contrabandistas de pele de animais selvagens. Ao lado de seu fiel amigo e escudeiro, o cão Chinook, ele defende a floresta da exploração e da caça ilegal promovida por gananciosos foras da lei.

Comentários:
É curioso que o cineasta Budd Boetticher tenha assinado essa fita como Oscar Boetticher! Aos amigos confidenciou que teve certo receio de sofrer críticas por parte dos fãs de faroestes por causa do tom mais ameno, quase infantil, dessa produção. De fato, para quem dirigiu alguns dos melhores westerns da carreira de Randolph Scott, esse "The Wolf Hunters" soava pueril e bucólico demais. Mesmo assim o fã do gênero deve deixar tudo isso de lado para embarcar em um filme muito bonito, com maravilhosa fotografia. Não era para menos pois tudo foi rodado em um dos lugares mais bonitos da América do Norte, o San Bernardino National Forest na Califórnia, bem na região onde está situado o belo lago conhecido como Big Bear Lake! Aquele tipo de região que compensa qualquer falha que o filme venha a ter, inclusive em termos de figurinos e roteiro. Cito os figurinos porque os caçadores e cowboys que vão surgindo na tela mais parecem modelos de roupas estilizadas do velho oeste do que homens selvagens que viveram naquela época. O roteiro também não é grande coisa pois é bobinho e derivativo. Mesmo assim deixe tudo isso de lado e procure conhecer o filme, as paisagens e o mundo natural valerão qualquer esforço.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

O Espião Que Veio do Frio

O Espião Que Veio do Frio 
Esse é o tipo de filme que eu gostaria de assistir nos dias atuais. Infelizmente Hollywood não produz mais filmes como esse que priorizam a inteligência, com boas tramas de espionagem. Quando se produz filmes sobre espiões atualmente tudo acaba desandando, mais cedo ou mais tarde, para cenas de ação espetaculares. Nada contra filmes de ação, entretanto as boas tramas, os grandes conchaves, as jogadas sutis e as conspirações que sempre envolveram o mundo dos espiões, parecem ter ficado para trás de forma definitiva! Uma pena! Lamento muito.

No enredo desse filme o ator Richard Burton interpreta um espião inglês. Sua missão é localizar e eliminar um agente duplo que agora atua dentro da Alemanha Oriental, se tornando bem conhecido por eliminar justamente espiões britânicos. O problema é atravessar a cortina de ferro (a história se passa na guerra fria) e localizar esse assassino. Pior do que isso, como chegar até ele sem deixar suspeitas? Revelar mais seria estragar as surpresas de um roteiro mais do que inteligente. Em determinado momento do filme vem a surpresa, a reviravolta que vai fazer você abrir um sorriso de satisfação por ter assistido a esse clássico das histórias de espionagem internacional. Assim não há mais nada do que dizer, apenas que se trata de um filmão! Adorei!

O Espião Que Veio do Frio (The Spy Who Came in from the Cold, Reino Unido, Estados Unidos, 1965) Direção: Martin Ritt / Roteiro: John le Carré, Paul Dehn, Guy Trosper / Elenco: Richard Burton, Oskar Werner, Claire Bloom / Sinopse: Durante a guerra fria um agente inglês é enviado para a Alemanha Oriental para neutralizar um agente duplo que está colocando em risco a vida de espiões ingleses que atuam atrás da cortina de ferro. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Richard Burton) e melhor direção de arte (Hal Pereira, Tambi Larsen, Edward Marshall, Josie MacAvin).

Pablo Aluísio. 

domingo, 11 de maio de 2025

O Paraíso e a Serpente

Título no Brasil: O Paraíso e a Serpente
Título Original: The Serpent
Ano de Lançamento: 2021
País: Reino Unido
Estúdio: Netflix
Direção: Hans Herbots, Tom Shankland
Roteiro: Richard Warlow, Toby Finlay
Elenco: Tahar Rahim, Jenna Coleman, Billy Howle, 
Ellie Bamber, Mathilde Warnier

Sinopse:
Na década de 1970, um francês e sua jovem esposa passam a aplicar golpes em turistas estrangeiros no sudeste asiático. Eles topam suas vítimas para roubar suas joias, dinheiro e passaporte. Depois se livram de seus corpos. Tudo acaba sendo descoberto por um funcionário da Embaixada da Holanda que a partir de então passa a lutar para que todos os envolvidos sejam presos e punidos pela justiça. 

Comentários:
Uma história terrível que eu não conhecia! Comecei a assistir essa minissérie meio por curiosidade e acabei ficando absorvido por tudo o que ia se desenrolando na tela - e que, pasmem, foi baseado numa história real! O criminoso tinha vários nomes, tanto que foi complicado na época até mesmo descobrir sua identidade real. Ele matou inúmeros turistas, a maioria deles jovens hippies em viagens por países como Tailândia, Nepal e até mesmo Índia. Essas pessoas, a maioria sem grande experiência de vida, acabavam caindo no golpe desse assassino em série. E como na maioria das vezes esses assassinatos eram cometidos em lugares e regiões distantes e atrasadas, com policiais corruptos, o assassino acabou ficando impune por anos e anos, sempre atraindo novas vítimas. E o seu modo de agir praticamente não mudava, mostrando como era fácil cometer crimes naquela parte do mundo. Uma história certamente chocante e bem triste, mostrando muito bem até onde pode ir a maldade e a perversidade humana! 

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de maio de 2025

The Beatles - Rubber Soul - Parte 3

The Beatles - Rubber Soul - Parte 3
Outra obra-prima desse álbum é a música "Nowhere Man". Essa é uma criação de John Lennon que escreveu letra e melodia. Novamente Lennon escreve sobre si mesmo numa linguagem à la Bob Dylan (como ele gostava de se referir). John tinha essa personalidade angustiada, com toques depressivos que geravam ótimas letras. De fato ele aqui em “Rubber Soul” realmente começa a se soltar como compositor e criador. Seu lado mais centrado em si mesmo começa a dominar suas criações. Curiosamente essa música iria dar título a uma cinebiografia muito interessante de John Lennon no cinema. Eu indicaria a quem gosta dos Beatles. 

Outra música marcante de John Lennon nesse disco é a faixa "The Word". Para muitos críticos de música essa canção foi a primeira essencialmente psicodélica dos Beatles. Já antecipava com sua letra o que viria a acontecer a seguir, especialmente no verão do amor de 1967. Sem querer e ter consciência plena disso, Lennon antecipava o que iria surgir em Woodstock, o movimento hippie e tudo o mais que iria acontecer naquela geração do Flower Power. Sem dúvida um marco na música dos Beatles.  

Bem menos pretensiosa era "Think for Yourself". Essa foi composta e cantada por George Harrison. É fato que ele sempre se sentiu muito inseguro em levar suas próprias músicas para John e Paul. E nem sempre tinha suas criações aceitas pelos demais Beatles. Ao longo dos anos muitas delas foram recusadas. Isso criou em Harrison um sentimento de insegurança e muito ressentimento, em especial para com Paul McCartney, que ele particularmente foi odiando ao longo de todos aqueles anos dentro do estúdio. Chegou ao ponto dele dizer, nos anos 70, que poderia voltar a trabalhar com John Lennon, mas que jamais iria gravar de novo com Paul McCartney. 

E por falar em Paul McCartney, era dele a canção "You Won't See Me". Essa foi uma canção que Paul compôs e gravou sem maiores pretensões artísticas. Apenas uma boa música para completar o álbum, como ele bem iria confidenciar em entrevistas depois. Era uma música bacana, bem agradável de se ouvir. Na época ele estava curtindo ainda seu longo relacionamento com Jane Asher e essa foi outra criada dentro desse namoro, que quase virou casamento. 

Pablo Aluísio. 

Elvis Presley - A Date With Elvis - Parte 3

A música "Young And Beautiful" foi escrita pela dupla de compositores Aaron Schroeder e Abner Silver. Gravada por Elvis em 30 de abril de 1957, fez parte da trilha sonora do filme "Jailhouse Rock". Sempre foi uma bela balada subestimada, nunca usada adequadamente fora do contexto do filme. Curiosamente durante a década de 1970, em ensaios, Elvis esboçou uma tentativa de levar a música para os palcos, porém só ficou na intenção mesmo. Há uma boa versão dessa época, lá por volta de 1972, onde Elvis ensaia a canção com seu grupo em estúdio. Ficou bonita, apesar de ser uma versão bem despretensiosa.

E a RCA Victor encaixou outras faixas de filmes de Elvis nessa coletânea. Uma delas foi "We're Gonna Move". Oficialmente ela veio creditada como sendo composta por Vera Matson e Elvis Presley. Na verdade hoje sabemos que todo o material do filme "Love Me Tender" foi composto pelo maestro da Fox Ken Darby. Ele apenas não quis assinar essas criações, por motivos diversos, colocando as músicas como sendo feitas por sua esposa Vera e por Elvis, para agradar ao Coronel Parker que estava de olho nos direitos autorais das músicas gravadas por Elvis. Nada pessoal, uma questão puramente de negócios.

Eu adoro a dupla Jerry Leiber e Mike Stoller. Em minha opinião as melhores músicas gravadas por Elvis nessa fase roqueira dos anos 1950 foram compostas por eles. Só que, apesar dessa admiração, devo dizer que "I Want To Be Free" se torna bem enjoativa depois de algumas audições. Gravada em abril de 1957, dentro do pacote de "Jailhouse Rock", essa música é certamente uma das mais fracas dessa celebrada trilha sonora. O que poderia ser pior do que isso? Basicamente temos alguns grandes clássicos nesse filme, mas essa aqui pode ser chamada de "musiquinha" sem medo de soar como uma injustiça. Enjoativa e banal, nem parece uma música com a assinatura dos geniais Leiber e Stoller.

Um fato curioso sobre esse álbum é que em sua edição original norte-americana, havia uma bonita direção de arte. Dentro de uma capa que abria - tal como se fosse um álbum duplo - havia muitas fotos de Elvis no exército, além de um enorme calendário do ano de 1960, que seria aquele em que Elvis retornaria aos Estados Unidos após cumprir serviço militar. Na década de 1980, para ser mais específico, em 1982, saiu a última edição desse disco em vinil no Brasil. Fazia parte da série "Pure Gold". Pena que toda a bonita direção de arte da edição original foi deixada de lado. Em uma edição pobre trazia capa e contracapa iguais, sem nenhum luxo. Uma versão bem decepcionante para os colecionadores da época.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Anora

Anora 
O fato desse filme ter sido o vencedor do Oscar de melhor filme do ano demonstra que há problemas no cinema atual ou pelo menos que há muitos problemas nos votantes do maior prêmio do cinema mundial. Veja, não quero dizer com isso que esse seja um filme ruim, nada disso, apenas que é um filme comum. Não vi nada demais nele, em nenhum aspecto. Começa como um daqueles filmes de adolescentes dos anos 80 onde um carinha muito louco decide embarcar numa série de farras e festinhas, tão típicas de sua idade. Até aí nada demais. Ele acaba contratando uma garota de programa e meio que perde a cabeça com ela. Depois de uma transa rápida decide contratar a moça (a tal Anora) para passar ao seu lado durante uma semana. Preço do programinha: 10 mil dólares! 

Então parte ele e sua amada de programa para Las Vegas, a cidade do pecado, onde em cada esquina tem uma capelinha para a relização de casamentos Fast Food. E não demora muito, lá vai o desmiolado casar com a garota de programa e stripper! O problema é que apesar de ter 21 anos de idade ele ainda age como um adolescente retardado de 14. Então seus pais descobrem o ocorrido. Eles são russos, envolvidos em negócios não muito legais (provavelmente aqueles magnatas que orbitam Putin) e viajam às pressas para a Rússia. 

E aí, meus caros, o filme vira uma daquelas comédias dos anos 80, tipo Sessão da Tarde, com muitas confusões para anular esse casamento. O filme é isso! Eu fiquei surpreso com a superficialidade de tudo! Eu sou de um tempo em que o Oscar premiava filmes que eram verdadeiros eventos cinematográficos do ano, filmes grandiosos, que marcavam época! Esse "Anora" é só engraçadinho! Nem o trabalho da atriz, que também venceu o Oscar, me causou qualquer tipo de espanto. É muito mais do mesmo. E ela fica pelada grande parte do filme! Enfim, "Anora" é um daqueles vencedores que vão ser esquecidos rapidamente. Um filme fraco para falar a verdade. 

Anora (Anora, Estados Unidos, 2024) Direção: Sean Baker / Roteiro: Sean Baker / Elenco: Mikey Madison, Paul Weissman, Yura Borisov / Sinopse: Jovem rapaz, filho de um milionário russo, arma uma grande farra nos Estados Unidos. Contrata uma garota de programa e fica louco por ela. Acaba se casando com a jovem chamada Anora em um fim de semana de festas em Las Vegas, algo que deixa seus pais furiosos. 

Pablo Aluísio.