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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Os Viciados

Título no Brasil: Os Viciados
Título Original: The Panic in Needle Park
Ano de Lançamento: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Jerry Schatzberg
Roteiro: James Mills, Joan Didion
Elenco: Al Pacino, Kitty Winn, Raul Julia, Alan Vint, Richard Bright, Kiel Martin, Michael McClanathan

Sinopse:
Nesse filme o ator Al Pacino interpreta um viciado em heroína que vive em Needle Park, conhecida região de Nova Iorque onde os junkies da época se encontravam. Lá ele conhece uma jovem mulher, também com problemas de vício. Juntos eles vão tentar sobreviver nas ruas da grande cidade, ora dando pequenos golpes, ora partindo para roubos, tudo com o objetivo de conseguir o dinheiro da próxima dose de heroína. 

Comentários:
Esse filme chocou o público na época de seu lançamento. Assistindo depois de tantas décadas posso entender a razão de toda essa reação e polêmica. É um filme forte, com cenas que até hoje causam desconforto. O filme não poupa ninguém, muito menos o espectador. O vício é mostrado em todos os detalhes. A agulha com heroína é mostrada em close up entrando nas veias dos drogados. Não é fácil, mostrando toda a sordidez desse grave problema social e de saúde pública. O diretor inclusive usou viciados reais nessas tomadas de cena, algo que escondeu do estúdio e que só foi descoberto depois, quando o filme chegou nos cinemas. O casal protagonista da história está perdido na vida. O personagem de Pacino tem um irmão, ladrão profissional. Ele o coloca em planos de roubos que nem sempre dão muito certos. A namorada dele é dada a prostituição. Enquanto o personagem de Pacino está cumprindo pena, ela para sobreviver acaba se prostituindo pelas ruas. Enfim, bom filme, mas bem barra pesada. Um filme desses lançado no começo dos anos 70 representava bem a chegada do realismo mais forte no cinema norte-americano. Os tempos de inocência tinham ficado definitivamente no passado. 

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de setembro de 2024

Sonhos de um Sedutor

Título no Brasil: Sonhos de um Sedutor
Título Original: Play It Again, Sam
Ano de Lançamento: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Herbert Ross
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts, Jerry Lacy, Susan Anspach, Jennifer Salt

Sinopse:
Um crítico de cinema de Nova Iorque é abandonado pela esposa que lhe comunica que deseja o divórcio. Agora ele precisa arranjar uma nova namorada e isso definitivamente não vai ser algo fácil de arranjar, mesmo com a ajuda providencial de um casal de amigos e do próprio Humphrey Bogart que sai das telas de cinema para lhe dar uma ajudinha. 

Comentários:
Eu dei boas risadas com esse filme! Para um roteiro que tinha como objetivo justamente esse, não poderia haver elogio maior. Inclusive é um dos filmes preferidos do próprio Allen. Ele recentemente o colocou numa exclusiva lista de seus 10 melhores filmes, assim não há mesmo muito o que discutir. Woody Allen brinca com sua imagem pública e nunca se deu tão bem. O roteiro desse filme foi baseado numa peça escrita para o teatro. Provavelmente por essa razão seja tão divertida já que Allen antes do cinema ganhava a vida se apresentando em pequenos teatros de Nova Iorque. Nessas apresentações ele tinha mesmo que fazer rir seu público ou então era vaiado, colocado pra fora do palco. Inclusive a cena que mais me divertiu foi justamente a que ele recebe uma nova garota em seu apartamento. Essa cena foi tirada diretamente da peça teatral, de forma literal. Ele está totalmente nervoso com a situação, mas tenta disfarçar, o que dá origens a momentos de puro humor físico, o que nem sempre foi do feitio de Allen, que sempre preferiu um tipo de humor mais intelectual. Enfim, se tiver que assistir a apenas um filme dele, escolha esse. A diversão estará garantida. 

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de setembro de 2024

Quando os Jovens se Tornam Adultos

Quando os Jovens se Tornam Adultos
Resolvi rever Diner, um dos filmes da minha juventude. Eu sempre gostei desse filme e de tempos em tempos decido rever. A cada nova exibição vou descobrindo coisas novas. O filme é na realidade uma crônica na vida de um grupo de amigos que vivem em Baltimore na década de 1950. Eles estão justamente naquela fase em que a juventude vai chegando ao final e eles precisam tomar as responsabilidades de uma vida adulta em suas mãos. Não que todos eles queiram isso, mas é algo inevitável. O diretor Barry Levinson escreveu esse roteiro baseado em suas próprias lembranças, nos amigos de sua juventude. Então desde o começo é um filme sobre amizade e nostalgia. E isso se confirma em cada cena. 

O elenco é ótimo, formado por jovens atores que iriam se destacar no cinema nos anos que viriam. Cada um deles teria seu momento de sucesso, confirmando que era mesmo um grupo de atores diferenciado. O próprio Mickey Rourke teria nos anos 80 a sua década de ouro, onde iria atuar em excelentes filmes. Ele chegaria inclusive a ser comparado com Marlon Brando! Só para ter uma ideia do prestígio que ele alcançou naqueles anos. 

E Rourke interpreta o personagem mais interessante do filme, um jovem chamado Boogie. É um cara legal, mas tem seus problemas. Embora seja estudante de Direito e trabalhe em um Salão de Beleza para pagar seus estudos, ele tem o péssimo hábito de apostar em tudo, o que lhe coloca em situações perigosas, como dever grana de apostas para um tipo mafioso. Pior do que isso é dar em cima da esposa de um de seus amigos. Aí sim ele cruzou uma linha vermelha bem perigosa. 

O resto do elenco não é menos interessante. Steve Guttenberg interpreta o jovem que encontrou a garota ideal, aquela que ele deveria se casar. O problema é que no fundo ele tem medo de dar esse passo em direção à vida adulta. Casar significaria deixar os anos de juventude para trás de uma vez por todas. Para adiar seu casamento ele inventa coisas absurdas como fazer um quiz com a própria noiva sobre esportes. Se ela não obter uma boa pontuação, o casamento ficaria adiado de uma vez por todas! Kevin Bacon também está no filme. Antes do sucesso de Footloose ele interpreta esse jovem que não trabalha e nem estuda e tem problemas com bebidas. Definitivamente ele não é o orgulho da família!

Um filme muito bom, que só tem um deslize. Acontece na cena do cinema com o saco de pipocas. Achei aquela situação um pouco vulgar para um filme tão elegante. Ficaria legal e adequado para comédias picantes dos anos 80 como Porky's, mas para Diner, achei uma cena mal colocada, mal encaixada em um filme tão bom. Então é isso. Um filme que nasceu da nostalgia de seu diretor e que hoje em dia soa como pura nostalgia também em meu caso pessoal, pois foi um dos filmes que mais gostei quando era jovem, como os próprios personagens dessa preciosa película dos anos 80.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Tempos de Violência

Título no Brasil: Tempos de Violência
Título Original: Harsh Times
Ano de Lançamento: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: David Ayer
Roteiro: David Ayer
Elenco: Christian Bale, Freddy Rodríguez, Eva Longoria, J.K. Simmons, Samantha Esteban, Tammy Trull

Sinopse:
Após deixar o exército, onde serviu no campo de batalha do Afeganistão, Jim Luther (Bale) decide procurar por um novo rumo na vida. Ele pretende se tornar policial em Los Angeles, mas acaba não sendo bem sucedido. Ao lado do amigo (que também foi veterano da guerra) ele parte em buscas de festas, mulheres e quem sabe... um novo emprego na cidade! Só que nessa noite em particular tudo pode terminar em tragédia. 

Comentários:
O personagem que Bale interpretou nesse filme não é fácil. Em um primeiro contato parece ser um cara legal, desses que você sai no fim de semana para beber e curtir. Só que na verdade ele carrega dentro de si muitos traumas da guerra, o que o torna praticamente uma bomba relógio prestes a explodir. Qualquer ameaça, qualquer que venha a se colocar em seu caminho, ele só consegue responder com violência extrema e irracional. E isso vale para tudo, para uma simples discussão no trânsito ou então em uma briga de bar. O sujeito é praticamente um fio desencapado. E as coisas ficam ainda mais perigosas quando ele sai em busca de diversão, atravessando a fronteira entre México e Estados Unidos. Também é um homem de contradições. Ao mesmo tempo em que é um veterano e tenciona entrar na polícia, ele ainda é capaz de traficar drogas do país vizinho para Los Angeles. Enfim, um sujeito muito estranho, que uma pessoa com um pingo de juízo não gostaria de estar ao lado. No saldo final é um bom filme que surpreende em vários aspectos. Eu gostei do que assisti e deixo a recomendação. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Um Lugar Silencioso: Dia Um

Título no Brasil: Um Lugar Silencioso: Dia Um
Título Original: A Quiet Place: Day One
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Michael Sarnoski
Roteiro: Michael Sarnoski, John Krasinski
Elenco: Lupita Nyong'o, Joseph Quinn, Alex Wolff

Sinopse:
Uma senhora negra, que está passando por um momento complicado da vida pois está com câncer terminal, aceita o convite para passar uma tarde de passeio em Nova Iorque. Ela acaba indo parar em um show de marionetes. O que parece ser algo bem trivial e bucólico, acaba se transformando numa tragédia quando a cidade é bombardeada por meteoritos. Pior do que isso, as rochas trouxeram estranhas criaturas para nosso planeta. 

Comentários:
Terceiro filme da franquia "Um Lugar Silencioso". Esse aqui é bem diferente dos dois primeiros porque a história dá um passo para o passado, mostrando como tudo começou. Conforme o próprio título explica, temos aqui o dia um da invasão desses seres vindos do espaço. São criaturas estranhas, completamente cegas e sem olfato. Encontram suas vítimas através dos sons produzidas por elas mesmas. Por essa razão é imperioso ficar em silêncio absoluto, caso contrário é morte certa. Nesse terceiro filme são dois os protagonistas. A senhora negra que sofre de câncer e um executivo que passa a segui-la pois está simplesmente apavorado pelo que está acontecendo ao seu redor. Embora sejam bons filmes, eles não fogem muito da fórmula dos filmes de monstros. Como é um filme de origens eu esperava por algo mais do roteiro. Queria saber a origem desses seres e toda a explicação envolvendo a chegada deles em nosso planeta azul. Só que esse roteiro não traz nada disso. É apenas um filme onde os dois protagonistas da história tentam sobreviver e nada mais. Com isso, fiquei com um certo ar de desapontamento. Quem sabe no próximo filme não se tenha mais informações. Só resta esperar. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Frank & Lola

Título no Brasil: Frank & Lola: Amor obsessivo 
Título Original: Frank & Lola
Ano de Lançamento: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Parts and Labor Films
Direção: Matthew Ross
Roteiro: Matthew Ross
Elenco: Michael Shannon, Imogen Poots, Rosanna Arquette, Alex Lombard, Justin Long, Carlos Moreno Jr.

Sinopse:
Um homem bem mais velho, que trabalha como chefe de cozinha, se apaixona perdidamente por uma jovem garota, que ainda está procurando por um rumo na vida. Ele só não conhece toda a sua história e nem muito menos que ela também faz serviços como garota de programa. E sem ter noção dessa situação parte para um acerto de contas violento contra um dos clientes de sua "namorada". 

Comentários:
Homem mais velho, mulher mais jovem. Ele perde a cabeça por ela que no fundo nem vale tanto a pena quanto ele pensa. Quem não já soube de uma história dessas envolvendo algum amigo, algum familiar ou pelo menos um conhecido distante? O velho Frank desse filme já é um homem maduro que perde a cabeça por essa garota, a Lola. O problema é que ele mal conhece ela ou seu passado. A garota é dada a prostituição... sai com outros homens por dinheiro e ele entra nessa pilha que querer tomar satisfações em cima dos clientes dela! Veja o absurdo... o pior é que esse tipo de história é muito, mas muito mais comum do que pensamos. Há homens que realmente perdem o juízo por esse tipo de gatinha. E elas estão aí para tudo mesmo. Como diz o ditado: Enquanto houver cavalo, São Jorge não anda a pé! Tirando a brincadeira de lado, é um bom filme. O curioso é que você fica torcendo para o Frank não se dar mal, mesmo sabendo que ele no final é o otário da história. Enfim, uma crônica do mundo em que vivemos...

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de setembro de 2024

À Beira do Abismo

Título no Brasil: À Beira do Abismo
Título Original: The Big Sleep
Ano de Lançamento: 1946
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Howard Hawks
Roteiro: William Faulkner, Leigh Brackett
Elenco: Humphrey Bogart, Lauren Bacall, John Ridgely, Dorothy Malone, Martha Vickers, Peggy Knudsen

Sinopse:
Philip Marlowe (Bogart) é um detetive particular de Los Angeles que é contratado por uma rica família da cidade para desvendar um caso criminal envolvendo traições, chantagens e assassinatos. E quanto mais ele se aprofunda no mistério, mais esse vai se tornando indecifrável. 

Comentários:
Certa vez um jornalista da velha Hollywood chegou para o ator Humphrey Bogart e lhe perguntou qual era o sentido da história desse filme. Bogart, com o cigarro no canto da boca, nem se abalou, virou para o repórter e respondeu com sinceridade: "Eu não tenho a menor ideia de que se trata aquele filme!". Pois é, nem Bogart, nem o resto do elenco e pasmem, nem os próprios roteiristas. Na realidade esses filmes clássicos de detetive priorizavam muito mais a estética do que a lógica. Por isso muitos deles apresentavam uma trama tão rebuscada, tão enrolada, tão assumidamente confusa, que se chegava a um ponto sem volta, onde nada fazia muito sentido mesmo. O que não significava que não era uma verdadeira aula de cinema. Esse segue nessa linha. Nem tente puxar o fio da meada da história, apenas assista e curta sua estética. E não havia mesmo nenhum ator melhor do que Humphrey Bogart para atuar nesse tipo de produção. Enfim, um dos grandes clássicos de histórias de detetive da Hollywood em sua era dourada. 

Pablo Aluísio.

O Carrasco dos Trópicos

Título no Brasil: O Carrasco dos Trópicos
Título Original: Tropic Zone
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio:  Pine-Thomas Productions
Direção: Lewis R. Foster
Roteiro: Lewis R. Foster
Elenco: Ronald Reagan, Rhonda Fleming, Estelita Rodriguez, Noah Beery Jr, Grant Withers, John Wengraf

Sinopse:

Dan McCloud (Ronald Reagan) é um aventureiro que durante uma de suas expedições encontra um grupo perdido de americanos. Ele então salva a bela Flanders White (Rhonda Fleming) da morte certa. Só que agora todos vão precisar sobreviver a um terrível vilão.

Comentários:
Não há como negar que é uma produção B, sem muitos recursos. E isso fica ainda mais evidente porque se trata de um filme de aventuras, uma espécie de derivado dos filmes de Tarzan (mas sem obviamente ter o rei das selvas na tela). Para os cinéfilos em geral o filme vale a pena simplesmente pelo fato de trazer um presidente dos Estados Unidos como o protagonista. Isso mesmo, Ronald Reagan, ainda bem moço, alguns anos antes de emplacar uma carreira política de sucesso, se tornando governador da Califórnia e depois Presidente da República. O curioso é que Reagan nunca foi um astro de primeira grandeza dentro da indústria cinematográfica durante seus anos de Hollywood, mas conseguiu fazer a transição do mundo artístico para o político de forma extremamente bem sucedida. Ele era simpático e até carismático, mas nunca o considerei um grande ator. Passava longe disso, para falar a verdade. Era mais um galã temporão, para um público um pouco mais velho do que os fãs de Tarzan, que na época eram basicamente garotos de escola. Ver ele em cena, atuando, nunca deixa de ser algo interessante. Assim o filme obviamente apresenta uma curiosidade histórica que faz valer a pena.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

O Exorcismo

Título no Brasil: O Exorcismo
Título Original: The Exorcism
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Joshua John Miller
Roteiro: Joshua John Miller
Elenco: Russell Crowe, Ryan Simpkins, Sam Worthington, David Hyde Pierce, Adam Goldberg, Adrian Pasdar

Sinopse:
Um ator decadente, já bem acima do peso e envelhecido, com problemas de alcoolismo, consegue um papel de padre exorcista em um novo filme de terror. Era a oportunidade que ele estava procurando. Tentando se reconciliar com sua filha adolescente rebelde, ele tem esperanças que esse novo filme vai tirar sua carreira da sarjeta. Só que uma estranha presença sobrenatural nas filmagens poderá levar tudo a perder. 

Comentários:
Muita gente vai estranhar esse novo filme do Russell Crowe. Outros vão se confundir pensando se tratar de outro filme recente muito parecido do ator, "O Exorcista do Papa". Pois é, não faz muito tempo e ele fez um filme com a mesma temática sobre possuídos pelo Diabo, exorcismos, etc. De duas uma: ou o ator está passando por um tipo de obsessão por temas religiosos ou então a carreira dele foi pro brejo de uma vez e o que sobrou foi fazer esse tipo de filme. Mas não vamos ser tão críticos. Afinal eu mesmo gosto de filmes de terror. E digo mais, esse segundo é bem melhor do que o primeiro, o do exorcista do Papa. Esse era por demais pop e caía várias vezes no ridículo. Esse segundo filme é bem melhor, investe mais em um pouco de terror psicológico. nada demais, nada muito profundo, mas que acaba funcionando dentro das pretensões modestas do filme. E vamos ser sinceros, é sempre interessante ver um ator decadente interpretando... um ator decadente! Coisas da metalinguagem do cinema, da nossa querida sétima arte! 

Pablo Aluísio.

O Diabo em Ohio

Título no Brasil: O Diabo em Ohio
Título Original: Devil in Ohio
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Steven A. Adelson
Roteiro: Lorelei Ignas
Elenco: Emily Deschanel, Sam Jaeger, Gerardo Celasco

Sinopse:
Uma garotinha perdida vai parar na Assistência Social. Ao que tudo indica ela é uma órfã. Com pena, a assistente social decide levá-la para sua casa, o que vai se revelar uma pessoa ideia pois a menina na verdade está fugindo de uma seita de religiosos fanáticos que querem levar ela para um ritual de sacrifício humano! 

Comentários: 
Os norte-americanos possuem uma certa obsessão na figura (puramente mitológica) do Diabo. Isso é explicado por causa de sua forte formação protestante, desde os primórdios daquela nação. Pois bem, nessa série da Netflix o Diabo se faz novamente presente, ou pelo menos, seus seguidores. Nesse cinturão bíblico do Meio Oeste dos Estados Unidos proliferam essas seitas, algumas bem insanas, que misturam de tudo. Pobres das crianças que nascem no meio desse hospício. E a garota que é a protagonista dessa minissérie teve o azar de não apenas ter nascido nesse meio lunático e fanático, como também ter sido eleita para o sacrifício humano. Então, coitada, o jeito foi tentar fugir mesmo e lutar por sua vida, para conseguir ficar viva. É o que sempre eu sempre digo, desconfie de pessoas muito religiosas, beirando o fanatismo religioso. Essas pessoas são acima de tudo bem perigosas. 

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de setembro de 2024

Ratched

Título no Brasil: Ratched
Título Original: Ratched
Ano de Lançamento: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Ryan Murphy
Roteiro: Ryan Murphy
Elenco: Sarah Paulson, Sharon Stone, Finn Wittrock, Cynthia Nixon, Jon Jon Briones, Charlie Carver

Sinopse:
Mildred Ratched (Sarah Paulson) não é exatamente quem diz ser. De qualquer forma ela acaba arranjando um emprego de enfermeira em um hospital que trata pessoas com problemas de saúde mental. Na verdade o que ela deseja é reencontrar seu irmão, agora preso e esperando execução de sua pena de morte após ter matado cinco padres da Igreja Católica. 

Comentários:
Ryan Murphy virou grife de luxo no mundo das séries. Algumas vezes ele acerta, outras não. Essa série fica no meio termo. Na realidade ele pegou uma personagem de "O Estranho no Ninho", justamente a enfermeira Mildred Ratched e criou toda uma série em torno dela. De personagem coadjuvante naquele clássico do cinema ela aqui virou protagonista. E a série começa muito bem. Passada nos anos 50, ela mostra uma direção de arte de extremo bom gosto. Tudo é muito luxuoso em termos de figurinos e produção. Tudo é muito colorido, em cores fortes mesmo, desde os carros, passando pelo figurino dos atores. Um luxo só. Pena que em termos de história e roteiro nem tudo corra bem. Apesar do tema sórdido ter sua dose de atração, temos que convir que a história muitas vezes cai no marasmo. Alguns personagens secundários poderiam dar mais frutos para a série, como aquela enfermeira loirinha e psicótica. De qualquer forma não me arrependi em nada de acompanhar toda a série. Entre altos e baixos, no final ela se salva. É um bom programa no streaming para se assistir. 

Pablo Aluísio.

Homeland - Sétima Temporada

Título no Brasil: Homeland - Sétima Temporada
Título Original: Homeland 
Ano de Lançamento: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Showtime Networks
Direção: Lesli Linka Glatter
Roteiro: Debora Cahn, Alex Gansa
Elenco: Claire Danes, Mandy Patinkin, F. Murray Abraham, Elizabeth Marvel, Rupert Friend, Maury Sterling

Sinopse:
Carrie Mathison (Claire Danes) agora trabalha na iniciativa privada. Isso não significa que ela cortou laços definitivos com a agência governamental onde trabalhou no passado, a CIA. Ela descobre uma grande conspiração usando fake news, influenciadores de extrema-direita nas redes sociais e uma bem arquitetada onda de propagação de discursos de ódio usados para desestabilizar o governo e a democracia nos Estados Unidos. 

Comentários:
Assisto Homeland há muitos anos e quando pensei que nada de melhor seria produzido na série tive uma bela surpresa nessa sétima temporada. Os episódios lidam com um tema muito atual em nossa realidade. O uso de fake news em massa nas redes sociais, tudo com objetivos políticos, criando uma massa de manobra de pessoas fanatizadas que odeiam os valores democráticos. Acontece agora nos Estados Unidos e também no Brasil. E por trás de tudo haveria uma operação de espionagem do serviço secreto da Rússia para desestabilizar o governo dos Estados Unidos. Também já aconteceu no mundo real. E como ponto mais do que positivo temos uma protagonista com problemas de saúde mental. Que outra série teria coragem de levar algo assim em frente? Homeland é mesmo uma série diferenciada. Por tudo isso e por tantos outros pontos positivos, Homeland seguramente é uma das melhores produções surgidas na TV nesses últimos anos. 

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de setembro de 2024

The Beatles - Help! - Parte 5

The Beatles - Help! - Parte 5
Finalizando essa série de textos sobre o disco Help! vamos tecer alguns comentários sobre a versão norte-americana do álbum. Antes de mais nada meu veredito é definitivo: o disco americano da Capitol é muito ruim e sem noção! Eles ignoraram a ótima seleção de faixas do original inglês e fizeram uma mistureba indigesta com músicas instrumentais (inclusive de outros filmes) e as músicas dos Beatles. Coitados dos fãs que moravam nos Estados Unidos e tiveram que comprar essa porcaria para levar para casa. 

Os erros começam logo na primeira faixa do disco. Acredite, eles abriram o álbum com o tema de James Bond! Eu sei que o filme era uma espécie de paródia engraçadinha dos filmes do agente secreto, mas não era preciso esse tipo de escolha infeliz. O que não faltavam era músicas novas dos Beatles, então escolher o tema de Bond era uma verdadeira palhaçada por parte dos executivos da Capitol. 

As músicas instrumentais são todas sem graça. A Capitol queria lançar uma trilha sonora mesmo do filme, por isso enfiaram músicas instrumentais incidentais que foram usadas ao longo das cenas. Os fãs americanos dos Beatles não queriam ouvir isso. Queriam ouvir os Beatles! Não houve como reclamar, tiveram mesmo que engolir temas como "In the Tyrol", "The Bitter End / You Can't Do That", "The Chase", entre outras, todas arranjadas pelo maestro Ken Thorne.

E afinal o que entrou dos Beatles no disco? Acredite, poucas músicas mesmo! Inclusive cortaram "Yesterday" do disco! Eu nunca vi tamanho absurdo na minha vida. Simplesmente um dos maiores clássicos da discografia dos Beatles! Não dá para acreditar! Da seleção do disco original só entraram mesmo as seguintes músicas: "The Night Before", "You've Got to Hide Your Love Away",  "I Need You", "Another Girl",  "Ticket to Ride",  "You're Gonna Lose That Girl"  e obviamente a música título do filme, "Help!". O resto das faixas foi cortada, sem dó e nem piedade. Os fãs americanos ficaram a ver navios! Enfim, a versão Made in USA do disco "Help!" era mesmo uma imensa porcaria!

Pablo Aluísio. 

Book: Marlon Brando



Book: Marlon Brando
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Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

O Senhor do Caos

Título no Brasil: O Senhor do Caos
Título Original: Lord of Misrule
Ano de Lançamento: 2023
País: Reino Unido, Irlanda
Estúdio: Magnet Films
Direção: William Brent Bell
Roteiro: Tom de Ville
Elenco: Tuppence Middleton, Ralph Ineson, Matt Stokoe

Sinopse:
Numa pequena cidade, durante um festival de verão que relembra velhas mitologias das antigas religiões pagãs da região, uma garotinha desaparece. Os pais ficam desesperados, em especial a mãe que é a reverenda da cidade. E para seu completo espanto parece haver uma conspiração por trás de tudo, envolvendo os próprios moradores do lugar. 

Comentários:
Gostei desse terror inglês. Aliás se existe um gênero cinematográfico que os britânicos são mestres, esse é o terror. E aqui temos mais um exemplo de como um bom filme feito naquele país pode ser interessante. As antigas religiões pagãs nunca desapareceram no velho continente. Com o avanço do cristianismo elas foram demonizadas, mas sobreviveram em pequenos costumes e também em festivais feitos durante o verão europeu. Como se trata de um filme de terror, o roteiro não iria ficar apenas nas curiosidades sociológicas desse tipo de evento festivo. Dá um passo a frente para criar sustos no espectador e nesse processo nem perde o bom senso e nem muito menos a elegância narrativa. O filme não sai do chão da realidade em nenhum momento e nem apela para sustos sensacionalistas e vazios. Com isso ganha muitos pontos a favor. De bom mesmo fica a mensagem de que o fanatismo religioso é certamente uma das coisas mais perigosas que possam existir dentro de uma sociedade. Uma lição para ser aprendida por todos. 

Pablo Aluísio.

O Senhor das Sombras

Título no Brasil: O Senhor das Sombras
Título Original: Shadow Builder
Ano de Lançamento: 1998
País: Canadá
Estúdio: Applecreek Productions
Direção: Jamie Dixon
Roteiro: Michael Stokes, Bram Stoker
Elenco: Michael Rooker, Leslie Hope, Shawn Thompson

Sinopse:
Um malvado arcebispo da Igreja Católica convoca um demônio para tentar destruir o mundo. Os invocadores são mortos, mas o demônio escapa para caçar a vítima que tanto procura. Essa logo se revela uma criança com potencial para se tornar uma santa. Depois de devastar a cidade e virar seus cidadãos contra si mesmos, o demônio logo localiza e captura sua presa. Será que ela vai conseguir sobreviver às forças das trevas?

Comentários:
Assisti nos anos 90 e pelos meus registros pessoais gostei muito pois dei classificação "excelente" para o filme. Bom, outros tempos, outra mentalidade. Eu realmente vi muitos filmes por essa época, mas a maioria deles realmente me esqueci completamente. Esse aqui pelo menos tinha um atrativo a mais para quem gosta de filmes de terror e da mitologia do horror na literatura. O roteiro foi baseado nos escritos de ninguém mais, ninguém menos, do que o escritor Bram Stoker, o autor que deu ao mundo o clássico absoluto "Drácula". É um livro menor dele, pouco conhecido, mas que como bem podemos perceber também tem seu valor. E o cinema, não iria deixar passar essa sua obra sem ter ao menos uma adaptação e ela está aqui, para quem tiver curiosidade em assistir.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Duna: Parte Dois

Título no Brasil: Duna: Parte Dois
Título Original: Dune: Part Two
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Denis Villeneuve, Jon Spaihts
Elenco: Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Austin Butler, Javier Bardem, Josh Brolin, Christopher Walken, Stellan Skarsgård, Charlotte Rampling, Zendaya

Sinopse:
O Planeta desértico que na antiguidade era conhecido como Duna, passa a ser cada vez mais atacado pelas forças impiedosas do império. O povo oprimido espera pela chegada do Messias que vai trazer liberdade a todos eles, mas antes será precisa deixar claro que esse Messias é um jovem que ainda não está plenamente convencido de seu destino. 

Comentários:
Achei bem melhor do que o primeiro filme, isso apesar de ter ficado incomodado pelo fato de que a história segue inconclusiva, afinal são vários livros para serem adaptados nos próximos anos. Pense bem, essa história toda é nada mais, nada menos, do que uma adaptação da história de Jesus para o mundo Sci-fi. A premissa é semelhante em tudo, com o Messias, um povo oprimido que vive numa região de desertos, invadidos por uma potência estrangeira. O povo que se une a essa figura que inicialmente se mostra um Messias relutante, seu sacrifício pessoal, a luta contra o império e tudo mais. Nesse segundo filme isso fica mais do que óbvio. Gostei de praticamente tudo, até mesmo de ver o Austin Butler (do filme "Elvis") dando uma de vilão psicopata. Mesmo sem ter muito o que desenvolver, ele se saiu bem. Só me incomodou mesmo essa coisa de montar vermes gigantes do deserto. Acho uma coisa bem boba, no final das contas. Só que vamos reconhecer, não é falha do filme, mas dos livros originais que foram escritos naquela época de muita LSD, hippies e cultura psicodélica. Duna, no fundo, é bem isso aí, uma versão dos evangelhos escritos com muita erva na cabeça! 

Pablo Aluísio.

Os Cavaleiros do Zodíaco

Título no Brasil: Os Cavaleiros do Zodíaco
Título Original: Knights of the Zodiac
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony
Direção: Tomasz Baginski
Roteiro: Josh Campbell, Matt Stuecken
Elenco: Mackenyu, Famke Janssen, Sean Bean

Sinopse:
O filme "Os Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya: O Começo" conta a história de um jovem de descendência oriental que descobre, para sua total surpresa, que foi o escolhido por uma antiga divindade da Grécia para salvar o mundo de uma terrível ameaça do Mal. Adaptação para o cinema da famosa série de animação dos anos 90. 

Comentários:
Quando os desenhos animados originais começaram a fazer muito sucesso na TV brasileira eu já tinha passado da minha infância para acompanhar. Mas claro, conhecia a marca e via a quantidade de brinquedos que eram vendidos nas lojas de departamentos. Foi uma febre e tanto em nosso país. A criançada adorava. Pois bem, passados tantos anos fizeram esse filme para o cinema, em Live Action. Na boa, poderiam ter feito algo muito melhor. Esse filme é muito ruim! Incrível como conseguem errar em algo que já estava pronto para adaptar para as telas de cinema. Não precisava muito esforço, apenas fazer um bom filme de fantasia e aventuras. Mas aqui, definitivamente, erraram feio. Praticamente nada presta, nem os efeitos especiais que eu pensava seriam bons pelo menos, afinal é uma produção dos estúdios Sony. Mas isso não aconteceu. Do roteiro, ao elenco ruim, passando pela produção fraca, nada se salva mesmo nessa tentativa de trazer o famoso desenho para as salas de cinema. Uma grande bola fora. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Kansas City

Título no Brasil: Kansas City
Título Original: Kansas City
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Films
Direção: Robert Altman
Roteiro: Robert Altman, Frank Barhydt
Elenco: Jennifer Jason Leigh, Miranda Richardson, Harry Belafonte, Michael Murphy, Steve Buscemi, Dermot Mulroney

Sinopse:
Kansas City, década de 1930. Um ladrão e pequeno criminoso de Kansas City é levado por um grupo de gângsters. Sua namorada, uma jovem obstinada, então decide sequestrar um figurão da política da cidade para usar como moeda de troca com os que levaram seu companheiro embora para o cativeiro. Eles agora devem libertá-lo ou então todos os policiais da cidade vão invadir seus redutos e becos da criminalidade. 

Comentários:
É um filme da era de ouro dos gângsters, mas não espere encontrar algo na linha de "Os Intocáveis". Robert Altman, o mais independente de todos os cineastas americanos da história, não fazia esse tipo de cinema. Ao contrário disso você vai encontrar um típico filme de Altman, que parecia sempre fazer cinema independente, mesmo quando contava com os dólares de um grande estúdio de Hollywood. Eu até gostei do filme, mas devo admitir que ele apresenta problemas de ritmo. Para um filme que conta uma história dos tempos de Al Capone era de se esperar também um pouquinho mais de ação, com aquelas metralhadoras do tipo machine gun cuspindo balas pelas ruas de Kansas City. Mas é aquela coisa que já expliquei, esse tipo de cinema não era mesmo com o Robert Altman. Salva-se no final as boas interpretações de todo o elenco. Só gente boa em cena. 

Pablo Aluísio.

A Caçada

Título no Brasil: A Caçada
Título Original: Fled
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Kevin Hooks
Roteiro: Preston A. Whitmore II
Elenco: Laurence Fishburne, Stephen Baldwin, Will Patton

Sinopse:
Durante um expediente de trabalho forçado de um grupo de condenados de uma prisão de segurança no interior dos Estados Unidos, um pequeno trio de prisioneiros consegue fugir após uma distração dos guardas. A partir daí eles passam a ser perseguidos pelos policiais, numa verdadeira caçada humana. 

Comentários:
Tinha tudo para ser um filmão. Uma direção segura e eficiente, um bom elenco e uma daquelas histórias que sempre funcionam no cinema. Só que apesar de ter todos esses elementos reunidos o filme não consegue funcionar direito! Eu acredito que o que menos funciona no filme é essa dupla de prisioneiros que passam a ser caçados em uma vasta área florestal. Nada errado com Laurence Fishburne pois ele sempre foi um bom ator, sendo na pior das hipóteses correto em cena. O problema ao meu ver vem com esse Stephen Baldwin. Nunca consegui gostar desse elemento, sendo que sempre o achei o pior membro da família Baldwin. E nos anos 90 Hollywood tentou muito transformar ele em astro, mas como era muito sem carisma, ficou pelo meio do caminho mesmo. Enfim, um filme de mediano para ruim, mas que tinha potencial para ser pelo menos um bom filme. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Wyatt Earp e a Guerra dos Cowboys

Título no Brasil: Wyatt Earp e a Guerra dos Cowboys
Título Original: Wyatt Earp and the Cowboy War
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Patrick Reams
Roteiro: Stephen David, Henry Fitzherbert
Elenco: Ed Harris, Tim Fellingham, Edward Franklin

Sinopse:
Esse documentário histórico conta a verdadeira história dos irmãos Earp e sua rivalidade com a quadrilha dos cowboys na cidade de Tombstone no século XIX. Os criminosos liderados por Ike Clanton promoviam uma série de assaltos a diligências e outros crimes, muitas vezes acobertados pelas autoridades daquela região. 

Comentários:
Muito bom! Só que vale a explicação inicial de que você deve assistir por aquilo que essa minissérie é, e não por aquilo que muitos esperavam encontrar. O que temos aqui é um documentário histórico, com a voz dos especialistas nessa história, tudo intercalado por cenas com atores. Não é um filme de faroeste do tipo convencional como muitos estavam esperando. E o curioso de tudo é que esse documentário serve para explicar, baseado nos fatos históricos, como tudo realmente aconteceu. E ele parte do momento em que a grande maioria dos filmes clássicos terminavam, ou seja, no duelo no OK Curral em Tombstone. Nos filmes esse era o final, o clímax definitivo. Mal sabem que de forma em geral aquilo foi apenas o estopim de mais uma série de crimes e acertos de contas com todos os envolvidos. Muito sangue ainda correu pela história real. De qualquer maneira, mesmo deixando meus elogios, faço uma ressalva final. A história de Doc Holiday não foi devidamente mostrada e explorada. Nada é falado, por exemplo, de sua rivalidade com Johnny Ringo! Ringo inclusive fazia parte da quadrilha dos cowboys! Enfim, um documentário muito bom, embora tenha lá duas lacunas. 

Pablo Aluísio.

Por um Caixão Cheio de Dólares

Título no Brasil: Por um Caixão Cheio de Dólares
Título Original: Per Una Bara Piena di Dollari
Ano de Produção: 1971
País: Itália, Espanha
Estúdio: Elektra Film
Direção: Demofilo Fidani
Roteiro: Demofilo Fidani, Tonino Ricci
Elenco: Klaus Kinski, Jack Betts, Gordon Mitchell, Ray Saunders

Sinopse:
Veterano da Guerra Civil volta para casa depois de muitos anos de luta no campo de batalha. Quando chega em sua fazenda encontra toda a sua família morta e a propriedade completamente destruída. Não tarda para que, armado até os dentes, ele parta para uma vingança contra todos aqueles que cometeram aquele crime horrendo.

Comentários:
Western Spaghetti que aposta na estranha figura do ator Klaus Kinski. Com cabelos loiros longos e despenteados ao vento, cara de sociopata e olhos esbugalhados, sua figura se mostrava ideal para o estilo mais cru do faroeste italiano. Aqui o próprio diretor Demofilo Fidani usou o nome artístico de Miles Deem para assinar a produção. É um filme extremamente violento e seco. Como foi realizado no começo dos anos 70 já não havia a preocupação de amenizar as cenas mais violentas, e como o próprio cinema italiano estava passando por uma fase de realismo a coisa toda desanda logo para o festival de sangue e tripas típicas dessas produções mais hardcore. No final tudo não passa de mera desculpa para tiroteios e duelos dos mais diversos que você possa imaginar. Se você gosta de faroeste Spaghetti pode ser uma opção interessante.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Espantalho

Título no Brasil: Espantalho
Título Original: Scarecrow
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Jerry Schatzberg
Roteiro: Garry Michael White
Elenco: Gene Hackman, Al Pacino, Dorothy Tristan, Ann Wedgeworth, Richard Lynch, Eileen Brennan

Sinopse:
Dois homens, perfeitos estranhos entre si, se conhecem numa estrada poeirenta do meio oeste dos Estados Unidos. São andarilhos, em busca de uma carona que os levem até a cidade mais próxima. No fundo estão mesmo fugindo de seus passados, das decisões erradas que tomaram em relação às suas vidas. 

Comentários:
Gene Hackman e Al Pacino, dois grandes atores, interpretam esses personagens que no fundo são pessoas perdidas na vida. O personagem de Hackman acabou de sair da prisão onde cumpriu pena por seis anos. Ele planeja abrir um car wash quando chegar na cidade de Chicago, mas seus planos parecem ser apenas sonhos, sem realidade concreta. É um homem desesperado, sem rumo, que cria planos nas nuvens. Já Pacino também interpreta um homem que fez as escolhas erradas. Ele abandonou sua esposa e seu filho, um garotinho, e agora quer voltar para casa... só que como era de se esperar, ele não seria mais bem vindo nela. O tema do filme é justamente esse, a das escolhas erradas, dos caminhos sem lugar de chegada, sem rumo e destino certos, do eterno vagar pelas estradas perdidas sem chegar a lugar nenhum. Um dos bons filmes da carreira desses dois grandes nomes do cinema norte-americano. A vida para algumas pessoas é mesmo tentar consertar os erros do passado, só que muitas vezes essas escolhas levam a caminhos sem volta, como no caso dos dois personagens centrais desse filme. Em suma, uma bela crônica sobre o passado e o destino, sem futuro promissor algum pela frente. 

Pablo Aluísio.

Sangue Rebelde

Título no Brasil: Sangue Rebelde
Título Original: Captain Lightfoot
Ano de Lançamento: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Douglas Sirk
Roteiro: W.R. Burnett, Oscar Brodney
Elenco: Rock Hudson, Barbara Rush, Jeff Morrow

Sinopse:
Em 1815, Michael Martin, membro de uma sociedade revolucionária irlandesa, transforma-se em salteador de estrada para apoiá-la e é forçado a fugir para a ilegalidade. Em Dublin, ele conhece o famoso rebelde "Capitão Thunderbolt" e se torna seu segundo em comando, "Lightfoot". 'Esta é uma vida perigosa, com capturas, traidores, resgates e romance.

Comentários:
Eu sempre gostei muito do Rock Hudson e seus filmes. Ele foi mesmo um galã à moda antiga, daqueles que pareciam bem heroicos na tela. Ele tinha a imagem ideal, certa para isso. Só que nesse filme seu personagem me soou muito bobo, um tolo completo. Além disso essa coisa de folclore irlandês não faz muito sentido nos dias de hoje. Provavelmente era alguma história de pub que os irlandeses contavam quando estavam mortos de bêbados. Não tem muita graça fora desse contexto de bebedeiras. Acredito inclusive que os irlandeses dos dias atuais nem conhecem esse tipo de coisa. Então foi sim uma bola fora do Rock Hudson em suas filmografia. É um tipo de humor que não existe mais nos dias de  hoje. Se já era bem sem graça naqueles tempos, imagine hoje em dia...

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de setembro de 2024

Sugar Baby

Título no Brasil: Sugar Baby
Título Original: Youtopia
Ano de Lançamento: 2018
País: Itália
Estúdio: Martha Production
Direção: Berardo Carboni
Roteiro: Marco Antonio Berardi, Berardo Carboni
Elenco: Donatella Finocchiaro, Alessandro Haber, Matilda De Angelis, Pamela Villoresi

Sinopse:
Um homem bem situado, dono de uma farmácia bem sucedida, com mais de 65 anos, decide comprar a virgindade de uma jovem pela deep web. Ele sempre gostou de sair com garotas de programa e agora não resistiu a essa proposta de tirar a virgindade de uma garota que mora em Roma. O valor acaba saindo por 35 mil Euros, mas as coisas não vão sair exatamente do jeito que ele esperava. 

Comentários:
Há um erro no título nacional desse filme. Não se trata da história de uma sugar baby. Essa relação envolvendo Sugar Baby e Sugar Dad tem um certo período de tempo. O velho rico banca a jovem garota por meses, algumas vezes por anos. Em troca do dinheiro, ela tem uma suposta relação amorosa com ele! No caso desse filme não tem nada disso. É apenas um homem mais velho que compra a virgindade de uma jovem garota na deep web. Ela está desempregada, com risco de ser despejada de seu apartamento junto com a mãe e a avó doente. Na base do desespero ela faz esse leilão virtual de sua virgindade. E no fundo ela ainda tem uma mentalidade de adolescente pois passa o dia inteiro jogando um desses games de vida virtual pela net. E acaba também se apaixonando por outro jogador. Só que esse mundo da fantasia se choca com a realidade da vida, a falta de grana, de uma saída para a situação em que ela vive. E o pior é que o velho que compra sua virgindade é um tipo bem rude com as garotas de programa com quem sai. Não tem respeito nenhum por essas mulheres. Bem complicado. O filme é bom, eu gostei e seu final vai chocar muita gente. Eu fiquei particularmente surpreso com seu desfecho. Enfim, temos aqui um bom exemplo do cinema italiano da atualidade. Vale a pena conferir. 

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de setembro de 2024

The Beatles - Help! - Parte 4

Os Beatles sempre deixavam espaço para George Harrison contribuir com uma ou duas canções nessa fase inicial do grupo. Nesse álbum "Help!" George trouxe "You Like Me Too Much". A música tem uma introdução de órgão que causa surpresa, parece mais um velho arranjo para algum velho filme de faroeste. O resto da música, ainda bem, segue em um ritmo totalmente diferente, com John nos teclados, solando por toda a faixa. Com voz dobrada também podemos perceber como Harrison havia melhorado como vocalista. Nem parecia aquele cantor tímido dos primeiros discos dos Beatles.

E por falar em bons vocais, John Lennon está muito bem na bela balada "You're Going to Lose That Girl". Um som acústico, valorizando mais o violão do que guitarras, que nessa época formavam a identidade musical dos Beatles. A letra, composta por Lennon, é um diálogo franco. Um amigo diz ao outro que ele deve cuidar melhor de sua garota, pois caso contrário vai perdê-la, talvez até para ele mesmo. Dica de um jovem para outro. Se cuida meu amigo!

"Another Girl"  é puro Paul McCartney que compôs a faixa, com breve anotações de Lennon. Ele também lidera os vocais. Outro dia assisti a um show recente de Paul e pude perceber que por causa da idade ele tem perdido parte de sua voz. Algo natural de acontecer. Nesse faixa, com Paul jovem e cheio de energia, podemos notar como tudo mudou com o passar dos anos. Curiosamente Paul a escreveu quando estava na Tunísia, curtindo férias.

"Tell Me What You See" traz vocais dobrados de Paul e John. Outra boa balada do disco. Os Beatles, de maneira em geral, trouxeram uma excelente sonoridade para esse álbum, caprichando nos arranjos mais bem elaborados. Da primeira fase do grupo desse disco pode ser considerado um dos mais bem arranjados. Algo que podemos perceber também em "I've Just Seen a Face" com lindo arranjo de solos de violão em sua introdução. A música cantada por Paul também soa como um bom country music. O feeling é puro Nashville. A letra foi feita também para Jane Asher. O namoro de Paul com ela também tinha suas pequenas histórias, de como eles se conheceram, etc. Algo que Paul transformava em música para o disco dos Beatles. Sem dúvida um bom momento desse álbum.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Ferrari

Título no Brasil: Ferrari
Título Original: Ferrari
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Forward Pass
Direção: Michael Mann
Roteiro: Troy Kennedy Martin, Brock Yates
Elenco: Adam Driver, Penélope Cruz, Shailene Woodley, Patrick Dempsey, Derek Hill, Gabriel Leone

Sinopse:
O filme é uma crônica de um momento da vida do magnata Enzo Ferrari (interpretado pelo ator Adam Driver). Enquanto na vida pessoal ele passava por vários problemas, em especial a descoberta por parte de sua esposa de que ele tinha uma outra família escondida, com outra mulher e um garotinho, filho dele, o industrial também enfrentava o desafio de vencer uma das corridas mais importantes do continente europeu. 

Comentários:
Enzo Ferrari amava as corridas. Eles costumava dizer que a Ferrari só existia para produzir bons carros esportivos para vencer nos principais grandes prêmios da Europa. A história desse filme se passa em 1957. Ele enfrentava naquela fase de sua vida a dor pela perda do filho. Mas o pior ainda estava por vir, quando sua esposa, uma italiana de sangue quente, havia descoberta toda a sua infidelidade. Ferrari não apenas tinha uma segunda mulher, mas também escondia há anos que havia um filho fora do casamento. Um caos completo em sua vida pessoal. Enquanto ia tentando levar a vida conturbada, ele se empenhava nas pistas de corrida. E esse é o grande mérito desse filme ao trazer aquelas antigas máquinas e o clima que cercava esses grandes circuitos de alta velocidade. Em um tempo onde o automobilismo ainda era pioneiro, não eram poucos os acidentes que terminavam com a morte dos pilotos. Só que nem isso impedia Ferrari de seguir em frente. Cinco de seus carros de corrida da época foram reconstruídos para esse filme. Todos produzidos pela própria Ferrari. Então temos mesmo no final das contas um ótimo filme. Tanto vale para quem aprecia história como esportes. Ficou realmente nota 10. Não deixe de assistir. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

O Dossiê Pelicano

Título no Brasil: O Dossiê Pelicano
Título Original: The Pelican Brief
Ano de Lançamento: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Alan J. Pakula
Roteiro: John Grisham, Alan J. Pakula
Elenco: Julia Roberts, Denzel Washington, Sam Shepard, Stanley Tucci, John Lithgow, John Heard

Sinopse:
Darby Shaw (Roberts), uma jovem estudante de Direito, une forças a um jornalista investigativo chamado Gray Grantham (Washington) para descobir o mistério envolvendo a morte de dois juízes. E aos poucos vai se tecendo uma teia complexa, envolvendo figurões do governo federal dos Estados Unidos. 

Comentários:
Com roteiro baseado em mais um best-seller escrito por John Grisham, esse filme se enquadra bem no que os grandes estúdios de Hollywood investiam na década de 1990. Esses filmes que podemos definir como thrillers políticos eram bem populares naquela década. Uma pena que hoje em dia não vejamos mais filmes como esse chegando nas telas de cinema. O filme fez um belo sucesso e elevou ainda mais as carreiras da atriz Julia Roberts (embalada pelo sucesso de "Uma Linda Mulher") e Denzel Washington (que estava prestes a se tornar um astro em Hollywood). Curiosamente a crítica da época não gostou do desempenho de Roberts. Muitos críticos afirmaram que ela ficou na sombra de Denzel Washington, esse sim em grande desempenho. A direção ficou com o veterano Alan J. Pakula, especialista nesse tipo de filme. Para um cineasta que havia dirigido obras como "Todos os Homens do Presidente", "A Trama" e "Acima de Qualquer Suspeita" ele mostrava mais uma vez que ainda estava em grande forma. 

Pablo Aluísio.

Marlon Brando

Marlon Brando 
Estou lançando esse primeiro livro do nosso blog. O tema é a carreira e os filmes do ator Marlon Brando. Será o primeiro de vários livros contando a história de Hollywood, formando uma coleção. Assim ampliamos o alcance de nosso trabalho. Essa primeira coleção será sobre grandes nomes do cinema clássico em sua era de ouro. Os primeiros volumes terão além de Marlon Brando, Marilyn Monroe, James Dean e Elvis Presley (focando em sua carreira no cinema). 

Esse primeiro livro conta a história da vida e da obra do ator Marlon Brando. Todos os seus filmes são analisados de forma detalhada. A filmografia completa está em suas páginas, em ordem cronológica. Além disso o livro traz vários artigos, textos e curiosidades sobre esse grande mito da história do cinema americano e da Hollywood em sua fase de ouro. 

Então deixamos o convite para adquirir o livro. Ao comprá-lo o leitor estará levando informação de qualidade para casa, além de ajudar na manutenção do nosso trabalho aqui no blog. Para adquirir o novo livro basta clicar nos links abaixo, para comprar o livro no site da própria editora ou na Amazon. 



Pablo Aluísio. 

Re-Animator - A Hora dos Mortos Vivos

Título no Brasil: Re-Animator - A Hora dos Mortos Vivos
Título Original: Re-Animator
Ano de Lançamento: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Empire Pictures
Direção: Stuart Gordon
Roteiro: Dennis Paoli
Elenco: Jeffrey Combs, Bruce Abbott, Barbara Crampton

Sinopse:
Um estudante de medicina muito inteligente acredita que achou o soro que vai ressuscitar tecidos e organismos mortos. Ele começa testando a nova substância em gatos e animais de pequeno porte, mas não demora muito e começa a fazer suas experiências em seres humanos. Uma péssima e sangrenta ideia como ele logo vai descobrir! 

Comentários:
Eu vivi intensamente os anos 80 em relação a filmes. Ia nas locadoras, alugava filmes toda semana. Curiosamente conhecia muito esse filme, mas nunca o havia assistido. Nem quando passou na TV. Acredito que havia centenas de outros filmes melhores para ver. Na semana passada finalmente uma cópia caiu em minhas mãos e decidi finalmente ver pela primeira vez. É puro trash dos anos 80, mas me entenda bem, é um trash até bem feitinho, daqueles bem coloridos para salientar o sangue todo jorrando na tela. A história é pífia, mais um daqueles enredos baseados (copiados) da obra de Mary Shelley. Nada de novo. E como se trata de uma fitinha de horror dos anos 80 a sutileza também foi jogada pela janela, com muitas cenas sem noção. E obviamente também tinha sua dose de erotismo suave, com a mocinha aparecendo nua. Se não fosse assim não seria um autêntico terror de locadora VHS dos anos 80. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

O Imperador do Norte

Título no Brasil: O Imperador do Norte
Título Original: Emperor of the North Pole
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert Aldrich
Roteiro: Christopher Knopf, Jack London
Elenco: Lee Marvin, Ernest Borgnine, Keith Carradine, Charles Tyner, Malcolm Atterbury, Simon Oakland

Sinopse:
Durante a grande depressão econômica dos Estados Unidos na década de 1930, um guarda ferroviário está decidido a não deixar nenhum "vagabundo" viajar de graça no trem onde trabalha. Para isso ele está disposto a usar de tudo, inclusive de violência letal. Então surge um homem que vive nas estradas de ferro disposto a mostrar a ele que há quem o desafie naquele mundo de violência extrema. 

Comentários:
Filme muito bom que explora um dos capítulos menos comentados da grande depressão. Naqueles tempos muitos homens pobres e desempregados ganhavam suas vidas nas estradas de ferro. Eles viajavam de cidade em cidade de forma clandestina nos trens que passavam. E havia guardas ferroviários especializados em colocar todas essas pessoas para fora dos trens, o que causava uma grande tensão entre esses dois grupos. Quem interpreta o guarda violento e obstinado nesse filme é Ernest Borgnine. Ele dá vida a esse sujeito simplesmente rude, brutal e asqueroso. Logo no começo do filme mata um pobre homem que pulou para dentro do trem em movimento. Diante de toda essa violência acaba surgindo seu rival nas estradas de ferro, um tipo durão interpretado por Lee Marvin. Ele está decidido a pegar o guarda ferroviário por causa de sua truculência. Auto intitulado como o "O vagabundo número 1 da América" ele parte para o confronte com o trem em movimento! Completa o trio principal de personagens um viajante mais jovem, mas cheio de marra, que gosta de exagerar seus próprios feitos. Esse personagem ganha vida com o ator Keith Carradine. Então é isso. Um filme muito bom, mostrando um lado da depressão americana que poucos conhecem. 

Pablo Aluísio.

Rota Suicida

Título no Brasil: Rota Suicida
Título Original: The Gauntlet
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Michael Butler, Dennis Shryack
Elenco: Clint Eastwood, Sondra Locke, Pat Hingle

Sinopse:
Ben Shockley (Clint Eastwood) é um policial designado a trazer de Las Vegas uma testemunha para um julgamento que muito provavelmente não vai dar em nada. Ela é Gus Mally (Sondra Locke), uma prostituta bonita e extremamente teimosa que está sendo caçada pelos bandidos que ela delatou. Mas a polícia misteriosamente começa a querer matá-los também, mostrando que a coisa não é tão simples. Shockley porém está decidido a cumprir sua missão.

Comentários:
Simples e direto. Esta é a fórmula eficaz de um bom filme de ação proporcionado pelo talento de Eastwood. Se ele ainda não tinha toda a perícia que demonstra nos filmes atuais, já provava ser capaz de conduzir perfeitamente seus filmes, valorizando um belo trabalho de ritmo e edição. Fazendo o típico policial durão que soa como uma variação de Dirty Harry, Clintão cumpre o que promete: fornecer muita adrenalina e diversão. E fora que tem aquele clima setentista, do melhor período do cinema americano. A sequência final com o ônibus virando peneira de tantas balas é memorável. Além disso, em uma época anterior ao boom dos filmes de ação, que iria acontecer nos anos 80, o ator e diretor segurava a tocha do gênero. O filme é muito eficiente, com excelentes cenas de ação e espetaculares sequências, algumas delas não envelheceram em absolutamente nada. Maior prova da competência de Eastwood não poderia existir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

O Cavaleiro Alado

Título no Brasil: O Cavaleiro Alado
Título Original: The Miracle Rider
Ano de Produção: 1935
País: Estados Unidos
Estúdio: Mascot Pictures
Direção: B. Reeves Eason, Armand Schaefer
Roteiro: Barney A. Sarecky, Wellyn Totman
Elenco: Tom Mix, Charles Middleton, Joan Gale

Sinopse:
Após ver seu próprio pai ser morto de forma covarde por foras-da-lei e bandidos sanguinários, o veterano cowboy Tom Morgan (Tom Mix) decide dedicar sua vida ao combate ao crime. Ele entra para o famoso grupo Texas Rangers e começa a enfrentar a bandidagem que se alastra em sua região. Sua primeira missão é encontrar e prender a temida gangue de criminosos liderados por Zaroff (Charles Middleton) que está contrabandeando minerais preciosos roubados de uma mina localizada em terras indígenas.

Comentários:
Mais um sucesso com o astro Tom Mix. Por essa época Mix já pensava em abandonar as telas, afinal de contas já estava milionário e, considerado um veterano, não conseguia mais manter o velho vigor físico nas cenas mais perigosas (Mix sempre dispensava dublês e dizia que em respeito ao seu público ele mesmo realizava as tomadas mais perigosas). Na época de realização dessa produção Tom Mix recebeu um dos maiores cachês da história de Hollywood mas deixou claro que isso seria uma exceção pois ele estava de fato pendurando as esporas (algo que realmente se cumpriu pois só faria mais um filme de despedida e mesmo assim apenas cinco anos depois). O set de filmagens foi conturbado. Mix brigou com o diretor B. Reeves Eason e esse foi demitido. O cineasta queria modificar aspectos do roteiro e Tom Mix não aceitou. Da desavença surgiu sua demissão. Em seu lugar o ator colocou um amigo pessoal, Armand Schaefer, que terminou o filme tal como ele queria. O filme foi sucesso assim que chegou nas telas mostrando que a velha estrela do astro ainda brilhava. Revisto hoje em dia, com Mix e seu famoso enorme chapéu branco, o que temos é um bang bang da velha escola. Não há espaço para ambiguidades, os mocinhos são 100% íntegros, honestos e puros e os vilões são pessoas sem um pingo de bondade em suas almas. Como se pode perceber o desenvolvimento melhor dos aspectos psicológicos dos personagens ainda demoraria a chegar nas telas. Reflexos de um tempo, certamente. No geral tudo ainda soa bem divertido e ágil. Tom Mix sabia que não fazia arte mas entretenimento em sua mais pura concepção. Melhor para o público que sempre se divertia bastante nas matinês. 

Pablo Aluísio.

Quando os Brutos se Defrontam

Título no Brasil: Quando os Brutos se Defrontam
Título Original: Faccia a faccia
Ano de Produção: 1967
País: Itália, Espanha
Estúdio: Arturo González Producciones
Direção: Sergio Sollima
Roteiro: Sergio Donati
Elenco: Tomas Milian, Gian Maria Volonté, William Berger

Sinopse:
Brad Fletcher (Gian Maria Volonté) é um pacato professor de história, que dedicou toda a sua vida para estudar e ensinar,que casualmente vem a conhecer um bandoleiro e pistoleiro que acaba chamando sua atenção. Inspirado pela vida cheia de histórias fantásticas e aventuras dele, o professor decide ele próprio seguir os passos do fora da lei, se tornando também um rei do gatilho.

Comentários:
Mais um Spaghetti Western muito bem visto pela crítica. Aqui temos o talento do subestimado ator Gian Maria Volonté. Ele interpreta esse professor inglês que sofrendo de tuberculose procura por uma região de clima mais adequado para sua doença e acaba indo parar no oeste, onde encontra todos aqueles tipos que povoavam a mitologia do western americano. Lá sua vida acaba sofrendo uma reviravolta completamente inesperada. Um crítico americano escreveu no lançamento do filme nos Estados Unidos que essa obra era uma "glorificação do lado escuro da alma humana". Eu não chegaria a tanto, mas reconheço os inegáveis méritos de um faroeste italiano que procura ser algo mais do que apenas um festival de tiroteios entre mocinhos e bandidos. Antes de encerrar a resenha é bom salientar que a trilha sonora é do mestre Ennio Morricone, o que já garante a metade da qualidade do filme como um todo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Chaga de Fogo

Título no Brasil: Chaga de Fogo
Título Original: Detective Story
Ano de Lançamento: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: William Wyler
Roteiro: Philip Yordan, Robert Wyler
Elenco: Kirk Douglas, Eleanor Parker, William Bendix, Cathy O'Donnell, George Macready, Horace McMahon

Sinopse:
O filme mostra um dia de trabalho na vida de um investigador de uma delegacia de polícia em Nova Iorque. Ao longo do dia ele precisa lidar com uma série de criminosos diversos. O jovem que roubou do próprio patrão para gastar com sua namorada fútil. O médico rico e renomado que fazia abortos. Uma dupla de arrombadores de apartamentos e até mesmo uma garota, pega no flagra, roubando uma loja de departamentos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor direção e melhor roteiro. 

Comentários:
Um bom clássico da carreira do ator Kirk Douglas. A primeira coisa que me chamou a atenção foram as longas tomadas de cena. Como a história se passa toda dentro de uma delegacia de polícia os eventos vão acontecendo ao mesmo tempo e praticamente não há cortes de edição. Quase um teatro filmado. Mostra bem como o elenco era bom, mesmo em grandes sequências eles não perdiam o fio da meada e nem esqueciam os extensos diálogos. Como destaque e não poderia ser diferente, temos um talentoso Kirk Douglas. Ele interpreta um daqueles detetives durões dos filmes antigos. O tempo todo ele precisa ser parado por seu superior pois sua vontade seria a de acertar socos certeiros na cara de todos aqueles criminosos que pegou. E no final ele acaba descobrindo que sua própria esposa estaria envolvida nos crimes de um médico de uma clínica clandestina de aborto. O detalhe cruel é que ele nem sabia disso e o filho era de outro homem! Claro que sua casa cai depois disso. Um filme realmente muito bom, valorizado pelo final trágico que surpreendeu muita gente na época. Mesmo com todo o moralismo machista da época, o filme ainda se sustenta muito bem nos dias de hoje! 

Pablo Aluísio.

Os Irmãos Corsos

Título no Brasil: Os Irmãos Corsos
Título Original: The Corsican Brothers
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Edward Small Productions
Direção: Gregory Ratoff
Roteiro: George Bruce
Elenco: Douglas Fairbanks Jr., Ruth Warrick, Akim Tamiroff, J. Carrol Naish, H.B. Warner, John Emery

Sinopse:
Baseado na obra escrita pelo romancista Alexandre Dumas, o filme conta a história de dois irmãos. Após a morte dos pais eles são separados. Um se torna cavalheiro em Paris. O outro um bandoleiro das montanhas. O destino os unirá novamente, só que de lados opostos.

Comentários:
Tantos filmes foram feitos baseados nos livros de aventuras escritos por Alexandre Dumas. Só que esse enredo, tão bom e divertido, não me lembro de ter visto em produções mais modernas. Minha única referência vem mesmo desse clássico dos anos 1940. O filme, cheio de lutas de capas e espadas, traições e reencontros dramáticos entre os personagens, tem como principal destaque no elenco a presença do ator Douglas Fairbanks Jr. Quando o filme foi lançado esse veterano galã já estava prestes a se aposentar. Ele era um pioneiro, tendo estreado no cinema ainda nos tempos dos filmes mudos. Inclusive um de seus grandes amigos em Hollywood era o comediante Charles Chaplin. Alto, de porte atlético e em termos de atuação apenas um ator mediano, ele conseguiu sobreviver às mudanças promovidas pela chegada do cinema falado. Aqui temos uma de suas últimas atuações. Dentro desse tipo de filme é inegável que ele conseguia se sair muito bem.

Pablo Aluísio.