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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

O Corvo (2024)

O Corvo (2024) 
Eu assisti a todas as versões desse personagem de quadrinhos, o Corvo. Posso até estar enganado, mas minhas primeiras lembranças desses filmes são dos anos 90. Curiosamente nunca consegui gostar de nenhum dos filmes que vi. Esse personagem definitivamente não me agrada. Acho as histórias muito rasas. O visual, a estética, são supervalorizadas, mas não há muito conteúdo envolvido. E nessa nova versão até mesmo a estética do personagem anda meio em baixa. Esqueça aquele Corvo do Brandon Lee, super maquiado, super produzido, mais se parecendo um rockstar gótico. O Corvo dessa nova versão não tem nada disso. É só um cara tatuado com rímel preto nos olhos. Mais nada! E isso me surpreendeu negativamente, afinal tinha aquela imagem do primeiro Corvo em minha mente. Quando ele finalmente se torna esse ser renascido das trevas a decepção é bem marcante. O cara continua praticamente na mesma. Cadê o visual Dark?

O resto segue na mesma ladainha de sempre. Se formos pensar bem esse é mais um enredo de vingança. Algo que foi usado pelo cinema um milhão de vezes, em especial nos filme de western (por mais incrível que isso possa parecer!). Matam a garota dele e ele quer vingança. Só que nem o romance do casal me convenceu muito. Os atores não tinham muita química para passar para a tela. Ficou meio falso esse amor! Assim nada me empolgou muito, pelo contrário, senti tédio em várias partes do filme. Esse Corvo definitivamente precisa de um transplante de penas, porque do jeito que ficou nem assusta, nem empolga, nem acende a paixão e nem muito menos causa terror. É tudo muito superficial e vazio. Enfim, mais um filme com o Corvo para eu colocar na minha coleção dos filmes que eu não gostei! Que venha o próximo... ou não! 

O Corvo (The Crow, Estados Unidos, 2024) Direção: Rupert Sanders / Roteiro: James O'Barr, Zach Baylin, William Josef Schneider / Elenco: Bill Skarsgård, FKA twigs, Danny Huston / Sinopse: Após sua morte um sujeito sombrio resolve voltar ao mundo dos vivos para vingar a morte da garota pela qual ele tinha um sentimento muito especial. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

A Substância

A Substância
Esse é o filme que de certa maneira ressuscitou a carreira da atriz Demi Moore. Ela inclusive foi indicada para prêmios importantes como o Globo de Ouro e o Oscar. Essa é uma situação bem inédita em sua longa filmografia, pois Demi sempre foi considerada uma atriz de filmes comerciais. Nunca ninguém havia levado seu trabalho muito à sério. E é uma espécie de ironia meio triste porque o papel que vem levantando sua filmografia agora é a de uma atriz decadente, envelhecida, que acaba sendo demitida do programa em que trabalha. Justamente um programa de atividade física e fitness que nos EUA é visto como um porto final para carreiras acabadas no cinema (vide o caso de Jane Fonda). 

Então sua personagem chega aos 50 anos sem muito futuro como atriz. Etarismo que de fato existe e muito em relação às mulheres, sendo inclusive muito cruel com elas quando atingem uma certa idade. Um tanto desesperada por uma saída na sua vida profissional, ela embarca em uma canoa furada, comprando uma substância que promete criar uma nova versão de si mesma, agora jovem, bonita, cheia do frescor e da beleza da juventude. Claro que vai dar muito errado, afinal tudo é feito de forma clandestina. Ela pega a tal substância em um beco sujo de Los Angeles. Não existe uma empresa se responsabilizando pelo procedimento, nada. Tudo feito às escuras, na clandestinidade. É arriscar para ver o que vai dar!

E obviamente essa atitude impulsiva vai resultar em muitos problemas. Sua versão mais jovem chamada Sue é, como era de se esperar, uma garota cheia de si, egocêntrica, vaidosa ao extremo, que odeia seu "lado mais velha". Logo vai se instaurar uma competição entre elas, tudo caminhando para um desfecho da história que eu qualificaria tranquilamente como Trash. Pois é, o filme que começa com uma reflexão sobre velhice e a busca obsessiva pela juventude eterna, acaba virando um banho de sangue digno dos mais violentos filmes slasher - embora eu confesse que não gostei nada da maquiagem do monstrengo que aparece no final. Achei mal feito! 

Assim esse filme traz essa mistura estranha. Um roteiro que levanta questões até filosóficas sobre o passar dos anos, aliado a um tanto vulgar desfecho do enredo onde tudo é exagerado, vulgar e grotesco! Fico até surpreso em ver um filme como esse concorrendo ao Oscar. Sim, porque esse é um filme de terror trash e não se engane sobre isso! O fato desse estilo cinematográfico chegar nos principais festivais de cinema mundo afora é de se espantar. Talvez a envelhecida geração de Hollywood tenta se identificado e muito com a história. Só não precisavam exagerar tanto no dose. Um filme mais sutil cairia muito melhor. 

A Substância (The Substance, Estados Unidos, 2024) Direção: Coralie Fargeat / Roteiro: Coralie Fargeat / Elenco: Demi Moore, Margaret Qualley, Dennis Quaid / Sinopse: Atriz envelhecida e decadente, entra em desespero ao entender que sua carreira está chegando ao fim. Então apela para uma empresa que promete vender beleza e juventude ao se tomar uma estranha substância. Ao fazer isso ela acaba selando seu destino, para um final muito trágico. Filme indicado ao Oscar em cinco categorias, entre elas Melhor Filme e Melhor Atriz (Demi Moore). 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Herege

Herege
Esse é um item cada vez mais raro de encontrar. Estou me referindo a filmes de terror com roteiros inteligentes. Dentro do cinema atual é de uma grande raridade! É justamente o que temos aqui. A história começa com duas jovens garotas. Elas são Mórmons, missionárias da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Então, em sua rotina diária de visitar pessoas para tentar convertê-las à sua religião, elas vão parar numa casa, no meio da noite, embaixo de uma forte tempestade. O dono da casa as recebe muito bem e as convida para entrar. Elas explicam que só podem entrar numa casa se houver uma mulher presente. O sujeito sorri de forma carismática e diz que está acompanhado de sua esposa. Ela está fazendo uma deliciosa torta caseira. As jovens não precisam se preocupar. Tudo mentira! A armadilha vai então se fechando. 

O diferencial maior desse filme vem dos diálogos bem construídos, especialmente do dono da casa. Esse papel provavelmente é um dos melhores da carreira de Hugh Grant. Ele está ótimo em cena. É aquele tipo de pessoa que parece ser muito simpática, inofensiva, quase boba, mas que no fundo esconde algo bem sinistro e macabro. Por trás do sorriso se escondem as piores intenções! Então ele começa a conversar com as mocinhas e vai colocando para elas os "podres" de sua própria religião. E nesse campo realmente essa Igreja tem muitos esqueletos no armário. O constrangimento invade a sala de visitas. 

Conversa vai, conversa vem e nada da tal esposa aparecer. O personagem de Grant parece muito disposto a convencer as jovenzinhas que toda religião é no fundo apenas um instrumento para dominação e poder. Só que teorizar apenas não é o suficiente, ele quer mostrar tudo na prática. E o terror começa. As jovens ficam em pânico e com razão. Descer aos porões daquele lugar vai deixar as mocinhas em uma situação extrema, de busca pela sobrevivência! 

Gostei muito desse filme. Um terror acima da média. Excelente filme, sem favor algum. Roteiro muito bem construído, uma armadilha, um labirinto, mas tudo desenvolvido com inteligência. A discussão sobre a falsidade das religiões é uma cereja de bolo para um suspense onde tudo funciona. É terror intelectual em essência, embora na terça parte final quase vire um slasher daqueles. Uma combinação explosiva que funciona muito bem! Para algumas pessoas, de fato, descobrir que sua religião pode ser apenas um embuste, uma fraude, pode ser realmente algo muito assustador! Tem que ter coragem para encarar algo assim. E no final, a realidade, acaba mesmo se impondo, não tem jeito! 

Herege (Heretic, Estados Unidos, Canadá, 2024) Direção: Scott Beck, Bryan Woods / Roteiro: Scott Beck, Bryan Woods / Elenco: Hugh Grant, Sophie Thatcher, Chloe East / Sinopse: Duas missionárias da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos Dias visitam a casa de um sujeito que no começo parece ser bem amistoso e amigável. Ele as convida para entrar. Péssima ideia. Lá dentro as duas jovens garotas caem em uma verdadeira armadilha de puro terror. Filme indicado ao BAFTA na categoria de melhor ator (Hugh Grant). 

Pablo Aluísio. 

O Demônio de Gelo

O Demônio de Gelo
Depois de dez anos desaparecido, o corpo de um homem é encontrado numa montanha gelada da Sibéria, na Rússia. Imagine-se obviamente que esteja morto, mas para surpresa da equipe médica que presta os primeiros exames, ele se encontra apenas em coma profundo. Depois de algumas semanas de tratamento não há muito o que fazer. Ele é levado para a casa de sua ex-mulher e filha que agora vivem uma outra realidade, pois ela se casou com um outro homem. Então o sujeito fica ali, em coma, dentro de um quarto da casa. E não demora muito a acontecer estranhas coisas pelos corredores escuros daquela velha casa isolada e gelada. 

Filme de terror russo que vai pela linha do terror psicológico e se sai bem nesse caminho. O roteiro é bem escrito, explorando o passado como algo a se esconder. A peça chave é a própria ex-esposa que tem literalmente alguns esqueletos no armário para esconder. Já a filha adolescente sofre pela nova situação. Ela mal conheceu seu pai que ficou desaparecido por anos e anos. Agora precisa lidar com ele, em coma, na sua casa! Complicado! 

Pena que esse monstro de gelo aí do poster não apareça. Como eu disse, esse é um filme de terror psicológico e não um slasher. Então o monstro só aparece no poster mesmo, é uma isca para atrair a atenção do público. Ainda assim, não vou tirar pontos desse filme. Eu gostei do que vi. Um filme com roteiro inteligente que em momento algum desmerece a capacidade do público em entender tudo o que está acontecendo. Pois é, a violência doméstica, pode mesmo ser um horror para quem a vivencia em casa. No fundo, no fundo, é disso que essa história se trata. 

O Demônio de Gelo (Ledyanoy demon, Rússia, 2021) Direção: Ivan Kapitonov, Cindy Robinson / Roteiro: Natalya Dubovaya, Ivan Kapitonov, Artem Mikhailov / Elenco: Alina Babak, Olga Lomonosova, Aleksey Rozin / Sinopse: Após dez anos desaparecido, um homem é encontrado, em coma, no alto de uma montanha gelada na Sibéria. Levado para a casa de sua ex-mulher e filha, logo começam a acontecer fenômenos estranhos no lugar. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

O Filho do Proscrito

Não é muito comum westerns que se concentrem na complicada relação entre pai e filho. Pois bem, esse é o tema central de “O Filho do Proscrito”, bom faroeste que une as referências obvias do estilo com um roteiro bem escrito, priorizando muito mais o sentimento e as relações familiares de seus personagens. Jeff Blaine (Ben Cooper) é um garoto criado pela sua tia Ruth (Ellen Drew). Ela assumiu a guarda do garoto depois da morte de sua mãe em um acidente de cavalo. Já o seu pai é um famoso pistoleiro, um fora-da-lei, proscrito que passou muitos anos sem ver o filho até que numa tarde adentra novamente em sua cidade natal para finalmente conhecer o garoto. Logo a notícia se espalha no local pois Nate Blaine (Dane Clark) tem todo um longo histórico de crimes em seu passado. No começo o menino fica meio desconfiado mas o sangue fala mais alto e em pouco tempo ambos estão desfrutando de uma aproximação muito forte e intensa. O problema é que sendo Nate um renegado ele não tem muita saída. Após um assalto na cidade (ao qual não participou) ele logo é apontado como um dos responsáveis. Preso, não vê outra saída a não ser fugir para escapar da forca.

Passam-se os anos e o pequeno Jeff logo se torna um homem. Para surpresa de todos ele resolve ir pelo caminho oposto ao trilhado pelo seu pai e se torna um homem da lei, um auxiliar de xerife na cidade. Curiosamente assim que recebe sua estrela de bronze começam a surgir boatos de que seu pai está pela região, assaltando diligências e aterrorizando viajantes. Estaria o jovem pronto para enfrentar seu pai agora que estão de lados opostos da lei? “O Filho do Proscrito” assim se desenvolve e se aproveita de várias reviravoltas na trama, o que não deixa o filme cair no marasmo ou no clichê. Gostei particularmente da postura do pai em relação ao seu filho. Mesmo sendo um bandido, um fora-da-lei ele nunca deixa em momento algum de se preocupar pelo futuro e bem estar do jovem. Chega inclusive ao ponto de se colocar em risco para proteger de alguma forma seu único e precioso filho. Dessa maneira se você estiver em busca de um western com toques de drama familiar “O Filho do Proscrito” é de fato uma excelente opção.

O Filho do Proscrito (Outlaw's Son, EUA,1957) Direção: Lesley Selander / Roteiro: Richard Alan Simmons baseado na novela escrita por Clifton Adams / Elenco: Dane Clark, Ben Cooper, Lori Nelson, Charles Watts, Ellen Drew / Sinopse: Filho de um famoso pistoleiro e fora-da-lei se torna um auxiliar de xerife. Agora terá que enfrentar seu pai que está cometendo vários crimes na região.

Pablo Aluísio.

A Tribo Misteriosa

Título no Brasil: A Tribo Misteriosa
Título Original: Daredevils of the West
Ano de Produção: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: John English
Roteiro: Ronald Davidson, Basil Dickey
Elenco: Allan Lane, Kay Aldridge, Eddie Acuff

Sinopse:
1880, Canyon City. June Foster (Kay Aldridge) é a proprietária de uma companhia de diligências no velho oeste. Seu plano é expandir seu negócio, abrindo um novo caminho bem no meio de terras selvagens ocupadas por uma tribo comanche hostil. Para isso dar certo ela terá que não apenas transportar seus passageiros com segurança como também superar os interesses de posseiros que desejam tomar o lugar para montar suas próprias fazendas. O conflito de interesses leva June a pedir apoio com o Capitão Duke Cameron (Allan Lane), comandante da cavalaria na região. 

Comentários:
Western interessante produzido pelo extinto estúdio Republic Pictures que foi uma das companhias cinematográficas mais importantes do surgimento do cinema americano. Fundada em 1935 realizou ao todo quase mil filmes até ter suas portas fechadas em 1959 com o melancólico "Ghost of Zorro". O curioso é que na sua primeira montagem "Daredevils of the West" originou um copião com 196 minutos, considerado excessivo pelos produtores do estúdio. Não haveria como tornar um filme tão longo bem sucedido comercialmente. A solução encontrada pela Republic foi então transformar a estória em uma série de matinê, com 12 episódios (que infelizmente estão perdidos atualmente). O que sobreviveu ao tempo foi justamente essa versão completa do diretor John English. A fita é estrelada pelo ator Allan Lane (não vá confundir com Alan Ladd de "Os Brutos Também Amam" de 1953) e Kay Aldridge, bonita starlet, modelo de sucesso nos anos 1930 que se casaria pouco tempo  depois, abandonando sua carreira de atriz apenas dois anos após a realização desse faroeste, se despedindo com o cult "Fantasma da Rua 42" de Albert Herman.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Capone, o Gângster

Título no Brasil: Capone, o Gângster
Título Original: Capone
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Studios
Direção: Steve Carver
Roteiro: Howard Browne
Elenco: Ben Gazzara, Susan Blakely, Harry Guardino, Sylvester Stallone, John Cassavetes, Frank Campanella

Sinopse:
Na era de ouro do gangsterismo, por volta dos anos 1930 e 1940, o crime organizado de Chicago passa a ser comandado pelo violento Al Capone (Ben Gazzara) que ao lado dos membros de sua quadrilha impõem medo e terror por toda a cidade. História baseada em fatos reais.

Comentários:
Alphonse Gabriel "Al" Capone matou, roubou, cometeu praticamente todos os crimes do código penal, mas só acabou sendo preso por sonegação de impostos. Uma ironia da história. Nesse filme procurou-se contar um pouco da biografia desse que muito provavelmente foi o maior gângster da máfia italiana em atividade nos Estados Unidos. Ele teve um final pouco digno, com problemas mentais causados pela sífilis que corroía sua mente. Antes porém disso fez o que quis em uma Chicago infestada de corrupção em todos os níveis. Capone, como contrabandista de bebidas durante a Lei Seca construiu uma fortuna pessoal. Além disso ganhou muito dinheiro com jogos ilegais e prostituição. Esse filme é bem interessante, muito embora fique longe do melhor filme já feito sobre Capone, o excelente "Os Intocáveis". Nessa produção dos anos 70 o que mais temos de valor é o bom elenco que conta com o veterano Ben Gazzara como Al Capone e um jovem Sylvester Stallone como um mafioso chamado Frank Nitti. A presença deles já garantiria ao menos uma conferida. No mais o roteiro é correto e bem estruturado. Um filme enfim que vale a pena assistir.

Pablo Aluísio.

Jogo Sujo

Título no Brasil: Jogo Sujo
Título Original: The Stone Killer
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Dino de Laurentiis Studios
Direção: Michael Winner
Roteiro: Gerald Wilson, John Gardner
Elenco:  Charles Bronson, Martin Balsam, Jack Colvin, Paul Koslo, Norman Fell, David Sheiner

Sinopse:
Quadrilhas de criminosos começam a recrutar veteranos da guerra do Vietnã para cometer os crimes pelas ruas de Los Angeles. O policial Lou Torrey (Charles Bronson) é então designado para limpar as ruas dos bandidos. Apenas a força de uma arma fumegante, cheia de balas, iria colocar ordem naquele caos urbano.

Comentários:
Na época o filme foi mal recebido pela crítica americana. Isso tudo porque foi considerado extremamente violento. Um jornalista de Nova Iorque chegou ao ponto de escrever que o novo filme de Charles Bronson era "estupidamente brutal, violento e em alguns casos até mesmo sádico". Ora, era justamente isso que os fãs do veterano ator queriam ver nas telas de cinema. Curiosamente é uma produção ítalo americana, pois parte da produção foi bancada pelo famoso produtor italiano Dino de Laurentiis. Dessa forma o filme ganhou uma bela carreira na Europa onde obteve uma excelente bilheteria. Do meu ponto de vista o roteiro é muito parecido com os da série "Dirty Harry" de Clint Eastwood. A temática é praticamente igual e o protagonista, um policial que resolve tudo na base da justiça pelas próprias mãos, poderia ser o próprio Dirty Harry que ninguém iria notar a diferença. No saldo final o filme ainda se mantém interessante por causa da estética mais realista e crua que imperava nos filmes policiais dos anos 1970. Ali não havia espaço para superficialidades do politicamente correto. Era mesmo um jogo sujo pelas ruas violentas de Los Angeles.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Faraó Seti I

Faraó Seti I
Esse faraó era filho de Ramsés I e pai de Ramsés II, considerado o grande faraó da era de ouro da história do Egito Antigo. Seti herdou o nome da divindade do caos e do submundo, o que não deixou de ser algo que até hoje intriga os historiadores do mundo antigo. A teoria mais aceita é que ele nasceu em uma região do Delta do Nilo onde se venerava esse antigo Deus do Egito e por essa razão recebeu esse nome. Apesar de ser um Deus "do mal" o povo do Egito cultuava tanto os deuses bons, como por exemplo Osíris, como os maus, pois eram as duas faces de uma mesma moeda em sua mitologia religiosa. 

Seti, ao lado de seu pai Ramsés I, é considerado um dos fundadores da décima nona Dinastia. Foi um período complicado da história daquela civilização pois a nação ainda estava se recuperando de uma reforma religiosa que não deu certo. O Faraó Akhenaton havia tentado mudar a religião do Egito antigo, introduzindo a Monolatria, o monoteísmo, ou seja, apenas o Deus Sol seria adorado, sendo todos os demais deuses do panteão expulsos dos templos. Não deu certo e esse Faraó foi riscado do mapa, provavelmente sendo assassinado pela classe sacerdotal.  

Ramsés I havia ordenado que todas as imagens e estátuas de Akhenaton fossem destruídas e que as crenças nos antigos deuses voltassem aos templos do Egito. O nome de Akhenaton deveria ser apagado e os templos feitos por ele, destruídos. Seti seguiu nessa linha, mas não conseguiu destruir todas as imagens e obras do Faraó herege. Por essa razão o nome de Akhenaton e muitas de suas imagens chegaram até os nossos dias. Ele inclusive até hoje é considerado um dos faraós mais interessantes do antigo Egito.  

Seti I reinou por aproximadamente 20 anos e morreu provavelmente de causas naturais, sendo sucedido por Ramsés II, o grande. Curiosamente o famoso filho Faraó preferiu muitas vezes homenagear sua mãe, a bondosa Rainha consorte Tuia, do que seu pai morto. Pode ser um sinal que pai e filho não se davam muito bem, talvez por Seti ser um homem rigoroso demais que exigiu muito de seu filho, que um dia iria se tornar também Faraó. 

Seti I morreu e foi enterrado no Vale dos Reis. No começo do século XX sua tumba real foi descoberta e catalogada como KV17. Nada foi encontrado dentro dela, apenas a arte milenar em suas paredes. Pelo visto ela foi saqueada ainda na antiguidade, sendo seu tesouro roubado por saqueadores de tumbas reais. Já sua múmia foi encontrada em uma caverna, junto da múmia de outros reis. Pelo menos ela sobreviveu ao roubo e se encontra em exposição no Museu do Cairo. 

Pablo Aluísio. 

Imperador Romano Heliogábalo

Foi certamente um dos imperadores romanos mais depravados e dementes da história. E também um dos mais jovens. Ele subiu ao poder após os problemas de sucessão do violento Caracala. Naquele período da Roma imperial já havia uma certa anarquia na escolha dos imperadores. Acabava subindo ao trono quem tinha apoio do exército e da guarda pretoriana. No meio do caos a sucessão acabou indo parar nas mãos desse jovem. E os romanos iriam se arrepender amargamente de terem escolhido essa figura trágica e lamentável como o novo imperador.

Seu nome real era Vário Avito Bassiano e seu nome imperial de Heliogábalo veio da fixação que tinha por essa divindade oriental. Ele acreditava que Heliogábalo era o único Deus. Diante disso implantou uma violenta persequição religiosa contra cristãos e até mesmo pagãos, seguidores dos deuses romanos tradicionais. Vestindo trajes de pura seda, espalhafatosos e com jeito afeminado de ser, podia ser tão violento como qualquer outro gladiador das arenas romanas. Ele se deliciava ao ver o sofrimento das pessoas. Sua personalidade tinha traços claros de psicopatia. Ao acordar já ia perguntando aos seus auxiliares mais próximos: "Quem vamos matar hoje? Quero me divertir!"

Pedófilo, adorava a parte de sua divindade que exigia sacrifícios humanos de jovens rapazes. Ele violentava esses adolescentes romanos indefesos e depois oferecia suas vidas para o estranho Deus Sírio. Em pouco tempo todos estavam sabendo que o novo imperador era um pederasta violento e atroz.Também chocou a todos quando tomou como amante um escravo forte que havia sido gladiador. O imperador não escondia de ninguém que ele era seu amante. Publicamente trocavam gestos de carinhos e perversão. As famílias romanas ficaram horrorizadas com aquele espetáculo grotesco.

Também era sádico. Mandou matar todo romano que pudesse representar uma ameaça ao seu poder. Com o ímpeto da juventude mandou matar senadores e transformou suas esposas em prostituas. Fazia encenações grotescas, colocando mulheres nuas em desfiles de bigas de cavalos, chocando as famílias romanas mais tradicionais. Promovia orgias, como nos tempos de Calígula e depois de satisfazer suas maiores perversões sexuais mandava que feras selvagens como leões e tigres fossem soltos em cima de seus convidados. Não tinha o menor respeito pela vida humana e promovia massacres em populações que demonstrassem a menor reação contra seu governo.

Começou rapidamente a ser odiado pelo povo. Heliogábalo também tinha problemas ao seu lado. Seu irmão Alexandre Severo era bem mais admirado pelos militares. O jovem imperador assim tentou seguir os passos de Caracala, tentando matar o próprio irmão, mas sem sucesso. Conforme o tempo foi passando e todos perceberam que era um maníaco inútil, conspirações começaram a surgir de todos os lados. Acabou sendo encurralado por soldados no palácio. Sua mãe tentou defendê-lo, mas acabou tendo o mesmo destino do filho. Ambos foram decapitados. Depois seus corpos nus foram arrastados pelas ruas de Roma, com aplausos da plebe. Os patrícios também celebraram a morte daquele louco violento. Depois de serem trucidados pelas ruas, seus restos mortais foram jogados no Rio Tibre.

Com sua morte, Alexandre Severo foi celebrado e finalmente levado ao poder máximo. As estátuas de Heliogábalo foram então derrubadas e destruídas pelo povo. Foi um dos mais odiados imperadores da história de Roma. As pessoas queriam apagar sua memória. Foi considerado o pior imperador da dinastia Severo, que estava com seus dias contados. No total ficou apenas 4 anos no poder. Seu nome foi devidamente jogado na lata de lixo da história pelos romanos.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Elvis Presley - Kissin' Cousins / It Hurts Me

Kissin' Cousins / It Hurts Me
Esse foi o único single lançado da trilha sonora do filme "Com Caipira Não se Brinca". O lado A do single não trazia nenhuma grande novidade pois era a mesma versão que o fã de Elvis poderiam ouvir no LP original da trilha sonora. A novidade mesmo para os fãs da época que eram antenados na discografia de Elvis, vinha com a música do Lado B chamada "It Hurts Me". Era uma bela balada, inédita, com Elvis realmente empenhado em cantar bem. Ela foi levada a Elvis em Nashville pela editora Hill and Range. Elvis ouviu a demo e gostou, resolvendo gravar. Sua versão ficou ótima realmente. Embora não tenha sido um grande hit os elogios vieram de todas as partes. Era uma boa música numa caprichada gravação por parte de Elvis e seus músicos! 

Um fato curioso é que essa música foi creditada a Joy Byers. Quem gosta mesmo de Elvis e prestou atenção em sua discografia conhece esse nome muito bem. Só que na verdade a pessoa Joy Byers não escreveu nada. Era praticamente um pseudônimo usado pelo compositor Bob Johnston. Ele usava o nome da esposa por questões contratuais e até mesmo para fugir do imposto de renda! E as coisas iam além. Geralmente Bob Johnston não fazia essas músicas sozinho. No caso dessa música ele a compôs com Charlie Daniels que inclusive teve a ideia original.

Então imaginem a confusão jurídica que isso deu depois. O nome constante nos discos não havia feito a música. Essa foi composto por uma dupla de compositores sendo que um deles sequer foi creditado! Então depois de anos a confusão inclusive jurídica foi armada. Até porque se Elvis gravava uma música ela geralmente rendia muito dinheiro para todos os envolvidos! 

De uma maneira ou outra essa "It Hurts Me" era um sopro de ar fresco numa época em que Elvis estava muito preso com companhias cinematográficas de Hollywood. Quatro anos depois a RCA Victor a colocou no álbum "Elvis Gold Records Vol. 4", embora, como eu já tenha dito, essa balada romântica não tenha de fato sido um grande hit. E para muitos fãs brasileiros, só com esse álbum é que eles finalmente conheceram a música. O compacto original passou em brancas nuvens aqui em nosso país. 

Pablo Aluísio. 

Queen - Queen (1973)

Queen - Queen (1973)
Esse foi o primeiro disco do Queen. Completou 50 anos de seu lançamento original nesse meio de ano de 2023. O tempo passa voando mesmo, meus caros! Ouvir esse disco é também ouvir um grupo iniciante tentando encontrar um caminho a seguir. A metade das faixas foram compostas pelo próprio Freddie Mercury. Inclusive ele resolveu adotar esse sobrenome artístico por causa de uma das músicas do LP que evocava uma senhora, a mãe do Mercury. Não era necessariamente sobre sua mãe, mas uma personagem de ficção. O Freddie havia criado esse mundo imaginário, esse reino da fantasia, onde a maioria de suas canções se passava. Sem dúvida era um artista com muita imaginação e criatividade. 

Não há maiores hits nesse primeiro disco. Quem é marinheiro de primeira viagem na sonoridade do Queen vai passar por todo o álbum, da primeira à última faixa, sem reconhecer nenhuma canção. Normal, pois o sucesso deles nessa época foi mesmo limitado à Inglaterra. Só muitos anos depois, após a consagração mundial do grupo é que finalmente esse álbum seria premiado com disco de ouro nos Estados Unidos, por exemplo. Enfim, embora ainda um tanto crus e inexperientes no estúdio, os membros da banda já mostravam muito potencial nesse primeiro trabalho. O caminho do sucesso já estava começando a ficar bem pavimentado por aqui, nessa estreia. 

Queen - Queen (1973)
Keep Yourself Alive
Doing All Right
Great King Rat
My Fairy King
Liar
The Night Comes Down
Modern Times Rock 'n' Roll
Son and Daughter
Jesus
Seven Seas of Rhye

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Super/Man: A História de Christopher Reeve

Super/Man: A História de Christopher Reeve
Essa história eu acompanhei! Não foi por livro, nem por filme, mas sim no noticiário diário. Uma história bem triste para falar a verdade. O ator Christopher Reeve sempre será lembrado pelos quatro filmes que fez interpretando o Superman. Os dois primeiros são clássicos modernos da sétima arte. Filmes maravilhosos! Depois ele foi curtir uma carreira com poucos (e bons) filmes e uma aposentadoria tranquila. Isso até o dia em que seu cavalo, em uma competição de hipismo, resolveu parar bruscamente bem em frente a um obstáculo. Reeve não parou... foi arremessado pela frente pelo principio da inércia. Seu pescoço girou, houve ferimentos gravíssimos na coluna e ele ficou tetraplégico pelo resto de seus dias! 

Imagine como foi o drama desse ator, um sujeito alto e bonitão, que interpretou o maior dos super-heróis, tendo que viver assim, com necessidades especiais. Nesse momento de sua vida ele de fato mostrou grandiosidade. Não desistiu, lutou até o final de seus dias, teve esperanças. Um verdadeiro herói do mundo real. Bom, essa não é uma história com final feliz, mas é uma história que engrandece a alma humana. Nesse aspecto Christopher Reeve também jamais será esquecido! 

Super / Man - A História de Christopher Reeve (Super/Man: The Christopher Reeve Story. Estados Unidos, 2024) Direção: Ian Bonhôte, Peter Ettedgui / Roteiro: Ian Bonhôte, Otto Burnham / Elenco: Christopher Reeve, Dana Reeve, Robin Williams, Susan Sarandon, Glenn Close / Sinopse: Esse documentário conta a história do ator Christopher Reeve e o drama que viveu após um acidente envolvendo um cavalo em uma competição de hipismo. Ele perdeu os movimentos e tentou se reerguer de uma tragédia sem precedentes em sua vida. O documentário também mostra sua amizade com o ator Robin Williams e a força que sua esposa e sua família tiveram nesse momento terrível de sua vida. Filme premiado pelo BAFTA Awards na categoria de Melhor Documentário. 

Pablo Aluísio. 

A Dança das Paixões

A Dança das Paixões
Drama dos anos 90 que havia me escapado na época, mas que agora assisti pela primeira vez em streaming. Um daqueles filmes bem humanos, valorizado pelas ótimas atuações, principalmente do elenco feminino, aqui liderado pela sempre ótima Meryl Streep. Ela é a irmã mais velha de um grupo de mulheres que já poderiam ser chamadas de balzaquianas. Todas vivem numa pequena propriedade rural no interior da Irlanda. Não é uma vida fácil, ainda mais quando não se tem um marido dentro daquela sociedade altamente patriarcal e machista. Elas porém não desistem de viver e seguir em frente, cada uma em busca de seus sonhos. 

Há toda aquela repressão moral que bem estamos acostumados e ver em sociedades dominadas pela religião católica, sempre estigmatizando principalmente as mulheres e sua vida sexual. As mais reprimidas ficam ainda mais contidas, as mais jovens não querem seguir os passos de suas irmãs mais velhas. Querem namorar, dançar, se casar, se possível. E assim, dentro do microcosmo que se desenvolve dentro daquela casa a história do filme se desenvolve. Tudo muito humano, bem escrito, bem atuado. Gostei muito desse drama do cinema europeu. Um filme para se redescobrir nos dias atuais. 

A Dança das Paixões (Dancing at Lughnasa, Reino Unido, Irlanda, 1998) Direção: Pat O'Connor / Roteiro: Frank McGuinness, Brian Friel / Elenco: Meryl Streep, Michael Gambon, Gerard McSorley / Sinopse: Na década de 1930 um grupo de mulheres irlandesas levam a vida no meio rural daquele país. Sua história é recontada através das lembranças de um garoto, que viveu aqueles tempos no passado hoje distante. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Venom 3: A Última Rodada

Venom 3: A Última Rodada 
Lamento dizer, mas essa franquia virou puro besteirol! Não tem outro ponto de vista. É uma daquelas comédias bem sem graça. Eu não sei qual é o problema desses roteiristas, mas o fato inegável é que eles enchem esses filmes de super-heróis (ou super vilões, dependendo do observador) com um monte de piadinhas pra lá de chatas! Esse Venom não tem muito prestígio entre nerds que curtem quadrinhos e talvez por isso ninguém leve seus filmes muito à sério. Tudo bem, quer fazer piadinhas, fique à vontade, mas não exagerem como vemos aqui. 

Afinal se alguém quiser assistir uma comédia vai atrás de uma de verdade e não de um filme que usa o universo dos quadrinhos para ficar desfilando aquele tipo de humor que só dá origem a sorrisinhos amarelos e constrangedores. O personagem do Vernom (que pertence ao universo do Homem-Aranha) pode não ser grande coisa, mas bem que poderiam fazer algo melhor com ele no cinema. Do jeito que está, ficou ruim! Enfim, chega de palhaçada, pessoal da Marvel! 

Venom 3: A Última Rodada (Venom: The Last Dance. Estados Unidos, 2024) Direção: Kelly Marcel / Roteiro: Kelly Marcel / Elenco: Tom Hardy, Chiwetel Ejiofor, Juno Temple / Sinopse: Uma força maligna e de origem extraterrestre está atrás de Venom pois esse tem a chave para sua destruição cósmica completa. E ele vai precisar agora sobreviver a um ataque mortal vindo do espaço sideral. 

Pablo Aluísio. 

Code 8: Renegados - Parte II

Code 8: Renegados - Parte II
Não assisti ao primeiro filme. Por isso peguei a história já se desenrolando. Só que não fique receoso se também não viu a Parte I. Pouca gente viu na verdade. Dá para acompanhar esse filme sem problemas. O que você precisa saber é que Los Angeles vive uma realidade distópica, no futuro. Os policiais estão abrindo espaço para robôs. E nessa história do segundo filme somos apresentados a cães policiais robôs! Eles não fariam mal a nenhum ser humano caso ele levantasse seus braços, em gesto simbólico que tão bem conhecemos. 

Só que nesse tipo de filme as coisas não funcionam assim! Há tiras corruptos nas ruas e não demora nada para eles utilizarem esses caninos de lata e software em seus próprios interesses. Achei o filme, digamos, bacaninha. Nada demais, nenhuma grande novidade, mas com um pouco de boa vontade dá para assistir numa boa, um daqueles prazeres sem culpas que recheiam canais de streaming como a Netflix! É uma obra Sci-Fi sem maiores pretensões. Só quer divertir e não fazer sociologia. Não é Blade Runner, longe disso. Vale uma espiada se não houver mais nada para assistir na plataforma. 

Code 8: Renegados - Parte II (Code 8: Part II. Estados Unidos, 2024) Direção: Jeff Chan / Roteiro: Jeff Chan / Elenco: Robbie Amell, Stephen Amell, Alex Mallari Jr. / Sinopse: Em um futuro caótico e violento, as forças policiais apresentam para a sociedade sua nova linha de robôs, prontos para combater o crime. O que as pessoas não sabem é que esses mesmos mecanismos vão ser usados por tiras corruptos para facilitar suas operações criminosas. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

O Devorador de Almas

O Devorador de Almas 
Um casal de policiais investiga um estranho caso em uma pequena cidade. Seis crianças estão desaparecidas. Além disso uma série de estranhos assassinatos começam a ocorrer. Em um deles, um casal parece ter tido um surto psicótico, se ferindo até a morte, sem nenhuma razão aparente. E uma estranha lenda local envolvendo um demônio da floresta conhecido como "O Devorador de Almas" parece sempre estar sendo invocado nos lugares dos crimes. Sua pequena estatueta sempre está lá, perto dos corpos! Para piorar o que já era bem ruim, aquela comunidade interiorana parece esconder algo. Nem os policiais locais parecem dignos de confiança. Um clima pesado paira naquele lugar perdido. 

Um bom filme! Gostei realmente. O roteiro joga o tempo todo com a percepção do espectador. No começo parece ser mais um daqueles filmes de terror com monstros sobrenaturais. Esse aqui apresenta uma estranha figura, com enormes chifres e corpo parecido com o de troncos de árvores, afinal é um tipo de divindade demoníaca que habita as florestas da região. Mas calma, não vá tirando conclusões precipitadas. O roteiro tem muito mais a oferecer, conforme a história avança. De minha parte gostei realmente, principalmente pelo opção do roteiro em armar um enredo policial com os pés no chão. No caso aqui o realismo foi mais conveniente do que o simples fantástico sobrenatural. Por essa razão o filme ganhou muitos pontos positivos em minha visão. 

O Devorador de Almas (Le Mangeur D'âmes. França, 2025) Direção: Alexandre Bustillo, Julien Maury / Roteiro: Alexandre Bustillo / Elenco: Virginie Ledoyen, Paul Hamy, Sandrine Bonnaire, Francis Renaud, Malik Zidi / Sinopse: Dois policiais passam a investigar estranhos casos ocorridos no sul da França. São vários assassinatos e crianças desaparecidas. Haveria alguma ligação entre todos esses crimes?

Pablo Aluísio. 

Abismo do Terror

Abismo do Terror
Nos anos 80 eu assisti a muitos filmes, mas igualmente muitos passaram em branco, me escaparam. Esse foi um deles! Eu me lembro que a crítica de um modo em geral desceu a lenha no filme. Agora que finalmente assisti, posso dizer que toda a pancadaria foi bem merecida. Sim, "Abismo do Terror" é bem ruim! É uma espécie de primo pobre de "O Segredo do Abismo" do James Cameron, esse sim já considerado um clássico moderno do Sci-Fi. Era uma cópia barata, vamos falar a verdade por aqui, ser bem sinceros! 

O que mais me chocou aqui foi a pobreza da produção. Não esperava por isso, afinal o filme foi produzido pela Carolco, que nos anos 80 chegou a ser uma das companhias cinematográficas mais bem sucedidas. Eles produziram, entre outros, os dois primeiros filmes do Rambo. Grande sucessos de bilheteria. Só que aqui realmente não havia muito dinheiro em caixa. E isso é um problemão se você quer contar a história de uma expedição submarina da Marinha dos Estados Unidos. Eles estão procurando por regiões seguras para implantar uma base de mísseis. Só que as coisas dão erradas e então alguns seres de alta profundidade surgem, animais ainda desconhecidos pela ciência. E então nesse momento o filme passa pelo maior mico. O tal bichano mais se parece com uma lagosta mal feita, saída de algum desfile de escola de samba da terceira divisão. Quando a tal criatura surgiu na tela eu dei uma risada alta! Que bonecão mal feito, pelo amor de Deus... Depois disso fiz uma força danada para chegar ao final desse filme que é realmente muito ruinzinho... ruim de doer! 

Abismo do Terror (DeepStar Six. Estados Unidos, 1989) Direção: Sean S. Cunningham / Roteiro: Lewis Abernathy, Geof Miller / Elenco: Greg Evigan, Nancy Everhard, Taurean Blacque / Sinopse: Equipe da Marinha em expedição de altas profundidades acaba libertando seres desconhecidos da ciência. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

O Dia da Desforra

Título no Brasil: O Dia da Desforra
Título Original: La Resa Dei Conti
Ano de Produção: 1966
País: Itália, Espanha
Estúdio: Produzioni Europee Associati (PEA)
Direção: Sergio Sollima
Roteiro: Franco Solinas, Fernando Morandi
Elenco: Lee Van Cleef, Tomas Milian, Walter Barnes

Sinopse:
Jonathan Corbett (Lee Van Cleef) é um caçador de recompensas implacável. Em pouco tempo ele consegue eliminar todos os maiores bandoleiros, assaltantes e bandidos do Texas. Não tarda muito e sua fama atravessa as fronteiras e se espalha, o que o leva a se tornar um nome forte para uma candidatura ao senado. Para isso porém ele precisa de apoio financeiro de ricos grupos e acaba encontrando em uma empresa de construção de ferrovias. Antes que isso aconteça ele resolve ir em uma última caçada mortal.

Comentários:
"La Resa Dei Conti" é também um western Spaghetti recorrente em listas dos melhores faroestes feitos na Europa. Com roteiro muito bem trabalhado, mais do que o habitual no gênero, o filme explora a vida dos caçadores de recompensas do velho oeste, além de tratar muito bem sobre os podres bastidores da política. A lição do texto é simples, não adianta você se considerar um homem íntegro e honesto, ao se meter no meio da chamada grande política você certamente se corromperá, mais cedo ou mais tarde. Quem porém está em busca de uma boa diversão ao velho estilo não se decepcionará pois o filme tem ótimas sequências de caçada humana, com uma fotografia muito bonita, apesar da triste desolação daquele lugar esquecido por todos (afinal de contas esse é outro spaghetti filmado no deserto de Andalucía, local preferido por diretores italianos por se assemelhar bastante aos desertos americanos). Outro destaque vem com Lee Van Cleef. Um ator americano subestimado em seu país que acabou se consagrando nos filmes italianos da época. Aqui ele está completamente à vontade em um papel que é um verdadeiro presente para qualquer intérprete.

Pablo Aluísio.

Atiradores do Texas

Título no Brasil: Atiradores do Texas
Título Original: The Texas Rangers
Ano de Produção: 1936
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: King Vidor
Roteiro: King Vidor, Elizabeth Hill
Elenco: Fred MacMurray, Jack Oakie, Jean Parker

Sinopse:     
Jim Hawkins (Fred MacMurray) e seu parceiro Wahoo Jones, são dois ladrões de diligências que resolvem fugir para o Texas, onde pretendem se encontrar com um ex-membro de sua quadrilha, Sam McGee (Lloyd Nolan). No novo estado descobrem que as coisas não serão simples, pois na região atua um grupo de Texas Rangers durões, que não admitem roubos e crimes nas redondezas.

Comentários:
Um bom faroeste sobre redenção e desejo de começar tudo de novo na vida. Os dois principais personagens são bandidos que depois que se mudam para o Texas começam a pensar em se unir ao grupo Texas Rangers, ou seja, homens da lei. Usando da conhecida frase: "Se não pode destruí-los, junte-se a eles", o diretor King Vidor (que inclusive criou a estória e o enredo do filme), tenta colocar em prova a tese de que antigos foras da lei não conseguiriam andar na linha, mesmo que isso fosse vantajoso para suas vidas. Um tipo de defesa de um suposto DNA criminoso! Teorias sociológicas à parte, o que temos aqui é um bom western, valorizado pela presença do subestimado ator Fred MacMurray. Um artista muito eclético, que desfilou por praticamente todos os gêneros, inclusive em filmes da Disney nos anos 60. Aqui ele está bem jovem e com pinta de se tornar um galã de esporas, algo que não se confirmou. De qualquer forma pelo talento de King Vidor, assistir a fita vale muito a pena, mesmo nos dias de hoje. É diversão ao velho estilo na certa.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

E Deus Criou a Mulher

E Deus Criou a Mulher
Nesse clássico do cinema francês a atriz Brigitte Bardot interpreta uma jovem que viveu toda a sua vida em um orfanato. Ela cresceu, se tornou uma bela mulher e agora vive em uma pequena e pacata cidade no litoral da França. Ela passa a trabalhar em uma pequena livraria e sendo a mulher mais bonita da região, começa a ser cortejada e cobiçada por vários homens, entre eles um coroa endinheirado e dois jovens irmãos, que são apaixonados por ela. Só que a garota não quer esse tipo de compromisso, quer viver sua vida livremente, sem as amarras de um compromisso sério. O problema é que a pressão volta, quando ela é ameaçada a ser levada de volta ao orfanato (afinal ainda é menor de idade). Então ela se casa com aquele irmão mais jovem que se declara apaixonada por sua beleza, uma decisão que não vai ser a mais certa de sua vida, como ela logo passará a entender. 

Esse filme definiu toda a imagem de símbolo sexual de BB. Ela foi, ao lado de Marilyn Monroe, o maior símbolo sexual dos anos 60. E estava muito jovem quando fez esse filme. Uma beleza toda natural, jovial, nada artificial. Penso inclusive que o diretor Roger Vadim não aproveitou todo o potencial que ela tinha no cinema naquela época. Ao invés de privilegiar os closes naquele rosto perfeito, preferiu longos tomadas de cena ao longe, para mostrar toda a bela natureza da região onde o filme foi rodado. Ainda assim o espectador não consegue mesmo tirar os olhos de Bardot. Ela é toda sensualidade, um misto de garota travessa com mulher estonteante. Mesmo sendo a mais bonita moradora daquela pequena cidade, ela rejeita o glamour, ainda gosta de andar de bicicleta, com os pés descalços. Toda livre! Logo na primeira cena surge nua, tomando sol no quintal de sua casa. O público masculino dos anos 60 suspirava com essas aparições de Bardot no cinema. Não foi à toa que ela se tornou um ícone da beleza e sensualidade em sua época. E esse filme foi seu cartão de visitas definitivo. 

E Deus Criou a Mulher (Et Dieu... créa la femme. França, 1956) Direção: Roger Vadim / Roteiro: Roger Vadim, Raoul Lévy / Elenco: Brigitte Bardot, Curd Jürgens, Jean-Louis Trintignant / Sinopse: Uma bela jovem francesa encanta os homens de sua cidade por causa de sua beleza estonteante e seu modo de ser, sempre em busca da liberdade pessoal. 

Pablo Aluísio. 

...E O Vento Levou

Depois de quatro horas de filme, a sensação é de puro êxtase. Não há um mortal sequer que consiga ficar indiferente ao filme mais famoso e popular de Hollywood. Baseado no romance homônimo de Margareth Mitchel e vencedor do Prêmio Pulitzer de 1937,  "... E o Vento Levou" (Gone With The Wind - 1939) é daqueles filmes onde tudo funciona, tudo se encaixa perfeitamente e o time de atores, juntamente com os diretores, produtor e roteirista, forma uma espécie de mosaico que beira à perfeição. O longa é ambientado no início da Guerra da Secessão (1861-1865) e conta a vida de Gerald O'Hara um imigrante irlandês que fez fortuna e vive em sua mansão,Tara, na Georgia, sul dos EUA, junto com sua filha adolescente, Scarlett O'Hara (Vivien Leight).

A jovem Scarlett nutre uma paixão crônica e doentia por Ashley Wilkes. Porém o que ela não sabe é que Wilkes está de casamento marcado com a sua própria prima. Em meio a um verdadeiro redemoinho de paixões, mágoas e ressentimentos que coincidem com o início da guerra, surge o indefectível Rhett Buttler (Clark Gable), um espertalhão que diante do conflito, não toma partido para nenhum lado. Na verdade Rhett é um misto de mulherengo, cínico e mau-caráter que mantém sem muito esforço, correndo em suas veias, muito humor, além de doses generosas de testosterona.

O clássico tem cenas inesquecíveis como o grandioso incêndio que torra a cidade de Atlanta, facilitando a invasão dos Ianques do norte e levando os Confederados e escravocratas sulistas ao desespero. Destaque também para a trilha sonora de acordes celestiais assinada por Max Steiner. A música, derrete, como fogo de maçarico, os corações humanos mais duros. Mas a estrela do grande épico é a espevitada Scarlett O'Hara, papel que caiu no colo de  uma inglesinha, nascida na Índia, chamada Vivian Leigh. A excepcional atriz - que doze anos mais tarde brilharia junto com Marlon Brando no clássico "Uma Rua Chamada Pecado" (1951) - disputou de forma incansável a concorrida vaga para o papel de Scarlett O'Hara com gente não menos ilustre como: Katharine Hepburn, Bette Davis e Lana Turner. A disputa foi tão acirrada que Vivien só conseguiu a vaga quando as filmagens já haviam começado. Vivien foi uma escolha pessoal do todo poderoso produtor David Selznick e brilhou intensamente na pele de uma Scarlett O' Hara  histriônica e mimada.

Outro destaque fica por conta de Clark Gable, que aqui vive seu personagem mais famoso (Rhett Butler). Na verdade a primeira escolha para viver Rhett recaiu sobre Errol Flynn que era um desejo pessoal do produtor David O' Selznick. Mas diante da negativa da Warner em liberar Flynn e de um pedido pessoal de Carole Lombard - que era esposa de Gable e amiga pessoal de Selznick - Clark , finalmente foi o escolhido. Reza a lenda que Clark relutou muito em aceitar o famoso papel, já que estava com 38 anos e não queria encarnar nas telas um sujeito malandro e conquistador de uma adolescente. Outra maravilha fica por conta da fotografia em Technicolor da dupla Ernest Haller e Ray Rennahan que além de representar uma revolução para a época, hipnotizou as plateias de todo o mundo. O clássico teve treze indicações ao Oscar, mas levou "apenas" dez. Um filme realmente extraordinário.

... E O Vento Levou (Gone with the Wind, EUA, 1939) Direção: Victor Fleming / Roteiro: Sidney Howard baseado na novela de Margaret Mitchell / Elenco: Clark Gable, Vivien Leigh, Olivia de Havilland, Thomas Mitchell, George Reeves / Sinopse: As paixões, lutas e glórias de uma família americana durante os terríveis anos da Guerra Civil.

Telmo Vilela Jr.

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Os Gays de Hollywood - Parte III

Os Gays de Hollywood - Parte III
Ramón Novarro foi um dos mais populares galãs de sua época. Era considerado o "Amante Latino" perfeito em Hollywood. Ele era mexicano, mas o estúdio mentia ao público, dizendo que ele era espanhol e de uma linhagem de nobres europeus. Tudo inventado pelo departamento de marketing da MGM. Tão popular ficou com seus filmes que logo bateu de frente com o grande nome da sua era, Rodolfo Valentino. Quando esse morreu, herdou toda a sua popularidade, se tornando o galã número 1 do cinema americano. 

Vieram grandes sucessos como "Ben-hur", "Scaramouche" e tantos outros sucessos. Só que havia um grande problema para os estúdios de Hollywood. Vendido para o público feminino como o homem perfeito, ele era na realidade gay! Tentaram até ofuscar esse fato inventando um falso romance com Greta Garbo, mas não deu muito certo. Foi de certo modo uma grande ironia, já que ela era lésbica e também estava precisando de um namoro de mentira para encobrir os rumores sobre sua sexualidade misteriosa, pois nunca era vista na companhia de homens. 

Ramón Novarro teve um final trágico. Ele foi assassinado por dois garotos de programa, dois irmãos, que queriam emplacar na carreira de atores de cinema. Não se sabe bem o que aconteceu na noite em que Novarro foi morto, apenas que foi esfaqueado por um desses michês. Provavelmente eles se sentiram traídos quando souberam que não iriam fazer teste nenhum em Hollywood. Novarro provavelmente mentiu para eles em troca de favores sexuais. Então os jovens o atacaram com uma faca! Ele morreu pedindo por socorro, coberto de sangue, na cozinha de sua bela mansão em Beverly Hills. Depois de uma intensa investigação os assassinos foram presos e condenados pela justiça da Califórnia. 

Outro galã da era de ouro do cinema que teve final trágico foi Tyrone Power. Ele era extremamente popular, principalmente após interpretar Jesse James em um clássico do western e o vingador mascarado Zorro em um filme de grande sucesso de bilheteria. O estúdio logo descobriu ter um grande astro em mãos, mas como havia acontecido no passado tinha que fazer esforço para esconder sua homossexualidade do grande público. 

Tal foi a invasão do estúdio em sua vida pessoal que ele acabou casando não apenas uma vez, mas duas! Tudo com o objetivo de lhe trazer uma estabilidade em sua reputação. Não adiantou muito. Power era apaixonado pelo ator Cesar Romero (que ficou muito famoso interpretando o Coringa na famosa série de TV do Batman). Tão apaixonado era por Romero que resolveu jogar o juizo fora e resolveu viajar ao redor do mundo ao lado de seu amante, passando inclusive pelo Rio de Janeiro nos anos 1950, onde levantou boatos de que era gay pela imprensa carioca. Quem encontrasse com os dois logo notava que se tratava de um casal gay em viagem de lua de mel! 

Em Hollywood todos sabiam que Tyrone Power era homossexual e que tinha hábitos bem pitorescos. Em saunas gays exclusivas ele era conhecido por ser um adepto da prática sexual conhecida como "Chuva Dourada". Só que fora de Hollywood esse era um grande segredo. Ninguém poderia saber. Se isso chegasse ao conhecimento do grande público sua carreira certamente seria arruinada. 

Com o passar dos anos Tyrone Power foi ficando cada vez mais infeliz com sua carreira de ator. Ele não aguentava mais fazer filmes de aventura ao estilo capa e espada, mas o estúdio só o escalava para filmes assim. Entristecido com seu destino,  acabou desenvolvendo uma depressão que piorou seus problemas de coração. Acabou morrendo de um ataque de coração ao terminar uma longa cena de lutas de espadas em seu último filme. Uma triste despedida para um galã que sempre procurou por algum papel mais importante em sua breve carreira. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Demolidor - Primeira Temporada

Título no Brasil: Demolidor 
Título Original: Daredevil
Ano de Lançamento: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Phil Abraham, Stephen Surjik
Roteiro: Bill Everett, Drew Goddard
Elenco: Charlie Cox, Vincent D'Onofrio, Deborah Ann Woll, Elden Henson, Royce Johnson 

Sinopse:
Dois jovens advogados resolvem abrir um escritório de advocacia no bairro mais barra pesada de Nova Iorque, o Hells Kitchen. E eles vão ter muitos problemas, principalmente contra o chefão do crime do lugar, o implacável Rei do Crime. 

Comentários:
Não se engane sobre isso, a série é realmente boa. Veja, a Marvel, junto do selo Star Wars - Disney, tem decepcionado muito no quesito séries. É cada bomba que vou te contar. Entretanto no meio de vasto material ruim sempre alguma coisa vai se salvar. No caso da Marvel essa série do Demolidor se salva realmente. Eu até concordo com algumas críticas que dizem que os episódios, por serem longos demais, se tornam cansativos. De fato isso acontece algumas vezes. Só que vamos bem entender esse aspecto. Penso que os roteiros são tão caprichados, principalmente no desenvolvimento dos personagens, que muitas vezes as histórias se tornam bem esticadas de fato. Ainda assim gostei do que vi. Eu demorei um tempo para ver toda a primeira temporada, mas cheguei em seu final. Achei muito bom. A única coisa que fez falta, para ser bem sincero, foi o uniforme tradicional do Demolidor. Algumas séries parecem ter vergonha disso. Coloquem logo o personagem no traje vermelho que as coisas melhoram. Pelo menos assim espero em relação à segunda temporada. 

Pablo Aluísio.

Godfather of Harlem - Terceira Temporada

Título no Brasil: Godfather of Harlem 
Título Original: Godfather of Harlem Season 3
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Showtime
Direção: Joe Chappelle
Roteiro: Chris Brancato
Elenco: Forest Whitaker, Ilfenesh Hadera, Jason Alan Carvell

Sinopse:
Nessa terceira temporada o criminoso Ellsworth 'Bumpy' Johnson (Forest Whitaker) segue na sua luta para se impor no submundo do crime no Harlem. Ele quer o controle do tráfico de drogas, mas para isso vai precisar negociar com a máfia italiana que disputa a mesma região. 

Comentários:
Essa série começou muito bem! Isso é inegável, mas acontece que foi perdendo muita qualidade com o passar dos episódios e das temporadas. Quando chegou nessa terceira temporada as coisas pioraram ainda mais. Acredito que se perdeu o foco da série. Quando o principal vilão foi preso, a série ficou sem um dos seus atrativos. Vincent D'Onofrio é um daqueles atores que fazem falta. Quando ele saiu de cena a série perdeu como um todo. Forest Whitaker ainda está lá, ele sempre foi um grande ator, mas acontece que obviamente dois grandes atores são bem melhores do que apenas um! Outra crítica que eu teria a fazer vem da sub trama envolvendo Malcolm X. Essa deveria ter sido mais bem explorada pois é muito interessante. No quadro geral a série contou bem sua história, com respeito que merece. Foi aquilo ali mesmo que aconteceu na vida real desse líder negro. Um pouco mais dele faria bem para a série. Então é isso. Uma boa série que foi perdendo gás com o passar do tempo. Acontece, não tem jeito, mesmo nas melhores series. É a vida. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Livros: Coleção de Cinema Clássico


Coleção Cinema Clássico
Estamos ampliando nossa esfera de comunicação com o público que gosta de cinema e rock clássico. Já lançamentos três títulos sobre cinema clássico. Abaixo segue nossa lista de livros. Adquira seu exemplar e forme sua própria coleção. 

Marlon Brando
Nesse livro dedicado a esse grande ator da história de Hollywood, temos toda a sua filmografia comentada, com ficha técnica e detalhes cinematográficos. Além disso o livro traz uma série de textos, artigos e crônicas sobre a vida de Marlon Brando, inclusive com muitas curiosidades sobre seus filmes e sua vida pessoal.

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Marilyn Monroe
A diva do cinema americano em sua era de ouro ganhou espaço especial em nossa coleção. Em seu livro temos todos os seus filmes, desde os primeiros e desconhecidos, até seus grandes sucessos de bilheteria, cada um comentado em seus menores detalhes. Em uma longa série intitulada Hollywood Boulevard trazemos uma série de crônicas sobre a carreira e a vida pessoal de Marilyn, mostrando seus amores e casamentos. 

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Elvis Presley
Esse é o primeiro volume de uma longa série que iremos publicar sobre Elvis Presley. Nesse Volume 1 dissecamos os anos de Elvis na Sun Records, sua primeira gravadora. Segue análise e detalhes sobre seus dois primeiros discos. Depois entregamos ao leitor tudo sobre seus dois primeiros filmes no cinema, Love Me Tender e Loving You. Completa o quadro uma longa série de textos comentando seus singles e uma coleção de textos sobre aspectos pessoais e profissionais que aconteciam com Elvis nessa fase inicial de sua carreira. 

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Os Gays de Hollywood - Parte II

Os Gays de Hollywood - Parte II
Muitos astros de Hollywood eram gays. A maioria dos galãs da era de ouro realmente eram da comunidade LGBT. Com tantos gays circulando e fazendo pose de machões, não seria de surpreender que acabassem casando com algumas, digamos, desavisadas! Uma das mais conhecidas era Judy Garland. Ele não se casou apenas com um homem gay, mas bateu todos os recordes se casando quatro vezes com gays! Elizabeth Taylor compareceu a um desses casamentos e lamentou dizendo: "Pobrezinha, vai ter outra decepção!". Liz era uma das maiores conhecedoras do armário em Hollywood, sabendo exatamente quais atores eram gays e quais realmente gostavam de mulheres. 

Em Hollywood isso acabou virando uma espécie de piada dentro da comunidade. Certa vez um cronista anônimo perguntou: "Qual será o próximo marido gay com quem a Judy Garland vai se casar?" A coisa era tão caótica nesse sentido na vida de Judy que um de seus casamentos acabou quando ela pegou seu marido na cama com o marido de sua própria filha! Pois é, Liza Minnelli herdou esse lado estranho da mãe e também só se apaixonava por caras gays! Aliás Liza era filha de um dos maridos gays de Judy, o diretor Vincent Minnelli! 

Um dos agentes mais famosos de Hollywood nos anos 50 era Henry Wilson. Ele era muito bem sucedido, um agente especializado em galãs. Sua agência tinha muitos famosos em seus quadros, entre eles Rock Hudson, Tab Hunter e Montgomery Clift. O que Wilson nunca dizia para a imprensa, mas gostava de dizer nas festas privadas de Hollywood, é que ele só contratava atores gays! "Apenas os gays, homens bonitos e elegantes, funcionam nas telas como galãs! Você tem que ser gay para ficar tão bem em um filme" - costumava dizer aos amigos mais próximos. 

Um dos contratados de Wilson era o ator Anthony Perkins. Ele era gay, mas vivia no armário. Quando sua carreira começou a fazer muito sucesso várias atrizes tentaram ter casos amorosos com ele. Tudo em vão! A mais insistente foi Shirley MacLaine! Ela ficou obcecada pelo ator após fazer um filme com ele! Depois que o filme acabou a atriz continuou a assediar Perkins! Ele obviamente não queria nada com ela e chegou a dizer que iria na delegacia de polícia de Beverly Hills para dar uma queixa contra Shirley pois ela estava passando dos limites. Praticamente tinha virado uma stalker na vida do ator! Foi preciso Wilson abrir o jogo para ela parar com aquilo. Quando a encontrou nos corredores da Warner ele disse: "Shirley, minha querida, deixe o Tony em paz! Ele é gay!". A atriz ficou chocada com a revelação! 

Lana Turner chegou a ser considerada a atriz mais popular de sua época. Só que na verdade ele era bissexual e o estúdio precisou ter muito trabalho para esconder isso das revistas de fofocas! Embora também se envolvesse com outros homens, alguns deles casados (ela curtia esse tipo de "aventura"), Lana também levava para a cama várias mulheres. Ela teve um caso quente com Ava Gardner, outra atriz muito famosa. Nesse caso o estúdio teve trabalho em dobro para esconder tudo, pois a fofoca logo se tornou muito conhecida dentro dos estúdios, a ponto de Frank Sinatra, que era loucamente apaixonado por Ava, explodir na frente da equipe de filmagem quando pegou as duas conversando no escuro, falando baixinho, obviamente em pleno flerte homossexual. Ele gritou: "Saiam daí, suas lésbicas!!! São todas lésbicas nessa porcaria de cidade!". Depois desse vexame, saiu enfurecido do estúdio! 

E havia também os casamentos falsos para esconder a verdade da vida desses astros e estrelas. Geralmente um ator gay se casava com uma atriz lésbica para acabar com os rumores. Katharine Hepburn e Spencer Tracy era o casal mais famoso nesse tipo de acordo. Kathy era uma lésbica bem resolvida e que teve muitas amantes ao longo de sua vida. Já Tracy não parecia bem com sua orientação sexual. Ele era muito católico e sua fé batia de frente com o fato de gostar sexualmente de homens. Por isso acabou afundando no alcoolismo com os anos. São muitas histórias envolvendo esses grandes nomes da velha Hollywood. Histórias picantes até hoje relembradas em livros e filmes. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

O Tesouro do Bandoleiro

Título no Brasil: O Tesouro do Bandoleiro
Título Original: The Nevadan
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Gordon Douglas
Roteiro: George W. George, George F. Slavin
Elenco: Randolph Scott, Dorothy Malone, Forrest Tucker

Sinopse:
Nas longas planícies do deserto de Nevada surge um cowboy misterioso que começa a seguir os passos de um criminoso foragido, um assaltante de bancos que está lutando por sua vida e liberdade. Em seu encalço também está um fazendeiro ganancioso e seu grupo de capangas, todos atrás do dinheiro roubado, uma pequena fortuna.

Comentários:
Mais um filme para os admiradores do trabalho do eterno cowboy Randolph Scott. Foi o último que o astro fez na Columbia depois de cumprir um longo contrato que ele havia assinado sete anos antes. Assim dali em diante o próprio Scott iria produzir suas fitas, trabalhando sem as amarras de um contrato que lhe deixasse preso a nenhum estúdio de Hollywood. Nesse filme aconteceu um fato curioso, durante uma tomada de cena em Alabama Hills, onde a produção estava sendo rodada, o ator caiu de um pequeno desfiladeiro com seu cavalo (que não era o famoso Stardust). Randolph Scott era um excelente cavaleiro mas seu próprio cavalo tropeçou nas pedras e a queda foi inevitável. Socorrido a tempo, Randolph foi levado a Los Angeles onde se constatou que ele havia quebrado sua perna esquerda. Isso levou o filme a ficar parado por algumas semanas, o que de certa forma é perceptível ao assisti-lo pois o ator perdeu peso no hospital e como o filme não era gravado na sequência cronológica das cenas podemos perceber que ora ele surge magro, ora mais cheio ao longo do filme. Deixando essa pequena curiosidade de lado o que temos aqui é mais um belo western com Scott, que mantinha sempre um excelente padrão de qualidade em todos os filmes em que participou. Não é de se admirar que tenha sido um dos mais populares atores do gênero western na história do cinema americano.

Pablo Aluísio.

Quem Foi Jesse James

Título no Brasil: Quem Foi Jesse James
Título Original: The True Story of Jesse James
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Nicholas Ray
Roteiro: Walter Newman, Nunnally Johnson
Elenco: Robert Wagner, Jeffrey Hunter, Hope Lange, John Carradine

Sinopse:
O filme narra os últimos anos do infame pistoleiro do velho oeste Jesse James (Wagner). Após realizar uma série de roubos a bancos e ferrovias, alguns realizados com extrema ousadia, James começa a ser caçado por homens da lei e caçadores de recompensas. Suas façanhas o coloca na lista dos mais procurados do oeste selvagem. Agora ele terá que sobreviver ao mesmo tempo em que tenta realizar o maior assalto de sua vida criminosa.

Comentários:
O famoso pistoleiro, assassino, ladrão de bancos e trens Jesse James (1847 - 1882) sempre teve sua vida explorada pelo cinema americano. Provavelmente apenas Billy The Kid tenha sido mais retratado nas telas do que Jesse James. Nesse filme dos anos 1950 temos mais um retrato do bandoleiro. Antes de mais nada é importante salientar que o filme não é historicamente preciso (poucos são dessa época) mas o interesse do cinéfilo estará garantido por causa de sua ficha técnica. "The True Story of Jesse James" foi dirigido pelo mestre Nicholas Ray, o mesmo cineasta que assinou obras como "Juventude Transviada" (com o mito James Dean), "O Rei dos Reis" (uma ótima cinebiografia sobre Jesus Cristo) e o clássico noir "No Silêncio da Noite" com Humphrey Bogart. Como se isso não bastasse ainda temos o roteiro escrito pelo genial Nunnally Johnson, considerado um dos maiores escritores de Hollywood durante sua fase de ouro. Talvez o único ponto fraco de "Quem Foi Jesse James" tenha sido a escalação do ator Robert Wagner no papel de Jesse James. Ele não tem a crueza e a rudeza que o papel exige. Em certos momentos ele soa delicado demais para um personagem histórico tão durão. Quem acaba se saindo melhor é Jeffrey Hunter no papel de Frank James, seu irmão. De uma forma ou outra não há como negar que seja um dos westerns mais interessantes do período.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Avanti! Amantes à Italiana

Avanti! Amantes à Italiana 
Os anos passam e eu não mudo minha opinião sobre Billy Wilder. Considero um dos diretores e roteiristas mais criativos e inteligentes da história de Hollywood. Mesmo quando fazia filmes menores as coisas eram bem acima da média do que se produzia na época em termos de humor. Esse filme aqui, por exemplo, é um de seus momentos menores. Um filme agradável de se assistir, com bom enredo, mas nada destacável em sua excelente filmografia. Jack Lemmon interpreta o filho de um milionário americano que morreu na Itália. Ao chegar lá para os preparativos visando levar seu corpo de volta aos Estados Unidos ele se depara com alguns "probleminhas". A burocracia italiana é infernal, cheio de detalhes irritantes. Tudo é lento, nada sai do lugar. É uma infinidade de carimbos para se colocar nos documentos de liberação do corpo! Os funcionários públicos são preguiçosos, sempre saindo para a hora do almoço! Nada parece funcionar direito em uma montanha de papeladas que não fazem o menor sentido! São certidões que dão origem a outras certidões de cores diferentes e por aí vai. 

Como se isso não fosse o bastante, o personagem de Lemmon descobre que seu pai, um idoso com mais de 80 anos de idade, tinha uma amante. E que morreu ao seu lado em um acidente de carro. E essa amante tinha uma filha, que repetindo os erros de seu pai ele também começa a se sentir atraído (sendo que ele também é casado!). Então assim desenvolve-se a história com Lemmon tendo que administrar um monte de problemas que vão surgindo à sua frente, em um país distante, cuja língua ele não domina nada, etc. E o amor, quem diria, também estaria no ar, na música, nas poesias, nos monumentos históricos... Enfim temos aqui um bom e divertido filme. Apreciei. Afinal é um autêntico Billy Wilder, embora não seja (e devo admitir isso) nenhuma obra-prima de sua carreira. 

Avanti! Amantes à Italiana (Avanti!, Estados Unidos, 1972) Direção: Billy Wilder / Roteiro: Samuel A. Taylor, Billy Wilder / Elenco: Jack Lemmon, Juliet Mills, Clive Revill / Sinopse: Um norte-americano vai até a Itália para trazer de volta o corpo de seu pai, que morreu em um acidente de carro naquele país. E logo ele vai descobrir que isso não será nada fácil de fazer. 

Pablo Aluísio.