Eu sempre gostei de "It's Only Love". Pena que John Lennon não apreciava e ele tinha composto a faixa. Lennon considerava a letra muito fraca. O tema mostrava um sujeito tímido e apaixonado que ficava feliz apenas em ver a amada passar ao seu lado. Um caso exemplar de amor platônico. Anos depois John diria que havia composto essa música romântica apenas para completar o lado B do álbum "Help!". Paul McCartney, por outro lado, defendeu "It's Only Love", dizendo que era uma boa canção pop e que os Beatles na época não faziam literatura, mas apenas boas músicas populares.
A música "I Need You" foi composta por George Harrison. Também é cantada por ele nessa versão oficial do disco. Uma canção simples, mas bem arranjada e executada. George, como era de se esperar, colocou a guitarra em evidência em toda a música e isso acabou se tornando a maior característica dessa faixa. Já era um sinal do potencial do músico, algo que só iria crescer nos anos que viriam. Esse ainda não era o George Harrison de "Here Comes The Sun" ou "Something", mas já demonstrava que estava no caminho certo.
"Ticket to Ride" foi um dos grandes hits desse disco, uma das músicas mais tocadas nas rádios na época de lançamento original do LP. Há muitas histórias envolvendo o real significado dessa letra, desde as mais pueris, até mesmo as mais, digamos, picantes, onde os Beatles estariam falando na verdade dos clubes noturnos de Hamburgo, na Alemanha, quando eles passaram por aquele país. Qual seria a versão verdadeira? Isso se perdeu nas areias do tempo. É uma letra que pode ter vários significados diferentes, como era bem ao gosto de John Lennon quando escrevia suas composições.
"Act Naturally" não foi composta pelos Beatles, mas sim pela dupla formada por Johnny Russell e Voni Morrison. É uma música country, muito agradável aos ouvidos, escolhida especialmente para o timbre vocal de Ringo Starr. Na década de 1970 John Lennon iria dar algumas declarações indelicadas em relação ao Ringo, dizendo que ele não era o maior cantor do mundo. Bom, Lennon poderia passar sem essa, afinal para que atacar o companheiro de banda, não é mesmo? De qualquer forma Ringo passou por cima de tudo isso e aqui soa perfeito em meu ponto de vista. A música é simples, mas igualmente um dos bons momentos do disco.
Pablo Aluísio.
Páginas
▼
sábado, 31 de agosto de 2024
sexta-feira, 30 de agosto de 2024
Com Quem Será?
Título Original: Destination Wedding
Ano de Lançamento: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Elevated Films
Direção: Victor Levin
Roteiro: Victor Levin
Elenco: Keanu Reeves, Winona Ryder, DJ Dallenbach
Sinopse:
Frank (Keanu Reeves) e Lindsey (Winona Ryder) se conhecem enquanto viajam para a mesma festa de casamento. Ele é o irmão do noivo. Ela é a ex-namorada dele. Inicialmente eles tratam tudo com extrema ironia e cinismo, só que aos poucos vão se atraindo, afinal ambos possuem muito em comum, inclusive a mesma visão do mundo.
Comentários:
Filme simpático e simples que tenta a todo tempo não cair na vala comum dos filmes românticos. Aliás o roteiro tenta mesmo se dissociar desse tipo de história de amor mais convencional. Entretanto, temos que admitir, que fugir de certos clichês desse tipo de filme é simplesmente impossível. Por exemplo, todo mundo sabe que aqueles dois cínicos vão acabar se apaixonando! Isso é um clichê, obviamente. A despeito disso é um bom filme. Tem ótimos diálogos entre os dois. E isso é ao mesmo tempo uma qualidade e um defeito. Qualidade porque as falas do casal passam longe do banal. Defeito porque ninguém fala daquele jeito no dia a dia. Ficou um pouco teatral demais, o roteirista aparece em cena, na boca dos atores, por causa disso. Ficamos com uma sensação estranha por causa disso. De qualquer maneira, entre mortos e feridos, problemas e boas saídas, eu ainda deixo a recomendação desse filme romântico (um tanto) diferente!
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Entrevista com o Demônio
Título Original: Late Night with the Devil
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Future Pictures
Direção: Cameron Cairnes, Colin Cairnes
Roteiro: Cameron Cairnes, Colin Cairnes
Elenco: David Dastmalchian, Laura Gordon, Ian Bliss, Fayssal Bazzi, Ingrid Torelli, Georgina Haig
Sinopse:
Um apresentador de TV, de um programa de entrevistas e auditório, está prestes a receber o cartão vermelho de sua emissora. A queda de audiência e a forte concorrência o faz apelar. Ele decide então levar para seu programa um grupo de pessoas que estudam e vivem a paranormalidade. Nesse grupo se encontra um especialista em truques e charlatanismo, um médium dado a espetáculos e uma jovem garota que supostamente estaria possuída pelo demônio. E todas essas pessoas juntas em um mesmo programa logo vai se revelar ser uma péssima ideia! E tudo sendo transmitido ao vivo para todo o país!
Comentários:
Muitas pessoas dizem que não há mais espaço para ideias novas em se tratando de filmes de terror. Eu penso justamente o contrário. Sempre haverá espaço para boas ideias nesse gênero cinematográfico. E uma prova disso vemos nesse novo filme. Antes de tudo achei ótima a ideia de se contar uma história que se passa toda em um programa de auditório e entrevistas nos anos 70. Aquela breguice toda, aqueles figurinos cafonas. A direção de arte desse filme é realmente digna de aplausos. Mas não é só isso. O espectador é colocado numa situação bem peculiar. Você se sente como se estivesse vendo uma velha fita surrada VHS que sobreviveu ao tempo, mostrando esse antigo programa e de quebra também seus bastidores mais do que caóticos. Eu achei tudo muito original e muito bem escrito. O roteiro não é boboca, longe disso, inova muito no desenvolvimento dos personagens. E quando o tal demônio finalmente surge isso tem menor importância porque o jogo já estava ganho. Esse filme dá de goleada mesmo em vários critérios, como originalidade e inovação. Entra fácil na minha lista de melhores filmes de terror desse ano!
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 28 de agosto de 2024
A Batalha de Midway
Título Original: Midway
Ano de Lançamento: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: The Mirisch Corporation
Direção: Jack Smight
Roteiro: Donald S. Sanford
Elenco: Charlton Heston, Henry Fonda, Glenn Ford, Robert Mitchum, Toshirô Mifune, James Coburn, Robert Wagner, Pat Morita, Erik Estrada, Tom Selleck
Sinopse:
Após o ataque japonês a Pearl Harbor, a Marinha dos Estados Unidos tenta se recuperar da mais devastadora derrota da Armada na Segunda Guerra Mundial. Os almirantes americanos então colocam em prática o plano de destruir os principais navios de guerra do Japão, que rumam em direção a ilha de Midway, ponto estratégico para os interesses japoneses naquela região.
Comentários:
A companhia cinematográfica Mirisch não tinha o dinheiro e a estrutura dos grandes estúdios de Hollywood. Então quando anunciaram que iriam fazer um filme sobre a batalha de Midway muitos desconfiaram que não iriam conseguir produzir um filme como esse. Só que eles conseguiram! O segredo estava todo na sala de edição da companhia. Eles tiveram acesso a filmagens reais da II Guerra Mundial. Então conseguiram editar essas cenas reais com cenas filmadas em estúdio. Outro segredo deles foi contratar uma série de atores veteranos de Hollywood em seus bons tempos para o elenco. Juntando tudo isso fizeram um filme muito bom! É realmente bem coeso, com roteiro bem montado, inclusive do ponto de vista histórico. Tirando alguns poucos personagens de ficção, o que resta na tela é a recriação fidedigna do que aconteceu na guerra. Essa batalha aliás foi decisiva para a Marinha dos EUA. Caso a perdesse, tudo teria sido perdido na luta pelo controle do Oceano Pacífico. Enfim, além de ser um bom filme aqui temos também uma boa aula de história para quem se interessa por esse grande conflito mundial.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 27 de agosto de 2024
O Ouro de Mackenna
Título Original: Mackenna's Gold
Ano de Lançamento: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Heck Allen, Carl Foreman
Elenco: Gregory Peck, Omar Sharif, Telly Savalas, Edward G. Robinson, Eli Wallach, Burgess Meredith, Lee J. Cobb, Julie Newmar
Sinopse:
O xerife Mackenna (Peck) é feito refém no meio do deserto por um bando de criminosos liderados pelo bandoleiro mexicano John Colorado (Sharif). Ele acredita em uma velha lenda que diz que existe uma montanha de ouro em um antigo vale dominado pelos Apaches e exige que o veterano xerife o leve até lá. Dando origem a uma jornada perigosa e épica pelo meio do deserto.
Comentários:
Ao contrário do que muitos pensam o ator Gregory Peck não fez muitos filmes de western. Na realidade ele fez poucos filmes de faroeste, mas os que fez foram marcantes, por isso muito gente pensa que ele foi um astro do western. Não foi. De qualquer maneira aqui temos outro filme dele muito interessane nesse gênero cinematográfico. E o curioso é que esse western segue os padrões do gênero em suas duas partes iniciais. Ali temos a jornada pelo deserto, os ataques de nativos selvagens, tudo como manda a cartilha. Só que na terça parte final do filme temos uma aventura que chegou até mesmo a me lembrar de Indiana Jones. Pois é, quando os personagens chegam na tal montanha dourada e ela começa a desmoronar em cima deles temos nesse momento um filme legítimo de aventuras. Algo que eu desconfiava que iria acontecer logo no começo porque afinal de contas esse filme foi dirigido por J. Lee Thompson. Quem acompanhou sua carreira nos anos 80 bem sabe do que estou falando. Então é isso. Um bom filme de faroeste, com pitadas de aventura ao estilo dos antigos seriados do cinema.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 26 de agosto de 2024
Rifles para Bengala
Título Original: Bengal Brigade
Ano de Lançamento: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Laslo Benedek
Roteiro: Richard Alan Simmons, Seton I. Miller
Elenco: Rock Hudson, Arlene Dahl, Ursula Thiess, Torin Thatcher, Arnold Moss, Michael Ansara
Sinopse:
A história do filme se passa em 1857. Durante o sistema colonial, a Inglaterra dominava a Índia, tratando aquela nação como uma mera colônia do império britânico. Após uma série de revoltas, um oficial do exército, o Capitão Clayboune (Rock Hudson), tenta defender seu forte de uma série violenta de ataques promovidos pelos revolucionários indianos.
Comentários:
Há duas formas básicas de se ver esse filme. Como mera aventura em terras exóticas ele é até muito bem funcional. Esse era aliás o único objetivo do estúdio quando produziu o filme. Atrair o público para um filme de aventuras, numa guerra distante. O problema é que o contexto histórico do filme diz respeito ao colonialismo britânico. E nessa segundo forma de ver esse filme a coisa complica. De certa maneira o roteiro louva e celebra mesmo o sistema colonial, algo que nos dias de hoje (e quando o filme foi lançado) já era algo historicamente superado. Além disso o filme acabou sendo muito criticado quando chegou nas telas da Inglaterra. Os ingleses se incomodaram muito em ver um elenco de atores americanos interpretando personagens britânicos. E tudo sem muito cuidado e rigor técnico. Muito se falou sobre o fato de que os personagens, apesar de serem todos ingleses, não tinham o sotaque tão característico do povo inglês. Então o filme acabou fracassando no Reino Unido. Era algo que os britânicos realmente não iriam perdoar.
Pablo Aluísio.
domingo, 25 de agosto de 2024
Fallout
Título Original: Fallout
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Amazon Studios
Direção: Jonathan Nolan, Clare Kilner
Roteiro: Chaz Hawkins, Graham Wagner
Elenco: Ella Purnell, Aaron Moten, Walton Goggins
Sinopse:
O mundo e a humanidade foram praticamente destruídos por uma guerra nuclear ocorrida na década de 1960. Poucos seres humanos sobreviveram. Há uma camada fina de civilização entre as pessoas que vivem em abrigos nucleares que se tornaram pequenos vilarejos subterrâneas. Acima, no solo destruído do planeta, a barbárie impera e apenas os mais fortes sobrevivem.
Comentários:
Eu gostei muito dessa série. OK, eu sei que ela é baseada em um game e que a história se passa em um mundo pós-apocalíptico. Duas coisas que servem como péssimos cartões de apresentação, uma vez que são duas premissas que não pegam nada bem em séries ou filmes, mas a verdade é que tiraram mesmo leite de pedra! A coisa toda funciona muito bem, o produto final é de qualidade. No meu caso, devo admitir, o que me pegou mesmo foi essa escolha pela estética que eu gosto de chamar de vintage futurista. Sim, parece uma contradição em sues próprios termos, mas a verdade é que essa trilha sonora só com músicas das décadas de 1950 e 1960, aqueles uniformes que parecem ter saídos de "Perdidos no Espaço" (da série jurássica) e todo aquele clima antigo me soou muito original e prazeroso. Some-se a isso uma ótima galeria de personagens como o necrótico cowboy de antigos filmes de faroeste dos anos 50 e a protagonista que parece uma mocinha de velhos filmes de aventura e pronto, a receita perfeita está completa. Eu adorei, espero que você curta também. É uma das melhores coisas do streaming atual, sem favor algum!
Pablo Aluísio.
Star Wars - The Acolyte
Título Original: Star Wars - The Acolyte
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Disney
Direção: Hanelle M. Culpepper
Roteiro: Jasmyne Flournoy
Elenco: Amandla Stenberg Lee Jung-jae Dafne Keen
Sinopse:
Uma Jedi é morta em um combate de sabres de luz. Ao que tudo indica a assassina é uma jovem ex-aluna da academia Jedi Ela tem uma irmã gêmea. Ao contrário dela, essa ainda pertence ao lado bom da força, enquanto a outra irmã parece ter se entregado ao lado negro da força.
Comentários:
Mal foi lançada e ja foi cancelada! É o maior fracasso da Disney desde que assumiu a marca Star Wars. Não culpo o público que virou as costas para essa nova série. O fato inegável é que o resultado ficou ruim demais. A série é muito fraca, em todos os aspectos. Uma história boboca, muito batida, tudo contado em episódios mal estruturados e mal organizados. No meu caso o que me incomodou muito foi saber que existe todo um universo expandido de Star Wars em livros e revistas em quadrinhos, com ótimas histórias para adaptar, e a Disney parece ignorar tudo isso, apostando nessa história péssima de duas irmãs, uma boa e outra má! Até em novelas da Globo isso está mais do que saturado! Então, a verdade pura e simples é que erraram desde o começo, ja lá atrás, quando escolheram um roteiro péssimo para ser a base dessa série. Senhores executivos da Disney, pesquisem o universo expandido de Star Wars para evitar novos vexames!
Pablo Aluísio.
sábado, 24 de agosto de 2024
O Mandaloriano - Terceira Temporada
Eu gostei bastante das duas primeiras temporadas. Para falar a verdade foi a única série Star Wars que gostei mesmo, sem maiores críticas. Mas devo deixar claro que isso foi nas duas primeiras temporadas que são praticamente perfeitas. O problema é que a história deveria ter terminado por ali. A história havia fechado seu ciclo, batemos palmas para ela, mas era para terminar. Só que é aquela coisa. Como foi um grande sucesso e como a maioria das séries Star Wars estão fracassando a Disney enfiou seu modo "cara de pau" e resolveu produzir uma terceira temporada muito desnecessária.
Não é problema de produção, não é problema de elenco. É problema de roteiro, de tentar dar continuidade a uma história que já tinha terminado. A famosa enrolação. Sabe como é, o Baby Yoda é um dos brinquedos mais vendidos dos Estados Unidos e Europa hoje em dia. E o negócio da Disney também é vender produtos de série. Então tragam o soldado e o boneco de volta para mais uma temporada. Não precisava, mas o dólar fala mais alto e aí já viu. Não temos nada o que fazer a não ser perder tempo vendo essa temporada 3. E vem uma quarta temporada por aí! É a vida...
O Mandaloriano - Terceira Temporada (The Mandalorian, Estados Unidos, 2023) Direção: Rick Famuyiwa, entre outros / Roteiro: Jon Favreau, George Lucas / Elenco: Pedro Pascal, Katee Sackhoff / Sinopse: Terceira temporada dessa série Star Wars de grande sucesso. O Baby Yoda retorna para a guarda do Mandaloriano e juntos eles viajam pelo universo em novas aventuras espaciais.
Pablo Aluísio.
Chucky
Título Original: Chucky
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: NBC Universal
Direção: Samir Rehem, Jeff Renfroe
Roteiro: Don Mancini
Elenco: Zackary Arthur, Brad Dourif, Jennifer Tilly
Sinopse:
O boneco Chucky está de volta! Após vários anos desaparecido, ele é encontrado novamente, dessa vez por um jovem com problemas na escola e na família. Ele tem problemas emocionais e Chucky o convence a matar todas as pessoas que o aborrecem, o humilham e ficam em seu caminho.
Comentários:
Pois e, depois de vários filmes da franquia "Brinquedo Assassino", o boneco do cara legal, o Chucky, retorna, mas agora em formato de série. Essa primeira temporada tem coisas interessantes, mas também muitos erros. O bom é que tentaram resgatar um pouco o espírito do filme original, lá dos anos 80. O ruim é que não ignoraram todos aqueles filmes ruins, optando por continuar a história, como se todos os filmes anteriores fizessem parte também desse arco narrativo da série. Péssima ideia! São tantos filmes ruins, como a Noiva de Chucky, que trazer aquela tralha toda para a serie só a deixa mais enrolada, confusa, sem fluidez. Também não gostei muito do elenco juvenil. Tem uma turminha ali pra lá de chata. Mas enfim, certamente os fãs dos antigos filmes vão dar uma olhada, nem que sjea por mera curiosidade.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 23 de agosto de 2024
O Guarda
Título Original: The Guard
Ano de Lançamento: 2011
País: Reino Unido, Irlanda
Estúdio: Reprisal Films
Direção: John Michael McDonagh
Roteiro: John Michael McDonagh
Elenco: Brendan Gleeson, Don Cheadle, Mark Strong, Rory Keenan, Liam Cunningham, Fionnula Flanagan
Sinopse:
Gerry Boyle (Brendan Gleeson) é um policial de uma pequena cidadezinha perdida na Irlanda. Ele não tem muito o que fazer porque aquela é uma região mais do que pacata. Os crimes quase não existem. Tudo muda quando um agente do FBI chega no lugar. Ele acredita que por ali passa uma rota do crime organizado internacional especializado em tráfico de drogas.
Comentários:
Filme dos mais simpáticos. Como era de se esperar o roteiro se desenvolve a partir do choque cultural entre um guardinha turrão e casca grossa de um vilarejo da Irlanda e um policial americano do FBI, um sujeito que sempre viveu nas grandes cidades. A diferença entre eles, inclusive racial (o tira americano é negro), logo fica evidente. O velho irlandês não está nem aí para as regras do politicamente correto e por isso sempre entra em choque com seu colega policial do outro lado do Atlântico. Esse filme confirma mais uma vez o talento e o carisma do ator Brendan Gleeson. Em seus filmes ele sempre chama a atenção por interpretar tipos comuns, pessoas com que o público possa se identificar. Seja padre, policial ou trabalhador comum da classe operária, ele sempre se destaca. E isso fica ainda mais interessante porque ele passa longe de ser o tipo ideal do astro de cinema. É obeso, já passou da idade e muitas vezes interpreta personagens bem rabugentos. Talvez por isso o público europeu goste tanto dele. E eu, claro, estou do lado deles. Acho Brendan Gleeson um ótimo ator.
Pablo Aluísio.
Onde Vivem os Monstros
Título Original: Where the Wild Things Are
Ano de Lançamento: 2009
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Warner Bros
Direção: Spike Jonze
Roteiro: Spike Jonze
Elenco: Max Records, Forest Whitaker, James Gandolfini, Mark Ruffalo, Paul Dano, Pepita Emmerichs
Sinopse:
Um garotinho briga com a mãe e sai de casa, à noite. Vai parar completamente sozinho em um bosque perto de sua casa. Ele decide passar a noite por lá e acaba fazendo uma maravilhosa viagem para a terra dos monstros, onde sua imaginação não parece ter limites!
Comentários:
Resolvi assistir porque a crítica deu muitos elogios a esse filme quando ele foi lançado. Não é um filme inteiramente infantil e nem voltado para o público mais velho. Fica ali no meio termo. E por essa razão achei seu resultado meio esquisito. O diretor Spike Jonze se notabilizou por fazer filmes estranhos mesmo. O roteiro narra essa viagem na imaginação de um menino, onde ele pensa se tornar rei numa terra habitada por monstros. Até aí, tudo bem, penso que até o público infantil vai curtir. Só que existe também uma mensagem subliminar em tudo o que acontece. Os monstros não são personagens infantis como estamos acostumados. Parecem deprimidos, tentando fugir de alguma coisa. E com essa turma não poderia dar outra coisa. Achei o final bem melancólico e também piegas. Enfim, não deixou claro sua mensagem e nem tampouco divertiu totalmente as crianças. Não é, por essa razão, um filme muito indicado para os pequenos.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
Back to Black
Título Original: Back to Black
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos, Reino Unido
Estúdio: StudioCanal UK
Direção: Sam Taylor-Johnson
Roteiro: Matt Greenhalgh
Elenco: Marisa Abela, Eddie Marsan, Jack O'Connell
Sinopse:
O filme conta a história da cantora Amy Winehouse, desde seus primeiros passos em sua carreira, quando era apenas uma cantora desconhecida em Londres, passando por seus momentos de sucesso mundial, chegando até seu trágico e precoce fim, quando morreu com apenas 27 anos de idade.
Comentários:
Não me entenda mal, o filme é bom, mas preciso fazer algumas ressalvas. A personagem Amy Winehouse que surge nesse filme é apenas uma versão muito suavizada e romanceada da verdadeira Amy Winehouse. A cantora real era muito talentosa, disso ninguém tem dúvidas, mas era igualmente muito bagaceira. Ela se envolveu com um cara errado e junto a ele afundou no mundo das drogas pesadas. Ela era vista usando crack nas ruas mais conhecidas de viciados em Londres. De pés descalços, andando pelas ruas totalmente drogada, parecia mais um zumbi. Infelizmente as drogas transformaram ela numa mulher de sarjeta mesmo, sem exagerar em nada. Amy ficou desdentada, suja, maltrapilha, mal cheirosa, tomando drogas pelas ruas, um verdadeiro horror! No filme tudo isso é jogado para debaixo do tapete. Igualmente não é mostrado quase nada de suas apresentações desastrosas, onde caindo de drogada, mal conseguia cantar um verso no microfone. No Youtube você assiste a milhares de registros desse tipo feito por pessoas da plateia. Então é isso. O que temos aqui é até um bom filme, mas uma versão muito adocicada, suavizada e romanceada da história real. A Amy desse filme é um doce de pessoa, praticamente uma patricinha. Assim não dá para levar à sério!
Pablo Aluísio.
Meu Sangue Ferve por Você
Título Original: Meu Sangue Ferve por Você
Ano de Lançamento: 2023
País: Brasil
Estúdio: Mar Filmes
Direção: Paulo Machline
Roteiro: Roberto Vitorino, Homero Olivetto
Elenco: Filipe Bragança, Giovana Cordeiro, Sidney Magal
Sinopse:
No final da década de 1970 o cantor popular Sidney Magal viaja até Salvador para realizar shows e se apresentar na TV local para um concurso de beleza. Até que conhece uma jovem baiana chamada Magali e se apaixona por ela. Mas não vai ser fácil conquistar seu coração.
Comentários
O cinema americano vive uma moda de cinebiografias de músicos e cantores, cantoras e astros da música em geral. Era de se esperar que essa onda viesse também ao Brasil. Vários nomes da música popular brasileira já viraram filme e agora chegou a vez do Sidney Magal. Embora eu nunca tenha comprado discos dele e nem acompanhado sua carreira, obviamente já conhecia seus maiores sucessos. O filme é simpático e não se trata de uma cinebiografia, que mostre tudo que aconteceu em sua longa carreira, mas sim de um recorte de um momento de sua vida quando conheceu a mulher que iria se tornar sua esposa até os dias de hoje. O Magal era um tipo de artista popular que trazia para suas apresentações muitas poses e cenografias, várias delas da cultura cigana. Penso que os fãs de sua música vão gostar do filme e se divertir com ele.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 21 de agosto de 2024
Jane Eyre
Título Original: Jane Eyre
Ano de Lançamento: 1996
País: Reino Unido, Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Franco Zeffirelli
Roteiro: Charlotte Brontë, Hugh Whitemore
Elenco: William Hurt, Charlotte Gainsbourg, Anna Paquin, Geraldine Chaplin, Joséphine Serre, Nic Knight
Sinopse:
Jane Eyre, uma jovem órfã, é criada vivenciando a dura realidade de uma mulher pobre que precisa vencer na vida através de seus próprios esforços pessoais. Ela se torna professora e é contratada como empregada em Thornfield Hall, uma bela mansão administrada pela governanta Sra. Fairfax. A trama gira em torno de suas experiências nessa nova fase de sua vida.
Comentários:
Mais uma adaptação desse famoso romance. Muitas pessoas se perguntam por que existem tantas versões para o cinema desse livro. Bom, é até fácil responder a essa questão. Esse romance clássico é item de leitura obrigatório para jovens estudantes do ensino médio nos Estados Unidos e Reino Unido. Então os produtores sabem que sempre haverá mercado para mais uma adaptação, até porque muitos alunos preferem assistir a um filme do que encarar as centenas de páginas de um longo romance. Efeitos dessa nova era em que as pessoas já deixaram os livros um tanto de lado em suas vidas. De uma maneira ou outra, é inegável que essa adaptação ficou muito bem produzida, contando com um elenco muito bem escolhido, diria até acima da média. Charlotte Gainsbourg interpreta a protagonista. Sempre achei essa atriz muito talentosa e nunca vi uma atuação sua que pudesse ser qualificada como medíocre. William Hurt como Rochester é outro ponto alto do filme. Por fim ainda temos uma bela Anna Paquin interpretando a jovem Eyre. Somando todos os talentos envolvidos não poderia dar em outra coisa. É realmente uma versão muito boa desse romance.
Pablo Aluísio.
O Sedutor
Título Original: The Leading Man
Ano de Lançamento: 1996
País: Reino Unido
Estúdio: BMG Independents
Direção: John Duigan
Roteiro: Virginia Duigan
Elenco: Jon Bon Jovi, Anna Galiena, Thandie Newton, Lambert Wilson, Linda McPherson
Sinopse:
Um dramaturgo de sucesso se apaixona por sua nova atriz Hilary (Thandie Newton) e, na tentativa de deixar sua esposa Elena (Anna Galiena) sem incidentes, recruta um belo ator de Hollywood (Jon Bon Jovi) para seduzi-la.
Comentários:
Filme romântico britânico com leves pitadas de suspense, que tinha como maior atrativo a presença do popstar Jon Bon Jovi, na época curtindo o auge do sucesso musical, fazendo desfiles, aparecendo em capas de revistas, aquele frenesi todo que ocorre quando se está surfando a crista da onda, do sucesso. E como tantos nomes da música do passado ele também tentou uma carreira de ator no cinema. Bom, conhecemos muito bem essa história e ela nem sempre termina bem para esses astros do mundo musical. De qualquer forma esse é um filme inofensivo e dentro de seus modestos recursos até que agrada. É um daqueles filmes até agradáveis de assistir, com um elenco todo bonito, de gente que parece estar muito bem com sua própria vida, isso apesar das traições amorosas, etc. Tudo fazendo parte do jogo. Enfim, um filme especialmente indicado para o público feminino que já foi um dia fã do Bon Jovi.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 20 de agosto de 2024
Consciências Mortas
Título Original: The Ox-Bow Incident
Ano de Lançamento: 1942
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: William A. Wellman
Roteiro: Lamar Trotti, Walter Van Tilburg Clark
Elenco: Henry Fonda, Anthony Quinn, Dana Andrews
Sinopse:
Um rancheiro é supostamente assassinado por três homens nas proximidades de uma pequena cidade do velho oeste. Alarmados pela notícia os moradores formam um grupo de justiceiros que vão até as colinas próximas para encontrar e enforcar os criminosos, ou pelo menos, aquelas pessoas que eles acreditam ser os culpados. E toda essa ira e violência sem freios logo se transforma numa grande tragédia. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme.
Comentários:
Você não precisa ser formado em Direito. Em algum momento de sua vida você deve ter ouvido a frase "Todos são inocentes até que se prove o contrário". Essa é a base do princípio da presunção da inocência, um dos pilares de um verdadeiro Estado Democrático de Direito. Esse filme, que tem um excelente roteiro, mostra com sua história a importância desse pilar da ciência jurídica. Não foi algo que alguém inventou, mas sim uma construção histórica e social, baseada nas experiências da vida! Não adianta fazer justiça com as próprias mãos, não adianta eleger a violência como solução para a criminalidade dentro de uma sociedade. E jamais se deve deixar nas mãos de um grupo de imbecis a realização da justiça. O que vemos acontecer nesse filme é a tragédia que surge quando esses princípios jurídicos são deixados de lado por um grupo que se auto intitula dono da verdade, do bem e da honestidade. Sempre desconfie de pessoas assim! Já conhecemos bem como termina uma história dessas. E a vemos se repetir, lamentavelmente, nos dias atuais. Pelo visto essas pessoas brutalizadas e ignorantes nunca vão mesmo aprender com as lições que a História nos deixou.
Pablo Aluísio.
A Grande Jornada
Título no Brasil: A Grande Jornada
Título Original: The Big Trail
Ano de Produção: 1930
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Film Corporation
Direção: Raoul Walsh, Louis R. Loeffler
Roteiro: Hal G. Evarts
Elenco: John Wayne, Marguerite Churchill, El Brendel
Sinopse:
Breck Coleman (John Wayne) é um cowboy que tem uma complicada tarefa a realizar. Ele precisa liderar uma caravana de pioneiros em direção ao oeste selvagem. No caminho enfrentará todos os tipos de adversidades, como ataques de índios selvagens, desertos, tempestades e rios caudalosos. Além disso precisa encontrar um assassino entre os viajantes, um criminoso que matou covardemente um caçador de peles.
Comentários:
Sempre considerei esse o primeiro filme de John Wayne de fato. Claro que cronologicamente não foi, ele participou de vários antes, mas no geral eram participações quase inexistentes, onde seu nome sequer era mencionado nos créditos e seus "personagens", se podemos chamar assim, sequer tinham nomes. No geral ele era apenas o cara fortão que se envolvia em alguma briga ou o membro de alguma quadrilha do mal, trocando tiros com o mocinho. Em "The Big Trail", por outro lado, já temos nos créditos o nome de John Wayne que aqui interpreta Breck Coleman! Não vá porém esperando por algo que lembre em muita coisa o Wayne que os fãs aprenderam a gostar ao longo das décadas seguintes. Tudo é muito simples em "A Grande Jornada", fruto de uma época em que o cinema ainda engatinhava. Mesmo assim ver o grande Wayne em seu figurino de Daniel Boone é sempre algo muito gratificante, principalmente para os fãs da sétima arte. Um pouco de história dessa arte que tanto cativa os espectadores até nos dias de hoje.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Big Trail
Ano de Produção: 1930
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Film Corporation
Direção: Raoul Walsh, Louis R. Loeffler
Roteiro: Hal G. Evarts
Elenco: John Wayne, Marguerite Churchill, El Brendel
Sinopse:
Breck Coleman (John Wayne) é um cowboy que tem uma complicada tarefa a realizar. Ele precisa liderar uma caravana de pioneiros em direção ao oeste selvagem. No caminho enfrentará todos os tipos de adversidades, como ataques de índios selvagens, desertos, tempestades e rios caudalosos. Além disso precisa encontrar um assassino entre os viajantes, um criminoso que matou covardemente um caçador de peles.
Comentários:
Sempre considerei esse o primeiro filme de John Wayne de fato. Claro que cronologicamente não foi, ele participou de vários antes, mas no geral eram participações quase inexistentes, onde seu nome sequer era mencionado nos créditos e seus "personagens", se podemos chamar assim, sequer tinham nomes. No geral ele era apenas o cara fortão que se envolvia em alguma briga ou o membro de alguma quadrilha do mal, trocando tiros com o mocinho. Em "The Big Trail", por outro lado, já temos nos créditos o nome de John Wayne que aqui interpreta Breck Coleman! Não vá porém esperando por algo que lembre em muita coisa o Wayne que os fãs aprenderam a gostar ao longo das décadas seguintes. Tudo é muito simples em "A Grande Jornada", fruto de uma época em que o cinema ainda engatinhava. Mesmo assim ver o grande Wayne em seu figurino de Daniel Boone é sempre algo muito gratificante, principalmente para os fãs da sétima arte. Um pouco de história dessa arte que tanto cativa os espectadores até nos dias de hoje.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 19 de agosto de 2024
A Morte de Alain Delon
Morreu nesse fim de semana o ator Alain Delon. Ele foi certamente o astro mais popular do cinema francês. E sua fama também veio ao Brasil. Seu nome virou sinônimo de beleza masculina em nosso país, tanto que virou até mesmo quase um adjetivo. Quando alguém queria falar que outra pessoa era bonita o chamava de Alain Delon. E quando se queria satirizar a feiura de um homem também se dizia ironicamente que ele era praticamente um Alain Delon! Brincadeiras à parte, o fato é que ele realmente teve uma carreira cheia de glórias!
E ao contrário do que muitos possam pensar ele não fez apenas filmes baseados em sua beleza, muito pelo contrário, Alain Delon atuou em filmes extremamente relevantes para a história do cinema. Alguns desses filmes são considerados verdadeiras obra-primas da sétima arte.
Nessa categoria de grandes filmes podemos citar, por exemplo, o clássico "O Sol por Testemunha" do cineasta René Clément. Um filme que não foi apenas um grande sucesso comercial, mas também uma obra que ganhou todos os elogios da crítica internacional. Logo em seguida fez aquele que talvez tenha sido seu filme mais aclamado. Estou me referindo ao notório "Rocco e Seus Irmãos" de Luchino Visconti. Esse filme sozinho teria colocado o nome do ator para sempre na história do cinema mundial.
Alain Delon teve uma vida longa e produtiva. Sua filmografia contou com quase 110 títulos, demonstrando que o ator nunca parou, estava sempre atuando e filmando. Infelizmente o ser humano tem seus limites. Com a chegada da idade também veio vários problemas graves de saúde. O ator sofreu bastante em seus últimos anos de vida, a ponto de pensar em cometer um suicídio assistido, algo que dominou o noticiário sobre ele nesses últimos meses de vida. De qualquer forma o homem e o profissional cumpriram o seu destino. Alain Delon sempre será lembrado e não apenas por sua beleza, mas também pelos ótimos filmes em que atuou com muito charme e elegância.
Pablo Aluísio.
Uma Mulher Original
Título no Brasil: Uma Mulher Original
Título Original: Susan and God
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: George Cukor
Roteiro: Anita Loos, Rachel Crothers
Elenco: Joan Crawford, Fredric March, Rita Hayworth, Ruth Hussey, John Carroll, Nigel Bruce
Sinopse:
Susan Trexel (Joan Crawford) é uma socialite rica, que enquanto passa férias na Europa acaba experimentando uma transformação religiosa em sua vida. Em seu retorno aos Estados Unidos, Susan assume a tarefa de espalhar sua nova experiência religiosa para seus amigos mais próximos, mas acaba enlouquecendo todos eles com suas manias. Enquanto isso, seu marido Barrie e a filha Blossom anseiam por uma vida familiar mais estável e normal, o que daqui para frente não será tão fácil.
Comentários:
Uma produção de complicada definição. Embora seja classificado como um drama também tem vários toques de comédia de costumes em toda a estória. O elenco de apoio é muito bom, com destaque para uma jovenzinha atriz chamada Rita Hayworth! Ela está muito charmosa e bonita, com um longo vestido preto, dançando e cantando durante uma festa grã-fina. Por falar em ricos, o enredo se passa no meio deles, com figurinos elegantes, passeios a cavalo e muito glamour. O roteiro também explora os problemas do alcoolismo. Com tantos ingredientes em um só filme, não é de se admirar que tenha sido tão elogiado em seu lançamento. A diva absoluta Joan Crawford tinha esperanças de ser indicada ao Oscar por esse trabalho, principalmente por estar ao lado em cena, pela primeira vez, com o ator Fredric March. Fato amplamente divulgado e explorado pelo próprio estúdio na promoção do filme, mas não conseguiu a indicação, fato que a deixou furiosa! Em suma, belo trabalho do genial George Cukor, um dos mais elegantes cineastas que já passaram por Hollywood.
Pablo Aluísio.
Título Original: Susan and God
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: George Cukor
Roteiro: Anita Loos, Rachel Crothers
Elenco: Joan Crawford, Fredric March, Rita Hayworth, Ruth Hussey, John Carroll, Nigel Bruce
Sinopse:
Susan Trexel (Joan Crawford) é uma socialite rica, que enquanto passa férias na Europa acaba experimentando uma transformação religiosa em sua vida. Em seu retorno aos Estados Unidos, Susan assume a tarefa de espalhar sua nova experiência religiosa para seus amigos mais próximos, mas acaba enlouquecendo todos eles com suas manias. Enquanto isso, seu marido Barrie e a filha Blossom anseiam por uma vida familiar mais estável e normal, o que daqui para frente não será tão fácil.
Comentários:
Uma produção de complicada definição. Embora seja classificado como um drama também tem vários toques de comédia de costumes em toda a estória. O elenco de apoio é muito bom, com destaque para uma jovenzinha atriz chamada Rita Hayworth! Ela está muito charmosa e bonita, com um longo vestido preto, dançando e cantando durante uma festa grã-fina. Por falar em ricos, o enredo se passa no meio deles, com figurinos elegantes, passeios a cavalo e muito glamour. O roteiro também explora os problemas do alcoolismo. Com tantos ingredientes em um só filme, não é de se admirar que tenha sido tão elogiado em seu lançamento. A diva absoluta Joan Crawford tinha esperanças de ser indicada ao Oscar por esse trabalho, principalmente por estar ao lado em cena, pela primeira vez, com o ator Fredric March. Fato amplamente divulgado e explorado pelo próprio estúdio na promoção do filme, mas não conseguiu a indicação, fato que a deixou furiosa! Em suma, belo trabalho do genial George Cukor, um dos mais elegantes cineastas que já passaram por Hollywood.
Pablo Aluísio.
domingo, 18 de agosto de 2024
Goodfather of Harlem
Título Original: Goodfather of Harlem
Ano de Lançamento: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: ABC Signature
Direção: Joe Chappelle, Guillermo Navarro
Roteiro: Chris Brancato, Paul Eckstein
Elenco: Forest Whitaker, Vincent D'Onofrio, Nigel Thatch
Sinopse:
Nos anos 60 um criminoso chamado Bumpy Johnson (Forest Whitaker) forma um quadrilha de mafiosos formada apenas por homens negros do Harlem. Seu maior objetivo é retirar a influência da máfia italiana de seu bairro, dominando assim o controle do tráfico de drogas da região. Série parcialmente baseada em fatos reais.
Comentários:
Essa é a primeira temporada dessa série e certamente é a melhor que assisti até agora. Esse personagem do Bumpy Johnson interpretado pelo sempre ótimo Forest Whitaker realmente existiu, mas essa série não deve ser levada como um retrato tão próximo da realidade dos fatos do passado. Tem muita coisa que é a mais pura ficção e isso não é um problema. A série é muito boa justamente por isso, por ter uma ótima linha narrativa e dramática. O verdadeiro Bumpy Johnson era um criminoso bem mais modesto do que vemos nessa série. Na realidade era praticamente um líder de gangue, nada parecido com o homem rico e poderoso que vemos nesses episódios. Ele certamente não desafiava o controle dos mafiosos italianos no bairro do Harlem. Não tinha meios, nem poder e nem dinheiro para tanto. Assim esse personagem que vemos na série é mais ficcional do que qualquer outra coisa. De qualquer maneira não deixe de assistir. Nesse nicho de séries e filmes sobre criminosos e mafiosos certamente é uma das melhores coisas já produzidas nos últimos anos.
Pablo Aluísio.
Nova Iorque Contra John Gotti
Título Original: Get Gotti
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Sebastian Smith
Roteiro: Sebastian Smith
Elenco: John Gotti, George Gabriel, Fred Rayano
Sinopse:
A história do mafioso John Gotti, um sujeito violento e criminoso que subiu dentro da hierarquia da cosa nostra após assassinar um dos líderes de uma das maiores famílias mafiosas de Nova Iorque. Depois desse crime o departamento de justiça de nova Iorque iniciou uma frente ampla para colocar Gotti atrás das grades.
Comentários:
John Gotti foi o último grande chefão da máfia italiana em Nova Iorque. Ele era um sujeito vaidoso, adorava os holofotes da imprensa e não escondia de ninguém que comandava um dos maiores grupos criminosos de Nova Iorque. Era o todo poderoso chefão da família de mafiosos Gambino. Inicialmente nada parecia colar nele, nenhuma acusação. Era sempre inocentado de seus crimes. A imprensa o chamava de Don Teflon por essa razão. Então o FBI e o departamento de justiça se uniram para promover uma ampla campanha de coleta de provas, tentando pegar a tão aguardada prova que iria colocar esse chefão do crime organizado atrás das grades de uma vez por todas. O maior erro de Gotti foi mesmo tentar ser uma celebridade. O segredo dos grandes chefões do passado era mesmo a discrição. Mas Gotti queria ser capa de revistas e jornais. Acabou morrendo na prisão por ser tão vaidoso e egocêntrico.
Pablo Aluísio.
sábado, 17 de agosto de 2024
Jeffrey Epstein: Poder e Perversão
Título Original: Jeffrey Epstein: Filthy Rich
Ano de Lançamento: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Lisa Bryant
Roteiro: Lisa Bryant
Elenco: Jeffrey Epstein, Donald Trump, Príncipe Andrew, Michael Reiter, Annie Farmer, Shawna Rivera
Sinopse:
Documentário que conta a história de crimes sexuais do empresário e milionário americano Jeffrey Epstein, Vivendo na alta roda, no mais alto posto do jet set internacional, Epstein era na realidade um pedófilo e um predador sexual que usava jovens menores de idade em festinhas particulares com muitas drogas, cometendo crimes dos mais diversos tipos em sua vida particular.
Comentários:
Outro documentário muito interessante sobre esse figurão que era muito bem relacionado nas altas classes sociais. Era amigo de Trump, dos filhos da Ranha Elizabeth II, de vários atores de Hollywood, etc. O que ninguém sabia era que por baixo de toda aquela imagem de homem rico e extremamente bem sucedido, se escondia um pervertido sexual, um pedófilo que contratava garotas menores de idade para festinhas particulares regadas a muito sexo ilegal e drogas de todos os tipos. Instalado em uma grande mansão na Flórida e eventualmente viajando para uma ilha particular, o tal de Jeffrey Epstein era um predador sexual dos mais vorazes. Felizmente o documentário mostra também seu fim, morto em sua cela numa prisão federal nos Estados Unidos. Até hoje se especula como morreu, assassinado por uma operação de queima de arquivo ou simples suicídio? De uma forma ou outra a justiça tardou, mas dessa vez, não falhou.
Pablo Aluísio.
Nos Bastidores do Pop: O Esquema das Boys Bands
Título Original: Dirty Pop: The Boy Band Scam
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: David Terry Fine
Roteiro: David Terry Fine
Elenco: Lou Pearlman, Backstreet Boys, NSYNC, O-Town, Britney Spears, Chris Kirkpatrick
Sinopse:
Esse documentário conta a história do empresário e magnata Lou Pearlman. Durante os anos 80 e 90 ele criou várias boys bands de grande sucesso comercial como Backstreet Boys, NSYNC e O-Town. Depois de vários anos de glórias e sucesso um grande escândalo financeiro acabou com sua imagem, carreira e seu reinado na cultura pop.
Comentários:
Eu fiquei pasmo com esse documentário! Não pelo fato desse empresário ter criado todos esses grupos que foram grandes sucessos entre o público jovem dos anos 80 e 90. Eu já sabia que essas boys bands eram todas fabricadas, nada verdadeiras. O que me chocou foi saber que o criador de todas elas era um grande picareta, um enganador profissional que fez muita gente de tola! Ele se dizia dono de companhias de aviação, fundos milionários, etc. Ele vendia sua própria imagem de homem muito rico e bem sucedido. O problema é que era tudo balela. Ele usava o dinheiro de pessoas que enganava para enganar ainda mais gente! Um esquema de pirâmide financeira que durou anos e anos. Esse documentário choca justamente por ser essa crônica policial que só se revela em seus últimos momentos. Uma história de deixar o queixo caído de qualquer pessoa! Incrível o que aconteceu!
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 16 de agosto de 2024
Velozes & Furiosos 10
Título Original: Fast X
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Louis Leterrier
Roteiro: Dan Mazeau, Justin Lin
Elenco: Vin Diesel, Jason Momoa, Charlize Theron, Michelle Rodriguez, Jason Statham, John Cena, Helen Mirren, Brie Larson
Sinopse:
Após anos da morte de seu pai, um novo vilão vindo do Brasil, o infame e insano Dante (Momoa), está de volta e ele não quer passar em branco. Está em busca de vingança pela morte de seu velho e está disposto a tudo para saciar sua sede de vingança. Caberá a Dominic Toretto (Diesel) e sua equipe evitar que isso venha a acontecer.
Comentários:
Uma franquia cinematográfica só chega nos 10 filmes ou como paródia ou como escracho, deboche. No cinema as regras sempre foram outras e 10 filmes da mesma franquia sempre foi visto como uma anormalidade ou uma apelação. Velozes e Furiosos não foge dessa regra não escrita. Os filmes não se preocupam nem mesmo em apresentar um bom roteiro, com história consistente. Tudo se torna apenas um detalhe para cenas de ação cada vez mais elaboradas. Tecnicamente elas são mesmo muito bem feitas, mas eu pessoalmente prefiro algo com mais conteúdo. Nunca foi o caso de Fast. De qualquer forma, para não dizer que não tem nada de interessante aqui, eu achei o vilão insano e bem divertido. O Jason Momoa parece que encontrou seu tipo ideal de papel. Já pode se candidatar a ser o novo Coringa no cinema! De resto, nada muito espetacular. É o tipo filme de ação dos nossos tempos, tecnicamente nota 10, mas sem conteúdo nenhum.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 15 de agosto de 2024
Novo Livro sobre Marlon Brando
Estou lançando esse primeiro livro do nosso blog. O tema é a carreira e os filmes do ator Marlon Brando. Será o primeiro de vários livros contando a história de Hollywood, formando uma coleção. Assim ampliamos o alcance de nosso trabalho. Essa primeira coleção será sobre grandes nomes do cinema clássico em sua era de ouro. Os primeiros volumes terão além de Marlon Brando, Marilyn Monroe, James Dean e Elvis Presley (focando em sua carreira no cinema).
Esse primeiro livro conta a história da vida e da obra do ator Marlon Brando. Todos os seus filmes são analisados de forma detalhada. A filmografia completa está em suas páginas, em ordem cronológica. Além disso o livro traz vários artigos, textos e curiosidades sobre esse grande mito da história do cinema americano e da Hollywood em sua fase de ouro.
Então deixamos o convite para adquirir o livro. Ao comprá-lo o leitor estará levando informação de qualidade para casa, além de ajudar na manutenção do nosso trabalho aqui no blog. Para adquirir o novo livro basta clicar no link abaixo, para comprar o livro no site da própria editora.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 14 de agosto de 2024
McQ - Um Detetive Acima da Lei
Título Original: McQ
Ano de Lançamento: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Sturges
Roteiro: Lawrence Roman
Elenco: John Wayne, Eddie Albert, Julie Adams, Diana Muldaur, William Bryant, Julian Christopher
Sinopse:
Após a morte de seu parceiro na corporação, um veterano policial decide investigar o crime, mas é impedido por seus superiores no Departamento de Polícia. Ele então decide entregar seu cargo, sua insígnia e suas armas, se tornando detetive particular. E ele acabará pagando um alto preço por tentar desvendar aquele crime de todas as maneiras possíveis.
Comentários:
No final de sua carreira o ator John Wayne procurou por novos caminhos, tentando outros estilos de filmes. Não ficar tão preso na fórmula de seus filmes de faroeste. Um exemplo dessa tentativa de mudar encontramos aqui nesse filme policial dos anos 70. É sem dúvida um bom filme, mas fiquei com a impressão de que Wayne tentava copiar o estilo dos filmes de Dirty Harry de Clint Eastwood. E isso era bem curioso porque Wayne não gostava de Clint. De qualquer forma vale destacar duas boas cenas de ação. A primeira ocorre quando o carro do personagem de Wayne é encurralado num pequeno trecho entre dois prédios. Ele é literalmente amassado por dois caminhões enormes e tudo isso com Wayne dentro dele. Outra boa cena surge no final, quando há uma perseguição de carros nas areias de uma praia californiana. Ficou tudo muito bem realizado. Enfim, um bom filme policial com o bom e velho John Wayne, aqui dando um tempo em seus famosos filmes de cowboy.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 13 de agosto de 2024
41ª DP: Inferno no Bronx
Título Original: Fort Apache the Bronx
Ano de Lançamento: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Daniel Petrie
Roteiro: Heywood Gould, Thomas Mulhearn
Elenco: Paul Newman, Edward Asner, Ken Wahl
Sinopse:
O ator Paul Newman interpreta um policial que trabalha no bairro mais pobre e violento de Nova Iorque, o Bronx. A situação que já era ruim fica ainda pior quando dois patrulheiros são mortos em seu carro. Um novo comandante é designado para o Distrito, mas ele não conhece aquela comunidade. E a violência apenas aumenta a cada dia que passa.
Comentários:
Bom filme policial produzido no começo dos anos 80. Paul Newman, já maduro e experiente pela idade, não perdeu o ímpeto de suas boas interpretações. O cenário é o Bronx, bairro de população negra e pobre de Nova Iorque. Ser um policial de rua naquela região era mais do que simplesmente fazer cumprir a lei, mas ter também um certo jogo de cintura para sobreviver a mais um dia de trabalho perigoso naquela selva de pedra. Além das boas cenas de ação e do próprio contexto dentro do Distrito, tendo que lidar com policiais corruptos envolvidos em crimes pesados, o personagem de Newman ainda tentava reconstruir sua vida pessoal, começando um caso amoroso improvável com uma enfermeira. O problema é que ela tinha sérias recaídas, pois era viciada em drogas. Em um lugar tão caótico realmente a felicidade não iria reinar por muito tempo. Além disso as ruas estavam cada vez mais dominadas pelo tráfico de drogas e sedentas pelo sangue de policias mortos. Filme dos bons, especialmente indicado para quem gosta de um bom filme policial à moda antiga.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 12 de agosto de 2024
A Trama
Título Original: The Parallax View
Ano de Lançamento: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Alan J. Pakula
Roteiro: David Giler. Lorenzo Semple Jr.
Elenco: Warren Beatty, Paula Prentiss, William Daniels
Sinopse:
Um candidato a senador nos Estados Unidos é assassinado em Seattle. Após sua morte várias pessoas que estavam no local do crime passam a morrer das maneiras mais inusitadas. Isso chama a atenção de um jovem jornalista investigativo que passa a seguir pistas sobre uma organização criminosa que provavelmente estaria por trás de todos aqueles homicídios.
Comentários:
Essa onda de teorias da conspiração não vem dos dias atuais como bem podemos perceber nesse filme. O roteiro é todo baseado em uma grande teoria da conspiração que envolveria a morte de políticos nos Estados Unidos. Obviamente que a morte do presidente JFK serve como um modelo, ainda que não citado em momento algum do filme. Basicamente se ataca essa coisa de se pensar que apenas um criminoso comum, um lobo solitário, seria o responsável por esse tipo de crime. Claro que a imaginação das pessoas geralmente não aceitam explicações tão simples, mesmo que sejam as verdadeiras. Então desse tipo de situação nascem essas tais teorias da conspiração.
Dito isso, até que apreciei o filme, muito embora esteja pessoalmente farto de teorias desse tipo. ainda mais nos dias de hoje com tantas fake news e teorias da conspiração das mais diversas circulando nas redes sociais. É algo que se tornou cansativo mesmo. Do ponto de vista cinematográfico é um bom filme, mas fiquei com a clara impressão de que foi feita uma edição meio brusca, nada sutil. Provavelmente sejam cortes promovidos pelo estúdio para deixar o filme com uma menor duração. Certamente esse sensação de narrativa truncada não deve ser colocada no rol de culpas do diretor Alan J. Pakula. Ele fez um bom trabalho com o elenco e com o material que tinha em mãos.
Pablo Aluísio.
Evocação
Título no Brasil: Evocação
Título Original: The White Cliffs of Dover
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Clarence Brown
Roteiro: Claudine West
Elenco: Irene Dunne, Alan Marshal, Roddy McDowall, Elizabeth Taylor
Sinopse:
O filme narra a estória dramática da vida de Susan Ashwood (Irene Dunne), uma enfermeira americana em Londres que ajuda na recuperação e tratamento de centenas de feridos em combate. Seu trabalho se torna ainda mais importante quando seu próprio filho volta do campo de batalha, completamente destruído tanto do ponto de vista físico como psicológico.
Comentários:
Outro filme da infância de Liz Taylor (ela tinha apenas 10 anos de idade quando a produção foi filmada). O roteiro foi baseado no poema de Alice Duer Miller, o que já nos dá uma ideia de como o cinema era lírico naqueles tempos. Outro fato digno de nota em relação à pequena Elizabeth Taylor é que esse foi o primeiro filme com ela no elenco a concorrer ao Oscar, na categoria Melhor Fotografia em preto e branco (méritos do excelente diretor de fotografia, o respeitado e conhecido George J. Folsey, que merecia ter levado o prêmio para casa). Embora possa ser classificado como um drama de guerra com pitadas de tragédia, esse filme tem como grande virtude resgatar um pouco do heroísmo das mulheres que serviram como enfermeiras durante a sangrenta segunda guerra mundial. Importante salientar que quando o filme foi lançado a guerra ainda persistia, o que no final das contas acabou se revelando uma bonita homenagem para todas essas heroínas anônimas que prestaram seus serviços no conflito mais devastador da história da humanidade.
Pablo Aluísio.
Título Original: The White Cliffs of Dover
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Clarence Brown
Roteiro: Claudine West
Elenco: Irene Dunne, Alan Marshal, Roddy McDowall, Elizabeth Taylor
Sinopse:
O filme narra a estória dramática da vida de Susan Ashwood (Irene Dunne), uma enfermeira americana em Londres que ajuda na recuperação e tratamento de centenas de feridos em combate. Seu trabalho se torna ainda mais importante quando seu próprio filho volta do campo de batalha, completamente destruído tanto do ponto de vista físico como psicológico.
Comentários:
Outro filme da infância de Liz Taylor (ela tinha apenas 10 anos de idade quando a produção foi filmada). O roteiro foi baseado no poema de Alice Duer Miller, o que já nos dá uma ideia de como o cinema era lírico naqueles tempos. Outro fato digno de nota em relação à pequena Elizabeth Taylor é que esse foi o primeiro filme com ela no elenco a concorrer ao Oscar, na categoria Melhor Fotografia em preto e branco (méritos do excelente diretor de fotografia, o respeitado e conhecido George J. Folsey, que merecia ter levado o prêmio para casa). Embora possa ser classificado como um drama de guerra com pitadas de tragédia, esse filme tem como grande virtude resgatar um pouco do heroísmo das mulheres que serviram como enfermeiras durante a sangrenta segunda guerra mundial. Importante salientar que quando o filme foi lançado a guerra ainda persistia, o que no final das contas acabou se revelando uma bonita homenagem para todas essas heroínas anônimas que prestaram seus serviços no conflito mais devastador da história da humanidade.
Pablo Aluísio.
domingo, 11 de agosto de 2024
Pilatos
Pilatos teria desaparecido da história se nao tivesse sido citado nos textos do Novo Testamento. O máximo de sua carreira política em Roma se deu justamente quando se tornou governador da Judéia e isso definitivamente não era um prêmio para nenhum homem público de Roma. Na realidade era praticamente uma punição. A Judéia era considerada uma província problemática pelos romanos. Situada geograficamente muito longe da capital do império, era vista pelos romanos como uma região de desertos, com povo rebelde, fanático por suas convicções religiosas e por essa razão complicado de dominar.
Além disso Pilatos nunca se deu bem com o Imperador Tibério. Pilatos era da chamada baixa nobreza romana. Para essa classe de famílias realmente não haveria nada de muito promissor para eles em termos políticos. Ao que tudo indica Tibério o nomeou como governador da Judéia praticamente como uma punição. E definitivamente Pilatos não ficou nada feliz com essa indicação. Ainda assim foi para a Judéia onde se envolveu em inúmeros problemas.
Logo ao chegar Pilatos mandou pintar a imagem de uma divindade romana nos escudos dos legionários. Isso foi visto pelos judeus como uma provocação pois eles não admitiam imagens de divindades pagãs. O velho problema do fanatismo religioso surgia novamente naquela província distante. Logo estourou uma violenta rebelião que Pilatos esmagou com mão de ferro. Centenas de revoltosos foram executados, das mais diferentes formas, sendo que os líderes foram pendurados em cruzes. Uma mensagem do império para todos os que desejavam seguir pelo mesmo caminho da revolta contra o poder de Roma.
Pilatos era visto pelo povo como um homem cruel e sanguinário, por essa razão historiadores não acreditam naquela imagem dele que surge dos evangelhos. Ali ele foi retratado como um homem que lavou as mãos em relação à morte de Yeshua (o nome verdadeiro de Jesus). Para historiadores isso seria pura ficção. Pilatos não teria nenhum pudor de mandar Jesus para a cruz, uma vez que ele havia se envolvido numa confusão no templo em plena Páscoa judaica. E o fato de seus seguidores o chamarem de Messias definitivamente não ajudou em nada. O termo Messias era usado para designar os judeus que iriam expulsar o invasor romano de suas terras. Inclusive os historiadores duvidam muito que Pilatos tenha julgado Jesus ou algo do tipo. Jesus era um camponês e Pilatos nem sequer teria perdido tempo ao mandar executá-lo. Ele foi considerado um terrorista político por Roma e por essa razão foi morto na cruz, tal como aconteceu com centenas de outros homens de sua época.
O que parece ter acontecido é que os escritores do novo testamento, que eram escribas gregos que viviam no Império Romano, tiveram receios de colocar uma péssima imagem de uma autoridade romana em seus escritos. Afinal eles também poderiam ser mortos por isso. Então criaram um Pilatos cheio de compaixão, lavando as mãos sobre a morte daquele judeu. Nessa caso o medo deles falseou a realidade histórica, algo que muitas vezes aconteceu ao longo da história.
Pablo Aluísio.
Imperador Romano Justiniano
Quem cursou Direito certamente ouviu falar muito desse Imperador do Império Romano do Oriente, também conhecido como Império Bizantino. Justiniano foi um nome muito importante na história do Direito Romano. Foi ele que mandou formar uma comissão de juristas para catalogar e reunir em apenas um Codex (Código) todas as leis que estavam circulando dentro do Império. Havia uma infinidade de leis esparsas, das mais diferentes épocas de Roma e ninguém sabia ao certo quais ainda estavam em vigor e quais tinham sido revogadas. Diante dessa bagunça e insegurança jurídica, Justiniano criou o primeiro código de leis escritas da história, o que iria dar origem uma nova modalidade de documento jurídico que iria ser seguido pelos séculos seguintes pelos mais diferentes povos do planeta.
Essa código pioneiro ficou conhecido como Corpus Juris Civilis. E foi considerado o primeiro Código Civil da história, muito embora também trouxesse leis de direito público, inclusive de administração imperial. Mas Justiniano não parou por aí. Ele também mandou organizar os inúmeros decretos imperiais que existiam por todo o vasto território romano. Isso daria origem a uma Constituição Imperial, a primeira que se tem notícia. Muitos gostam de dizer que a Constituição dos Estados Unidos foi a primeira constituição da história, mas esse é um erro. Antes dela existiu a Constituição Imperial de Justiniano. Foi um marco e também acabou se tornando um de seus maiores legados históricos.
E Justiniano não resumiu sua importância histórica ao campo das leis. Ele também foi o último imperador romano a reunificar os dois lados do Império, formado pelo Império Romano do Ocidente (com capital em Roma) e o Império Romano do Oriente (com capital em Constantinopla). Era um velho sonho do imperador e ele conseguiu esse feito. Infelizmente a unificação não sobreviveu muitos anos após sua morte. O Império Romano do Ocidente estava sendo constantemente invadido por diversos povos bárbaros e não havia exército no mundo que conseguiria deter esses avanços. Não tardou muito e Roma voltou a cair após a morte de Justiniano. Já o Império Romano do Oriente teria existência muito mais longa, só caindo mesmo no século XV, com a invasão do Império Otomano.
Curiosamente na vida privada Justiniano enfrentou diversos problemas. Ele se apaixonou perdidamente por uma artista de circo chamada Teodora. Isso era um escândalo na época porque segundo a tradição o Imperador deveria se casar com alguma mulher nobre, das famílias mais tradicionais. Só que Justiniano era um daqueles homens românticos sem salvação. Ele pagou o preço e fez dessa mulher artista sua imperatriz. Também demonstrava ser controlado por ela, o que chocava a alta nobreza bizantina. De qualquer maneira o Imperador lhe foi fiel até sua morte. Esse entretanto foi apenas um capítulo menor de sua vida, uma vez que seu maior legado mesmo foi no mundo do Direito. Nesse campo ele realmente foi um dos nomes mais importantes da história romana.
Pabllo Aluísio.
sábado, 10 de agosto de 2024
Elvis Presley - Elvis Country - Parte 2
Não foi por mero acaso que esse álbum de Elvis se chamou "Elvis Country (I'm 10,000 Years Old)". O cantor tinha esse lado muito espiritualista e ele se considerava uma antiga alma que tinha vivido em várias vidas passadas. Pois é, Elvis acreditava plenamente na possibilidade de reencarnação após a morte, muito embora não fosse um leitor que gostasse das teorias do espiritismo. Estava mais para um lado do budismo e religiões orientais mesmo. Então ele realmente se identificou com essa coisa de ter 10 mil anos de idade! É sempre bom lembrar que Elvis adorava ler livros sobre religião, teologia, seitas esotéricas, esse tipo de leitura.
Só que no caso desse disco cometeram um erro. Colocaram a faixa "I Was Born About Ten Thousand Years Ago" ligando as músicas do disco, aos pedaços. Ela não aparecia completa, para irritação dos fãs. Tantas foram as reclamações que chegaram no escritório de Tom Parker que ele ligou diretamente para a sede da RCA Victor em Nova Iorque pedindo explicações. De lá ouviu que Elvis havia achado uma boa ideia a sugestão do produtor Felton Jarvis. O velho Coronel porém não admitia ser contrariado. Assim a RCA teve que colocar a música completa no disco "Elvis Now" no ano seguinte. Foi a forma que o Coronel teve de pedir desculpas a quem reclamou dessa edição sui generis e completamente fora do comum do álbum.
Outra faixa que despertou curiosidade foi "Whole Lotta Shakin' Goin' On". Essa música nem era um country para falar a verdade. Era um rock que havia feito muito sucesso na voz de Jerry Lee Lewis na década de 1950. Elvis havia tido sua cota de problemas com Lewis, mas relevou tudo isso e gravou a música. Quando a produção ficou pronta ela foi levada até Elvis para aprovação. Ele não gostou dos arranjos que Felton Jarvis havia feito. Imediatamente telefonou para o produtor e lhe disse: "Jarvis, tire esse arranjo de metais da canção. Tire as cornetas. Não se trata disso, essa é uma música de rock". O produtor engoliu então seu orgulho e ego e fez o que Elvis lhe ordenou. Ainda assim considero que o arranjo não ficou muito bom. Passou longe de ter a pegada da versão de Lewis.
Muito melhor ficou a versão de Elvis para uma música de Willie Nelson. Se tratava da faixa "Funny How Time Slips Away". A versão de Elvis é bem mais suave e menos country do que a original. O próprio Nelson gostou do que ouviu e elogiou a releitura de Mr. Presley. Depois confessou que jamais poderia seguir a linha de Elvis porque afinal ele era um artista assumidamente country, que só sabia cantar naquele estilo. De qualquer maneira as palavras elogiosas de Nelson agradaram bastante a Elvis que ficou orgulhoso de sua interpretação na gravação.
Pablo Aluísio.
The Beatles - Help! - Parte 1
Retornando aos comentários dos discos oficiais dos Beatles vamos agora tecer algumas observações sobre o disco "Help!" de 1965. Lembrando que tomarei como base a discografia inglesa dos Beatles, do selo EMI, por ser considerada a oficial. A discografia dos Estados Unidos é diferente, com outros discos lançados pela Capitol, outras seleções de faixas. E sobre a discografia brasileira posso fazer textos sobre as peculiaridades inerentes a esses discos nacionais bem diferenciados. Isso porém será tema para outra ocasião. Vamos falar de "Help!" então...
Segundo o próprio John Lennon os Beatles estavam cheirando muita cocaína quando gravaram o álbum "Help!". Para John era óbvio que a letra pedindo socorro não era apenas uma poesia ao sabor do vento, era sim um verdadeiro pedido de socorro, pelo menos por parte dele. Havia toda aquela loucura da Beatlemania acontecendo, os Beatles eram pressionados para escrever um sucesso atrás do outro, muito consumo de drogas e a vida havia se tornado uma roda viva de insanidade. Pedir socorro era algo natural para John Lennon. Quem poderia culpá-lo por agir assim? De uma maneira ou outra essa faixa virou um clássico imediato dos Beatles, se tornando rapidamente um grande sucesso mundial.
As demais canções da trilha sonora também eram muito interessantes. Particularmente gosto muito do ritmo de "The Night Before". Aliás essa faixa foi considerada tão satisfatória pelos Beatles que em algum momento eles até mesmo cogitaram colocá-la como título do álbum, posto que obviamente foi perdido quando John Lennon apareceu com a música "Help!", essa imbatível para dar nome ao novo álbum. Também era o título ideal para o filme. A companhia cinematográfica achou ótima a sugestão de usar "Help!" como nome do filme. Era chamativo e tinha o impacto necessário. "The Night Before" havia sido composta por Paul McCartney. Seu estilo pessoal está em cada detalhe, em cada nota musical.
A balada "You've Got to Hide Your Love Away" tem uma doce melancolia. Essa criação de John Lennon tem claras tintas no estilo de Bob Dylan. O cantor e compositor americano inclusive havia se encontrado com os Beatles. Segundo John, ele não gostou muito de Dylan. Achou ele muito paranoico e estranho. Isso porém não os impediu de fumar maconha ao lado do cantor norte-americano, terminando a noite dando muitas risadas. Após ouvir alguns discos de Dylan, John chegou na conclusão que poderia fazer algo melhor, no próprio estilo do colega músico. E assim nasceu essa faixa, que aliás ficou excelente. Um John Lennon cheio de inspiração e talento tentando seguir os passos e o estilo de Bob Dylan. Tudo resultando numa pequena obra-prima dos Beatles nessa fase.
Pablo Aluísio.
Segundo o próprio John Lennon os Beatles estavam cheirando muita cocaína quando gravaram o álbum "Help!". Para John era óbvio que a letra pedindo socorro não era apenas uma poesia ao sabor do vento, era sim um verdadeiro pedido de socorro, pelo menos por parte dele. Havia toda aquela loucura da Beatlemania acontecendo, os Beatles eram pressionados para escrever um sucesso atrás do outro, muito consumo de drogas e a vida havia se tornado uma roda viva de insanidade. Pedir socorro era algo natural para John Lennon. Quem poderia culpá-lo por agir assim? De uma maneira ou outra essa faixa virou um clássico imediato dos Beatles, se tornando rapidamente um grande sucesso mundial.
As demais canções da trilha sonora também eram muito interessantes. Particularmente gosto muito do ritmo de "The Night Before". Aliás essa faixa foi considerada tão satisfatória pelos Beatles que em algum momento eles até mesmo cogitaram colocá-la como título do álbum, posto que obviamente foi perdido quando John Lennon apareceu com a música "Help!", essa imbatível para dar nome ao novo álbum. Também era o título ideal para o filme. A companhia cinematográfica achou ótima a sugestão de usar "Help!" como nome do filme. Era chamativo e tinha o impacto necessário. "The Night Before" havia sido composta por Paul McCartney. Seu estilo pessoal está em cada detalhe, em cada nota musical.
A balada "You've Got to Hide Your Love Away" tem uma doce melancolia. Essa criação de John Lennon tem claras tintas no estilo de Bob Dylan. O cantor e compositor americano inclusive havia se encontrado com os Beatles. Segundo John, ele não gostou muito de Dylan. Achou ele muito paranoico e estranho. Isso porém não os impediu de fumar maconha ao lado do cantor norte-americano, terminando a noite dando muitas risadas. Após ouvir alguns discos de Dylan, John chegou na conclusão que poderia fazer algo melhor, no próprio estilo do colega músico. E assim nasceu essa faixa, que aliás ficou excelente. Um John Lennon cheio de inspiração e talento tentando seguir os passos e o estilo de Bob Dylan. Tudo resultando numa pequena obra-prima dos Beatles nessa fase.
Pablo Aluísio.